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CONTRATOS IMOBILIÁRIOS

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Contratos imobiliários I
ATIVIDADE 6
Leia com atenção esta aula e em seguida, responda seguinte indagação: 
Huguinho, em 04/01/2016, adquiriu uma casa no valor de R$ 250.000,00. Aparentemente o imóvel estava em bom estado, contudo, dois meses após ter se mudado, constatou que o madeiramento da casa estava tomado por cupins e havia várias infiltrações. Como você foi quem intermediou a venda do imóvel para Huguinho, ele o procura para pedir uma orientação sobre o que fazer. Que orientação você daria a Huguinho com base nos conhecimentos obtidos nesta aula?
Ao comprar Huguinho observou e escolheu, mas não pode prever os vícios que o imóvel tinha.
Quando o comprador adquire há um principio de confiança que liga o vendedor ao comprador. Somente quando começar a usar o aparelho é que algo pode parecer errado. Assim o alienante será responsável por aquilo que vende. Isso tudo para trazer segurança jurídica ao negócio.
Normalmente os vícios redibitórios aparecem nos contratos de compra e venda, mas nosso o Código Civil, no artigo 441 indica a mesma possibilidade para as doações com encargo.
Os vícios que dão origem aos vícios redibitórios são defeitos que tornam a coisa inútil ou lhe diminuem o valor. É um defeito que o comprador não esperava. É algo oculto.
Ser oculto não significa ser invisível, mas aquele que não pode ser percebido no exame normal que se faz a coisa. O defeito deve influir na utilidade e no valor da coisa.
Segundo o artigo 443 do Código Civil, pouco importa se o vendedor sabia ou não do vício, ele deverá responder por ele de qualquer forma. A questão de culpa do vendedor é secundaria, o que se assegura é a justa expectativa do comprador. Assim não importa que o alienante ignore o vício, isso não afasta a sua responsabilidade. O fundamento da sua responsabilidade não é saber o não saber, mas a aplicação do princípio da confiança da boa-fé. Uma vez constatado o vício, o adquirente terá a sua disposição as ações edílicas, ou seja, poderá optar por duas ações.
Se o adquirente quiser devolver a coisa adquirida, deverá propor a ação redibitória com fundamento artigo 441 do Código Civil. Nesse caso, o autor aponta o defeito, manifesta a sua vontade de devolver a coisa, reclama a importância paga bem como as despesas do contrato (se o vendedor estava de boa-fé) ou perdas e danos se provar que o vendedor sabia do vício (artigo 444). 
Devemos observar que, a boa-fé sempre é presumida e a má-fé dever ser comprovada. Agora, se o adquirente optar por ficar com a coisa deverá propor ação quanti minoris, com fundamento no artigo 442 do Código Civil. Nessa ação, o autor reclama o abatimento em virtude do defeito, conservando assim a coisa. Temos uma ação estimatória. A ação redibitória e a quanti minoris fazem parte das ações Edilícas. O comprador escolhendo uma não poderá desistir e escolher a outra, sua escolha é irrevogável.
Se o adquirente já estava na posse do imóvel conta-se o prazo a partir da alienação reduzido à metade. Essa é a determinação do artigo 445 do Código Civil. No §1º do mesmo artigo 445, temos a hipótese onde o vício só pode ser conhecido mais tarde. Nesse caso, o prazo começa a contar do momento em que tiver ciência do vicio (há contudo um prazo máximo de 180 dias para coisas móveis e 1 ano para imóveis) O Código de Defesa do Consumidor também cuida de vícios e, sendo uma relação de consumo, apresenta, no seu artigo 26, outros prazos. Logo, o consumidor terá 30 dias se for produto ou serviço NÃO DURÁVEL, e 90 dias SE DURÁVEL. A contagem começa da data em que tomou ciência do vício. 
Prezada Gislaine, na situação apresentada, realmente a melhor saída seria pedir o abatimento no preço, considerando o vício constatado no madeiramento do imóvel, conforme prevê o artigo 442 do CC. 
No entanto, nada impede o comprador de desfazer o negócio, exigindo a restituição da quantia paga.

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