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Cap. 9 Princípio do Preparo dos Dentas Shillingburg

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P
Fundamentos de
Prótese Fixa
Terceira edição
Herbert T. Shillingburg, Jr, DDS
Professor responsável
Departamento de Prótese Fixa
Faculdade de Odontologia da Universidade de Oklahoma
Oklahoma City, Oklahoma
Sumiya Hobo, DDS, MSD
Diretor da Academia Internacional de Odontologia
Professor responsável do Departamento de Oclusão
Faculdade de Odontologia Tohoku
Tóquio, Japão
Lowell D. Whitsett, DDS
Professor Emérito do Departamento de Oclusão
Faculdade de Odontologia da Universidade de Oklahoma
Oklahoma City, Oklahoma
Richard Jacobi, DDS
Professor
Departamento Prótese Fixa
Faculdade de Odontologia da Universidade de Oklahoma
Oklahoma City, Oklahoma
Susan E. Brackett, DDS, MS
Professora adjunta
Departamento de Prótese Fixa
Faculdade de Odontologia da Universidade de Oklahona
Oklahoma City, Oklahoma
quintssssnce
Quintessence Publishing Co, Inc
Chicago, Berlim, Londres, Tóquio, Moscou
editora Itdo. Praga , São Paulo, Sofia, Varsóvia
t
Capítulo
9
Princípios do Preparo dos Dentes
O s projetos do preparo de um dente e a sua execução são determinados por cinco princípios:
1. Preservação da estrutura do dente.
2. Retenção e resistência.
3. Durabilidade da estrutura.
4. Integridade das margens.
5. Preservação do periodonto.
Preservação da estrutura do dente
Além de substituir a estrutura do dente ausente, a restauração deve preser-
var a estrutura remanescente. Todas as superfícies intactas da estrutura do
dente que puderem ser mantidas durante a construção de unia restauração
forte e retentiva deverão ser preservadas na medida da aceitação pelo pa-
ciente e das necessidades de retenção. Superfícies íntegras do dente não
devem sucumbir desnecessariamente sob a ação da broca, em nome da
comodidade ou da rapidez.
Em alguns casos, porém, para se obter essa preservação pode ser pre-
ciso remover pequena quantidade da estrutura sadia do dente, a fim de
evitar a perda descontrolada de quantidade maior no futuro. É esse o motivo
de se retirar de 1 a 1,5 mm da estrutura oclusal quando do preparo de um
dente para urna onlay MOD. O metal colocado sobre a face oclusal pode
proteger a restauração contra problemas graves, tais corro a fratura do
dente, e também contra outros menos evidentes, que podem ser ocasiona-
dos pela flexão da estrutura do dente.
Retenção e resistência
Para que una restauração cumpra a finalidade a que se destina precisa
ficar firme no dente. Nenhum cimento que seja compatível com a vida do
dente e com o meio biológico bucal tem propriedades de adesão suficientes
para manter uma restauração no lugar unicamente mediante adesão. A confi-
guração geométrica do preparo do dente deve pôr o cimento sob compressão
para se obter a retenção e a resistência necessárias.
A retenção impede que a restauração saia pelo eixo de inserção ou pelo
eixo longitudinal do preparo do dente. Aresistênc/a impede o deslocamento
da restauração pela ação das forças que atuam em direção apical ou oblí-
qua, além de impedir qualquer movimento da restauração sob a ação das
forças oclusais. Retenção e resistência são duas qualidades inter-relacio-
nadas e muitas vezes inseparáveis.
A característica essencial da retenção é a presença de duas superfícies
verticais opostas em uni único preparo. Elas podem ser externas, como as
paredes vestibular e lingual de urna coroa total (Fig. 9-1 A). Uma restaura-
ção extracoronária é exemplo de retenção externa (Fig. 91 B). As super-
fícies opostas também podem ser internas, como as paredes vestibular e
lingual da caixa proximal de urna inlay proximoclusal (Fig. 9-2 A). As restau-
rações intracoronárias resistem às forças de deslocamento por retenção em
cunha (Fig. 92 B). Muitas restaurações são uma combinação de ambos os
tipos.
Conicidade
Como as restaurações fundidas de metal ou cerâmica são colocadas sobre
o preparo ou em sua superfície interna depois de receberem sua forma final,
as paredes axiais do preparo devem ter ligeira conicidade para que a
restauração possa fixar-se; ou seja, duas paredes externas opostas devem
convergir gradualmente ou duas paredes internas opostas dever]] divergir
em direção oclusal. Podem ser usadas as expressões ângulo de conver-
gência e ângulo de divergência para descrever as relações respectivas
entre ambas as paredes opostas de um preparo.
A relação entre una das paredes do preparo e o eixo longitudinal deste
é a inclinação dessa parede. Uma ponta diamantada ou uma broca tronco-
cônica conferirá uma inclinação de 2 a 3 graus a qualquer superfície que
cortarem, desde que a haste do instrumento fique paralela à pretendida via
de inserção do preparo. As superfícies opostas com uma inclinação de 3
graus confeririam ao preparo 6 graus de convergência/divergência.
Teoricamente, quanto mais paralelas as paredes opostas de um preparo,
maior deveria ser a retenção. 0 preparo com retenção maior deveria ser o
que tivesse paredes paralelas. Realmente, era isso o que defendiam alguns
autores antigos,'-' mas ocorre que na boca é impossível criar paredes para-
lelas sem recortar profundamente o preparo. As paredes são afuniladas
99
Fig. 9-1. A restauração extracoronária (A) utiliza superf'i-
cies opostas externas para a retenção (B).
Fig. 9-2 . A restauração intracoronária (A) utiliza superfí-
cies opostas internas para a retenção (B).
para possibilitar melhor visão do preparo, evitar recortes profundos, com-
pensar imprecisões no processo de execução e permitir a melhor fixação
possível das restaurações durante a cimentação.
Ward foi um dos primeiros a recomendar esse tipo de conicidade, pres-
crevendo 5 a 20% por polegada (3 a 12 graus, respectivamente).' Jorgensen'
e Kaufman et al.' demonstraram experimentalmente que a retenção diminui
ã medida que a conicidade aumenta (Fig. 9-3). Nos últimos anos. as recomen-
dações para a conicidade da parede axial do preparo para a colocação de
restaurações fundidas variaram de 3 a 5 graus' 6 graus' e 10 a 14 graus.'
Para reduzir ao mínimo a tensão na interface de cimento entre o preparo e
a restauração indica-se como ideal unia conicidade de 2,5 a 6,5 graus, nuas
é muito pequeno o aumento da tensão quando a conicidade é aumentada de
0 para 15 graus.'' No entanto, com 20 graus, verifica-se aumento acentuado
na concentração da tensão.
Em estudos feitos com preparos para coroas instaladas, verificou-se
que as conicidades médias tinham sido bem maiores que as recomendadas.
Ohm e Silness registraram conicidades médias de 19,2 graus mesiodistal-
mente e de 23,0 graus vestibulolingualmente cm dentes vitalizados, e de 12,8
graus nlesiodistalmente e 22,5 graus vestibulolingualmente em dentes des-
vitalizados."' Mack descobriu unta conicidade clínica média de 16,5 graus,"
e Weed et al. verificaram que os estudantes de Odontologia eram capazes
de produzir preparos para coroa total com conicidade de 12,7 graus em
modelos, mas que seus preparos clínicos tinham conicidade média de 22,8
graus." Noonan e Goldfogel, numa pesquisa com 909 preparos para coroa
total de ouro feitos por estudantes, registraram conicidade média de 19,2
graus.` Nos exames de proficiência. esse valor diminuiu em 20%. Modelos
positivos. colhidos aleatoriamente em laboratórios comerciais por Eamcs et
al. tinham conicidade média de 20 graus.11
Kent e associados avaliaram o grau de conicidade de 418 preparos fei-
tos durante 12 anos por um único profissional `, descobrindo unia média de
15,8 graus entre as paredes mesial e distal e de 13,4 graus entre as paredes
vestibular e lingual em toda a boca, o que equivale a uma média geral de
14,3 graus. A menor conicidade combinada (9,2 graus ) foi observada em
145 preparos para coroa metalocerâmica anterior , enquanto a maior (22,2
graus) destinava -se a 88 coroas lotais no arco dental inferior . Nordlander et
al. analisando 208 preparos feitos por dez dentistas , registraram tonicidade
mínima de 17,3 grausem pré-molares e o máximo de 27,3 graus em mola-
res, coto unia [ nédia geral de 19,9 graus.`
A comicidade deve ser mínima para não prejudicar a retenção , mas Mack
estima que é necessário um mínimo de 12 graus para evitar as áreas reten-
tivas ." É sempre preciso resistir à tendência a afunilar demais para produ-
zir preparos cone a retenção máxima possível. Mesmo no trabalho mais
consciencioso é fácil produzir preparos afunilados excessivamente seno ne-
nhuma capacidade de retenção. Urna convergência total de 16 graus é con-
siderada clinicamente viável e capaz de oferecer boa retenção.` ` Esse é,
provavelmente , um objetivo aceitável de modo geral . Pode ter apenas 10
graus nos dentes anteriores e até 22 graus nos molares ( Fig. 9-4 ). A tabela
9-1 apresenta recomendações para o grau de comicidade em cada dente.
]() 20 30 40 50 60
Conicidade (graus)
Fig. 9-3. Há urna relação entre a conicidade e a retenção: à
medida que o primeiro aumenta, a segunda diminui (segun-
do Jorgensen4).
Fig. 9-4 . As superfícies externa (eta cima ) e interna (em-
bano ) opostas apresentam conicidade de 10, 15 e 20 graus.
,.. ----c rueurs uo preparo aos aentes
1ror
dental
Dentes NI/D VII, Geral
Superior Anteriores* 10 II) 10
Pré-molar` 14 14 14
Molar* 17 21 19
istmo i
- - 7
Caixai' - - 7
Inferior Anteriores* 10 10 10
Pré-molar* 16 12 14
Molar* 24 20 22
lstmot
- -
12
Caixai
- - 12
*Ângulo de convergência
tÂngulo de divergência
MID = mesiodistal: V/L = vestibulolingual
O cimento cria uma união fraca , em grande parte por embricamento
mecânico , entre a superfície interna da restauração e a parede axial do
preparo . Por isso , quanto maior a área do preparo , maior sua retenção.' - "
Para simplificar , pode - se dizer que os preparos em dentes grandes são mais
retentivos que em pequenos (Fig. 9-5): esse é uni fator que deve ser consi-
derado ao se trabalhar em dentes pequenos , especialmente quando se tratar
de um pilar para unia prótese parcial fixa ou de um splirtt . A área pode ser
aumentada com o acréscimo de caixas e sulcos , vias as vantagens decor-
rentes dessas medidas podem relacionar- se mais com o fato de elas limita-
rem a liberdade de movimento do que de aumentarem a área.
Ao se limitar a liberdade de deslocamento causado pelas forças de torção
em plano horizontal , aumenta- se a resistência da restauração . Uni sulco cujas
paredes encontrem -se cone a parede axial num ângulo obtuso não oferece a
resistência necessária (Fig. 9-7 A). Os sulcos em V produzem , a grosso modo,
5011o mais resistência aos deslocamentos linguais do que os sulcos cone parede
lingual bem definida .'-' As forças que produzem movimentos de rotação na
restauração podem produzir tini cisalhamcnto que acabará provocando o
deslizamento ao longo das superfícies oblíquas cni relação à direção da força. É
preciso que haja moa parede perpendicular bem definida em relação à direção
da força para limitar suficientemente a liberdade de deslocamento e oferecer
boa resistência ( Fig. 9-7 B).
As caixas proximais devem ser tratadas de maneira semelhante. Se
suas paredes vestibular e lingual formarem ângulos obtusos com sua parede
pulpar, não haverá resistência suficiente às forças rotatórias (Fig. 9-8 A).
As paredes vestibular e lingual devem formar com a parede pulpar ângulos
próx i mos de 90 graus para que essas paredes sejam perpendiculares a quais-
quer forças que tendam a imprimir movimento de rotação à restauração
(Fig. 9-8 B). A seguir , acrescenta-se um bisel à caixa para que possa haver
uma margem de ouro aguda na face côncava da restauração.
Fig. 9-6. Limitando-se a um eixo de inserção e remoção,
melhora-se a retenção (A). Múltiplos eixos de inserção
deixam o preparo com retenção mínima (B).
Fig. 9-5. Uni preparo para coroa total é mais retentivo num
molar que num pré-molar porque no molar sua superfície é
maior
Liberdade de deslocamento
A retenção melhora quando diminui, geometricamente, o número de trajetó-
rias ao longo das quais a restauração pode sair do preparo do dente.21 Ob-
tém-se retenção máxima quando há apenas uma trajetória, o que se observa,
por exemplo, no preparo de unia coroa total com paredes axiais longas e
paralelas e com sulcos (Fig. 9-6 A). No extremo oposto, os preparos curtos
e afunilados demais não teriam retenção alguma porque a restauração po-
deria sair ao longo de uni número infinito de trajetórias (Fig. 9-6 B). O
melhor preparo, portanto, é aquele que se aproxima do ideal e que pode ser
obtido dentro dos limites da habilidade do dentista, da acessibilidade e da
tecnologia do laboratório.
Fig. 9-7. As paredes de um sulco que formam uni ângulo
obtuso com a parede axial não oferecem a resistência neces-
sária (A); as paredes do sulco devem ser perpendiculares
as forças rotatórias para resistirem ao deslocamento (B).
Fig. 9-a. As paredes vestibular e lingual de urna caixa não
resistirão ao deslocamento rotacional se formarem ângu-
los obtusos com a parede pulpar (A): esses ângulos de-
vem ser próximos de 90 graus (B).
Comprimento
O comprimento oclusogengival é uni importante fator para a retenção e a
resistência. Os preparos mais longos têm superfície maior e, portanto, serão
mais retentivos. Como a parede axial oclusal à linha de terminação impede
o deslocamento, seu comprimento e sua inclinação passam a ser fatores
importantes na resistência às forças de inclinação.
Para que o trabalho tenha sucesso, o comprimento deve ser suficiente
para interceptar o arco descrito pela restauração quando esta gira sobre uni
ponto situado na sua margem oposta (Fig. 9-9 A)." Uma parede curta não
oferecerá essa resistência (Fig. 9-9 B), e quanto mais curta a parede, mais
importante sua inclinação: as paredes dos preparos mais curtos devem ter a
comicidade menor possível para aumentar a resistência. Mas nem isso aju-
dará, se as paredes forem curtas demais.
Pode ser possível restaurar bem um dente com paredes curtas desde que
seu diâmetro seja pequeno. O preparo do dente mais baixo terá pequeno raio
rotacional para o arco de deslocamento, e a porção incisal da parede axial
resistirá ao deslocamento (Fig. 9-IO A). Um raio rotacional mais longo num
preparo maior possibilita uni arco de deslocamento mais gradual, e a parede
axial não resiste às forças de remoção (Fig. 9-10 B). Parker et al concluíram
que cerca de 95% dos preparos anteriores analisados tinham formas capazes
de gerar resistência, enquanto o mesmo acontecia com apenas 46% dos prepa-
ros feitos em molares." A resistência ao deslocamento num preparo de pare-
des curtas feito nuns dente grande pode ser melhorada se forem feitos sulcos
nas paredes axiais. De fato, isso reduz o raio rotacional, e a porção das paredes
dos sulcos situada nas proximidades da face oclusal do preparo será capaz de
impedir o deslocamento (Fig. 9-11 ).
Substituição das características internas
A unidade básica de retenção para unia restauração cinientada é constituí-
da de duas paredes axiais opostas com conicidade mínima. No entanto, nem
sempre é possível usar paredes opostas para a retenção: unia delas pode ter
sido destruída antes, ou pode ter sido aconselhável deixar alguma superfície
servi preparo para unia restauração parcial. Também pode acontecer que as
paredes estejam presentes, mas com inclinação maior que a aconselhável.
De modo geral, certas características internas, tais como sulcos, forma da
caixa e orifícios para o pino são intercanibiáveis e podem substituir-se mu-
Fig. 9-9. O preparo com paredes mais longas resiste mais
ao deslocamento da restauração do que preparo curto cone
a inclinação igual.
Fig. 9 -10. O preparo de um dente com diâmetro menor (A)
resiste mais aos movimentos rotatórios do que o preparo
de comprimento igual em dente de diâmetro maior (B).
Fig. 9-11 . A resistência de um preparo curto (A) pode ser
melhorada acrescentando-se sulcos (B).
tuamente ou ocuparo lugar de uma parede axial (Fig. 9-12). A substituição Se estiver sendo avaliado uni preparo para pilar de prótese parcial Fixa, a
é importante, visto que as condições presentes muitas vezes não permitem o fim de se construir tini eixo de inserção comum, cria-se uni apoio firme com
preparo ideal. o dedo, e o espelho é manobrado até que o preparo esteja centralizado. A
Kent et al. registraram grande diferença entre o grau de conicidade cio seguir, girando-se o espelho sobre o apoio oferecido pelo dedo, sem mudar
preparo da coroa total (18.4 a 22.2 graus) c o de caixas e sulcos das super- de angulação, centraliza-se o segundo preparo.
tícies axiais desses preparos (7,3 graus).' O ãngulo de convergência des-
sas características internas é aproximadamente igual ao dos instrumentos
usados para cortá-los (4 a 6 graus). Aparentemente, as paredes axiais nnli-
to distantes dos preparos sofrem inclinação excessiva por motivo de acesso,
visibilidade, ou ambos. Ao se preparar unia das características internas, tal
como um sulco ou unia caixa, porém, uma distância bem menor entre as
paredes permitirá uni trabalho bem mais preciso. Essas características cons-
tituem excelentes meios de melhorar a retenção e a resistência de paredes
axiais inclinadas excessivamente. Woolsey e Matich concluíram que a presen-
ça de sulcos proximais em preparos curtos com convergência ele 15 graus
oferecem resistência ótima ao deslocamento vestibulolingual horizontal."
Fig. 9-12 . Estas características do preparo muitas vezes substituem -se mutuamente.
Eixo de inserção
O eixo de inserção é unia linha imaginária ao longo da qual a restauração
será colocada no preparo ou dela retirada. É determinado mentalmente pelo
dentista antes do início do preparo ( cujas características são todas prepa-
radas de tal modo que coincidam com essa linha), e nâo estipulado arbit'a-
rianmente no seu término através do acréscimo de algum orifício, como, por
exemplo, sulcos . O preparo de dentes que funcionarão como pilares de
próteses parciais fixas é especialmente importante visto que as trajetórias
de todos os preparos de pilares devem ser paralelas entre si.
E preciso utilizar a técnica correta para examinar visualmente o prepa-
ro, pois é esse o principal meio de se certificar de que não há áreas retentivas
ou conicidade excessiva . Se o centro da face oclusal de um preparo for
observada com uni só olho a unia distância de aproximadamente 30 cm,
será possível visualizar suas paredes axiais com um mínimo de conicidade
(Fig. 9-13). No entanto , com ambos os olhos, as paredes axiais serão
visualizadas com conicidade invertida (ou seja , área retentiva ) de 8 graus
(Fig. 9-14). Isso ocorre devido à distância entre os olhos, responsável pela
visão binocular . Assim, é importante que o preparo seja observado com um
dos olhos fechado.
Para se observar o preparo na boca , onde a visão direta raramente é
possível , usa-se o espelho (Fig. 9-15), mantido num ângulo de aproximada-
mente 1.5 cm acima do preparo , observando - se a imagem com uni só olho.
Fig. 9-13. Deve - se examinar o preparo com uni dos olhos
fechados para evitar áreas retentivas.
Fig. 9-14 . Se ambos os olhos ficarem abertos na observa-
ção do preparo, as áreas retentivas podem deixar de ser
detectadas.
104 h undnmemas de Prótese Fixa
Fig. 9-17. O eixo de inserção de unia coroa 3/4 nuns dente
posterior deve ser paralelo ao eixo longitudinal do dente
(A), ao passo que no dente anterior deve ser paralelo à
metade incisal dos dois-terços da face vestibular (B).
Fig. 9-15. Na boca, o preparo é observado com espelho, fechando-se um dos olhos.
O eixo de inserção deve ser considerada em duas dimensões: vestibulo-
lingual e mesiodistal. A orientação vestibulolingual da via pode afetar a es-
tética das coroas metalocerâmicas ou parciais. No caso das nietalocerâmicas,
o eixo é grosso modo paralelo ao eixo longitudinal dos dentes (Fig. 9-16).
Um eixo de inserção num preparo para coroa metalocerâmica que tenha
inclinação vestibular deixará o ângulo vestibuloclusal proeminente demais, o
que provocará sobrecontorno, "transparência opaca", ou ambos.
A inclinação do eixo em direção vestibular provocará o corte excessivo
do ângulo mesiovestibuloclusal de um preparo para coroa 3/4, o que deixará,
desnecessariamente, parte do ouro aparente. Para coroas 3/4 em dentes
anteriores o eixo de inserção deve ser paralelo à metade incisal da face
vestibular (Fig. 9-17). Se tiver maior inclinação vestibular, os sulcos ficarão
pequenos e parte do ouro ficará à mostra sem necessidade.
Fig. 9-16. O eixo de inserção de uni preparo para coroa nie-
talocerâmica deve ser paralelo ao eixo longitudinal do dente
(A). Se o eixo tiver orientação vestibular, o ângulo vestibu-
loincisal proeminente poderá criar problemas estéticos de
sobrecontorno ou "transparência opaca' (B). No entanto.
se o eixo tiver direção lingual, a face vestibular interceptará
a lingual, encurtando o preparo. Também poderá invadir a
polpa (C).
A inclinação mesiodistal da trajetória (leve ser paralela às áreas de con-
tato dos dentes adjacentes. Se tiver inclinação mesial ou distal, a restaura-
ção ficará suspensa nos contatos interproximais e sua trajetória será obstruída
(Fig. 9-I8). Esse é um sério problema quando da restauração de dentes
inclinados. Nessa situação, se for paralelo ao eixo longitudinal do dente, o
eixo de inserção será invadido pelos contatos dos dentes adjacentes.
Fig. 9-18. O eixo de inserção de uni preparo deve ser paralelo aos contatos inter-
proxiniais (A) ou seu encaixe será obstruido (B).
Durabilidade estrutural
Uma restauração deve conter um volume de material suficiente para resis-
tir às forças de oclusão, e que se restrinja ao espaço criado pelo preparo do
dente . Apenas desse modo poderá haver harmonia oclusal e contornos axiais
normais, evitando-se problemas periodontais cm torno (Ia restauração.
Redução oclusal
Urna das características mais importantes para se conferir o volume ade-
quado de metal e a resistência à restauração é o espaço oclusál (Fig. 9-19).
Para as ligas de ouro deve haver um espaço de 1.5111111 nas cúspides fun-
cionais (palatinas nos niolares e pré-molares superiores e vestibulares nos
molares e pré-molares inferiores). Não é necessário tanto nas cúspides não-
funcionais, nas quais 1,0 nim é o suficiente.
As coroas metalocerâmicas necessitam de 1.5 a 2.Onun nas cúspides
funcionais, que serão revestidas com porcelana, e de 1,0 a 1,5nim nas cús-
pides não-funcionais, que serão revestidas com cerâmica. Deve haver um
espaço de 2,0 nim no preparo de coroas totalmente cerâmicas. Como os
Fig. 9-19. Unia redução octusal inadequada não deixa o
espaço necessário a unia restauração de espessura sufici-
ente.
dentes malposicionados podem ter faces oclusais não-paralelas ao plano
oclusa], pode não ser necessário reduzir a face oclusa) em 1.0 mm para se
obter espaço de 1.Omni.
O padrão básico do plano inclinado da face oclusa) deve ser duplicado
para se obter espaço adequado sem encurtar demais o preparo (Fig. 9-20).
Unia face oclusa) achatada pode encurtar demais uni preparo cujo compri-
mento já é o mínimo para a retenção. Se o espaço for insuficiente, a restau-
ração será mais fraca. Além disso, uma redução inadequada sob os sulcos
anatômicos da face oclusa) não deixará espaço suficiente para unia boa
morfologia funcional, e a restauração também será mais facilmente perfu-
rada durante o acabamento ou em virtude do desgaste natural.
Fig. 9.20. A redução oclusa) deve reproduzir os planos
inclinados básicos e não ser cortada como uni plano acha-
tado.
Biselamento das cúspides funcionais
Parte integrante da redução oclusal é o biselamento das cúspides funcionais
(Fig. 9-21). Um bisel amplo nas vertentes linguais das cúspides palatinas
dos dentes superiores e nas vertentes vestibulares das cúspides vestibulares
dos dentes inferiores deixará espaçopara uni volume adequado de metal
nunca área de contato oclusal forte.
Se não for feito um biselamento amplo nas cúspides funcionais, podem
ocorrer vários problemas. Se a coroa for esculpida e fundida de acordo com
o contorno normal. a peça ficará delgada demais na área situada sobre a
junção, entre a redução oclusal e a axial (Fig. 9-22). Para evitar esse adelga-
çamento quando não há biselamento das cúspides funcionais, deve-se ten-
tar aumentar a espessura da cera nessa área. Com isso, é provável que haja
sobrecontorno e contato octusal detlectivo, a menos que o dente oposto seja
rebaixado (Fie. 9-23).
Caso se tente obter espaço para unia espessura normal de restauração
sem bisclamento, o resultado será a redução excessiva da superfície axial
(Fig. 9-24). Além da destruição desnecessária da estrutura do dente, a forte
inclinação dessa superfície a tornará incapaz de fornecer retenção.
Fig. 9.21 . O biselamento das cúspides funcionais é par-
te integrante da redução octusal.
Fig. 9-22. A falta de bisclamento da cúspide funcional
pode criar uma área delgada demais ou a perfuração da
coroa fundida.
Fig. 9-23. A falta de biselamento da cúspide funcional
pode criar sobrecontorno e problemas de oclusão.
Fig. 9-24 . A inclinação exagerada da face vestibular des-
truirá unia quantidade excessiva da estrutura do dente e
diminuirá a retenção.
Redução axial
A redução axial também desempenha papel importante na obtenção de es-
paço para uma boa espessura de material restaurador (Fig. 9-25). Se as
restaurações forem feitas com contornos normais sobre uni preparo com
pouca redução axial , terão paredes tinas, sujeitas a distorções. Frequente-
mente o técnico de laboratório tenta compensar esse problema exagerando
o contorno das paredes axiais. Embora essa "solução" reforce a restaura-
ção, poderá produzir efeitos desastrosos sobre o periodonto.
Há outros meios de se obter espaço para o metal , capazes de aumentar
a rigidez e a durabilidade da restauração : canaletas . ombro oclusal , istmo,
sulco proximal e caixa ( Fig. 9-26 ). O istmo interliga as caixas , e a canaleta
interliga os sulcos para reforçar o ''efeito de
Integridade das margens
A restauração só poderá subsistir no meio biológico bucal se suas nuurgcns
estiverem estreitamente adaptadas à linha dc Icrnünação cavossuperficial
do preparo. A configuração da linha de terminação do preparo determina a
forma e a quantidade de material restaurador a ser colocado na margem da
restauração. Também pode influenciar a adaptação das margens e o grau
de ajuste da restauração.
Fig. 9-25. Uma redução axial insuficiente poderá criar pare-
des finas e fracas (A) ou então restaurações convexas,
com contornos exagerados (B).
Fig. 9-26. A coroa 3/4 é reforçada pelo volume de ouro que preenche a canaleta e os
,ulcos (A). O ombro oclusal fortalece a margem lingual das coberturas de cúspide
MOD, cuja estrutura é reforçada pelo istmo e pelas caixas (B).
Biselar ou...
É possível criar restaurações metálicas capazes de se ajustar com alto grau
de precisão ao preparo, porém mesmo nesses casos haverá alguma discre-
pância entre a margem da restauração e o preparo. Afirma-se que o bise-
lamento é uni meio de diminuir a discrepância niarginal.=' Se a discrepância
vertical no ajuste for designada como 1), a distância entre a restauração e o
preparo (Fig. 9-27 A) permanecerá inalterada entre a margem, M e a linha
de acabamento, P (Fig. 9-27 E3). No entanto, a menor distância entre a
margem e a superfície do preparo é uni linha. d, perpendicular à superfície
do dente (Fig. 9-27 C); ela pode ser enunciada como função de D e como
seno do ângulo p, ou co-seno do ângulo 0:
d=Dsenp ( l)
ou
d=Dcostp (2)
À medida que o ângulo p diminui (fica mais agudo), o seno de µ também
diminui (Tabela 9-2); ou, à medida que o ânguloo aumenta ( fica mais obtuso),
o co-seno do 0 diminui. Segundo qualquer uni desses cálculos , d diminui do
mesmo modo. Quanto mais agudo o ângulo tia margem , µ, ou quanto riais
obtuso o ângulo da linha de tenni nação . 4. menor a distância entre a margem da
restauração e o dente. Este argumento baseia -se na premissa de que a distân-
cia entre a margem e a estrutura do dente é infinitamente aproximável : quando
não há cimento entre a restauração e o preparo , ele é verdadeiro.
Fig. 9-27. Qualquer falta de ajuste na restauração (D no exemplo A) reflete-se copio
uma abertura marginal das mesmas dimensões num ombro perpendicular ao eixo de
inserção (B). À medida que o ângulo da margem (p) aproxima-se de 0 grau (C), a
distância entre esta e o dente (d) aproxima- se de 0, partindo-se do pressuposto de
que o espaço pode ser completamente fechado ( de acordo com Rosnem).
Tabela 9-2. Funções trigonométricas dos ângulos de 0 a 90 graus
Ângulo
(graus) Seno Co-seno
0 0 1,000
15 0,259 0,966
30 0,500 0,866
45 0,707 0,707
60 0,866 0,500
75 0,966 0,259
90 1,0(x) 0
... Não biselar
No entanto , como Ostlund demonstrou cabalmente,'' a presença de cimen-
to muda completamente a história . A espessura da película de cimento im-
pedirá o total ajuste do material , sendo os bisclamentos quase paralelos à via
de inserção da restauração, motivo porque Jorgensen ,' Kaufman et al.5 e
Eames e associados" descobriram que as coroas não se ajustavam perfeita-
mente aos modelos feitos com comicidade mínima.
A espessura da película de cimento impõe uni limite à redução da dis-
tância perpendicular entre a margem e o dente, d. Esta distância , portanto.
passa a ser uma constante, e a equação anterior é resolvida em D em vez
de d. Assim:
D = d/sen ,u (3)
ou
D = d/cos (4)
À medida que o ângulo de biselamento da margem torna-se mais agudo,
seu seno diminui, e à medida que o ângulo da linha de terminação torna-se
mais obtuso , seu co - seno diminui e D aumenta . Quanto mais paralelo for o
biselamento ao eixo de inserção , maior a distância pela qual a restauração
deixa de se ajustar ( Fig. 9-28).
McLean e Wilson contestaram o uso de biselamento para coroas
metalocerâmicas porque a margem do bisel deve ter de 10 a 20 graus para
produzir melhora notável na adaptação? A linha de terminação também
deve int roduzir - se demais sob a gengiva para esconder o anel de metal
resultante . Pascoe demonstrou que a menor discrepância marginal é obser-
vada em restaurações ligeiramente superdimensionadas . com ombro.'"
Gavelis et al concluíram que a vedação das margens é melhor quando suas
bordas são agudas , mas também descobriram que a presença de ombros
permite melhor assentamento da coroa .` Segundo Panno e associados, a
adaptabilidade das coroas não é melhor com biséis extremamente agudos,
de 80 graus, do que com outros menos agudos , de 45 graus."
Fig. 9-28. A espessura da película de cimento impede o completo fechamento do
espaço marginal. Se for acrescentado um bisei de 45 graus a um ombro. a coroa
deixará de se ajustar por um fator de 1.4. No entanto, se a margem for reduzida até um
ângulo de 30 graus, a coroa se deslocará 2 vezes mais do que com uni ombro. A
presença de margens de 15 e 11,5 graus impediria o ajuste por fatores de 3,9 e 11,5
respectivamente. Se o espaço marginal para o ombro fosse de 25pm (especificação
ela ADA para espessura da película de cimento), o acréscimo de um bisel de 5 graus
poderia impedir o ajuste da restauração fundida em aproximadamente 0,3mm. Todos
os espaços das ilustrações são feitos em escala.
Resultados empíricos obtidos em clínica impõem que continuem sendo
usadas margens de ângulo agudo em restaurações de metal, mas é preciso
que o ângulo fique entre 30 e 45 graus. A borda atilada de uma margem de
padrão de cera, produzida por tini bisei, adapta-se mais facilmente a um
troque) do que unia junção de topo. e uma margem de ouro pode ser brunida
para melhorar ligeiramente sua adaptação após a fundição.
Configurações da linha de terminação
É preciso evitar os biséis largos e rasos,quase paralelos à superfície exter-
na do dente, que têm grande probabilidade de criar sobrecontornos. Mesmo
que as paredes axiais da coroa não tenham sobrecontorno, a camada de
cera fina e sem sustentação da margem poderá quebrar-se ou sofrer
distorções quando o padrão for retirado do modelo e experimentado. A ter-
minação da margem para restaurações fundidas de ouro é aguda, com um
volume de metal quase idêntico ao do corpo da restauração.
A linha de terminação gengiva) preferida para as coroas de metal é em
forma de chanfro (Fig. 9-29): experimentalmente, verificou-se que provoca
menos tensão, e assim o cimento que fica sob ela terá menos probabilidade de
falhar.`-11 Pode ser obtida com a ponta arredondada de uma ponta diamantada
troncocõnica. enquanto a redução axial vai sendo feita como lado do instrumento.
Contudo, com a ponta diantantada torpedo é menor a probabilidade de produzir
junção de topo. A margem da restauração que a ela se ajusta combina unia
borda aguda com um volume de metal em sua proximidade.
Usa-se o chanfro largo para se obter uma concavidade de 90 graus
com um ângulo interno arredondado de grande raio (Fig. 9-30). É feita com
a ponta arredondada de unta ponta diamantada troncocônica. Nas mãos de
uni profissional pouco experiente. esse instrumento pode criar uma borda
indesejável e frágil de esmalte no ângulo eavossuperficial. O chanfro largo
dá mais sustentação às coroas cerâmicas tio que o chanfro largo convencio-
nal, mas não é tão bom quanto o ombro. Pode-se acrescentar uni bisei para
as restaurações de metal.
O ombro há muito é a linha de terminação preferida para as coroas cerâmi-
cas (Fig. 9-31). Sua superfície grande garante resistência contra as forças oclusais
e minimiza as tensões que poderiam provocar a fratura da porcelana. Cria
espaço para bons contornos na restauração e produz bons resultados estéticos.
No entanto, exige uma destruição maior da estrutura dentária do que qualquer
outro tipo de linha de terminação. O linha interna, em ângulo de 90 graus, que
acompanha a variedade clássica dessa linha de terminação, concentra a tensão
no dente e pode provocar a fratura da coroa. Em geral não se usa ombro como
linha de terminação para restaurações de metal.
Fig. 9-29 . Linha de terminação em chanfro mostrada numa
corna total.
Fig. 9-30. Chanfro pronunciado num preparo para coroa
cerâmica.
Fig. 9-31. Ombro num preparo para coroa cerâmica (ja-
queta de porcelana tradicional).
O ombro com ângulo interno arredondado é unia forma modificada
de linha de terminação (Fig. 9-32). O instrumento usado inicialmente paru a
superfície é a mesma ponta diamantada de extremidade plana usada para o
ombro clássico. O ângulo interno arredondado é feito com unia broca de
acabamentocorbide; o acabamento é completado com um cinzel biangulado
especialmente adaptado. O ângulo cavossuperficial é de 90 graus, e a largu-
ra do ombro é ligeiramente diminuída pelo ângulo interno arredondado. A
concentração das tensões é menor no dente do que ocorre com o ombro
clássico, e a sustentação oferecida às paredes da restauração de cerâmica
é boa. Porém, a destruição da estrutura dental que essa configuração exige
não é significativamente menor que a necessária para um ombro clássico.
O ombro com bisel é usado como linha de terminação em várias situações
(Fig. 9-33). É utilizado como acabamento da linha gengival na caixa proximal de
inlays e onlays, bens como no ombro oclusal de onlays e coroas 3/4 no arco
dental inferior. Esse projeto também pode ser usado para a linha de terminação
vestibular de restaurações metalocer^lmicas em locais onde a estética gengivai
não seja crítica. Pode ser usado nas situações em que já exista algum ombro,
seja devido à destruição por cárie ou à presença de restaurações antigas. Tam-
bém é uma boa linha de terminação para preparos com paredes extremamente
curtas, por facilitar paredes axiais quase paralelas.''
Fig. 9-32. O ombro com ângulo interno arredondado num
preparo para coroa cerâmica combina sustentação máxima
da cerâmica com um "ângulo" axiogengival arredondado
que reduz as tensões.
Fig. 9-33. Acréscimo de bisei no ombro oclusa) de unia
onlay.
Acrescentando-se uni bisel ao ombro já existente, é possível criar uma
borda de metal aguda na margem. O ombro com bisel não deve ser usado
rotineiramente para coroas totais porque a redução axial por ele exigida
produz destruição desnecessária da estrutura do dente. Alguma variação de
ombro, com ou sem bisel, pode proporcionar alguma resistência contra dis-
torções durante a queima da porcelana.''
O tipo de linha de terminação que possibilita a criação da margem de
metal mais aguda é a margem enr ponta de faca (Fig. 9-34). Infelizmente,
seu uso pode criar problemas, pois se o corte não for feito com limito cuida-
do, a redução axial poderá ir-se apagando gradualmente em vez de acabar
numa linha de terminação bem definida. Pode ser difícil moldar e modelar
uma margem de restauração fina que se ajuste a essa linha. Também é
possível que ocorram distorções na boca, quando a restauração for subme-
lida a forças oclusais.
O uso da margem em ponta de faca pode criar sobrecontorno quando se
tenta obter bom volume aumentando-se os contornos axiais externos da
restauração. Apesar dessa desvantagem, às vezes, é necessário usá-la, como
por exemplo na face lingual de dentes posteriores inferiores, em dentes com
paredes axiais muito convexas, e na face em cuja direção um dente possa
ter-se inclinado.
Preservação do periodonto
Fig. 9-34. Margem era ponta de faca na face lingual de
unta coroa três-quartos em dente inferior.
É digna de nota a linha de terminação usada para a margem vestibulo-
oclusal de coroas parciais superiores corri onlays que também deve atender
à exigência de criar uma borda aguda com um volume adequado de metal.
O esmalte também deve ser protegido por bisel de acabamento , que deixará
um volume estrutural no ângulo cavossuperficial suficiente para resistir a
fraturas e trincas .'' A forma mais usada é de bisel estreito (0,3 a 0.5mm),
perpendicular ao eixo de inserção da restauração (Fig. 9-35 A). Também
poderá ser usado uns contrabisel em dentes muito solicitados e quando as
exigências estéticas forem mínimas (Fig. 9-35 B). Há umas poucas situa-
ções em que não há necessidade de bisel (Fig. 9-35 C). mas isso só poderá
ocorrerem cúspides suficientemente volumosas para possibilitar a borda de
metal aguda e também o término do esmalte no ângulo cavossuperficial. É
imprescindível o uso de bisei se a sua ausência criar alguma margem não
sustentada por esmalte ( Fig. 9-35 D).
Fig. 9-35. Linhas de terminação vestibuloclusais mona
coroa 3/4 superior. São aceitáveis: bisei plano (A). contra-
bisel (B) e, quando a cúspide é volumosa. margem ens pon-
ta de faca (C). Fsta última não é aceitável em cúspides
agudas e pequenas ID). (De acordo com ingraham et aI'' e
Richtcr e Veno.' )
A localização de linhas de terminação influencia diretamente na facili-
dade de construção de uma restauração e nos resultados finais obtidos.
Os melhores resultados podem ser esperados das margens mais regula-
res possíveis e mais acessíveis à higienização." Sempre que possível, a
linha de terminação deve ser colocada numa área onde as margens da
restauração possam ser bem acabadas pelo dentista e mantidas limpas
pelo paciente. Além disso, deve ter tal localização que possa ser
reproduzida por meio de impressão, seio que esta se rasgue ou deforme
quando passar por' ela ao ser retirada.
As linhas de terminação devem ser colocadas no esmalte quando isso
for possível. No passado, acreditava-se que o melhor era colocar as niar-
gens o mais possível sob a gengiva, com base no conceito errôneo de que o
sulco subgengival é inume a cáries." Essa prática não é mais aceitável: as
restaurações subgengivais foram apontadas como uns dos principais fatores
etiológicos da periodontite.11 ` Quanto maisprofunda for a localização da
margem da restauração no sulco gengival, mais intensa será a resposta
inflamatória. t' 50
Embora Richter e Ueno não tenham registrado diferença entre as mar-
gens sub e as supragengivais num estudo clínico de 3 anos, recomendaram
a localização supragengival sempre que possível." Eissnlaml et al. fizeram
recomendação semelhante." Koth tampouco descobriu qualquer ligação
entre a localização da margem e a saúde das gengivas nuns grupo de pacien-
tes submetidosa um regime estrito de higiene bucal.'
Esses estudos não refutam a evidência de que é grande a probabilidade
de ocorrência de inflamação gengival quando as margens são subgengivais:
simplesmente demonstram que a localização da margem não é tão crucial
quando sua criação é obra de um dentista altamente qualificado, na boca de
um paciente motivado e capaz de colaborar. O ego pode tentar o dentista a
acreditar que ele é "um dos bons", capaz de realizar tarefas "simples" como
fazer margens bem ajustadas numa coroa, mesmo que subgengivais. No
entanto, esse tipo de margem pode ser muito difícil de avaliar.
Christensen demonstrou que mesmo os dentistas mais experientes po-
dem deixar escapar defeitos de até 120fum quando as margens são sub-
gengivais.51 Num estudo radiográfico, Bjürn et al. descobriram que mais da
metade das margens proximais de coroas de ouro tinha defeitos maiores
que 0,2 111111, e que mais de 40% das margens proximais de coroas cerâmi-
cas tinham defeitos superiores a 0.3mm."
Apesar disso, são muitas as situações em que as margens subgengivais
são inevitáveis. Em vista da importância do comprimento dos preparos em
termos de resistência e retenção, estes muitas vezes são prolongados por
sob a gengiva para a obtenção de bons resultados n55 55 A localização da
linha de terminação também pode deixar de ser a ideal em virtude de cá-
ries,""'` prolongamentos de restaurações antigas,` 5' " traumas'"s' ou
por motivos estéticos. JSS 5" É preciso ter muito cuidado se as condições
presentes exigirem que a linha de terminação seja colocada a menos de
2,0111111 da crista alveolar. a dimensão combinada das inserções dos tecidos
epitelial e conjuntivo.5" A colocação de uma margem de restauração nessa
área provavelmente provocará inflamação gengival, reabsorção da crista
alveolar e formação de bolsa periodontal" Pode-se proceder ao "aumento
de coroa clínica" para mover cirurgicamente a crista alveolar 3.0 mmm api-
calniente à localização da linha de terminação prevista, a fim de garantir
dimensões biológicas e evitar doenças periodontais. Isso deixará espaço
para as inserções dos tecidos conjuntivo e epitelial e para um sulco gengiva)
sadio. Se a linha de terminação profunda estiver localizada intelproxinsal-
mente e exigir grande retirada de tecido ósseo entre o dente a ser restaura-
do e o dente contíguo, talvez seja melhor remover o dente afetado em vez
de comprometer o periodonto do seu adjacente sadio.
Instrumental
O preparo do dente para que este receba coroas de metal ou cerâmica não
exige instrumental numeroso (Tabela 9-3). A remoção da cárie deve ser feita
com escareador af iado em fornia de colher e com brocas esféricas (n2 4 ou 6),
montadas eni contra-ângulo. Podem ser usados cinzéis manuais para acentuar
as paredes vestibular e lingual das caixas proximais. Todos os outros procedi-
mentos geralmente são realizados com caneta de alta rotação.
Com o uso de pontas diamantadas com jatos de água e ar em alta rota-
ção, retira-se com precisão uma quantidade prevista da estrutura dental. A
superfície remanescente poderá ser facilmente polida. Não há indicação
para o uso de discos abrasivos grandes em baixa rotação e contra-ângulo ou
haste não articulada: estes freqüentemente ampliam dentais o preparo, e é
grande o seu potencial de traumatizar o paciente.
E iimportante que a linha de terminação da zona sejarabalhada sjsuave e
contínua para facilitar a construção de restaurações com margens bem adap-
tadas. A redução inicial é mais eficiente com ponta diamantada áspera, mas
este instrumento pode criar irregularidades na linha de terminação do ângu-
lo cavossuperficial,` - devendo-se então usar algum outro instrumento mais
delicado para se obter unia linha de terminação regular. Usando-se pontas
diamantadas e brocas de acabamento carbide com dimensões e formas
semelhantes, como as criadas por Lustig et al.,°'" é possível manter a confi-
guração da linha de terminação criada pela ponta dianiantada. As pontas
diamantadas torpedo são seguidas por brocas torpedo carbide para produ-
zirchanfros; pontas diamantadas Ironcocônicas cone extremidade plana são
seguidas por brocas de acabamento carbide 11158 para ombros com ângu-
lo interno arredondado; e as pontas dianiantadas em chanca são seguidas
por brocas em chama para biséis gengivais e hiselado proximais conserva-
dores. Podem ser obtidas linhas de terminação aceitáveis em hiselado ver-
ticais com o uso de discos de papel abrasivos,` mas estes devem ser usados
com dique de borracha para proteger dos tecidos moles.
Usam-se brocas troncocônicas edentadas (169L, 170L e 171 L) para
sulcos, caixas, istmos e canaletas, sempre que necessário. Estas também
são usadas para polir superfícies que não terminem em linha de terminação
curva, pois elas poderiam trincar. e para criar hiséis oclusais e incisais. As
brocas com cortes transversais ou dentadas são usadas para retirar restaura-
ções antigas, mas as cristas horizontais que deixam no dente as tornam
inaceitáveis para aplainar superfícies.
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