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A prescrição intercorrente no Novo CPC – Jus Brasil
A prescrição intercorrente com vistas ao Novo Código de Processo Civil - Lei nº 13.105, de 16 de Março de 2015.
INTRODUÇÃO
O processo de execução tem como objetivo a satisfação do crédito do exequente por meio da expropriação de bens do executado. Contudo, muitas vezes esse objetivo não é alcançado, sendo um dos grandes problemas do processo de execução na atualidade, pois em grande parte os atos não são efetivos, em razão de não existirem mecanismos eficientes para colaborar na busca por bens expropriáveis, acarretando a suspensão do feito.
Com a suspensão da execução, a pedido do credor, por inexistência ou insuficiência de bens do executado (art. 791, III, do CPC/73), chega-se ao tema objeto de discussão por longos períodos e que, antes da vigência do NCPC/15, havia muita divergência no judiciário e na doutrina, a prescrição intercorrente.
A prescrição intercorrente está inserida no lapso temporal que toma o processo executivo, em razão da inércia do exequente, tendo como consequência a extinção do feito.
Após todo o curso do processo de execução, caso o credor não localize bens passíveis de penhora, cabe a suspensão do feito, com fulcro no art. 791, III, do CPC, sendo que, em decorrência da suspensão, nasce a prescrição intercorrente, instituto criado pela doutrina e jurisprudência, sem previsão legal no CPC/73.
Podemos conceituar a prescrição intercorrente como a estagnação do exequente, o qual não buscou, por meio de atos concretos, a satisfação do seu direito na execução já instaurada.
Cássio Scarpinella (2014, p.86) define prescrição intercorrente como “[...] a falta de impulso processual pelo exequente que pode acarretar a perda da ‘pretensão’ à tutela jurisdicional executiva”.
Considerando o CPC/73, o STJ entendia que, suspenso o processo com base no art. 791, III (CPC/73), não corria o prazo prescricional, com termo inicial a se contar a partir da desídia do credor, quando intimado, não produzia atos concretos para satisfazer seu crédito e se consumando no mesmo prazo da pretensão inicial, conforme Súmula 150 do STF.
A PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE NO NOVO CPC
Toda a discussão acerca da aplicação da prescrição intercorrente acabou com a chegada do Novo Código de Processo Civil - Lei nº 13.105, de 16 de Março de 2015.
O NCPC/15 surge com uma característica clara, adequar ao máximo o instrumento processual civil com a constituição, a era do “constitucionalizar”, como menciona Wambier et al.. (2015, p.50):
O de ‘constitucionalizar’ o processo: o legislador deixa claro, a cada passo, que o NCPC/15 se insere num universo normativo mais amplo em que, no topo, está a Constituição Federal, à luz de que todos os dispositivos do Código devem ser compreendidos.
Ratificando o posicionamento supra, o NCPC/15, logo em seu art. 1º, traz como norma geral que:
Art. 1º O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da Republica Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código.
Tendo em vista os objetivos lançados ao NCPC/15, principalmente, a harmonização com a Constituição Federal (princípios) e a tentativa de solução dos problemas de momento, o novo código trouxe, expressamente, a possibilidade de aplicação da prescrição intercorrente em seu artigo 921, inciso III, do NCPC/15, que trata das causas de suspensão do processo de execução.
Art. 921. Suspende-se a execução:
I - nas hipóteses dos arts. 313 e 315, no que couber;
II - no todo ou em parte, quando recebidos com efeito suspensivo os embargos à execução;
III - quando o executado não possuir bens penhoráveis;
IV - se a alienação dos bens penhorados não se realizar por falta de licitantes e o exequente, em 15 (quinze) dias, não requerer a adjudicação nem indicar outros bens penhoráveis;
V - quando concedido o parcelamento de que trata o art. 916.
§ 1º Na hipótese do inciso III, o juiz suspenderá a execução pelo prazo de 1 (um) ano, durante o qual se suspenderá a prescrição.
§ 2º Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano sem que seja localizado o executado ou que sejam encontrados bens penhoráveis, o juiz ordenará o arquivamento dos autos.
§ 3º Os autos serão desarquivados para prosseguimento da execução se a qualquer tempo forem encontrados bens penhoráveis.
§ 4º Decorrido o prazo de que trata o § 1º sem manifestação do exequente, começa a correr o prazo de prescrição intercorrente.
§ 5º O juiz, depois de ouvidas as partes, no prazo de 15 (quinze) dias, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição de que trata o § 4º e extinguir o processo. (grifos nossos)
Inicialmente, o texto reafirma que a aplicação da prescrição intercorrente se dará do lapso e inércia temporal por parte do exequente.
Com isso, mantem-se a estrutura até aqui levantada. O exequente propõe execução de um título extrajudicial ou cumprimento de sentença, visando o recebimento de um crédito e, sendo infrutífera a busca por bens penhoráveis, tem como solução, a suspensão do feito.
A novidade trazida pelo novo código, sana a divergência a respeito do prazo em que o feito ficará suspenso, pelo menos, inicialmente. O código estabelece que, deferida a suspensão do feito por falta de bens, o processo será suspenso pelo prazo máximo de 1 (um) ano, sendo que nesse período se suspenderá o prazo da prescrição.
Cumpre salientar, que o método para a aplicação da prescrição é contrário ao entendimento que o Superior Tribunal de Justiça adotava com o CPC/73, como ressalta Teresa Wambier, et al. (2015, p.51):
Trata-se de tendência contrária àquela admitida pelo STJ que tem o entendimento segundo o qual, ‘estando suspensa a execução, em razão da ausência de bens penhoráveis, não corre o prazo prescricional, ainda que se trate de prescrição intercorrente’.
Transcorrido o prazo supracitado, não sendo localizados bens ou não havendo a localização do executado (nova possibilidade trazida pelo NCPC) o juiz irá arquivar os autos, sendo possível seu desarquivamento quando localizado bens penhoráveis.
O marco inicial para a contagem da prescrição intercorrente começará a correr findo o prazo de suspensão de 1 (um) ano, conforme o § 4º do art. Citado alhures.
Contudo, não ficou estabelecido no corpo do artigo o prazo em que se consuma a prescrição intercorrente. Por isso, continuará se aplicando a Súmula 150 do STF, onde a consumação se dará no mesmo prazo da ação, ou seja, no caso de uma execução de dívida líquida (art. 206, § 5º, I, CC) o prazo para exercer a pretensão executória é de 5 anos, sendo este, também, o prazo da prescrição intercorrente, contados a partir do fim da suspensão por 1 (um) ano concedida.
Outra inovação é o tratamento expresso do instituto como causa de extinção da execução, prevista no art. 924, V.
Art. 924. Extingue-se a execução quando:
[...]
V - ocorrer a prescrição intercorrente.
Portanto, consumada a prescrição intercorrente, a execução será extinta com resolução do mérito.
Insta salientar, com base no § 5º,do artt . Supra, o juiz poderá reconhecer, de ofício, a prescrição intercorrente, depois de ouvida as partes, seguido, também, pelo art. 10, do mesmo código.
Enfatiza-se que o modelo apresentado para a aplicação da prescrição intercorrente, é idêntico ao utilizado nas execuções fiscais regida pela Lei 6.830/80.
Nesse sentido Teresa Wambier, et al. (2015, p. 50), esclarecem que:
O NCPC aplicou por extensão o entendimento consolidado nas execuções fiscais, no sentido de que, na ausência de bens penhoráveis, suspende-se a execução fiscal por um período de um ano, findo o qual se arquivam os autos e passa a fluir normalmente o prazo prescricional (art. 40, Lei 830/70; Súmula 314 do STJ).
Outrossim, outra peculiaridade do NCPC/15 ocorre devido ao fato de que a prescrição intercorrente atingirá as execuções já em curso, tendo como termo inicial a data de vigência do Novo Código, conforme art. 1.056.
Art. 1.056. Considerar-se-á como termo inicial do prazo da prescrição prevista no art. 924,inciso V, inclusive para as execuções em curso, a data de vigência deste Código.
Cassio Scarpinella Bueno (2015, p. 566) comenta o artigo supra, ressaltando a introdução do artigo nas execuções já em curso:
Trata-se de regra salutar que merece ser prestigiada em nome da segurança jurídica e da pouca clareza de como o tema relativo à prescrição intercorrente merecia ser tratado no âmbito do CPC atual, à falta de disciplina clara como a dos parágrafos do art. 921.
Por fim, ressalta-se que, ainda que o NCPC traga as referidas regras apenas no Livro II, que versa sobre os processos de execução, o procedimento acima declinado é plenamente aplicável ao cumprimento de sentença, nos termos do art. 513 do NCPC/15, que estabelece: “cumprimento da sentença será feito segundo as regras deste Título, observando-se, no que couber e conforme a natureza da obrigação, o disposto no Livro II da Parte Especial deste Código”.
BIBLIOGRAFIA
BRASIL. Lei nº 5.869, DE 11 DE JANEIRO DE 1973. Institui o código de processo civil. Disponível em:. Acesso em: 10 fev. 2016.
______. Lei nº 13.105 DE16 DE MARÇO DE 2015. Institui o novo código de processo civil. Disponível em:. Acesso em: 20 fev. 2016.
______. Lei nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002. Institui o código civil. Disponível em:. Acesso em: 10 fev. 2016.
BUENO, Cassio Scarpinella. Novo Código de Processo Civil Anotado. São Paulo: Saraiva, 2015.
______. Cassio Scarpinella. Curso sistematizado de direito processual civil: Tutela Jurisdicional Executiva, vol.3, 7. Ed., rev. E atual. São Paulo: Saraiva, 2014.
WAMBIER, Teresa Arruda Alvim, et al, Primeiros comentários ao novo código de processo civil: artigo por artigo. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015.
Site CONJUR 
A prescrição intercorrente no novo CPC e na atual jurisprudência do STJ
Por José Rogério Cruz e Tucci
O novo Código de Processo Civil disciplina com muita precisão a denominada prescrição intercorrente, que constitui causa de suspensão e de extinção da execução.
Dentre as situações que ensejam a suspensão da execução, previstas no artigo 921, encontra-se aquela que é provocada pela inexistência de bens penhoráveis de propriedade do executado (inciso III). O juiz, nesse caso, determinará a suspensão do processo de execução pelo prazo de um ano, “durante o qual se suspenderá a prescrição” (artigo 921, parágrafo 1º, do CPC).
Dispõe o parágrafo 4º do mesmo artigo 921, que, transcorrido o lapso de suspensão, sem manifestação do exequente, inicia-se o prazo de prescrição intercorrente.
Atingido tal interregno temporal, o juiz deverá determinar a intimação das partes para que se manifestem no prazo de 15 dias (parágrafo 5º do artigo 921). Justifica-se esta providência no princípio do contraditório efetivo, caro ao novo Código de Processo Civil (artigo 10), evitando-se decisão escudada em fundamento-surpresa. O exequente, em particular, terá oportunidade de explicar o motivo de sua prolongada inércia.
Em seguida, considerando a manifestação das partes, sendo injustificável a paralisação do processo, o juiz, reconhecendo, de ofício, a prescrição intercorrente, proferirá sentença extintiva do processo executivo.
Coerente com esse regime, o subsequente artigo 924 prevê, entre as hipóteses de extinção da execução, a ocorrência de prescrição intercorrente (inciso V).
Cumpre anotar que, mesmo antes da entrada em vigor do novel diploma processual, revendo a orientação então predominante, a 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do Recurso Especial 1.522.092-MS, relatado pelo ministro Paulo de Tarso Sanseverino, passou a entender que a situação de abandono do processo não se confunde com a inatuação do exequente no âmbito do processo de execução, sendo, portanto, para o reconhecimento da prescrição intercorrente, desnecessária a intimação pessoal do devedor (v. u., DJe 13.10.2015).
Com efeito, deixou assentado o respectivo voto vencedor:
“A intimação para dar andamento ao feito, mencionada nos precedentes supracitados, diz respeito à extinção do processo por abandono da causa pelo prazo de 30 dias, conforme previsto no artigo 267, inciso III, do Código de Processo Civil[1973], hipótese que não depende da ocorrência de prescrição, como já alertava o Ministro Eduardo Ribeiro, nos primeiros julgados desta Corte sobre o tema. Como a extinção pelo artigo 267, inciso III, não depende da ocorrência de prescrição, infere-se que a jurisprudência atual ou rejeita a tese da prescrição intercorrente na execução, ou a subordina à caracterização processual do abandono da causa, criando assim uma hipótese sui generis de prescrição.
Uma consequência indesejável desse entendimento é a possibilidade de pretensões executórias subsistirem indefinidamente no tempo, não obstante a inércia da parte interessada. Essa consequência, a meu juízo, não pode ser admitida com tamanha amplitude, pois atenta contra o objetivo principal do sistema jurídico, que é a pacificação dos conflitos de interesse.  Como é cediço, o instituto da prescrição tem por fundamento a segurança jurídica proporcionada às relações jurídicas, fulminando a pretensão pelo transcurso do tempo associado à inércia do credor...
Esse objetivo de pacificação social não parece ser compatível com o prolongamento indefinido de pretensões executórias ao longo do tempo. Quanto a esse ponto, o caso dos autos é emblemático, pois a execução permaneceu suspensa por 13 anos (de 1999 a 2012), sem qualquer iniciativa da parte credora, quando então os devedores, pretendendo livrarem-se do débito, requereram a declaração da prescrição intercorrente, que teria sido consumada após 5 anos de suspensão do processo, por se tratar de dívida líquida (cf. artigo 206, parágrafo 5º, inciso I, do CC). Evidentemente, é mais salutar para o sistema jurídico manter a pacificação social, obtida pelo transcurso de 13 anos sem o exercício da pretensão, do que manter eficácia do crédito por tempo indefinido. Essa ponderação que conduz ao reconhecimento da prescrição intercorrente, embora seja vencida na jurisprudência desta Corte, ganhou fôlego com a recente promulgação do novo Código de Processo Civil. Pelo novo Código de Processo Civil, a suspensão da execução por ausência de bens penhoráveis implica também a suspensão da prescrição, mas somente pelo prazo de 1 ano, após o qual começa a fluir a prescrição intercorrente. A propósito, confira-se o disposto no artigo 921. Cabe esclarecer que a intimação mencionada no parágrafo 5º, desse dispositivo, diz respeito exclusivamente à observância do princípio do contraditório, nada tendo a ver com aquela intimação para dar andamento ao feito, mencionada nos precedentes desta Corte. Sobre esse novo dispositivo legal, merece referência a doutrina de Gilson Delgado Miranda, em obra coordenada por Teresa Arruda Alvim Wambier, dentre outros (Breves comentários ao novoCPC, Ed. RT, São Paulo, 2015, p. 2.065): ‘Por quanto tempo o processo de execução ficará suspenso? Há prazo? 10 anos? 20 anos? Pode o exequente requerer o desarquivamento de uma execução suspensa há 70 anos? O novo Código resolveu esse claro dilema. Realmente, na vigência do Código de 1973 houve muita divergência sobre o tema. Em precedente antigo do Superior Tribunal de Justiça, o Ministro Sálvio de Figueiredo, relator do Recurso Especial 280.873, 4ª Turma , j. 22-3-2001, verberou: ‘estando suspensa a execução, em razão da ausência de bens penhoráveis, não corre o prazo prescricional. Nunca concordamos com essa orientação, especialmente depois da edição da Súmula 314/STJ: Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se o processo por 1 ano, findo o qual se inicia o prazo de prescrição quinquenal intercorrente. Em outras palavras, no nosso sentir não há foro de prosperidade para se distinguir a orientação adotada em execução fiscal e aquela prevista para se aplicar à execução civil. Não comungamos da ideia de que uma execução suspensa há 70 anos possa ser desarquivada para expropriar os bens do executado. Em suma, em prol da segurança jurídica, à evidência,viável a defesa da prescrição intercorrente’. Essa inovação trazida pelo novo CPC, a meu juízo, confere contornos mais precisos a questão, pois, em nosso sistema jurídico, a prescrição é a regra, a imprescritibilidade é a exceção. Desse modo, os casos de imprescritibilidade devem-se limitar aos expressamente previstos no ordenamento jurídico, não sendo adequado criar outras hipóteses de imprescritibilidade pela via da interpretação, como ocorre ao se afastar a possibilidade de declaração da prescrição intercorrente na execução.
É por esta razão que se propõe, desde já, uma revisão da jurisprudência desta Corte Superior, para revigorar o entendimento consolidado na Súmula 150/STF, aplicando esse entendimento ainda na vigência do Código de Processo Civil de 1973. Nesse passo, observa-se que o Código em vigor não estabeleceu prazo específico para a suspensão da execução.
A propósito, confira-se a redação dos artigos 791 e 793 do Código de Processo Civil. Nos termos do artigo 202, parágrafo único, do Código Civil, a prescrição interrompida recomeça a correr do último ato do processo. Como o Código de Processo Civil em vigor não estabeleceu prazo para a suspensão, cabe suprir a lacuna por meio da analogia, utilizando-se do prazo de 1 ano previsto no artigo 265, parágrafo 5º, do Código de Processo Civil e artigo 40, parágrafo 2º, da Lei 6.830/80.
Caso o juízo tivesse fixado prazo para a suspensão, a prescrição seria contada do fim desse prazo, após o qual caberia à parte promover o andamento da execução. No caso concreto, consta no acórdão recorrido que o processo de execução foi suspenso, sine die, em 1999, a requerimento do credor, tendo ficado paralisado até 2012, quando os devedores peticionaram, requerendo a declaração da prescrição intercorrente. O prazo de prescrição começou a fluir em 2000, 1 ano após a suspensão, pelo prazo geral de 20 anos. Em 2003, com a entrada em vigor do novo Código Civil, recomeçou a contagem pelo prazo quinquenal, por se tratar de dívida líquida constante em instrumento particular, estando fulminada a pretensão em 2008 (cf. artigo 206, parágrafo 5º, inciso I, do CC). Correto, portanto, o entendimento do Tribunal de origem, que proclamou a prescrição intercorrente...”.
Diante dessa irrepreensível fundamentação, contendo inclusive precisa exegese do novo Código de Processo Civil, nada há a acrescentar no sentido de que o abandono do processo e a prescrição intercorrente são fenômenos que geram diferentes consequências no plano processual.
Configurado o abandono do processo, na fase de conhecimento, o juiz deverá determinar a intimação pessoal do autor, para, só então, se for o caso, proferir julgamento sem resolução do mérito (artigo 485, inciso III, do CPC). Na execução, pelo contrário, constatado o descaso prolongado do exequente, alcançado o lapso de prescrição intercorrente, torna-se despicienda qualquer providência ulterior para a imediata extinção do processo (artigo 924, inciso V, do CPC). Tal providência, contudo, esbarra na regra do artigo 10 do Código de Processo Civil, porque estaria vulnerado o contraditório.
Assim sendo, mais recentemente, já na vigência do estatuto processual, pelo menos dois acórdãos da 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, prolatados no último mês de setembro, procuram equacionar o problema, de sorte a prestigiar, de um lado, a celeridade, e, de outro, a garantia da bilateralidade da audiência.
Com efeito, no julgamento dos Embargos de Declaração no Agravo Regimental nos Embargos de Declaração no Recurso Especial n. 1.422.606-SP, da relatoria do ministro Marco Aurélio Bellizze, restou decidido, por unanimidade, que: “Incide a prescrição intercorrente, quando o exequente permanece inerte por prazo superior ao de prescrição do direito material vindicado, conforme interpretação extraída do artigo 202, parágrafo único, do Código Civil de 2002. O contraditório é princípio que deve ser respeitado em todas as manifestações do Poder Judiciário, o qual deve zelar pela sua observância, inclusive nas hipóteses de declaração de ofício da prescrição intercorrente, devendo o credor ser previamente intimado para opor algum fato impeditivo à incidência da prescrição. Conquanto seja imprescindível a intimação da parte, propiciando o exercício efetivo do contraditório quanto a eventuais causas obstativas da prescrição, o prazo prescricional não fica sujeito à previa intimação” (DJe 23.09.2016).
Nesse idêntico sentido, no julgamento do Recurso Especial n. 1.593.786-SC, relatado pelo ministro Paulo de Tarso Sanseverino, ao examinar hipótese na qual a execução permaneceu suspensa por sete anos sem que o exequente tenha adotado qualquer providência para a localização de bens penhoráveis,  asseverou a 3ª Turma de que há, em tese, possibilidade “de se declarar de ofício a prescrição intercorrente no caso concreto, pois a pretensão de direito material prescreve em 3 anos. Desnecessidade de prévia intimação do exequente para dar andamento ao feito. Necessidade apenas de intimação do exequente, concedendo-lhe oportunidade de demonstrar causas interruptivas ou suspensivas da prescrição” (v. u., DJe 30.09.2016).
A prescrição intercorrente flui normalmente, sendo certo que a intimação do exequente visa a tão-somente propiciar-lhe manifestação acerca de eventual justificativa plausível de sua própria inércia.
Verifica-se, pois, que esta orientação encontra-se em absoluta sintonia com a tendência que já despontava nos precedentes do Superior Tribunal de Justiça e, mais recentemente, com a melhor interpretação do disposto no artigo 921, parágrafos 4º e 5º, do Código de Processo Civil em vigor. 
Site Jus.com 
A prescrição intercorrente no processo de execução e a novidade apresentada pela Lei nº 13.105/2015
Marcelo Pimentel Bertasso|Luiz Roberto Prandi|Melissa Navachi Merlini
1 INTRODUÇÃO
O presente estudo abordará uma questão bastante controvertida no sistema jurídico brasileiro: a prescrição intercorrente no processo de execução.
Desta sorte, importa salientar que o tempo é um fato jurídico que se faz presente na vida social, bem assim nas relações jurídicas e implica em aquisição, modificação ou perda de direitos.
Sob diversos aspectos, o direito atenta ao requisito temporal. Com o decurso do tempo, há a aquisição de direitos (prescrição aquisitiva), como também a extinção da pretensão jurídica (prescrição extintiva).
Nesse contexto, a prescrição intercorrente é um típico exemplo de esvaziamento da pretensão pelo decurso do tempo.
A primeira questão a ser tratada no artigo discorre sobre a eternização das execuções de direito privado ante a inaplicabilidade da prescrição intercorrente quando suspensa a execução pelo art. 791, III, do atual Código de Processo Civil, vez que não há amparo legal acerca da limitação temporal da suspensão. Essa questão foi solucionada com o advento do novo código processual (Lei nº 13.105/2015).
Em seguida, será abordado o problema da movimentação processual sem efetividade, questão controvertida e ainda não sanada pelo novo Código de Processo Civil, restando ser discutido pelos atores do direito se há ou não a fluência do prazo prescricional nesse período.
Ademais, levando-se em consideração a ideia central do novo Código de Processo Civil de simplificar os processos a fim de torná-los mais céleres e efetivos, verifica-se que a aplicação da prescrição intercorrente no processo de execução é medida necessária para a consecução de resultados efetivos no processo, visando, com isso, acabar com as execuções imprescritíveis e sem qualquer efetividade que abarrotam o judiciário.
Dessa forma, este estudo discorrerá sobre a aplicação da prescrição intercorrente no processo de execução quando suspenso por ausência de bens passíveis de penhora.
O referido estudo embasa-se em uma análise descritiva com abordagem qualitativa, por meio da pesquisa bibliográfica em fontes primárias, doutrinas e jurisprudências.
Nesse sentido, evidencia-se que a prescrição intercorrente é medida que se impõe visando pôr fim às execuçõesde caráter perpétuo, vez que a suspensão indefinida do processo acarreta na perpetuidade das execuções e afronta preceitos fundamentais previstos na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE
A prescrição na modalidade intercorrente possui caráter endoprocessual, isto é, aquela que se opera durante o trâmite processual ante a inércia injustificada da parte autora por determinado período de tempo.
Para Carlos Roberto Gonçalves (2012, p. 473) "configura-se a prescrição intercorrente quando o autor de processo já iniciado permanece inerte, de forma continuada e ininterrupta, durante lapso temporal suficiente para a perda da pretensão".
Merecem destaque as palavras de José Manoel Arruda Alvim:
“A chamada prescrição intercorrente é aquela relacionada com o desaparecimento da proteção ativa, no curso do processo, ao possível direito material postulado, expressado na pretensão deduzida; quer dizer, é aquela que se verifica pela inércia continuada e ininterrupta no curso do processo por seguimento temporal superior àquele em que ocorre a prescrição em dada hipótese’. (ALVIM, 2006, p. 34).
Tem-se que o tempo e a inércia são requisitos essenciais à prescrição, inclusive à modalidade intercorrente. Logo, havendo injustificada paralisação do feito durante certo lapso de tempo, incidirá prescrição intercorrente, com a consequente perda da pretensão. A propósito, cito o brocardo latino "dormientibus non sucurrit ius", ou seja, o direito não socorre aos que dormem.
Para Gamaliel Seme Scaff (2009, p. 4), ilustre Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, a prescrição intercorrente objetiva impedir a existência de execuções eternas e imprescritíveis, afirmando que "este é o verdadeiro escopo da prescrição intercorrente: fazer cessar esse efeito odioso de uma sanção que nunca cessa. Uma sanção perpétua. Um processo que nunca acabe".
Medina e Caldas (2014, p. 239) mencionam que, tanto no Código Civil, quanto no Código de Processo Civil, "a prescrição intercorrente está ligada a uma atitude de inércia do credor, que pode, mas não toma as medidas adequadas para a defesa do seu interesse".
Para que se consume a prescrição intercorrente, deverá haver a paralisação injustificada da execução por determinado tempo. Esse tempo equivale ao prazo prescricional da pretensão embasada no título executivo. Nesse sentido, enunciado nº 150 da súmula da jurisprudência do STF: "Prescreve a execução no mesmo prazo de prescrição da ação".
À guisa de ilustração, se a execução é lastreada por uma duplicata, cujo prazo prescricional é de três anos, paralisada esta execução injustificadamente por período igual ou superior a três anos, consumar-se-á a prescrição intercorrente.
Essa modalidade de prescrição foi implicitamente amparada no parágrafo único do artigo 202 do Código Civil, que assim dispõe: "A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper".
Por se tratar a prescrição de assunto de direito material, o atual Código processual não a disciplina. Contudo, o novo Código de Processo Civil, visando tornar os processos mais simples, céleres e efetivos, introduziu a matéria nos artigos 921, parágrafos 4º e 5º e 924, inciso V.
Urge destacar que a expressão intercorrente foi inaugurada com a introdução do § 4º do artigo 40 da Lei de Execução Fiscal (Lei nº 6.830/90).
Dessa feita, a prescrição intercorrente objetiva manter preservada a finalidade do instituto em questão, qual seja, coibir a perpetuação dos litígios, garantindo, consequentemente, estabilidade às relações jurídicas.
4 PROCESSO DE EXECUÇÃO
4.1 CONCEITO
Considerando a abordagem do tema do presente artigo, faz-se necessária uma breve explanação sobre o processo de execução.
Sabe-se que o processo é uma sucessão de atos que visam um final conclusivo e efetivo. Seguindo o mesmo raciocínio, o processo de execução se constitui de uma sequência encadeada de atos tendentes à satisfação de uma obrigação. Os atos processuais realizados no processo de execução atingem diretamente o patrimônio do devedor.
Dinamarco conceitua a execução como:
“Cadeia de atos de atuação da vontade sancionatória, ou seja, conjunto de atos estatais através de que, com ou sem o concurso da vontade do devedor (e até contra ela), invade-se seu patrimônio para, à custa dele, realizar-se o resultado prático desejado concretamente pelo direito objetivo material”. (DINAMARCO, 1998, p. 115).
Outrossim, as execuções serão classificadas de acordo com a origem do título executivo. Dessa forma, classificam-se em execuções de títulos judiciais ou de títulos extrajudiciais.
A execução de título judicial decorre de um processo de conhecimento e, portanto, constitui-se fase processual. Já a execução de título extrajudicial, pressupõe um processo autônomo fundado em um título com eficácia executiva conferida por lei.
Nas palavras de Marcus Vinicius Rios Gonçalves:
“A execução por título judicial (cumprimento de sentença) constitui apenas uma fase de um processo maior, e é sempre precedida de atividade cognitiva; a por título extrajudicial implica sempre a formação de um processo autônomo, e pressupõe um documento a que a lei tenha atribuído eficácia executiva”. (GONÇALVES, 2012, p. 32).
Merecem destaque as palavras de Humberto Theodoro Junior:
“A atividade jurissatisfativa pode acontecer como incidente complementar do processo de acertamento, dentro, portanto, da mesma relação processual em que se alcançou a sentença condenatória, ou como objeto principal do processo de execução, reservado este para os títulos extrajudiciais, que, para chegar ao provimento de satisfação do direito do credor titular da ação executiva, prescinde do prévio acertamento em sentença”. (THEODORO JUNIOR, 2014, p. 203).
Por fim, Araken de Assis (2007, p. 140) ao lecionar sobre o assunto, dispõe que são dois os requisitos necessários para realizar qualquer execução, sendo eles o inadimplemento e o título. Afirma, ainda, que esses requisitos correspondem aos pressupostos prático e legal da função executiva.
Liebman, citado por Araken de Assis ensina que:
“O título funciona como "condição necessária e suficiente da execução", observado o tradicional princípio nulla executio sine titulo. O inadimplemento corresponde à "situação de fato" que pode dar lugar à execução. Esses requisitos de fato e de direito são erigidos porque a execução implica consequências muito graves ao patrimônio do executado, motivo por que ela se subordina a "rigorosas condições de admissibilidade". (ASSIS, 2007, p. 140).
Assim, pode-se dizer que o inadimplemento e o título constituem condições da ação executiva.
4.2 DA SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO PELO ART. 791, INCISO III, DO ATUAL CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL E A PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE
É comum no curso normal da execução que ocorram eventos que possam obstar o prosseguimento adequado dos atos processuais.
A exemplo disso tem-se a suspensão da execução quando não localizados bens do devedor.
Candido Rangel Dinamarco define a suspensão como:
“Situação jurídica provisória e temporária, durante a qual o processo (embora pendente, sem deixar de existir) detém o seu curso e entra em vida latente. O procedimento deixa de seguir avante e, em princípio, nenhum ato processual pode ser realizado durante esse período. Estar suspenso o processo significa que serão ineficazes os atos que nesse período eventualmente se realizem”. (DINAMARCO, 1998, p. 141).
O atual Código de Processo Civil dispõe nos artigos 791 a 793 o tratamento da suspensão do feito executivo. O artigo 791 apresenta as hipóteses de suspensão da execução, sendo o inciso III o objeto de estudo do presente artigo, merecendo, portanto, destaque especial. In verbis:
“Art. 791. Suspende-se a execução:
I - no todo ou em parte, quando recebidos com efeito suspensivo os embargos à execução (art. 739-A);
II - nas hipóteses previstas no art. 265, I a III;
III - quando o devedor não possuir bens penhoráveis. (Grifo nosso)”.
Trata-sede suspensão do processo em razão da não localização de bens do devedor passíveis de penhora. Ora, a finalidade da execução é a satisfação de uma obrigação e, para tanto, haverá uma invasão legal ao patrimônio do devedor. Se os bens não forem localizados, não há como dar prosseguimento ao feito. Em razão disso, os autos serão suspensos e remetidos ao arquivo provisório até eventual localização de bens do devedor.
Humberto Theodoro Junior (2014, p. 669) destaca que "o objeto da execução forçada são os bens do devedor, dos quais se procura extrair os meios de resgatar a dívida exequenda. A falta de bens penhoráveis do devedor importa suspensão sine die da execução." E continua:
“A falta de bens a penhorar – destaque-se – não acarreta a definitiva frustração da execução por quantia certa. Inviabiliza, no entanto, o prosseguimento momentâneo dessa modalidade executiva, cujo objetivo consiste em apreender e expropriar bens patrimoniais do devedor para realizar a satisfação do crédito do exequente. Sem que se conte com bens expropriáveis, não há, obviamente, como dar sequência ao curso do processo”. (THEODORO JUNIOR, 2014, p. 669).
É aí que se instala o problema. O atual Código de Processo Civil não prevê um prazo legal para o término da suspensão, tal como ocorre na Lei de Execução Fiscal (Lei nº 6.830/80 - LEF). É justamente por isso, que é chamada de suspensão sine die, pois não há um termo, não há um limite temporal para essa suspensão.
Em não havendo cessação dessa suspensão, não há falar em prescrição intercorrente, pois, segundo o art. 793, é defeso a prática de qualquer ato processual enquanto perdurar a suspensão. Por conseguinte, não haverá configuração de inércia a ser imputada à parte.
Nesse sentido, Gamaliel Scaff menciona que:
“Em não existindo uma norma processual específica para o livro das execuções que ponha um termo à condição suspensiva prevista no art. 791, a única modalidade de prescrição que se vislumbra para a hipótese, é a clássica, a saber, a de inércia do titular do direito, a qual não se configura quando a condição suspensiva se verifica, na forma da lei, pela ausência de bens penhoráveis por ser fato não atribuível ao credor”. (SCAFF, 2009, p. 4).
Ainda nessa esteira, temos a concepção de Marcus Vinicius Rios Gonçalves:
“Como a execução por quantia faz-se com a expropriação, se os bens não forem encontrados não há como prosseguir. Os autos serão remetidos ao arquivo, sem que haja extinção, até que sejam localizados os bens. Com a remessa dos autos ao arquivo devido à não localização de bens, não corre prescrição intercorrente, que pressupõe inércia do credor”. (GONÇALVES, 2014, p. 230).
Em contrapartida, o instituto da prescrição intercorrente vem sendo admitido nos executivos fiscais (art. 40, § 4º, da LEF) desde 2004, tendo em vista a existência de norma específica limitadora da condição suspensiva (art. 40, § 2º, da LEF), in verbis:
“Art. 40 - O Juiz suspenderá o curso da execução, enquanto não for localizado o devedor ou encontrados bens sobre os quais possa recair a penhora, e, nesses casos, não correrá o prazo de prescrição.
(...)
§ 2º - Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano, sem que seja localizado o devedor ou encontrados bens penhoráveis, o Juiz ordenará o arquivamento dos autos.
§ 4º - Se da decisão que ordenar o arquivamento tiver decorrido o prazo prescricional, o juiz, depois de ouvida a Fazenda Pública, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição intercorrente e decretá-la de imediato”. (Grifo nosso).

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