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Resumo de Filosofia, Ética e Cidadania

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Filosofia, ética e cidadania
Filosofia: não é uma ciências, mas uma área do conhecimento, um modo de pensar racional/crítico que indaga, ou seja, busca atribuir significados a todos os acontecimentos da vida. Modo de pensar que acompanha o ser humano na tarefa de compreender o mundo e agir sobre ele.
Philos (amigo da) + Sophia (sabedoria).
A filosofia não pode ser confundida: como um saber pronto e acabado, bom senso/ senso comum, crenças, mitos, religião, sabedoria de vida.
Atitude crítica: a filosofia é um saber mais rigoroso e está vinculada a um modo de pensar racional (algo que pode ser argumentado/debatido/analisado em seus fundamentos/pressupostos).
A filosofia começa pela admiração ou espanto: olhar algo pela primeira vez - olhar o mundo com um olhar indagador. 
Finalidade: construção do autoconhecimento e do conhecimento crítico - senso crítico.
Contribuição: questionar e refletir de maneira mais organizada sobre os desafios da vida cotidiana. 
O método é um modo de proceder especial para suas indagações que a difere de outras áreas do conhecimento.
Características:
1- Saber radical: investiga as raízes, os princípios que orientam nossa existência.
2- Saber rigoroso/sistemático: o filosofo deve dispor de um método (caminho a seguir) a fim de proceder com o rigor de sua análise. Os conceitos devem ser claramente definidos (coerência).
3- Saber interdisciplinar: a filosofia é a mãe das ciências, pois a partir dela diferentes conhecimentos científicos se construíram. 
O nascimento da filosofia: região geográfica da Hélade. Como viviam do comércio e das navegações, descobriram e encontraram novas maneiras de ser e agir. É por isso que alguns autores observam que a Filosofia é o resultado da compreensão que os gregos desenvolveram a partir do advento da pólis (cidade-estado), ou seja, a partir do surgimento da vida urbana e no contato com conhecimentos produzidos por outras culturas.
O que se pode perceber é a existência de um processo de racionalização do conhecimento e das práticas humanas. Com o surgimento da vida urbana, o ser humano precisou organizar a vida na cidade. As decisões passaram a requerer uma outra maneira de agir, baseada no cálculo, na ideia de ordem etc. Surgimento da cidadania, onde a forma de vida social se desenvolveu na cultura grega com debate público por parte de cidadãos definidos como iguais e membros de uma cidade concebida como bem comum. A Filosofia surgiu como uma forma de organização da vida, um conhecimento prático que se transformou em conhecimento racional, abstrato e universal, uma ferramenta importante para um novo papel – o cidadão que precisa pensar sua posição na cidade.
Sai da narrativa mítica para o narrativa racional.
Nascimento da filosofia: viagens marítimas, invenção do calendário, invenção da moeda, advento da vida urbana, invenção da política.
	Mito
	Filosofia
	Conteúdo não se questiona
	Problematiza o conteúdo (indaga)
	Intelegibilidade é dada
	Intelegibilidade é procurada
	Sobrenatural
	Definição rigorosa dos conceitos
	Crença, senso comum, ideologia
	Vida social, relações de poder, na forma de legitimar as relações
Primeiros filósofos gregos: Tales de Mileto (iniciador do pensamento filosófico que surgiu da insatisfação com a explicação sobre o mundo ofertada pelo mito. Foram considerados naturalistas, pois queriam explicar o mundo natural baseado nas causas naturais) até Justiniano (decreta o fechamento de todas as escolas filosóficas). 
Reflexão filosófica: 
A barba não faz o filósofo, mas a qualidade de sua reflexão. Refletir é organizar o pensamento para o conhecimento, possibilitando: exercício da hermenêutica (≠ interpretação de cada um), redefinição de ideias, é uma atitude que nos liga ao outro porque somos seres comunicativos (usamos a linguagem). 
Para refletir devemos: compreender a inteligência do texto/pensamento e entender a lógica interna do texto, os argumentos, indagar sobre a intenção do autor.
Por quê? o conhecimento, pensamento crítico e a cidadania são importantes para a sociedade contemporânea. 
Alegoria da Caverna - Platão (Fundador da primeira Academia na Grécia Antiga): quem tem acesso ao conhecimento, possui uma liberdade maior (pensar livre). Esse mito ajuda a entender a relação entre filosofia, diálogo e autonomia do pensar. O carvenícola liberto representa aquele que busca o conhecimento verdadeiro através da saída da caverna, ou seja, é o movimento que nos retira da ignorância e nos conduz a luz da sabedoria. Mesmo a pessoa livre, ela ainda vai ser manipulada pelas falsas ideias, pois é muito difícil se livrar. O "mito da caverna" pode ser entendido como uma alegoria que trata das duas formas fundamentais de conhecimento presentes na teoria das ideias de Platão.
O anel de giges (anel que te deixa invisível): ninguém é honesto naturalmente. Existe um esforço para que as pessoas façam o que é certo.
O que é ética? 
Ética (universal, não muda com o tempo/lugar, teoria, investigação, explicação, ética é uma parte da filosofia que trata das questões e dos preceitos que se relacionam aos valores morais e à conduta humana) x Moral (histórica, ligada a um grupo/sociedade, questões de ordem prática - o que é certo ou errado - existe uma diversidade de morais o tempo e espaço - maneira de se comportar regulada pelo uso/costumes do grupo)
ÉTICA é uma área de concentração de origem filosófica que tem por fim estudar, refletir o sentido do agir humano, ela enquanto matéria filosófica busca compreender em que medida um ato é justo ou não, uma intenção é virtuosa ou não, ou mesmo em que consiste a virtude.
Função da ética: esclarecer, explicar, investigar os fundamentos de determinado fato social com implicações morais porque interferem na vida alheia - reflexão do porque o grupo compartilha aquela conduta. 
Três dimensões da ética: 
1- sentido básico: etimológico - costume, hábito
2- prescritivo: conjunto de preceitos que estabelecem ou justificam valores e deveres
3- reflexivo ou filosófico: envolve as teorias ou concepções éticas.
A ética estuda os fatos morais(agente faz escolhas que impactam na vida dos outros de maneira positiva ou negativa - os fatos morais podem ser: morais, imorais, amorais (neutros)). 
A questão do relativismo: a corrente do relativismo argumenta que não existem verdades absolutas ou universais. Algo poderá ser verdadeiro para uns e não para outros. E mais. Podem ser aceitos em determinado momento e não em outros. Por quê? Porque podemos mudar de ideia ou opinião sobre determinada questão moral. O conhecimento é perspectivo e não absoluto. 
A dupla moral brasileira: a maior parte dos brasileiros sofre de ambivalência, ora agindo de forma íntegra e se indignando com as condutas espertas que identificam nos outros, ora resvalando para atitudes oportunistas e se justificando com a bandalheira geral que afirmam estar campeando no país.
A ética finalista/ ética das virtudes (Aristóteles): colocou a felicidade (o maior bem, a finalidade da vida humana, vida/sociedade equilibrada) como bem último do ser humano - virtudes morais e intelectuais devem prevalecer. 
Felicidade: exercício intelectual, prática das virtudes, ter amigos, boa saúde, suficiência de bens, viver numa sociedade justa e praticar a meditação filosófica). 
O homem é bio politikós, por natureza, sendo a comunidade o seu lugar natural - o homem é um animal político.
A sociedade é o lugar natural do ser humano e da ética 
Destacou o valor do hábito na educação ética (ninguém nasce pronto): Ética - ethos – hábito que se constrói a prática virtuosa.
Ser justo significa praticar reiteradamente atos voluntários de justiça. 
Para Aristóteles a ética e a política são consideradas ciências práticas.
As obras Ética a Nicômaco (EN) e Política (Pol.) podem ser analisadas a partir de quatro aspectos importantes que sinalizam como pano de fundo o mundo antigo:
1- A ética e a sociedade é algo natural. O homem é um animal político e racional por natureza.
2- As nossas escolhas visamalcançar um fim/bem.
3- A ética é racional. Tudo deve estar subordinado à razão.
4- A ética vem da natureza. A natureza nos dá a virtude moral que se aperfeiçoa com o hábito.
A ética de Aristóteles observa o tipo de pessoas que devemos ser e orienta sobre o cultivo de um bom caráter. O
 melhor modo de se viver é praticar a virtude, viver na excelência moral. Para se alcançar a condição de pessoa virtuosa devemos cultivar bons hábitos.
O hábito é importante, mas precisa ser acompanhado do conhecimento e não se trata de um conhecimento qualquer, mas um tipo que o filósofo denominou de sabedoria prática (Um conhecimento que permite discernir, julgar e que o filósofo definiu como “um estado racional e verdadeiro de capacidade de agir em relação ao bem humano).
A virtude é uma postura diante da vida. Trata-se de uma pessoa que realiza atos moderados pela razão, atos que devem revelar sabedoria e prudência. Vemos assim a relação entre o hábito e o conhecimento para o bem.
“A via prudencial nada mais é do que a busca do equilíbrio da vida pessoal e social. Porém, o meio termo não é igual para todos, mas será proporcional a cada pessoa e em cada circunstância” - bom senso.
A política, assim como a ética, configura atividade essencial para o equilíbrio da cidade, da pólis. 
Não será possível uma sociedade justa, sem passar pela excelência moral que interliga hábito e conhecimento.
Pessoas virtuosas Cidadãos Justos = Sociedade justa
Uma pessoa prudente sabe escolher entre um comportamento que poderia ser definido como excessivo ou aquele que poderia ser visto como muito aquém das expectativas, por isso que o hábito precisa do conhecimento. 
E é capaz de definir os meios adequados para uma boa conduta (EN, II, 2-4). Uma conduta que tem como ponto de partida a ideia de fazer o bem.
Como a finalidade da vida em sociedade é política, o ser humano deverá agir com sabedoria, de maneira prudente e buscar a justiça, cujo objetivo é o bem comum a todos os cidadãos. 
Ser justo significa cumprir a lei, mas também agir com moderação e garantir a igualdade e 
a liberdade a todos os cidadãos
A ética da convicção/ do dever/ deontológica/ Revolução Copernicana (Kant): mais importantes do período moderno. Deslocamento para a esfera da subjetividade, no caminho da autonomia da vontade livre que possui uma razão prática autolegisladora (cria regras pra si mesmo - regras morais e jurídicas). Esse autor investigou a ética, na busca de seu fundamento universal - Desvincula-la de justificativas pessoais não compartilháveis/pessoais (visão religiosa, inclinações particulares, busca da felicidade). Porque compreendeu que a legitimação de uma conduta, que implica a vida de outras pessoas, não poderia estar baseada em visões pessoais, mas em algum fundamento que pudesse ser compartilhado por todos independente de suas visões de mundo particulares. a teoria kantiana recomenda que as ações devam ser praticadas por puro dever. O conceito de dever em Kant está relacionado a conduta.
O princípio de liberdade presente na teoria Kantiana é inspirada no iluminismo. 
Razão prática cuja vontade é livre e autolegisladora: “pela razão prática, a vontade livre é autolegislativa, confere a si mesma a norma do agir moral. O ser humano possui a liberdade como bem maior, a liberdade que denominou de transcendental, a liberdade do sujeito que pensa e é o autor de tudo o que existe no mundo. O ser humano como sujeito transcendental é o criador das regras morais e jurídicas que estão presentes em sua própria vida cotidiana. 
Kant considerou como ponto de partida para sua teoria moral a ideia de que somos seres racionais, dignos, livres e vivenciando o perene conflito entre o dever e as inclinações. A moral, segundo o filósofo, se justifica no respeito à dignidade da pessoa como fim em si mesma. Logo, não devem ser considerados elementos estranhos à dignidade tais como: posição social e econômica, beleza física, dentre outros.
A teoria de Kant trabalha dois conceitos:
1- boa vontade: faz o bem por puro dever, sem restrição e de maneira incondicional.
2- imperativo categórico: é uma fórmula sem conteúdo específico a ser aplicada sempre que necessitamos verificar a moralidade das nossas ações -são leis morais universalmente válidas porque decorrem de máximas que se aplicam a todos os seres humanos. “Age de tal maneira que uses a humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de qualquer outro, sempre e simultaneamente como fim e nunca simplesmente como meio”. Significa que devo verificar se minha intenção poderia passar no teste da universalidade. O critério de universalidade elimina o risco de instrumentalizar o outro, porque exige o reconhecimento da humanidade em nossa própria pessoa e na pessoa de qualquer outro. O ser humano é um ser que possui dignidade em si mesmo e não poderá ser usado como objeto para realização dos interesses de outrem. 
A ética utilitarista (Jeremy Bentham e John Stuart Mil) e as éticas contemporâneas
O utilitarismo vinculou-se aos ideais do iluminismo, constituindo-se como a doutrina moral que mais se adequou à lógica do "homem econômico" moderno e, consequentemente, à lógica das formações sociais capitalistas. A história do utilitarismo como teoria moral está mesclada à história da filosofia moral inglesa, bem como à corrente do empirismo (doutrina para a qual o conhecimento só pode ser alcançado mediante a experiência sensorial, opondo-se, assim, a todo racionalismo e a toda transcendência metafísica) – doutrina das circunstâncias. O utilitarismo analisa as consequências de uma ação para julgar, se determinada conduta é boa ou não para alcançar a felicidade das pessoas envolvidas. Apesar de ser uma das teorias mais debatidas no século XX, o utilitarismo não conseguiu afastar as críticas mais duras ao princípio da utilidade baseado no cálculo da felicidade. O principal objetivo é avaliar as consequências das ações humanas.
Nesta apreciação, há a prioridade de uma concepção: aquela que sustenta a necessidade de maximização da vantagem pessoal.
Criar um critério universal para que o indivíduo pudesse responder à pergunta sobre como agir.
O utilitarismo é uma teoria moral que avalia as ações morais sob três aspectos: 
1- determinado critério sobre o bem e o mal; 
2- um imperativo moral para maximizar o bem escolhido;
 3- o consequencialismo, a regra de avaliação das consequências
Segundo Robinson & Garratt (2013) as consequências são mais importantes que os motivos, invertendo-se a lógica kantiana (observa a intenção). Os motivos não são importantes, apenas as consequências contam. Por quê? Porque não temos acesso aos motivos de cada um, mas aos seu atos - os fins justificam os meios.
Qual bem norteia as nossas condutas sob a ótica da conduta utilitarista (princípio universal)? Cada indivíduo terá sua concepção de bem e o que norteia é a utilidade do bem (se não é descartado). 
Como todo ser humano deseja ser feliz, basta usarmos o “cálculo de felicidade” que segundo o autor verifica o grau de intensidade, durabilidade, probabilidade da felicidade que determinada ação causará. É preciso buscar, também, o “bem geral”, ou seja, o maior bem para o maior número de pessoas - permite o sacrifício de uns para o benefício de outros 
A pessoa pode fazer o que quiser, desde que não interfira na felicidade do outro - liberdade individual irrestrita? 
Princípio distributivo: a maior felicidade para o maior número de pessoas.
éticas contemporâneas -1960: bioética (relaciona ser vivo e tecnologia), ética profissional, ética ambiental/ecoética.
A cidadania e suas várias faces
Os elementos que caracterizam a cidadania (busca da liberdade) surgiram gradativamente em momentos históricos diferentes do cenário inglês, em meio ao sistema capitalista, fruto de reivindicações da sociedade civil, caracterizadas por avanços e retrocessos.
1º momento - Direitos civis: igualdade perante a lei, autonomia individual/ direitos individuais - liberdade de escolha.
2º momento - Direitos políticos: direito doindivíduo de votar e ser votado,bem como o direito de prestar serviço militar, fazer concurso público, etc.
3º momento - Direitos sociais: econômicos (vida com segurança para usufruto dos bens conquistados pelo trabalho) e culturais (vivenciar as riquezas culturais e artísticas de uma sociedade).
Cidadania = direitos civis + direitos políticos + direitos econômicos + direitos culturais = agente reivindicante (um agente reivindicante de direitos e reconhecedor de deveres) proteção da LIBERDADE
É a condição de alguém, membro de um Estado, e que se acha no exercício de direitos que lhe permitem participar da vida política (da vida da cidade).
Por que o Brasil não participou dessa trajetória? A construção da cidadania não foi conquistada pelos brasileiros, não foi uma construção do povo, mas o resultado de uma articulação política daqueles que estavam no exercício do poder, sem a participação popular, sem o amadurecimento das diferentes camadas da sociedade.
Ser um cidadão significa possuir e exercer um conjunto de direitos importantes para desenvolvimento pessoal e que viabilizam a participação política nas escolhas coletivas.
Ser cidadão implica:
1- Respeitar as leis, as regras sociais e os princípios éticos;
2- Participar das decisões políticas mais importantes da cidade;
3- Respeitar a liberdade e a diversidade social – o diferente.
Cidadão: É aquele que não espera que o outro lhe dê as condições necessárias para participar, pois essas condições brotam de si mesmo.
A ética está vinculada à cidadania, porque o exercício da cidadania, como condição humana social, requer o reconhecimento do outro e de sua dignidade
Direitos humanos e a dignidade do ser humano
Direitos humanos: inerentes ao ser humano. construção filosófica que afirma que tais direitos se situam em uma posição de superioridade em relação a qualquer lei, direitos anteriores a qualquer organização política. Pertinentes a dignidade da pessoa humana. Não podem ser relacionados a direitos positivados (lei).
Direitos naturais: direitos inatos, intrínsecos à própria natureza humana o que lhes garantiria uma certa superioridade sobre qualquer outro direito estabelecido. A origem do que hoje denominamos por “direitos humanos” encontra bases nas concepções filosóficas dos chamados direitos naturais.
Direitos fundamentais: surgem quando esses direitos de cunho filosófico, ou seja, os direitos naturais são positivados, ou seja, são inseridos no sistema jurídico. CF/88 art5º.
Não é correto afirmar que direitos fundamentais seriam direitos humanos aperfeiçoados, porque existem direitos humanos reconhecidos por organismos internacionais, mas não reconhecidos pelos sistemas jurídicos de alguns Estados. 
Contratualismo: os direitos naturais seriam aqueles que têm sua validade configurada antes mesmo da formação de qualquer poder político. - Hobbes, Locke e Houssou. Locke: direito à vida, direito à liberdade e direito à propriedade.
Os governos não podem pela via das normas jurídicas se oporem a essas normas de direitos naturais que, afinal, encontram sua base naquilo que o homem tem de mais valoroso, ou seja, sua razão.
Filosofia kantiana traz o conceito de dignidade humana. Dignidade é aquilo que tem preço e não pode ser substituível.
Se entende por respeito ao ser humano demanda a satisfação das condições mínimas de uma existência digna, buscando-se a promoção de valores compartilhados.
O reconhecimento da historicidade de um ser humano capaz de produzir autonomamente seus próprios comandos e normas é que produz a possibilidade de que os direitos humanos sejam, também eles percebidos não como regramentos estáticos no tempo e no espaço, mas sim direitos que mantém uma relação necessária e dinâmica com seu próprio tempo.
Os direitos humanos como fenômeno histórico-cultural
A concepção de inalterabilidade dos direitos humanos no tempo e no espaço é teórico-filosófica. Os direitos humanos representam princípios historicamente produzidos (são construídos). Os direitos humanos são um referencial simbólico de grande força para que humanistas continuem suas lutas e assegurem que mais pessoas usufruam desses direitos, além de possibilitar a criação de novos direitos.
Norberto Bobbio (2004) afirma que tais direitos, nascidos das lutas em defesa de novas liberdades contra velhos poderes, surgiram de forma gradual, não todos de uma vez e nem de uma vez por todas.
m o advento da Modernidade que as teorias do direito natural, pouco a pouco, vão deixando de se submeter a uma ordem divina e se submetendo a uma ordem racional. Aliás, é esta visão que acabou inspirando o atual sistema internacional de proteção dos direitos do homem. Assim, diversos documentos vão surgindo no mundo, dos quais podemos citar:Magna carta inglesa, Petição dos direitos, Ato Habeas Corpus, Declaração americana da independência, Declaração de Virgínia, Declaração dos direitos do homem e do cidadão. Esses documentos formaram o que se considera a primeira leva de direitos recentemente denominados de “primeira geração de direitos humanos”. A primeira geração objetiva afirmar direitos políticos e civis individuais – liberdades públicas – contra abusos do Estado, a segunda geração, inspirada no valor da igualdade – contraposta ao que se consideravam liberdades meramente formais dos direitos civis e políticos –, buscava a conquista de direitos substanciais capazes de garantir o exercício efetivo das liberdades públicas pelas classes sociais menos favorecidas. Segunda geração: Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), Carta das Nações Unidas.

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