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PROJETO INTEGRADO (1)

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA DE SÃO PAULO 
UV2 – VILA MARIANA 
 
 
 
 
 
 
 
PROJETO INTEGRADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2017 
 
1 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA DE SÃO PAULO 
UV2 VILA MARIANA 
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
 
 
PROJETO INTEGRADO 
 
 
 
 
 
 
ROBISON BESERRA DA SILVA RA 1299119942 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo – SP 
2017 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................05 
2. JUSTIFICATIVA ....................................................................................................06 
3. OBJETIVOS...........................................................................................................06 
4. TOPOGRAFIA........................................................................................................07 
5. MATERIAIS E METODOS......................................................................................08 
6. IDENTIFICAÇÃO DOS PONTOS............................................................................10 
7. CALCULOS PARA DETERMINAÇÃO DA ALTURA DO APARELHO.....................11 
8. REPRESENTAÇÃO GRAFICA DA CURVAS DE NIVEL........................................12 
9. NIVELAMENTO GEOMETRICO ............................................................................14 
10. ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PARA ENGENHEIROS.................................19 
11. ORGANOGRAMA NAS OBRAS ..........................................................................19 
12. CRONOGRAM DE ATIVIDADE ...........................................................................20 
13. CRONOGRAMA FISICO E FINANCEIRO............................................................20 
14. ORÇAMENTO DA OBRA......................................................................................22 
15. GRAFICO DE DESENPENHO DA OBRA............................................................23 
16. ELABORAÇÃO DAS COMPOSIÇÕES DE CUSTOS...........................................25 
17. HOMEM, CULTURA E SOCIEDADE....................................................................27 
18. PROBLEMAS AMBIENTAIS.................................................................................28 
19. NEGOCIAÇÃO DE CONFLITOS COMO BUSCA DA SUSTENTABILIDADE.......30 
20. EVOLUÇÕ DOS CONFLITOS EM SÃO SEBASTIÃO..........................................32 
21. FUNDAMENTOS DA MECANICA DOS SOLOS..................................................42 
22. INVETIGAÇÕES GEOTECNICAS........................................................................42 
23. CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS...........................................................................45 
24. GLANULOMETRIA...............................................................................................46 
25. SEDIMENTAÇÃO.................................................................................................50 
26. INDICE DE PLASTICIDADE.................................................................................51 
27. LIMITE DE LIQUIDEZ...........................................................................................51 
28. DIRETRIZES PARA INVESTIGAÇÕES GEOTECNICAS.....................................52 
29. LIMITE DE PLASTICIDADE..................................................................................53 
30. LIMITE DE CONTRAÇÃO.....................................................................................53 
31. INDICE DE PLASTICIDADE.................................................................................53 
32. INDICE DE CONSISTENCIA................................................................................54 
 
3 
 
33. INDICE DE LIQUIDEZ..........................................................................................54 
34. ANALISE DE DADOS DISPONIVEIS...................................................................54 
35. PERMEABILIDADE..............................................................................................55 
36. PERMEABILIDADE ABSOLUTA..........................................................................55 
37. SONDAGEM DE SOLO: ENSAIOS A PERCUSSÃO (SPT) .................................55 
38. RECONHECIMENTO DE CAMPO........................................................................61 
39. SONDAGENS GRAFICAS....................................................................................61 
40. SONDAGENS A TRADO E POÇOS DE INSPEÇÃO............................................61 
41. ANALISES QUIMICAS..........................................................................................62 
42. SONDAGEN A PERCUSSÃO...............................................................................62 
43. ENSAIOS GEOTECNICOS..................................................................................64 
44. MONITORAÇÃO...................................................................................................64 
45. ESTRUTURA DE CONCRETO.............................................................................66 
46. MEMORIAL DESCRITIVO, ESTRUTURAS DE CONCRETO...............................66 
47. ESTRUTURA DE CONCRETO.............................................................................68 
48. ESTRUTURA METALICA.....................................................................................69 
49. PAREDES E ALVENARIA....................................................................................69 
50. ESQUADRIAS......................................................................................................70 
51.VIDROS.................................................................................................................70 
52. COBERTURA.......................................................................................................71 
53. TRATAMENTO E IMPERMEABILIÇÕES.............................................................71 
54. REVESTIMENTO INTERNO................................................................................71 
55. REVESTIMENTO EXTERNO...............................................................................72 
56. SOLEIRAS E PEITORIS.......................................................................................72 
57. PINTURAS............................................................................................................73 
58. PAVIMENTAÇÃO.................................................................................................73 
59. LOUÇAS E METAIS.............................................................................................73 
60. INSTALAÇÕES HIDROSSANITARIAS E PLUVIAIS............................................74 
61. INSTALÇÕES ELETRICAS..................................................................................75 
62. LIMPEZA..............................................................................................................75 
63. MEMORIAL DESCRITIVO HIDROSSANITARIOS...............................................76 
64. DESCRIÇÃO DO PROJETO HIDRAULICO.........................................................76 
65. ESGOTO SANITARIO..........................................................................................77 
 
4 
 
66. ESPECIFICAÇÃO DO MATERIAL........................................................................78 
67. INSTALAÇÕES HIDRAULICAS DO ESGOTO.....................................................79 
68. MEMORIAL DE CALCULO DAS VIGAS E LAJES..............................................79 
69. CARACTERISTICAS DA EDIFICAÇÃO...............................................................8070. REAÇÕES DAS LAJES........................................................................................81 
71. DIMENSIONAMENTO DAS ARMADURAS..........................................................83 
72. DIMENSIONAMENTO A FLEXÃO........................................................................84 
73. DIMENSIONAMENTO A FORÇA CORTANTE.....................................................84 
74. PRE DIMENSIONAMENTO DAS ALTURAS DA VIGAS......................................84 
75. DETERMINAÇÃO DOS CARREGAMENTOS......................................................85 
76. DETERMINAÇÃO DAS REAÇÕES DAS VIGAS..................................................86 
77. INSTALAÇÕES HIDROSSANITARIAS.............................................................114 
78. MEMORIAL DESCRITIVO DAS INSTALAÇÕES HIDROSSANITARIAS...........114 
79. CAPTAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE AGUA.........................................................114 
80. RESERVA DE AGUA DO EDIFICIO...................................................................115 
81. DISTRIBUIÇÃO INTERNA DE AGUA E COLETA DE ESGOTO AGUA FRIA...115 
82. ESGOTO SANITARIO........................................................................................115 
83. APARELHOS SANITARIOS...............................................................................116 
84. REDE COLETORA DO ESGOSTO DO EDIFICIO.............................................117 
85. TRATAMENTO DE ESGOTO.............................................................................118 
86. OPERAÇÕES DOS TANQUES..........................................................................119 
87. DRENAGEM PLUVIAL DO TERRENO...............................................................119 
88. INSTALAÇÕES EMBUTIDAS.............................................................................120 
89. INSTALAÇÕES ENTERRADAS.........................................................................120 
90. DILATAÇÃO TERMICA......................................................................................120 
91. MEMORIAL DE CALCULO.................................................................................120 
92. ESGOTO SANITARIO PREDIAL........................................................................121 
93. AGUA FRIA PREDIAL........................................................................................122 
94. MEMORIAL DE CALCULO – SISTEMA DE PROTEÇÃO POR HIDRANTE......123 
95. REFERNCIAS BIBLIOGRAFICAS.....................................................................130 
96. ANEXOS.............................................................................................................134 
 
 
 
5 
 
1. INTRODUÇÃO 
Construção de um galpão comercial em um terreno de 50000 m2 na zona 
industrial na cidade de São Sebastião – São Paulo, e uma empresa de pequeno porte, 
no ramo de comercio exterior, o local escolhido situa-se próximo ao porto de São 
Sebastião, com fácil acesso de chegada e saída de mercadorias facilitando a 
exportação. 
A área do terreno e grande bem próximo de uma área de preservação 
ambiental, a considerando um crescimento econômico do pais, o objetivo da empresa 
em 4 anos, e se tornar em uma empresa de grande porte. 
Foi definido pela diretoria Financeira, a construção de um prédio Comercial em 
estrutura de concreto convencional e sua cobertura deverá ser em estrutura metálica 
e o recobrimento em telha sanduiche, para melhorar o conforto técnico. 
Atualmente o número de funcionários e baixo com 20 (vinte) funcionários, a 
equipe de planejamento definiu que para a construção deste galpão e necessário 2 
ou 3 pavimentos, com ares total construída, não superior a 800 m2. 
As necessidades apontadas pela empresa são: 
Térreo com pé direito duplo, para estocagem de mercadoria e que permita a 
entrada de caminhões de pequeno porte. 
Demais pavimentos com pé direito de 3,00 m, sendo um salão, sem divisórias 
em alvenaria. 
Em todos os pavimentos deverão ser projetados banheiros para ambos os 
sexos, inclusive considerando acessibilidade. 
Deverá ser previsto elevador para permitir acessibilidade a todos os 
pavimentos. 
Considerar uma pequena copa com pia de cozinha em todos os pavimentos. 
As portas do térreo deverão ser de enrolar. As janelas dos pavimentos deverão 
ser tipo maxim-air. 
A alvenaria externa deverá ser em bloco de concreto, permitindo que não seja 
executado revestimento de nenhum tipo, apenas pintura. 
Os banheiros deverão ter revestimento em azulejo até 1,5 m de altura, além de 
piso cerâmico antiderrapante. 
As escadas poderão ser em concreto armado ou estrutura metálica. 
A caixa d`agua em concreto armado. 
 
6 
 
O piso dos pavimentos será em concreto 
Local sem rede de esgoto será necessário uma fossa séptica. 
 
2. JUSTIFICATIVA 
A construção do prédio comercial em um terreno de 50000 m2 com um córrego 
que passa pelo local, em uma área de proteção ambiental, com existência de mata 
atlântica protegida pelo Ibama. 
Devido as características do terreno e sua localização é necessário um estudo 
profundo das condições para a construção do empreendimento, levantamento de uso 
e ocupação normatizado pela prefeitura local, plano piloto elaborado pela câmera dos 
vereadores da cidade, consulta ao órgão de proteção ambiental. 
 Acessibilidade do local onde será o empreendimento estudo impacto ambiental 
e social do local. 
 
3. OBJETIVOS 
O objetivo deste empreendimento e construir um prédio o mais moderno 
possível, utilizando-se de materiais, equipamentos modernos, técnica de construção 
avançadas para que o impacto ambiental e social do local seja o positivo. 
Dentro do que foi exposto acima forma realizadas diversas pesquisas até 
chegarmos à conclusão de como construiremos o empreendimento. 
 
GERAL 
As necessidades apontadas pela empresa são: 
Térreo com pé direito duplo, para estocagem de mercadoria e que permita a 
entrada de caminhões de pequeno porte. 
Demais pavimentos com pé direito de 3,00 m, sendo um salão, sem divisórias 
em alvenaria. 
Em todos os pavimentos deverão ser projetados banheiros para ambos os 
sexos, inclusive considerando acessibilidade. 
Deverá ser previsto elevador para permitir acessibilidade a todos os 
pavimentos. 
Considerar uma pequena copa com pia de cozinha em todos os pavimentos. 
 
7 
 
As portas do térreo deverão ser de enrolar. As janelas dos pavimentos deverão 
ser tipo maxim-air. 
A alvenaria externa deverá ser em bloco de concreto, permitindo que não seja 
executado revestimento de nenhum tipo, apenas pintura. 
Os banheiros deverão ter revestimento em azulejo até 1,5 m de altura, além de 
piso cerâmico antiderrapante. 
As escadas poderão ser em concreto armado ou estrutura metálica. 
A caixa d`agua deverá estar protegida pela cobertura. 
O piso dos pavimentos será em concreto 
Local sem rede de esgoto será necessário uma fossa séptica. 
As instalações e abrigo de gás deverão ser externos para 2 botijões de 45kg. 
As instalações de incêndio deverão seguir as normas. 
 
4. TOPOGRAFIA 
Levantamento topográfico com curvas de nível, perfil longitudinal e seções 
transversais, localização de áreas não identificadas, córrego, mata nativa. 
Levantamento altimétrico e planimétrico de campo, curvas de nível. 
Projeto topográfico, identificação da plataforma para construção do edifício, 
estacionamento, área de apoio de manutenção. 
 
INTRODUÇÃO 
Foram realizados dois métodos de Levantamento Topográfico Altimétrico, a fim 
de se obter as alturas relativas de uma superfície para geração de curvas de nível e 
construção de perfis topográficos. 
Dentre os métodos está o nivelamento geométrico composto e nivelamentogeométrico simples. 
Nivelamento geométrico simples, pois de um único ponto estação, consegue-
se fazer todas as visadas. E nivelamento geométrico composto, onde é necessário se 
fazer mais de uma estação, é, pois, uma sucessão de nivelamentos simples. 
Segundo a NBR 13133/1994 Nivelamento geométrico (ou nivelamento direto) 
é, Nivelamento que realiza a medida da diferença de nível entre pontos do terreno por 
intermédio de leituras correspondentes 
 
8 
 
A visadas horizontais, obtidas com um nível, em miras colocadas verticalmente nos 
referidos pontos. 
 
Objetivo Geral 
Mensuração de áreas e conhecimento geral do terreno por meios de 
instrumentos adequados. 
 
Objetivo Específico 
Elaborar trabalhos topográficos Planialtimétricos. 
Conhecer o terreno por meio de medições e representação gráfica. 
Obter informações sobre o terreno auxiliando no planejamento agropecuário. 
 
5. MATERIAIS E MÉTODOS 
Levantamento Planialtimétrico (Método Nivelamento Geométrico) 
Obtenção de Curvas de Nível Por Quadriculação 
As curvas de nível ou isso linhas são linhas curvas fechadas formadas a partir 
da interseção de vários planos horizontais com a superfície do terreno (BRANDALIZE, 
2003). 
 
Os Equipamentos Utilizados: 
Nível Óptico com respectivo tripé; 
Caderneta de campo; 
25 Piquetes; 
01 trena; 
01 miras falante. 
 
Iniciamos o levantamento topográfico através do reconhecimento prévio da 
área, procedimento esse ao qual recebe o nome de levantamento topográfico, 
também foi utilizado o apoio topográfico que consiste num conjunto de pontos 
planimétrico, altimétrico, ou planialtimétrico, que dão suporte ao levantamento 
topográfico. 
Logo em seguida iniciamos a demarcação da quadricula. Munidos de 25 
piquetes e uma trena de 50m fizemos a quadriculação de um terreno. Uma área que 
 
9 
 
consiste em 200m no eixo (x) e 250m no eixo (y) um total de 50000M2, e subdividimos 
em áreas menores de 20x20m. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Após a demarcação do terreno foram nomeamos todos os pontos no nosso 
croqui conforme pode ser visto na figura 2: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2
0
 
m
 
Figura 1: Demarcação das quadriculas 
A 
B 
C 
D 
E 
1 2 4 3 5 
2
0
 
m
 
 
10 
 
6. IDENTIFICAÇÃO DOS PONTOS 
 
Esse procedimento de nomeação é muito importante para identificarmos os 
pontos durante a plotagem do valor das cotas e curvas de nível. 
Feito isso, estacionamos o nível com auxílio do nível de bolha, tripé e parafusos 
calantes, em um local fora da quadricula para podermos visualizar todos os pontos 
sem precisarmos fazer uma nova estação. E fez-se a leitura do fio médio em cada um 
dos pontos da área quadriculada. Um dos integrantes do grupo, munido da mira 
falante deslocou-se até o ponto (A5) fizemos a leitura do fio médio e anotamos em 
caderneta de campo (ver tabela 1), por ser a primeira leitura ela será considerada a 
leitura de ré e as leituras posteriores serão consideradas leitura de vante (isso se não 
forem feitas novas estações). 
As leituras subsequentes são feitas em “ziguezague”, ou seja, lê-se do A5 ao 
A1, B1-B5, C5-C1, D1-D5, E5-E1. 
 
CADERNETA DE NIVELAMENTO GEOMÉTRICO COMPOSTO 
 
Estaçõ
es 
Pontos 
visados 
Leituras Altura do 
Instrumento 
Cotas 
Ré Vante 
I A5 1285 
 A4 1730 
 A3 2235 
 A2 2550 
 A1 2970 
 B1 2789 
 B2 2390 
 B3 1894 
 B4 1480 
 B5 1025 
 C5 0785 
 C4 1330 
 C3 1660 
 C2 2230 
 C1 2680 
 D1 2570 
 D2 2015 
 D3 1570 
 D4 1130 
 D5 0625 
 E5 0480 
 E4 1025 
 E3 1435 
 E2 1800 
 
11 
 
 E1 2325 
Caderneta de campo preenchida no campo 
 
Após serem feitas todas as leituras os equipamentos foram recolhidos e 
guardados. Os passos seguintes referem-se a trabalhos de escritório onde realizamos 
cálculos de altura do instrumento, cálculos de cotas e plotagem das curvas de nível. 
 
7. CÁLCULOS PARA DETERMINAÇÃO DA ALTURA DO INSTRUMENTO E 
CÁLCULOS DE COTAS. 
A altura do instrumento, em nivelamento geométrico, é a distância vertical 
compreendida entre a linha de visada do nível de luneta e a superfície de nível de 
referência. 
Altura do instrumento = cota inicial + leitura de ré da estação I 
A cota inicial na estação I = 10000 mm (cota arbitraria) e leitura de Ré dada em 
A5= 1285mm. 
Então: altura do instrumento = 10000+1285 
Altura do instrumento= 11285mm 
 
CADERNETA DE NIVELAMENTO GEOMÉTRICO COMPOSTO 
 
Estaçõ
es 
Pontos 
visados 
Leituras Altura do 
Instrument
o 
Cotas 
Ré Vante 
I A5 1285 11285 mm 10000 mm 
 A4 1730 
 A3 2235 
Determinação da altura do instrumento 
Após o cálculo da altura do instrumento calculou-se todas as outras cotas dos 
pontos posteriores. Sabe-se que, quando a superfície de nível de comparação é 
arbitrária, as alturas dos pontos são denominadas de Cotas. 
Cálculos das Cotas: 
Cota = altura do instrumento na estação – leitura de vante de cada ponto. 
Na estação I a altura do instrumento é 11285 mm e as leituras de vante são: 
em A4=1730 mm, em A3 = 2235, em A2 = 2550, etc. 
Então: Cota A4= 11285 – 1730= 9555 mm 
Cota A3 = 11285 – 2235 = 9050 mm 
 
12 
 
Cota A2 = 11285 – 2550 = 8735 mm 
 
CADERNETA DE NIVELAMENTO GEOMÉTRICO COMPOSTO 
 
Estações Pontos 
visados 
Leituras Altura do 
Instrumento 
Cotas 
Ré Vante 
I A5 1285 11285 10000 
 A4 1730 9555 
 A3 2235 9050 
 A2 2550 8735 
 A1 2970 8315 
 B1 2789 8496 
 B2 2390 8895 
 B3 1894 9391 
 B4 1480 9805 
 B5 1025 10260 
 C5 785 10500 
 C4 1330 9955 
 C3 1660 9625 
 C2 2230 9055 
 C1 2680 8605 
 D1 2570 8715 
 D2 2015 9270 
 D3 1570 9715 
 D4 1130 10155 
 D5 625 10660 
 E5 480 10805 
 E4 1025 10260 
 E3 1435 9850 
 E2 1800 9485 
 E1 2325 8960 
Preenchimento das cotas calculadas do ponto A-4 ao ponto E-1. 
 
8. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DAS CURVAS DE NÍVEL 
Após cálculos das cotas elas foram distribuídas no croqui. (Ver figura 3), depois 
foi identificado a maior e menor cota do levantamento, 10.805mm e 8.315 
respectivamente. 
 
13 
 
A
E
B
C
D
1 3 4 52
9.4
85 9.8
50
10
.26
0
10
.80
5
10
.66
0
10
.15
5
9.7
15
9.2
70
9.5
55
10
.50
0
9.0
50
8.4
89
8.6
05 9.0
55
9.8
05
9.6
25
8.3
15
10
.00
0
10
.26
0
9.9
55
8.8
95
8.7
35
9.3
91
8.7
15
8.9
60
 
Feito isso determinamos as curvas pelo método da equidistância, utilizamos o 
valor da equidistância 1 m, por utilizarmos uma área de 200 x 250m = 50000 m2 mais 
esse valor pode ser variável e vai determinar a quantidade de curvas. Agora pegou-
se um valor pouco abaixo da maior cota (10750 mm) e outro valor pouco acima da 
menor cota (8350 mm). A partir daí utilizando a equidistância de 400 mm 
determinamos um total de 7 curvas, como pode ser visto abaixo: 
10750 mm 
10750 – 400=10350 mm 
10350 – 400= 9950 mm 
9950 – 400= 9550 mm 
9550 – 400= 9150 mm 
9150 – 400= 8750 mm 
8750 – 400= 8350 mm 
 
Para a primeira curva de valor 10750 mm: 
Observar em que quadricula e qual vértice da área a curva se inicia; 
Subtrair a maior cota do vértice pela menor cota do vértice; 
A curva 10750 inicia-se na quadricula E5-D5. Então 10805-10660=145 mm. 
Sabendo que a distância E5-D5 é de 5m e está desenhada na escala de 1:100 
sabemos que a distância gráfica é de 50 mm. 
Cotas representadas no croqui 
 
14 
 
Daí divide-se a diferença entre a maior e menor cota por este valor: 145/50= 2,9 
mm cada mm deste vértice no papel equivale a 2,9 mm da diferença entre cotas depois 
subtrai-se a maior valor da cota do vértice pelo valor da curva que será representada, 
assim: 10805 – 10750= 55mm. 
Pega-se essa diferença e divide pelo valor que equivale a cada mm do vértice: 
55/2,9= 18,9 mm. 
A curva de nível de valor 10750 passa a 18,9mm de distância da cota 10805 mm. 
Deve-se sempre iniciar a contagem a partir da maior cota que nesse caso foi 
10805. 
Observam-se quais o outro vértice a curva passa e procede-se de forma similar, 
como por exemplo o ponto que passa em E5-E4. 10805-10260= 545 mm 545/50= 10,9 
mm 10805-10750= 55 55/10,9= 5 mm. 
O mesmo procedimento será feito para todas as outras curvas de nível. O resultado 
pode ser visto no ANEXO I. 
Vale salientar que é necessário conhecermos algumas características as curvas 
de nível a fim de detectarmos algum erro durante o desenho como por exemplo: uma 
curva de nível não pode desaparecer repentinamente, exceto quando representam 
uma pequena parcela do terreno; Duas curvas de nível nunca se cruzam, etc. 
 
9. NIVELAMENTO GEOMÉTRICO PARA CONSTRUÇÃO DE PERFIL 
TOPOGRÁFICO LONGITUDINAL 
Na pratica realizada na data 23/11/2009, com auxílio de equipamentos 
adequados conforme ode ser visto abaixo: 
 
Os Equipamentos Utilizados: 
- Nível Óptico com respectivo tripé 
- Caderneta de campo 
- 09 Estacas 
- 01 Trena 
- 01 mira falante 
Foi determinado ao longo de um alinhamento as diferenças de nível do terreno 
a fim de se obter o perfil topográfico longitudinal do terreno. 
 
15 
 
O procedimento inicial foi similar ao da quadriculação, sendo necessário um 
reconhecimento prévio do terreno e em seguida foi demarcado a área com 09 estacas 
dispostas de forma linear e equidistantes 10 metros uma da outra, e nomeadas de E0-
E9, consiste, pois, numa reta de 80 metros. 
Feito isso o passo seguinte é estacionar o nível óptico (estacionar com auxílio 
do tripé, nível de bolha e parafusos calantes). Estacionamos entre a estaca E0 e E1 
tomando o cuidado de deixar o nível equidistantes das duas estacas 5 m. Agora um 
dos integrantes do grupo munido com a mira falante desloca-se até à estaca E0 e com 
o nível fizemos a leitura do fio médio, essa primeira leitura será a visada de Ré. (Ver 
imagem 1 e 2 e tabela 4) 
 
CADERNETA DE NIVELAMENTO GEOMÉTRICO COMPOSTO 
 
Estaçõ
es 
Pontos 
visado
s 
Leituras Altura do 
Instrume
nto 
Cotas Compensa
ções 
Cotas 
compensa
das 
Ré Vante 
I E0 755 
Tabela de preenchimento da leitura de ré na estação I. 
A mira foi deslocada até E1(leitura de vante) depois E2, como não foi possível 
visar E3 tivemos que fazer uma nova estação e lemos E2, mas desta vez como visada 
de ré, conforme pode ser visto na tabela 5 e seguimos esse mesmo procedimento até 
a última estaca ou seja, sempre que não podíamos ver a estaca, mudávamos de 
estação e líamos a última estaca da estação anterior como ré. (Ver tabela 5) 
 
CADERNETA DE NIVELAMENTO GEOMÉTRICO COMPOSTO 
 
Estaçõ
es 
Pontos 
visados 
Leituras Altura do 
Intr. 
Cotas Compens
ações 
Cotas 
comp. Ré Vante 
I E0 755 
 E1 1856 
 E2 3214 
II E2 1098 
 E3 2217 
 
16 
 
 E4 3187 
III E4 1000 
 E5 1949 
 E6 2672 
 E7 3313 
 E8 3954 
--------- ---------- ------ ------- ------------ --------- ------------- --------------- 
IV E8 1851 
 E7 1213 
 E6 563 
V E6 1862 
 E5 1126 
 E4 186 
VI E4 2080 
 E3 1000 
VII E3 2082 
 E2 758 
VIII E2 2005 
 E1 357 
IX E1 1905 
 E0 1411 
 
Ao chegar na última estaca, faz-se o contranivelamento, que nada mais é que 
um nivelamento feito da última estaca para a primeira, E8→E0. 
Feito o contranivelamento faz-se agora um trabalho de escritório, que consiste 
em cálculos de altura de instrumentos, cotas e compensações. 
 
Cálculos de Altura do Instrumento, Cotas e Compensações. 
Adota-se uma cota arbitraria (adotamos 10000 mm) essa cota inicial é somada 
a leitura de ré. 
Altura do Instrumento= cota inicial + leitura de ré 
Altura do Instrumento= 10000 + 755= 10755 mm 
 
 
17 
 
As cotas são determinadas assim: 
Cota= Altura do Instrumento – leitura de vante. 
Cota= 10755 – 1856 = 8899 mm 
E quando mudar de estação é necessário somar a última cota a leitura de ré 
seguinte, determinando então a nova altura de instrumento. (Ver tabela 6). 
Se ao termino dos calculo a cota inicial – a cota final for igual a zero, não a erro. 
Caso haja diferença faz-se cálculos de compensação. 
Erro= Cota final - Cota inicial 
Erro= 10008 – 10000 
Erro= 8mm 
Nosso erro foi de 8mm, então faremos o seguinte: Compensação= 
excedente/números de estações no contranivelamento 
Compensação= 8/6 
Compensação= 1,3 mm 
Essa compensação é acumulativa. 
Subtraiu 1,3 da estação IV; 
Subtraiu 2,6 da estação V; 
Subtraiu 4 da estação VI; 
Subtraiu 5,3 da estação VII; 
Subtraiu 6,6 da estação VIII; 
Subtraiu 8 da estação IX. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
CADERNETA DE NIVELAMENTO GEOMÉTRICO COMPOSTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estações Ponto 
visado 
Leituras Altura do 
Instrumento 
Cotas Comp. Cotas 
Compensadas Ré Vante 
I E0 755 10755 10000 
 E1 1856 8899 
 E2 3214 7541 
II E2 1098 8639 
 E3 2217 6422 
 E4 3187 5452 
III E4 1000 6452 
 E5 1949 4503 
 E6 2672 3780 
 E7 3313 3139 
 E8 3954 2498 
 
IV E8 1851 4349 
 E7 1213 3136 -1,3 3134,7 
 E6 563 3786 -1,3 3784,7 
V E6 1862 5648 
 E5 1126 4522 -2,6 4519,4 
 E4 186 5462 -2,6 5459,4 
VI E4 2080 7542 
 E3 1000 6542 -4,0 6538 
VII E3 2082 8624 
 E2 758 7866 -5,3 7860,7 
VIII E2 2005 9871 
 E1 357 9514 -6,6 9507,4 
IX E1 1905 11419 
 E0 1411 10008 -8 10000 
 
19 
 
Considerações Finais 
Levantamentos Planialtimétricos, são essenciais para nos profissionais das 
ciências agrárias, tendo em vista sua vasta aplicação na agropecuária, eles nos 
ajudam a conhecer o terreno, e, é um suporte para auxiliar nas nossas tomadas de 
decisão. 
Um exemplo prático é o plantio em curvas de nível em terrenos com declividade 
afim de evitar erosão, ou, a sistematização de uma área para implantar um sistema 
de irrigação, drenagem, etc. 
 
10. ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PARA ENGENHEIROS 
Elaboração de organograma com os profissionais envolvidos e atividades 
desenvolvidas de cada um na execução do projeto e os responsáveis. 
Elaboração de cronograma com cada atividade, sequência de execução, prazo 
previsto de execução. 
Elaboração de Orçamento do custo da obra, dos materiais e mão de obra. 
Elaboração de cronograma financeiro da obras materiais e mão de obra. 
Gráfico de desempenho do andamento da obra físico e financeiro. 
 
11. ORGANOGRAMA NAS OBRAS E EMPRESAS 
 
As clássicas definições resumem na proposta de organizar e distribuir as 
responsabilidades e os limites de autoridade, entre os diversos níveis hierárquicos da 
Empresa. 
Mas, na realidade, esta importante decisão estratégicavai mais além. 
Normalmente, o Organograma é um importante estágio de profissionalização e 
organização da estrutura da empresa. E, obrigatoriamente, exige atitudes de 
delegação de poderes, definição das liberdades e responsabilidades de cada Diretor, 
Gerente, Supervisor ou outros profissionais que terão sob o seu comando “pessoas”. 
Este é o ponto que a definição precisa possuir conceitos claros. 
Implementar um Organograma significa respeitar as pessoas e posições que 
nele foram inseridos e, portanto, cobrar os desvios e resultados destes mesmos 
profissionais. 
 
20 
 
A disciplina e a conscientização de todas as pessoas que figuram no 
Organograma são fundamentais para a validação e estabilização da estrutura 
orgânica da Empresa, Obra. 
 
12. CRONOGRAMA DE ATIVIDADE 
Ferramenta que possibilita o detalhamento de atividades a serem executadas em 
um espaço de tempo pré-determinado. Seu uso é de grande vantagem pois permite a 
execução de um trabalho de forma rápida e precisa. Também possibilita o 
levantamento de custos de um projeto antes da execução do mesmo para saber se 
será viável ou não. 
As divisões dos períodos variam em dias, semanas, quinzenas, meses, bimestres 
e etc., enfim de acordo com os critérios estabelecidos. 
A importância de um Cronograma 
Estabelece uma data para a entrega de um produto ou serviço. 
Controla o andamento e desenvolvimento do projeto. 
Mantêm o compromisso dos responsáveis. 
Mede a lucratividade ou o prejuízo de um projeto. 
Tipos de cronograma 
Alto nível: Mostra somente marcos importantes. 
Nível intermediário: Mais descritivo quanto aos requisitos, análises e projetos, 
é acompanhado pelo gerente. 
Baixo nível: Mostra um acompanhamento em dias. 
13. CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO 
MOSTRA A EVOLUÇÃO DA OBRA 
Quando se inicia uma obra, o ideal é saber exatamente quanto tempo os 
trabalhos vão durar e, consequentemente, quando vão acabar. Por isso, antes de 
colocar a mão na massa, é importante planejar com detalhes os serviços que serão 
executados em todas as fases de execução do projeto. 
O resultado desse planejamento é o cronograma da obra. Esse registro 
expressa visualmente a programação das atividades que serão realizadas durante a 
construção. Ele pode ser mais ou menos detalhado, contemplando a duração de 
 
21 
 
serviços específicos (por exemplo, a instalação das esquadrias de um edifício) ou 
apenas as fases mais gerais da obra (fundações, estrutura, alvenaria, etc.). Quando 
ele mostra, também, os valores que serão gastos, ao longo do tempo e em cada uma 
dessas atividades, ele recebe o nome de cronograma físico-financeiro. 
Essa programação organizada permite que o construtor compre ou contrate 
materiais, mão de obra e equipamentos na hora certa. Se ele fizer isso depois do 
momento ideal, a obra atrasa. Se fizer antes do tempo, pode perder materiais no 
estoque ou pagar mão de obra e equipamentos que acabam ficando parados, sem 
trabalho. 
Portanto, a elaboração de um cronograma físico-financeiro realista exige a 
participação de várias pessoas diretamente envolvidas com a obra - proprietário ou 
incorporador, engenheiro, mestre de obras, orçamentistas e compradores, entre 
outros gestores. Uma vez que o cronograma está pronto, as possibilidades de 
alterações são mínimas. 
PARA QUE SERVE O CRONOGRAMA 
Organizar o caixa 
 No cronograma físico e financeiro, as despesas com a execução dos serviços 
são detalhadas semanal e mensalmente, dependendo do tipo de construção. Isso 
permite a administração das despesas. Permitem também que os administradores do 
caixa da obra saibam exatamente quanto gestão e quando isso vai acontecer, 
evitando despesas e empréstimos imprevistos, da mesma forma eles podem planejar 
o investimento do dinheiro que ainda não foi gasto que rende juros e reduz as 
despesas do construtor. 
 
Organizar o tempo 
O cronograma mostra, em uma linha do tempo, o começo e o fim de cada uma 
das fases ou atividades da obra. A qualquer momento, portanto, é possível verificar 
com rapidez o andamento das diversas frentes de serviço. Assim é possível definir 
prioridades e concentrar o foco nas equipes que eventualmente estejam mais 
atrasadas em relação às demais. O cronograma também ajuda a planejar as compras 
de produtos e materiais de construção, reduzindo estoques desnecessários no 
canteiro. 
 
22 
 
 
Obter financiamento 
Bancos não gostam de perder dinheiro. Por isso, quando fazem empréstimos 
para obras, exigem que o construtor apresente o cronograma físico-financeiro junto 
com os projetos, a planilha orçamentária e o memorial descritivo da obra. Juntos, 
esses documentos servem como garantia de que o dinheiro emprestado será 
efetivamente usado na construção ou reforma de um imóvel. 
 
14. ORÇAMENTO DE OBRAS 
Controle da obra como um todo 
Um orçamento de obras detalhado serve de base para o planejamento da 
execução da obra, porque nele já são realizadas pesquisas quanto a disponibilidade 
e custos dos materiais e equipamentos. 
Ele é o primeiro passo para o cronograma físico-financeiro. 
Outra informação relevante no orçamento de obras é quanto a mão de obra 
disponível, seu custo e necessidades de treinamento, que podem ser condicionantes 
para o início de algumas atividades. 
Redução de custos com falta de insumos e sincronismo na cadeia de 
suprimentos. 
Orçamento de obras completo, previamente já tem condições de fazer os 
pedidos dos materiais necessários para a execução das atividades, de acordo com as 
estimativas contidas nele. Significa que compras emergenciais acontecem somente 
em exceções, reduzindo a prática de preços elevados nas aquisições. 
A chegada de máquinas e equipamentos também é planejada e acontece no 
momento certo para a continuidade da obra. Os pedidos urgentes diminuem 
significativamente, minimizando gargalos de execução e evitando aumento no custo 
do empreendimento. 
 Maior poder de negociação junto aos fornecedores 
Quando sua empresa trabalha com orçamento, você tem tempo hábil para cotar 
com diferentes fornecedores, o que permite a comparação dos valores e maio poder 
de barganha. 
Comprar com urgência é sempre mais caro, logo, com um orçamento prévio, 
as negociações se tornam mais fáceis com este grande aliado para redução dos 
 
23 
 
custos. Além de você também conseguir preços mais atrativos, em decorrência do 
volume de compra. 
Fazer uso de histórico para evoluir em cada obra 
Ao utilizar orçamentos em suas obras, você gera históricos tanto das 
informações sobre os insumos utilizados, quanto das correções necessárias durante 
o curso de cada uma delas. 
O resultado disso é uma construtora cada vez mais eficiente, tanto na 
confecção do orçamento, que sai de forma mais natural e assertivo, quanto na 
execução da obra em si, pois as lições aprendidas são repassadas de uma obra a 
outra. 
Uma boa base histórica de composições de insumos e mão de obra, 
transforma-se em um enorme diferencial para o desempenho de seus 
empreendimentos, aumentando gradativamente as margens de lucro. 
Mais credibilidade e confiança do mercado. 
Um orçamento preciso e utilizado de forma efetiva, ajuda no controle da 
execução da obra e certamente suas entregas terão muito menos desvios de prazo e 
custo. Também permitirá a utilização de materiais da mais alta qualidade. 
Como consequência, a imagem de seus empreendimentos no mercado é muito 
fortalecida, e sua reputação se torna a melhor possível. 
 
15. GRAFICO DE DESENPENHO DA OBRA FISICO E FINANCEIRO 
O planejamento bem elaborado de um projeto é a atividade fundamental para 
o sucesso de qualquer empreendimento tanto na etapa daconcorrência quanto no 
início e durante todo o período da obra, pois assegura, com base nas premissas 
assumidas, uma probabilidade favorável com relação aos resultados esperados. 
A data de início dos serviços, para um mesmo número de dias corridos de prazo 
a data de início da obra altera o número de dias disponíveis de trabalho, em função 
dos domingos e feriados e em função dos períodos de chuvas, marés, etc. 
A topografia local, afeta a produtividade dos equipamentos. 
O clima, afeta o número de dias trabalháveis. 
A geologia, afeta a produtividade da mão de obra e dos equipamentos. 
 
24 
 
A existência de interferências (linhas de transmissão, redes de serviços 
públicos, áreas de proteção ambiental, sítio arqueológicos, desapropriação de áreas), 
afeta o desenvolvimento dos trabalhos e o prazo da obra. 
A disponibilidade dos equipamentos afeta a metodologia, a produtividade e os 
prazos da obra. 
Portanto, premissas básicas são todas essas considerações que deverão ser 
identificadas antes de serem iniciados os trabalhos de planejamento, pois poderão 
afetar diretamente seus resultados e o custo da obra. 
Todas essas considerações deverão ser transformadas em índices, parâmetros 
ou coeficientes, os quais serão aplicados sobre o número de dias disponíveis ou sobre 
produções calculadas para as equipes. Desta forma pode-se inserir nos cálculos o 
efeito dessas grandezas intervenientes sobre o prazo e o custo da obra, de tal forma 
que os resultados da simulação resultem o mais próximo do realizável. 
A confiabilidade do resultado do planejamento, apresentado sob a forma de 
relatórios de custo e resultado provável, será tão mais seguro quanto maior for o 
detalhamento da simulação do projeto efetuada. 
Assim pode-se dizer que simular um projeto de engenharia é simular a 
elaboração deste em seus mínimos detalhes, dentro da melhor técnica e economia, 
de modo a permitir a obtenção de todos os recursos necessários, identificando no 
tempo, os seus custos, investimentos, receitas, o resultado provável mês a mês e no 
final do projeto. 
A elaboração desta simulação depende primordialmente do nível de informação 
disponível. Quanto mais detalhado for o projeto, quanto maior for o esforço 
despendido no estudo dos seus documentos e na pesquisa ao local das obras, maior 
será o detalhamento e a precisão na simulação da execução da obra. 
Ao se percorrer o futuro corpo físico da obra, deverão ser identificados os 
pontos notáveis do projeto, visualizar possíveis dificuldades de acesso, alternativas 
de mudanças de localização do corpo da obra, interferências com redes públicas, com 
as áreas de preservação ambiental e com as áreas ou edificações particulares. 
Estas novas informações poderão conduzir a novas soluções mais econômicas 
a serem adotadas no projeto final de engenharia e podem trazer melhorias no contrato, 
desde que bem trabalhadas no período da concorrência e, posteriormente, bem 
encaminhadas junto ao contratante. 
 
25 
 
“Mais cedo ou mais tarde você paga por suas decisões relacionadas a 
planejamento”, informa Jeanne Doile, PMP, Ph.D., gerente do programa de graduação 
em gerenciamento de projetos na Universidade Western Caroline, situada em 
Cullowhee, Carolina do Norte – EUA, e membro do comitê do Grupo PMI de Interesse 
Específico sobre Qualidade em Gerenciamento de Projetos. “Você pode planejar 
antecipadamente – a forma correta – ou deixar para mais tarde, quando o projeto está 
em recuperação e você está sofrendo com os custos oriundos de retrabalho”. 
 
16. ELABORAÇÃO DAS COMPOSIÇÕES DE CUSTOS UNITÁRIOS 
Czarnobai (2007) afirmou que “uma composição de custo unitário é um 
demonstrativo de todos os componentes do custo de uma unidade de um serviço 
qualquer. Nela é apresentada a participação de cada um de seus integrantes 
(insumos) em quantidades e preços, sendo o custo unitário o somatório dos custos de 
cada um dos seus componentes. 
Para permitir sua apresentação, facilitar sua execução e o seu entendimento, o 
conjunto de composições de custos unitários de um projeto normalmente é dividido 
em composições principais e composições auxiliares. Estas últimas depois de 
calculadas vão estar presentes nas primeiras como insumos das composições 
principais. 
Exemplo de estrutura de composições de custos unitários 
Elaboradas todas as composições de custos unitários e tendo todos os 
quantitativos de serviços, poderemos calcular o custo direto de uma obra. A partir 
dessas composições, numa segunda etapa, poderemos definir os preços de venda 
para os serviços, bem como elaborar as composições de apresentação para as 
propostas de preços. Podemos também, através delas, estimar a lucratividade dos 
preços em obras já contratadas. 
Uma composição de custos só vale para a condição particular que foi 
considerada, não tem qualquer sentido a generalizas para qualquer situação”. 
 
Planejar e Controlar 
Nas obras que possuem um planejamento detalhado, deve-se acompanhar o 
cumprimento deste, de modo a concretizarem-se as metas físicas e financeiras nele 
previstas. 
 
26 
 
O acompanhamento físico do projeto pode ser feito através de gráficos 
(cronograma de Gantt, tempo x caminho, etc.) ou quadros do tipo previsto x realizado. 
Neles, à medida que são identificados desvios nos realizados em relação aos 
previstos, podem-se fazer ajustes (replanejamento), de modo a manter o rumo dos 
compromissos assumidos com a empresa. 
Todos os serviços devem ser programados, semanal e mensalmente, tendo em 
vista o planejamento detalhado. As programações semanais devem ser elaboradas 
tendo em vista atender as previsões mensais e estas a atender a previsão global do 
planejamento. 
Porém, não basta somente garantir o atendimento físico programado, deve-se 
assegurar também que, no mínimo, os custos fiquem dentro das estimativas do 
planejamento detalhado. O acompanhamento do andamento do custo da obra é feito 
através da apropriação. 
De um modo geral, qualquer que seja o sistema de controle de custo utilizado, 
quanto maiores forem os controles, maiores serão os custos de apropriação. O que 
se espera é que esse aumento no custo indireto possa trazer como contrapartida, uma 
redução no custo direto, porém isto nem sempre acontece. 
Primeiro, porque a partir de um determinado ponto, o aumento do controle não 
mais assegurará um retorno que compense o acréscimo de custo do controle. Depois, 
porque na grande maioria das vezes, os resultados do controle de custos referem-se 
a uma situação já ocorrida, sobre a qual já não podemos interferir, ou tomar medidas 
corretivas. 
Finalmente, na medida em que se aumenta o controle, aumenta-se também, a 
probabilidade de erros nos lançamentos, e como consequência, reduz-se a 
confiabilidade dos relatórios gerados. 
Ao efetuarem-se os trabalhos de acompanhamento semanal, reduz-se 
substancialmente o número de itens a serem verificados, isto irá facilitar a apropriação 
e reduzirá sensivelmente a possibilidade de erros. Com os trabalhos em andamento, 
têm-se maiores chances de intervir nos processos e corrigir distorções. 
Esse replanejamento e acompanhamento cuidadosos são necessários para 
que se possa atuar sobre os serviços, na medida em que eles vão sofrendo 
alterações. Isso possibilitará efetuar as correções necessárias no curso dos trabalhos, 
 
27 
 
de modo a manter o rumo e desta forma, concretizar os objetivos previstos no 
planejamento/compromisso da equipe da obra. 
É também, de fundamental importância, dotar as obras de pessoal confiável, 
treinados adequadamente e com experiência nas tarefas de controle e apropriação. 
Um projeto é considerado com sucesso quando consegueser finalizado 
contemplando todo o seu planejamento inicial, os controles realizados desde a sua 
fase inicial até o encerramento, dão a certeza que tudo está caminhando bem e 
assegurem a minimização dos impactos ocasionados pelas mudanças de rumo. 
 
17. Homem Cultura e Sociedade 
Relatório sobre impacto social que o empreendimento pode causar na 
população do entorno, benefícios e prejuízos, entrevistando a população local, 
considerando sobre oferta de trabalho, necessidade de recursos e integração com a 
população nativa, aumento do trafego de veículos pesados, tratamento ambiental e 
preservação da mata e córrego existente, possível aumento de criminalidade. 
 
PROBLEMAS AMBIENTAIS, CONFLITOS SOCIAIS 
RESUMO 
A visão dos problemas ambientais como conflitos entre diferentes atores sociais 
rejeita uma simplificadora oposição entre o “natural” e as ações “antrópicas”, que 
generaliza para o conjunto da sociedade padrões predatórios de transformação do 
meio ambiente. 
Ao falar-se de conflitos ambientais, reconhece-se diferentes projetos de relação 
sociedade – natureza e interesses imediatos diversos, associados aos vários usos 
possíveis dos recursos ambientais. 
Abre-se o caminho para que a própria dinâmica destes conflitos seja entendida 
como fator de construção da sustentabilidade. 
Este texto procura documentar e discutir um episódio de conflito ambiental, 
tomando a experiência de discussão pública, negociação e votação do Plano Diretor 
Municipal de São Sebastião, município da costa norte de São Paulo. 
Pretende-se discutir o avanço possível em termos de mediação de conflitos, 
com utilização de técnicas de negociação, e a relação deste processo com a dinâmica 
 
28 
 
da política local, em especial marcando os papéis do Executivo e do Legislativo no 
processo participativo. 
O principal tema que emerge em relação à pauta da sustentabilidade é a 
competição entre o turismo e o veranismo na ocupação do território costeiro. 
Texto de Icaro A. da Cunha 
Sociólogo, Doutor em Saúde Ambiental. Pesquisador bolsista da FAPESP junto 
ao Programa de Pós-Graduação de Ciência Ambiental da USP 
 
18. PROBLEMAS AMBIENTAIS, CONFLITOS SOCIAIS 
A evolução da discussão sobre desenvolvimento e meio ambiente permite hoje 
apoiar em sólida argumentação a idéia de que os problemas ambientais, longe de 
contraporem genericamente as pessoas e a natureza, se constituem em conflitos 
sociais, que alinham distintos grupos humanos que pretendem diferentes utilizações 
dos recursos ambientais (IBASE, 1995). 
Compreendendo a relação sociedade/natureza como um fenômeno de 
resultantes mutáveis em função das técnicas produtivas utilizadas (HOGAN, 1992, 
BECKER, 1992), é possível fugir ao dilema tradicional que consiste em optar entre 
progresso ou preservação, uma visão comum, com sinais trocados, a 
desenvolvimentistas e alguns setores ecologistas da fase do Brasil potência 
perseguido pelos governos militares. 
A alternativa é a construção da ideia de sustentabilidade ou eco 
desenvolvimento, cujos dois principais termos são natureza transformada e economia 
repensada, de forma que ambas se sustentem no tempo (SACHS, 1986 e 1993). 
A referência para um conceito de sustentabilidade são as definições do 
Relatório Brundtland em seu segundo capítulo (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE 
AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1988). 
Atender às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de 
suprir as necessidades do futuro, é a formulação inicial que encerra dois termos 
absolutamente críticos em relação às práticas econômicas predominantes. Nas 
necessidades do presente, não se pode ignorar as necessidades básicas hoje não 
atendidas para todos: alimentos, roupas, habitação, empregos. 
A menção às necessidades do futuro destaca os limites ecológicos, cujo 
desrespeito e ultrapassagem impede que o desenvolvimento seja durável no tempo, 
 
29 
 
por falta de sustentação nos processos naturais. Assim, a proposta de “Nosso Futuro 
Comum” destaca a necessidade de rever os atuais padrões de consumo dos mais 
ricos – sejam os países mais desenvolvidos, sejam os setores ricos dentro de cada 
país – por serem insustentáveis. Deve-se buscar harmonizar a população com o 
potencial cambiante dos ecossistemas, no que se refere à evolução demográfica e à 
distribuição da população no espaço. 
As tecnologias devem ser empregadas com respeito aos limites ecossistêmicos 
e sem marginalizar amplos segmentos da população: o acesso aos recursos 
ambientais deve ser equitativo. Os recursos renováveis devem ser aproveitados de 
forma a garantir sua reposição, e para os não renováveis devem buscar-se 
alternativas antes de seu esgotamento, preservando-se o máximo de opções futuras. 
Conflito ambiental na costa de São Paulo: o plano diretor de São Sebastião 17 
A extinção das espécies pode limitar as opções das futuras gerações, impondo-se, 
portanto, a conservação das espécies animais e vegetais. É fundamental controlar a 
geração de resíduos, pois sua liberação no ambiente afeta a disponibilidade e a 
qualidade de ar, água e outros elementos naturais, podendo comprometer a 
integridade global do ecossistema. 
O conflito humano ganha centralidade, já que esta visão permite superar a 
opção entre nós, sociedade, e eles, bichos e plantas, para trazer para a discussão, 
definitivamente, as oposições de interesses sobre como aproveitar os recursos 
ambientais, a competição entre umas e outras formas de fazê-lo e os custos das 
transformações, as externalidades tradicionalmente repassadas a outrem na forma de 
poluição ou escassez. 
Esta discussão abre um vasto campo teórico em que se buscam as melhores 
articulações entre os campos da economia e da ecologia. Em paralelo, dá lugar à 
compreensão da gestão ambiental como um processo de administração e negociação 
de conflitos. 
Ambos os campos são complementares: trata-se de buscar nexos - e 
contradições - gerais tanto quanto vislumbrar nos campos concretos das economias 
regionais, onde se desenvolvem certos tipos específicos de conflitos e 
complementaridades, as possibilidades de avanço para novas formas, mais 
sinérgicas, de articulação entre a lógica econômica e os limites ecológicos. Lidar com 
 
30 
 
a idéia de conflitos ambientais leva-nos a identificar os diferentes sujeitos da 
contraditória relação sociedade/natureza. 
Estes sujeitos, em função de sua força política relativa, serão mais ou menos 
capazes de sustentar as mudanças de rumo, identificadas como convenientes do 
ponto de vista ambiental. Num contexto democrático, esta é a condição para a 
sustentabilidade política das propostas de sustentabilidade ecológica, dimensão tão 
estratégica como bem destaca SACHS (1993). Como diz Guimarães, ...” hay que 
plantearse la pregunta: Cuales son los actores sociales promotores del desarrollo 
sustentable? “ (GUIMARÃES, 1998). 
 
19. NEGOCIAÇÃO DE CONFLITOS COMO BUSCA DA SUSTENTABILIDADE 
A negociação de conflitos, como via para operacionalizar, ou concretizar, a 
perspectiva de desenvolvimento sustentável, é uma proposta que surge trazida por 
diferentes autores. Um programa apoiado pelo governo holandês difunde técnicas de 
construção de Saúde e Sociedade 10(1):15-31, 2001 18 consensos, desenvolvidas no 
Massachussets Institute of Technology e aplicadas a situações de conflito ambiental, 
como estratégia para enfrentar o desafio da sustentabilidade (SUSTAINABILITY 
CHALLENGE FOUNDATION, 1994). 
A negociação de conflitos como dimensão básica da gestão ambiental é uma 
idéia que tem guarida na CEPAL, como se vê em trabalhos como o de Dourojeanni 
(CEPAL 1993). De forma geral, estas abordagens se assemelham aopropor como 
passos essenciais uma correta identificação dos interlocutores para formar mesas de 
negociação; 
A identificação de suas necessidades, motivações e interesses; a condução 
dos debates com procedimentos democráticos e respeitosos; procedimentos 
geradores de credibilidade por parte do (s) mediador (es), em que se destaca o 
fornecimento de informações confiáveis; 
A construção de clima positivo para que se desenvolva uma pauta de 
transações entre os atores; 
A instituição de um processo de sucessivas negociações, em que se 
abandonam expectativas imediatistas por uma idéia de ganhos graduais. Orienta esta 
abordagem a idéia de que é possível construir consensos graduais e progressivos, 
em que ao contrário de estabelecer um jogo ganha-perde (uns ganham, outros 
 
31 
 
perdem, resultados positivos e negativos se equilibrando numa conta global zero), se 
constrói um jogo de ganha – ganha, um jogo de soma positiva, resultante do enfoque 
dos ganhos mútuos (SUSSKIND E FIELD, 1996). 
A proposta de criar um processo contínuo de negociação, com avanços 
progressivos e retomadas sucessivas das discussões, implica em conceber, de outro 
lado, a construção da sustentabilidade também como um processo gradual, em que a 
cada momento, em função do avanço da consciência dos diferentes setores, das 
melhorias técnicas, dos entendimentos entre atores, dos fatores de mercado (como a 
importância dos critérios de qualidade, por exemplo), progressos institucionais e 
outros, a sociedade aproxima-se mais de práticas que se enquadrem na conceituação 
de desenvolvimento sustentável. 
É importante referir, ainda, o papel da negociação de conflitos no 
desenvolvimento de políticas públicas, à luz da revisão crítica do planejamento 
tradicional, feita por Matus. Analisando a inércia das máquinas governamentais na 
América Latina e a dificuldade de levar à prática plataformas políticas consagradas 
nas urnas por suas propostas de mudança nas ações governamentais, Matus 
identifica a raiz do fracasso dos governos em dois pontos principais: 
Um planejamento tradicional, em que o sujeito é o governo e os demais atores, 
objetos da ação; e a distância entre comando político e planos técnicos. O comando 
político Conflito ambiental na costa de São Paulo: 
O plano diretor de São Sebastião 19 lida com a realidade que é multifacetada, 
arena para os mais diversos interesses que produzem pressões contraditórias. Os 
setores técnicos compartimentam os problemas em questões setoriais. Assim, planos 
de governo não conseguem dar conta dos verdadeiros “problemas” que o governante 
precisa enfrentar, o que é agravado por não se levar em conta adequadamente as 
óticas e os poderes de intervenção dos demais sujeitos da sociedade, fora do governo. 
O planejamento estratégico situacional, a alternativa proposta por Matus e 
adotada como uma referência em agências oficiais (FUNDAP,1988) conduz - entre 
outras ferramentas complementares - a uma valorização da negociação de conflitos 
entre os diferentes atores interessados em determinadas situações, como um dos 
instrumentos para viabilização de políticas públicas (MATUS, 1996, 1997; HUERTAS, 
1996). 
 
 
32 
 
20. EVOLUÇÃO DOS CONFLITOS AMBIENTAIS EM SÃO SEBASTIÃO, COSTA 
NORTE DE SÃO PAULO 
As significativas manifestações de conflitos ambientais no município de São 
Sebastião, cenário dos episódios aqui discutidos, ligam-se a suas peculiaridades 
históricas e ambientais, tratando-se de um lugar que abriga conjuntos naturais e 
arquitetônicos de importância singular, fenômenos notáveis de devastação e poluição 
e uma consciência bastante disseminada na sociedade local sobre as possibilidades 
e conveniências de procurar manter-se uma qualidade ambiental diferenciada no 
contexto do litoral. 
O território de São Sebastião contém grande porção de Serra do Mar coberta 
por Mata Atlântica, sendo cerca de 70 % do município parte do Parque Estadual da 
Serra do mar. Esta área protegida integra a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, 
contando com alto grau de endemismo de suas espécies (CÂMARA, 1992), o que leva 
esta região a ser considerada uma área de “extrema importância biológica” no 
consenso de muitas das entidades interessadas na conservação deste bioma (SOS 
MATA ATLÂNTICA, 1999). 
Ao longo do município sucedem-se os avanços dos morros até o mar, deixando 
entre si anfiteatros onde ocorrem as praias e a planície costeira. A costa, de quase 
100 quilômetros, desenvolve-se a partir do limite com Bertioga no sentido aproximado 
oeste- leste até a altura do início do Canal de São Sebastião, porto natural profundo 
entre o continente e a ilha de São Sebastião, pertencente ao município de Ilhabela. Aí 
a costa ganha o sentido aproximado sudeste – noroeste até o limite com 
Caraguatatuba. 
Para o interior, onde ocorrem as cristas da Serra, o município faz divisa com 
Salesópolis. Toda a zona costeira municipal, Saúde e Sociedade incluindo as várias 
ilhas marítimas, é objeto das ações do Programa de Gerenciamento Costeiro da 
Secretaria Estadual de Meio Ambiente. 
A feição urbana é bastante singular, dada a distribuição dos bairros ao longo 
da costa, ligados entre si por uma única via, a estrada Rio-Santos. O atual quadro de 
conflitos ambientais se desenvolve com as fortes e generalizadas modificações 
provocadas pela rearticulação do município aos circuitos econômicos nacionais e 
internacionais nas décadas recentes, a partir de três iniciativas centrais: 
A inauguração do porto de cargas, na segunda metade da década de 50; 
 
33 
 
A implantação do Terminal Almirante Barroso, o maior terminal petrolífero da 
América Latina, na década de 60; e o asfaltamento da rodovia Rio-Santos, na década 
de 80. 
Conforma-se um novo ciclo de ocupação da costa, com todas as características 
predatórias percebidas por MORAES (1995) num processo liderado pelos grandes 
projetos de impacto e pela especulação imobiliária possibilitada pelas novas 
facilidades de acesso. 
Os acidentes ambientais com derramamento de óleo no mar, a poluição por 
esgotos, o desmatamento, o desalojo das caiçaras e a descaracterização dos seus 
núcleos de moradia são as marcas registradas dessa fase marcada pela ausência de 
parâmetros ecológicos ou culturais. 
Os conflitos ambientais eclodem na segunda metade dos anos 80, surgindo um 
movimento ambientalista local articulado com as ONGs de atuação estadual e 
nacional. A luta contra os derramamentos de petróleo é pauta central, mas também 
são episódios marcantes na história das lutas ambientalistas locais o confronto em 
torno da ampliação do Porto com aterro na área do Canal, em 1987; ou a participação 
na mobilização contra a chamada rodovia do Sol, em 1989, que resultou na não 
realização da obra (CUNHA, 1996). 
Na década de 90, acompanhando o que ocorre em escala nacional com o 
movimento ambientalista brasileiro (VIOLA, 1992), posturas ambientalistas passam a 
ser incorporadas nas ações governamentais e ocorre uma diversificação de atores 
interessados nas questões de qualidade ambiental. Enquanto a administração 
municipal do período 89-92 desenvolvia uma política ambiental mais abrangente e 
agressiva (CUNHA, 1996), um Conselho Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo, 
de composição paritária entre representantes do governo local e de entidades da 
sociedade civil, começava a tornar-se o foro de articulação institucional dos conflitos 
ambientais. 
A participação deste Conselho na discussão das iniciativas de política 
ambiental daquele governo; o estilo amplamente participativo da discussão e 
apresentação de emendas à lei ambiental municipal então formulada, que veio a ser 
aprovada porunanimidade na Câmara Municipal; as primeiras experiências de 
licenciamento ambiental Conflito ambiental na costa de São Paulo: 
 
34 
 
O plano diretor de São Sebastião 21 pelo município com abertura de 
informações para a comunidade, como no caso das questões de riscos associados ao 
terminal da Petrobrás, são exemplos de uma dinâmica que ampliava o foco de um 
processo participativo inaugurado pelo programa de coleta seletiva do lixo doméstico, 
iniciado fora do governo e incorporado pela administração a partir da entusiástica 
adesão dos moradores (BLAUTH, 1990). 
A composição do Conselho de urbanismo e meio ambiente (COMDURB) em 92 
reconhecia os espaços reais ou potenciais de novos atores da sociedade civil. Já 
então, se fazia sentir o peso reivindicativo da federação das sociedades de amigos da 
costa sul, entidades que agregam os donos de residências de veraneio, que embora 
durante muito tempo fizessem – e ainda façam – parte de suas reuniões em São 
Paulo, começavam a acompanhar de perto a dinâmica política e administrativa local. 
As sociedades de amigos da costa norte, a Ordem dos Advogados do Brasil, a 
Associação de Engenheiros e Arquitetos, os sindicatos e associações de 
trabalhadores, a Associação Comercial, e, obviamente, o Movimento de Preservação 
de São Sebastião (MOPRESS), eram os demais membros não governamentais do 
conselho. 
O PLANO DIRETOR E A ESTRATÉGIA DE DISCUSSÃO PÚBLICA 
Depois de uma gestão municipal, de 1993 a 1996, em que aparentemente esta 
participação da comunidade era um processo incômodo - tendo o Conselho alternado 
tempos em que não era convocado com outros em que surgiam conflitos e cobranças 
em relação a ações do governo local – o COMDURB voltou a ser reconhecido como 
espaço articulador dos debates públicos de meio ambiente pelo governo iniciado em 
1997. 
Comprometida com propostas ambientalistas em sua plataforma de governo, a 
nova gestão trouxe o ex presidente do MOPRESS, tradicional grupo ecologista local, 
como Secretário de Meio Ambiente, e elencou, entre suas prioridades, a conclusão do 
Plano Diretor municipal. 
Ao final do primeiro ano da gestão, dispunha-se finalmente de um texto dado 
como concluído pela equipe técnica. A pequena equipe de planejamento da Prefeitura 
contara com apoio de consultoria especializada, e agregara no processo de 
elaboração um grupo de técnicos das diferentes secretarias municipais, encarregado 
de recolher contribuições setoriais. 
 
35 
 
As principais bases de dados foram os levantamentos feitos para o 
macrozoneamento costeiro estadual, estudos geotécnicos feitos pelo Instituto 
Geológico para subsidiar as ações de Defesa Civil relativas a riscos naturais, dados 
do IBGE e subsídios Saúde e Sociedade, setoriais. 
Pela primeira vez, surgiu uma base cartográfica do município. Embora pudesse 
ter alguma defasagem temporal nos dados disponíveis, o texto do Plano era um 
diagnóstico bem consistente sobre a inserção regional de São Sebastião e sobre as 
alternativas estratégicas para seu desenvolvimento com respeito às características 
ambientais do território e à dinâmica peculiar de sua população, que soma hoje 45 
000 pessoas, crescendo à base de 6 % ao ano em função da forte migração, e mais 
até 80 000 pessoas nas temporadas de verão. 
O trabalho vinha, na ótica da equipe municipal de meio ambiente, preencher a 
necessidade de um planejamento ambiental municipal, capaz de orientar uma política 
ambiental mais acurada, dadas as diversidades de um compartimento territorial para 
outro. Um desafio básico para o governo municipal era a tramitação do Plano na 
Câmara de Vereadores, dominada pela oposição, e onde mesmo a pequena bancada 
eleita sob a mesma legenda do Prefeito exercia uma sustentação bissexta a seus 
projetos. 
As divergências entre Executivo e Legislativo não eram apenas ligadas a 
conveniências do jogo político-eleitoral, mas a compromissos com interesses e visões 
de mundo bastante diversos. Ao fim do primeiro ano de governo, o Executivo tivera 
sérias dificuldades em obter respaldo no Legislativo para encerrar um contrato lesivo 
ao interesse público com uma empresa que alugava as máquinas para coleta de lixo. 
Comprando uma dúzia de caminhões compactadores, tratores e outros veículos, o 
governo ainda economizaria 5 milhões de dólares ao longo dos quatro anos de 
administração. 
A Câmara criou obstáculos para esta solução, por meses, como bem 
documentou o jornal local (Imprensa Livre, agosto a outubro de 1997). Temia-se, em 
função do histórico do grupo de vereadores, que preocupações ambientais ou de 
qualidade em geral pudessem ser preteridas por interesses mais imediatistas. 
Por outro lado, era do interesse da Administração abrir o debate para que os 
conteúdos técnicos do Plano fossem “digeridos” pela comunidade, tornando-se mais 
acessíveis e compreendidos pelos setores organizados e, gradualmente, pelo 
 
36 
 
conjunto da população. Isso permitiria, inclusive, contar com respaldo para os 
conteúdos do Plano em sua tramitação legislativa. 
O plano de discussão pública, proposto pela Prefeitura e aprovado pelo 
COMDURB, reconhecia este Conselho como o centro político desta nova etapa. O 
Conselho criou uma comissão aberta, encarregada da coordenação do processo e 
sustentada técnica e administrativamente pelo Executivo. 
Foi estabelecido um roteiro de audiências públicas ao longo do município, uma 
para cada bairro central de cada uma das cinco unidades de Conflito ambiental na 
costa de São Paulo: o plano diretor de São Sebastião 23 planejamentos em que o 
estudo do Plano Diretor dividiu São Sebastião. Ao longo de 1998, a dinâmica de 
discussão alternou reuniões da comissão, algumas das quais com especialistas 
convidados a debater em maior profundidade um determinado tema, com as 
audiências, em que eram expostas as diretrizes do Plano, seus principais quadros de 
dados e mapas, suas propostas espaciais, e as dúvidas iniciais eram tiradas. 
As audiências suscitavam pedidos de acesso à íntegra do Plano, o que era 
atendido, e com apoio da Secretaria Estadual de Meio Ambiente foram 
confeccionados 15 000 folhetos de popularização dos conteúdos do Plano, com 
desenhos do artista Patrício Bisso, distribuídos nas audiências e através da rede 
escolar. Através da comissão, era estimulada a publicação de artigos na imprensa 
local ou em periódicos das entidades. 
 
TÓPICOS DE NEGOCIAÇÃO 
Procurava-se combinar, assim, momentos de divulgação e convite ao debate 
com outros em que pudesse haver aprofundamento e mesmo negociações. Sem que 
se anunciasse uma intenção de estabelecer um mecanismo formal de negociação de 
conflitos, eram adotados procedimentos básicos nesse sentido. 
Foi estabelecida uma mesa organizada, em que eram garantidos procedimentos 
democráticos, e trabalhava-se uma postura de respeito pelas opiniões alheias, ainda 
que divergentes, por parte de cada um dos interlocutores. A Prefeitura fornecia 
informações confiáveis para todo e qualquer setor que as demandasse. 
Procurava-se trabalhar encaminhamentos de soluções negociadas para pontos 
específicos, e, em paralelo, ampliar a compreensão sobre a importância de avançar, 
no município, para regras de conduta negociadas pela comunidade. As questões 
 
37 
 
levantadas nos debates, tanto os públicos como os da comissão, foram 
sistematizadas e apresentadas ao COMDURB, ao final de 1998. Acréscimos, 
modificações, novas formulações surgiram para trechos específicos. Por exemplo, o 
texto condenava de forma explícita a idéia de “verticalizar” o município, propondo a 
manutenção do limite legal de 9 metros de altura máxima para edificações, no período 
de vigênciado Plano (até 2004) como até então a lei municipal já estabelecia. 
Constatado que não haveria escassez de espaço no horizonte de tempo do 
Plano, a idéia era evitar o “mal desnecessário” da verticalização, concentradora de 
pessoas e veículos numa cidade precária em saneamento e vias de tráfego, e cuja 
identidade paisagística se liga ao padrão “horizontal”. 
Entre outras razões para adotar esta diretriz, apresentava-se a idéia de que 
sem prédios altos, a cidade ganha valor na competição pela preferência dos turistas, 
diferenciando-se paisagisticamente das outras cidades litorâneas. Saúde e Sociedade 
10(1):15-31, 2001 24 Incorporava-se, também, a reivindicação de hoteleiros e 
comerciantes da costa sul, priorizando um estudo sobre espaços marinhos adequados 
para estruturas de apoio ao turismo náutico. 
Duas ideias, em especial, representaram avanços concretos em termos de 
negociação: uma nova redação para o item resíduos sólidos e a reserva de áreas para 
uso turístico. 
O divisor de águas na questão dos resíduos sólidos era a maneira de se referir 
à área de disposição final localizada no bairro da Baleia, tratada basicamente como 
um lixão no passado. Isso gerou movimento contra a existência dessa área entre as 
sociedades de amigos dos bairros próximos, desdobrando-se, inclusive, em ação 
judicial. 
É assunto de difícil equacionamento, pois simplesmente não se encontram 
espaços alternativos passiveis de aprovação pela CETESB, face à ocupação 
avançada das áreas de planície. 
O novo texto negociado incluiu os compromissos de sanear a área da Baleia e 
buscar soluções alternativas, que venham a permitir que cada região do município 
disponha seus resíduos dentro de seus limites. 
As áreas reservadas para localização de atividades turísticas na proposta do 
Plano aprovada pelo COMDURB são basicamente os morros, abaixo das cotas onde 
se inicia o Parque Estadual, e outros espaços intermediários à sua volta. Locais de 
 
38 
 
notável paisagem, abrangidos pelo tombamento, entendeu-se que sua destinação 
para o turismo viria proteger pelo uso mais seletivo e de baixa densidade os conjuntos 
naturais que se quer conservar. 
Essa idéia de zonas-tampão encontrou resistência entre os ambientalistas, 
inicialmente, por contrapor-se à sua preferência genérica pela idéia de não – uso 
desses espaços. Com o andamento da discussão, aparentemente ocorreu por parte 
destes setores um entendimento sobre a necessidade de estimular o turismo como 
alternativa econômica sustentável, ao mesmo tempo em que se adquiria confiança 
sobre a consistência global do Plano. 
À medida em que o conjunto de suas propostas tornava-se conhecido, o 
trabalho técnico angariava respeitabilidade - ainda que para determinados assuntos 
os conteúdos do texto pudessem ser vistos como avanços limitados, como no caso 
da discussão de alternativas para o saneamento básico ou para a reconfiguração de 
alguns bairros hoje caracterizados por um desenvolvimento caótico de sua malha 
urbana. 
 
TURISMO X VERANISMO: A SUSTENTABILIDADE NO USO DOS RECURSOS 
AMBIENTAIS 
O Plano e sua discussão transformaram em assunto geral uma questão até 
então familiar aos técnicos ou aos iniciados em temas de meio ambiente, na região. 
A dinâmica Conflito ambiental na costa de São Paulo: o plano diretor de São Sebastião 
25 do debate público fez aflorar a contraposição entre turismo e veranismo como 
vocações antagônicas ou complementares do município. Em 1992, o plano municipal 
de turismo já levantara essa discussão, diferenciando o que seria o “veranismo”, ou 
busca das residências de veraneio para compra ou aluguel (CTI,1991). 
Este estudo mostrava que esta opção se afirmara historicamente, aproveitando 
a oferta do produto sol e praia e as facilidades de acesso, acarretando benefícios 
econômicos, mas também vários custos sociais e ambientais. O veranismo é um 
turismo fortemente sazonal, concentrando na temporada de verão, e em alguns 
feriados, grandes fluxos de turistas que usualmente superam largamente a oferta local 
de infraestrutura e serviços. 
 
39 
 
A permanência no tempo deste perfil de utilização dos equipamentos turísticos 
gera distorções de preços e descontinuidade das vagas de trabalho, dificultando 
mesmo o desenvolvimento de uma indústria do turismo. 
Do ponto de vista ambiental, estes períodos, em que a população do local se 
multiplica muitas vezes, acarretam os problemas típicos do chamado turismo de 
massa (RUSCHMANN,1999), com geração de poluição, descaracterização dos 
lugares, perda de referências culturais e perda progressiva da própria atratividade. 
O Plano Diretor incorporava esta visão crítica sobre o veranismo, alertando 
para a tendência de um uso extensivo do território para atividades imobiliárias, o que 
além de certos limites razoáveis acarreta uma série de impactos indesejáveis. 
Retomou-se assim do plano turístico a proposta de investir no desenvolvimento 
do turismo propriamente dito, gerando atrativos menos sazonais, como o ecoturismo, 
o turismo de eventos ou o turismo náutico, todos apoiados nas características 
geográficas e na inserção de São Sebastião nos mercados regionais. 
 A delimitação de zonas para urbanização e para localização de 
empreendimentos turísticos é uma implicação necessária desta postura nas propostas 
de espacialização. 
Os atores que vieram para a mesa de discussão ao longo de 1998 aderiram 
aos parâmetros propostos, percebendo as mútuas conveniências desta alteração de 
rumo em relação ao desenfreado uso imobiliário que prevalecera nos tempos 
recentes. 
O consenso negociado no COMDURB refletiu esta compreensão. No lance 
seguinte, quando o Plano tramitou na Câmara, parte deste avanço seria desbaratado 
por interesses que optaram por não se mostrar, delegando a garantia de seus 
objetivos a manobras legislativas, como se verá a seguir. 
 
O ATOR OCULTO: A TRAMITAÇÃO DO PLANO NO LEGISLATIVO 
A Prefeitura enviou à Câmara como projeto de lei o texto aprovado 
unanimemente pelo COMDURB. Imediatamente, alguns vereadores levantaram a 
bandeira de autorizar prédios altos, para “gerar empregos e solucionar a questão da 
moradia popular”. Uma forte Saúde e Sociedade, campanhas contra essa idéia se 
sucedeu. Depois de reunir o Conselho e propor uma mobilização ampla, o Prefeito 
passou a colocar anúncios de esclarecimento nos jornais e na rádio local. 
 
40 
 
As sociedades da costa sul começaram uma campanha via Internet que 
mostrou o potencial mobilizador deste meio, resultando em mais de 10 mil assinaturas 
contra a verticalização. 
O MOPRESS e outras entidades locais, como o movimento Voto Consciente, 
fizeram concurso de redações estudantis sobre o tema. Televisões regionais, jornais 
de São Paulo, revistas semanais, garantiram repercussão ao movimento. 
A penetração da campanha pode ser medida por sinais como os trabalhos de 
estudantes da escola municipal mostrados na feira da educação em novembro, com 
desenhos e frases optando por uma cidade sem prédios. O debate na Câmara se 
resumiu a este tema, e ao final os vereadores, fortemente pressionados, recuaram, 
abandonando a proposta. Contudo, sem qualquer debate público prévio, emendas 
assinadas pela totalidade dos vereadores alteraram alguns pontos do Plano, já em 
plenário de votação. 
A principal delas simplesmente trocou um mapa das zonas de usos propostas, 
por outro. As principais mudanças eram a redução de algumas áreas de proteção de 
mananciais; a “liberação” para urbanização de uma enorme área de um único 
proprietário na costa sul; e o condicionamento a “autorizações legislativas”, caso a 
caso, para uso das zonas turísticas. 
Ficou claro que a

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