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Espanhol Instrumental
BHU Curso em Humanidades
FIH Faculdade 
Interdisciplinar em 
Humanidades
UFVJM Universidade Federal dos 
Vales do Jequitinhonha e Mucuri
Espanhol Instrumental – BHU 137
Docente Responsável 
Profª. Drª. Antonia Javiera Cabrera Muñoz
Apresentação:
Prezado(a) Aluno(a),
A presente Apostila é o nosso material básico de estudos e atividades, a ser 
utilizada durante a realização da disciplina Espanhol Instrumental do Curso 
em Humanidades. Portanto, tenha-a sempre à mão nas aulas e no seu estudo 
individual e/ou em grupo, para que você acompanhe, sem atropelos, o programa 
de estudos proposto no Plano de Ensino. A Apostila está dividida em Unidades, 
conforme se descreve no Plano:
Unidade 1: Conhecimentos Culturais do Universo Hispânico
Unidade 2: Principais Questões Gramaticais da Língua Estrangeira
Unidade 3: As Habilidades de Compreensão Leitora e Auditiva
Lembre-se: o horário de atendimento da docente responsável é bastante variável 
ao longo da semana. Por isso, solicita-se a todos os alunos que enviem um 
pedido de atendimento ao e-mail: professoraantonia@gmail.com
Bons estudos!
Sumário:
Unidade 1: Conhecimentos Culturais do Universo Hispânico
1.1. O que é a hispanofonia e os países onde se fala o idioma
1.2. Panorama histórico-cultural da Espanha e dos países latino-americanos
Unidade 2: Principais Questões Gramaticais da Língua Estrangeira
2.1. A normatização da língua espanhola: o espanhol atual
2.2. Como aplicar o estudo da língua à leitura e audição de 
textos em espanhol: orientações básicas
Unidade 3: Habilidades de Compreensão Leitora e Auditiva
3.1. A habilidade de compreensão leitora: 
conceitos, características, estratégias cognitivas
3.2. A habilidade de compreensão auditiva: 
conceitos, características, modos de ouvir
3.3. A prática das habilidades: leitura e audição 
de textos diversos, retirados de contextos autênticos
Unidade 1 
Conhecimentos 
Culturais 
sobre o 
Universo 
Hispânico 
1.1. O Universo Hispânico: 
o que é a hispanofonia e os 
países onde se fala o idioma
Hispanofonia corresponde à comunidade 
linguística que envolve todas as pessoas que 
têm em comum a língua espanhola, chamadas 
de hispanófonas e, a partir daí, compartilham 
aspectos culturais semelhantes. Integrados 
nesta comunidade, está também os que têm 
o espanhol tanto como segunda língua como 
língua estrangeira. Os termos “hispanofonia” 
e “hispanófonos” têm origem no nome 
da província romana de Hispânia. 
Hispânia foi o nome dado pelos romanos 
à Península Ibérica (Portugal, Espanha, Andorra, 
Gibraltar e uma pequena parte do sul da França). 
A conquista romana da península foi iniciada 
em 218 a. C. em Ampúrias e concluída quase 
200 anos depois com as Guerras Cantábricas.
O espanhol é o idioma mais falado 
em 27 países ou territórios:
América do Norte: Estados Unidos e México.
América Central: Belize, Costa Rica, Guatemala, 
Honduras, El Salvador, 
Nicarágua e Panamá.
Caribe: Cuba, República Dominicana, Porto Rico e, 
em menor proporção, Antilhas Neerlandesas 
e Ilhas Virgens dos Estados Unidos.
América do Sul: Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, 
Equador, Paraguai, Peru, Uruguai 
e Venezuela.
Europa: Andorra, Espanha e, em menor proporção, 
Gibraltar.
África: Canárias, Ceuta, Guiné Equatorial, 
Marrocos, Melilla e Saara Ocidental.
Ásia: Filipinas, Israel, Taiwan (as cidades de Ilan, 
Keelung e Tamsui) e Turquia.
Oceania: Ilha de Páscoa e, em menor proporção, 
Guam e Ilhas Marianas do Norte.
1.2. Panorama Histórico-Cultural 
da Espanha e dos Países 
Latino-Americanos
A Espanha está localizada na Península Ibérica. 
Além do território ibérico, a Espanha inclui 
as Ilhas Baleares, no Mar Mediterrâneo, as 
Ilhas Canárias no Oceano Atlântico, e os 
enclaves de Ceuta e Melilla, na África.
Bandeira da Espanha. O brasão espanhol 
está na parte centro-esquerda e indica os 
antigos reinos da Espanha: Castela, Leão, 
Navarra e Aragão. As duas colunas do 
brasão representam as colunas de Hércules, 
que são os dois promontórios (Gibraltar e Ceuta) 
no Estreito de Gibraltar. A fita vermelha com a 
inscrição “Plus Ultra” refere-se às posses da 
Espanha do além-mar.
Um pouco de História da Espanha
Na Antiguidade, a Península Ibérica ou 
Hispânia foi habitada por celtas, fenícios, 
gregos e cartagineses. Em 49 a. C. a região 
foi conquistada e unificada pelo Império 
Romano. As culturas das populações celtas 
e ibéricas foram gradualmente romanizadas 
em diferentes níveis e partes da Hispânia. 
Os imperadores Trajano e Teodósio I 
e o filósofo Sêneca nasceram na Hispânia. 
O cristianismo foi introduzido na província 
no século I d. C., e tornou-se popular nas 
cidades no século II d. C. O termo “Espanha”, 
as línguas, a religião e a base das leis atuais da 
Espanha se originaram a partir deste período.
No século IV, tiveram início as invasões 
de tribos bárbaras, com predomínio final 
dos visigodos. No século VIII, os mouros, 
que já dominavam o norte da África, 
estenderam seu domínio à Península Ibérica. 
Nos séculos seguintes os cristãos foram 
gradativamente reconquistando a Península, 
sendo Granada o último domínio mouro.
No século VIII, quase toda a Península Ibérica 
foi conquistada (711-718) por exércitos mouros 
muçulmanos provenientes principalmente 
do norte da África. Essas conquistas fizeram 
parte da expansão do Califado Omíada. 
Apenas uma pequena área montanhosa no 
noroeste da península conseguiu resistir à 
invasão inicial muçulmana. Acredita-se que os 
muladi (muçulmanos de origem étnica ibérica) 
compreendiam a maioria da população de 
Al-Andalus (nome dado à Península Ibérica pelos 
muçulmanos) até o final do século X. 
A comunidade muçulmana na Península Ibérica 
era diversificada e atormentada por tensões 
 sociais. Os povos berberes do norte da África, 
 que tinham fornecido a maior parte dos 
 exércitos invasores, entraram em choque 
 com a liderança árabe do Oriente Médio. 
 Ao longo do tempo, grandes populações 
 árabes se estabeleceram especialmente 
 no Vale do Rio Guadalquivir, na planície 
 costeira de Valência, no Vale do Rio Ebro 
e na região montanhosa de Granada.
 Córdova, a capital do califado, era a maior, 
 a mais rica e a mais sofisticada cidade da 
 Europa Ocidental na época. O comércio e o 
intercâmbio cultural do Mediterrâneo floresceram. 
Os muçulmanos importaram uma rica tradição 
intelectual do Oriente Médio e do norte da África. 
Estudiosos muçulmanos e judeus desempenharam 
um papel importante na renovação e ampliação da 
aprendizagem clássica grega na Europa Ocidental. 
As culturas romanizadas da Península 
Ibérica interagiram com as culturas 
muçulmanas e judaicas de forma complexa, 
dando, à região, uma cultura distinta.
No século XI, os territórios muçulmanos 
fragmentaram-se em reinos rivais (as 
chamadas taifas), permitindo, aos pequenos 
Estados cristãos, a oportunidade de 
ampliar enormemente seus territórios.
As contínuas disputas entre muçulmanos 
e cristãos tiveram, como consequência, a 
Reconquista Cristã, começando no século 
VIII com a resistência cristã no norte da 
Espanha e através dos séculos seguintes 
com o avanço dos reinos cristãos ao sul, 
culminando com a conquista de Granada e 
com a expulsão dos últimos mouros em 1492.
Durante este período, os reinos e 
principados cristãos se desenvolveram 
notavelmente, incluídos os mais importantes: 
a Coroa de Castela e o Reino de Aragão. 
A união destes dois reinos através do casamento 
em 1469 da rainha Isabel I de Castela com 
o rei Fernando II de Aragão levou à criação 
do Reino da Espanha. A unificação das coroas 
de Aragão e Castela lançou as basespara a 
Espanha moderna e para o Império Espanhol.
O período seguinte é de prosperidade 
para a Espanha, com forte investimento 
na expansão marítima, seguindo 
Portugal, a maior potência da época.
A viagem de Cristóvão Colombo, sob o 
patrocínio espanhol, tornou a América 
conhecida na Europa. Nos anos seguintes, 
a exploração da América trouxe enorme 
quantidade de metais preciosos e pau-
brasil. Colombo, entretanto, desembarcou 
em terras portuguesas pelo Tratado de 
Alcáçovas. O conflito com Portugal deu 
origem ao Tratado de Tordesilhas em 1494.
Em 1580, Felipe II reivindicou o trono de Portugal. 
A União Ibérica transforma a Espanha na maior 
potência econômica do Planeta, na época. 
Em 1588, a armada espanhola, considerada 
invencível, foi derrotada pela Inglaterra, 
com grande perda para o Império Espanhol. 
Portugal separou-se da Espanha em 1640. 
No início do século XIX, as colônias 
espanholas americanas iniciaram movimentos 
de independência. Em 1898, a Guerra 
Hispano-Americana resulta no fim do 
Império Espanhol, com as últimas colônias 
cedidas para os Estados Unidos.
Guerra Civil Espanhola (1936-1939)
No início do século XX, havia agitação anarquista 
e um movimento separatista da Catalunha. 
Em 1931, o rei Alfonso XIII foi deposto. Conflitos 
entre as forças de esquerda, que governaram a 
Espanha de 1931 a 1933, e de centro-direita 
(1933 a 1935) culminaram na Guerra Civil 
Espanhola. Francisco Franco tornou-se ditador 
no início da guerra civil e dela saiu vencedor. 
 O país exausto e em ruínas 
permaneceu neutro durante a 
Segunda Guerra Mundial.
Em 1969, Juan Carlos I de Bourbon foi nomeado rei. 
Ainda com a monarquia estabelecida, Franco 
continuou como chefe de governo até a sua morte, 
em 1975. O rei Juan Carlos teve, então, importante 
participação na transição democrática.
Desde a Constituição de 1978 que a Espanha está 
dividida em 17 Comunidades Autônomas e as duas 
cidades autônomas de Ceuta e Melilla, gozando 
estas de estatuto intermediário entre o município e 
a comunidade. Das 17 comunidades autônomas, 
quatro delas (Galiza, País Basco, Andaluzia e 
Catalunha) possuem condição de “Nacionalidades 
Históricas” reconhecidas na Constituição, 
juntamente com um “Estatuto de Autonomia”, o que 
reverte num maior poder e capacidade de decisão 
e soberania com respeito às outras comunidades.
Lista das comunidades e 
cidades autônomas:
Andaluzia: Sevilha
Aragão: Saragoça
Principado de Astúrias: Oviedo
Ilhas Baleares: Palma de Maiorca
País Basco: Vitória
Ilhas Canárias: Las Palmas de Gran Canaria 
e Santa Cruz de Tenerife
Cantábria: Santander
Catalunha: Barcelona
Castela-La Mancha: Toledo
Castela e Leão: Valladolid
Estremadura: Mérida
Galiza: Santiago de Compostela
La Rioja: Logronho
Comunidade de Madri: Madri
Região de Múrcia: Múrcia
Comunidade Foral de Navarra: Pamplona
Comunidade Valenciana: Valência 
Cidades Autônomas: Ceuta e Melilla
“Castellano, Español”
Castellano o español – ambos nombres 
designan esta lengua exquisita, dulce y 
musical, en que fue escrito el 
Don Quijote, obra maestra de la 
literatura universal.
Nació en Castilla (“región de castillos”), 
prevaleció sobre los dialectos afines y se fue 
extendiendo – salvo en Portugal – por toda 
la península ibérica, hasta imponerse como 
idioma culto nacional. Más tarde se propagó a 
las inmensas regiones descubiertas y civilizadas 
por los españoles en América y Oceanía.
Pero también se hablan, en España, otras lenguas 
hermosas, con importantes literaturas: 
el catalán, el gallego (o gallego-portugués) 
y el vascuence. Menor desarrollo literario 
tienen el leonés, el bable o asturiano, 
el andaluz, el mallorquín y otros dialectos.
Hace cuatro siglos, con las audaces carabelas 
de Colón, llegó el castellano al Nuevo Mundo 
y se derramó por el Continente, desde Méjico 
hasta Tierra del Fuego, exceptuando el Brasil 
y las Guayanas. Y, hoy, diecinueve naciones 
hablan el idioma de Cervantes.
Manual de Español. 77. ed. São Paulo: Nobel, 1989.
Países em que se adota o espanhol como 
idioma oficial:
• Europa: Espanha peninsular (incluindo as 
Ilhas Baleares e as Ilhas Canárias)
• América Latina: Argentina, Bolívia, Colômbia, 
Costa Rica, Cuba, Chile, 
Equador, Guatemala, 
Honduras, México, 
Nicarágua, Panamá, Paraguai, 
Peru, Porto Rico, República 
Dominicana, El Salvador, 
Uruguai e Venezuela
- África: Guiné Equatorial
Um pouco de Cultura Espanhola
A arte espanhola é, historicamente, uma das 
mais brilhantes da Europa. A contribuição árabe 
é marcante até o século XV, principalmente na 
arquitetura. O Renascimento espanhol trouxe 
algumas das lendas da pintura clássica, como 
El Greco (1541-1614), Diego Velázquez (1599-
1660) e Francisco de Goya (1734-1828).
O Surrealismo recebeu imensa contribuição 
de Salvador Dalí (1904-1989), Joan Miró (1893-
1983) e do cineasta Luis Buñuel (1900-1983).
Pablo Picasso (1881-1973), com seu 
cubismo, transformou-se no artista plástico 
mais lembrado do século XX.
Hoje, a Espanha abriga importantes instituições 
do mundo da arte, mostrando o talento 
espanhol em muitas áreas. Além da pintura, 
os destaques incluem música flamenga, 
arquitetura, cinema e literatura.
Museus de Arte da Espanha
Museo del Padro, Madrid
Museo Thyssen-Bornemisza, Madrid
Museo Nacional Reina Sofía, Madrid
Museo Guggenheim, Bilbao
Museo Picasso, Barcelona
Museo d’Art de Catalunya, Barcelona
Museo d’Art Contemporani, Barcelona
Museo Colegio de San Gregorio, Valladolid
Turismo
A Espanha é um dos maiores destinos turísticos 
do mundo. Possui vários castelos erguidos 
com pedras, montanhas com picos de neve 
e cidades com culturas sofisticadas. É o 
país das touradas e da dança flamenga.
O litoral da Espanha é rico em belas praias e 
balneários, sendo dividido em trechos como 
Costa Brava, Costa de la Luz, Costa del Sol, 
Costa Blanca, Costa Tropical, Costa Dorada 
etc. As opções de turismo são imensas.
España
España, tierra de sol y de maravillas, empapada 
de historia y de tradiciones gloriosas; de clima 
ameno y naturaleza pródiga; país de música, 
flores, mantillas de encaje, verbenas y corridas 
de toros – encanta y deslumbra con la variedad 
pintoresca de sus provincias. Viajemos por ellas.
Al Norte, bajo un cielo, ora azul, ora nublado: 
Galicia – la Suiza española -, con sus ríos, sus 
lagos y cascadas, valles umbrosos y montes 
cubiertos de castaños. Audaces pescadores se 
hacen a la mar desde el espléndido puerto de 
Vigo, centro de industria notable. Y en las vegas 
floridas, donde pace el ganado, se dibujan 
campesinas de pañuelos rojos en la cabeza.
Pasamos por Asturias, con sus ricas minas 
de carbón, hierro, zinc y plomo. Llegamos a 
las Provincias Vascongadas: tierra de mineros 
y pescadores. Pueblecitos de gente sencilla y 
hospitalaria. Callejuelas empinadas y tortuosas. 
Costas azotadas por un mar furioso; muelles 
envueltos en bruma.
Ahora, rumbo al sur: Castilla la Vieja. El paisaje 
es límpido y diáfano. Carreteras uniformes 
atraviesan pueblos vetustos, de tristeza 
ensoñadora. Hay ventas destartaladas, mesones 
de anchos zaguanes, viejos palacios. Y por toda 
parte – una soledad de añejas tradiciones.
Lejos, en la dirección de Portugal, quedó 
la sabia Salamanca. Atravesemos el nevado 
Guadarrama. He aquí la capital del país – 
Madrid – con su rico Museo del Prado y la 
célebre Puerta del Sol.
Castilla la Nueva: hombres afables y mujeres 
hogareñas, discretas. El sol ciega con sus vivas 
reverberaciones el árido paisaje de la Mancha, 
seca y desnuda, por donde el hidalgo 
manchego paseó su genial locura.
Y, otra vez, rumbo al sur. Surgen las llanadas de 
Valencia, con sus campos de arroz y sus naranjales. 
En Alicante, famosa por su turrón y sus vinos, hay 
frutos exquisitos. No tienenárboles sus colinas, 
pero en las huertas, en los barrancos y en las laderas 
– florecen granados, algarrobos, higueras, viñas, 
datileras, olivos –. Y jóvenes de peregrina y delicada 
belleza cogen palmas y azahares.
En Murcia el aire cálido anuncia al África 
cercana. Bulle el agua en las largas acequias, 
por entre huertas exuberantes, donde gusanos 
de seda tejen sus capullos.
Y, en fin, bajo un cielo de azul purísimo – 
Andalucía, graciosa y sonriente. Aquí natura 
derrocha sus dones: minas de oro y plata, 
ganados, cereales, olivos, remolacha, naranjos, 
limoneros, todas las frutas tropicales. ¡Y hasta 
caña de azúcar!
En medio de olivares, ambas a orillas del 
Guadalquivir, descansan Córdoba y Sevilla. 
Córdoba, con sus sierras fragosas, pobladas 
de pinos, sus huertas opulentas, sus mujeres 
hábiles y laboriosas en el hogar. En la ciudad, 
tras las murallas moriscas, se yergue la 
magnífica Mezquita (hoy Catedral), el templo 
más grande de los árabes en España.
Y, al pie de la Sierra Nevada: Granada, la joya 
de la arquitectura árabe, donde los fantásticos 
palacios de la Alhambra y del Generalife 
sueñan gloriosos recuerdos de tiempos lejanos.
A América Latina é uma região do continente 
americano que engloba os países onde são 
faladas, primordialmente, línguas românicas 
(derivadas do latim) – no caso, o espanhol, 
o português e o francês –, visto que, 
historicamente, a região foi maioritariamente 
dominada pelos impérios coloniais europeus, 
espanhol e português. A América Latina tem 
uma área de cerca de 21.069.501 km². A 
América Latina compreende a quase totalidade 
das Américas do Sul e Central: as exceções 
são os países sul-americanos da Guiana e 
do Suriname e a nação centro-americana de 
Belize, que são países de línguas germânicas. 
Também engloba alguns países da América 
Central Insular (países compostos de ilhas e 
arquipélagos banhados pelo Mar do Caribe). 
Da América do Norte, apenas o México é 
considerado como parte da América Latina.
Um pouco de História 
da América Latina
A primeira ocupação da América por homens 
vindos da Ásia ter-se-ia verificado no fim do 
Paleolítico e no alvorecer do Neolítico, entre 
15.000 e 10.000 anos a. C. No final do século 
XV e início do século XVI, os índios dos 
planaltos são exímios na metalurgia do cobre, do 
ouro e da prata, mas ignoram o uso do ferro. A 
natureza não colocou à sua disposição, 
como o fez para a humanidade do Velho Mundo, 
o motor muscular do boi e do cavalo. 
Do outro lado do Atlântico, a 
Europa estava saindo da Idade Média. 
Na sua extremidade ocidental, a Ibéria, 
nas fronteiras da Cristandade e em contato 
com o mundo árabe, que a impregnou durante 
oito séculos, acabou de terminar a reconquista 
com a tomada de Granada (10 de janeiro 
de 1492). Com o seu casamento, os Reis 
católicos, Isabel de Castela e Fernando de 
Aragão, realizaram o primeiro esboço da 
unidade espanhola. Esses dois fragmentos 
desiguais da humanidade desenvolveram-se 
paralelamente, sem interferências. Entraram em 
contato no final do século XV por intermédio 
dos povos ibéricos. A cristandade ocidental 
cabe, evidentemente, a responsabilidade 
desse encontro, de resto fortuito.
Para se ir às Índias haveria duas soluções. 
A solução portuguesa que procuram dobrar, ao 
sul o Cabo da Boa Esperança. É a que realiza 
Vasco da Gama, em 1498. E há também a 
solução de um louco, pelo oeste, porque a terra 
é redonda. A solução que Colombo consegue 
fazer Isabel, a Católica, aceitar. E é assim, 
que num dia 12 de outubro, no ano de 1492, 
Cristóvão Colombo, que partira à descoberta 
de Cipango e das suas montanhas de ouro, 
das Índias e das suas especiarias, encontra no 
caminho uma ilha minúscula do arquipélago das 
Bahamas denominada Guanahani, descobrindo, 
sem o saber, por inadvertência, a América. 
No ponto de impacto da humanidade índia e da 
humanidade ibérica, nasceu a América Latina.
Século dos Conquistadores 
(1492-1550):
• Descobrimento (1492-1519)
24 de dezembro de 1492: Cristóvão 
Colombo fundava na Ilha de Hispaniola, 
atual São Domingos, Navidad.
Durante os trinta anos que se seguiram à sua 
primeira viagem, os espanhóis apossaram-
se das Grandes Antilhas. Américo Vespúcio, 
que deu nome ao Novo Mundo, Juan 
Ojeda, Juan de la Cosa, Vasco Núñez de 
Balboa, o primeiro a chegar, surpreendidos 
em 25 de setembro de 1513, às margens do 
Pacífico, viram surgir um continente novo.
Conquista dos Impérios (1519-1550):
• Conquista da Nova Espanha 
(vice-reino espanhol durante o período colonial)
Fevereiro de 1519: Hernán Cortés desembarca 
na costa de Iucatã. Penetra a 8 de novembro 
de 1519 em Tenochtitlán (México) e apodera-se 
de Montezuma. Na Nova Espanha, a era dos 
conquistadores terminou no dia 13 de dezembro 
de 1527, onde se instala a primeira audiência 
e a conquista cede lugar à organização.
Arizona, Califórnia, Colorado, Nevada, Novo 
México e Utah nos Estados Unidos, até a 
Costa Rica na América Central, tendo como 
capital a Cidade do México. Existiu de 1535 a 
1821. A Nova Espanha não só administrava as 
terras compreendidas entre estes limites, mas 
também o arquipélago das Filipinas na Ásia.
• Conquista da Nova Castela 
(vice-reino espanhol durante o período colonial)
Francisco Pizarro deixou o Panamá em janeiro 
de 1531 com 180 homens e trinta e sete cavalos, 
ainda menos do que Cortés, para um país mais 
vasto e de acesso mais difícil: um planalto de 
3 a 3.500 metros de altitude fechado entre 
cadeias de montanhas de mais de 6.000 m. 
E, no entanto, Pizarro conseguiu em dois anos, 
pela astúcia e pela violência, derrubar o Império Inca.
Em 1536, Pedro de Mendoza fundava, 
pela primeira vez, Buenos Aires.
Francisco de Orellana percorre dezenas de milhares 
de léguas através das florestas da Amazônia, 
enfrentando-se constantemente com o desconhecido.
Governo de Nova Castela instalou-se em 1529, 
e foi cedida a Francisco Pizarro. Foi constituída 
por territórios incas incorporados à Castela na 
conquista do Peru. Foi criada em 26 de julho 
de 1529 mediante a Capitulação de Toledo.
Os Maias
A civilização maia foi uma cultura 
mesoamericana pré-colombiana, notável por 
sua língua escrita, pela sua arte, arquitetura, 
matemática e sistemas astronômicos. 
Inicialmente estabelecidas durante o período 
pré-clássico (1.000 a. C. a 250 d. C.), muitas 
cidades maias atingiram o seu mais elevado 
estado de desenvolvimento durante o período 
clássico (250 d. C. a 900 d. C.), continuando 
a se desenvolver durante todo o período pós-
clássico, até a chegada dos espanhóis. No seu 
auge, era uma das mais densamente povoadas e 
culturalmente dinâmicas sociedades do mundo.
A influência dos maias pode ser detectada em 
países como Honduras, Guatemala, El Salvador, 
e na região central do México, a mais de 
1000 km da área maia. Os povos maias nunca 
desapareceram, nem na época do declínio 
no período clássico, nem com a chegada dos 
conquistadores espanhóis e a subsequente 
colonização espanhola das Américas. Muitas 
línguas maias continuam a ser faladas como 
línguas primárias ainda hoje: o Rabinal 
Achí, uma obra literária na língua achi, foi 
declarada uma obra-prima do Patrimônio Oral 
e Imaterial da Humanidade pela Organização 
das Nações Unidas para a Educação, a 
Ciência e a Cultura em 2005. A arquitetura 
maia era bastante desenvolvida e ostentava 
obras grandiosas, tecnicamente qualificadas e 
com grande variedade e beleza de formas.
Os Astecas
Os povos astecas eram certos grupos étnicos da 
região central do atual México, em particular 
os grupos que falavam a língua náuatle e que 
dominaram grande parte da Mesoamérica entre 
os séculos XIV e XVI. A partir do século XIII, 
o Vale do México era o coração da civilização 
asteca: a capital da Aliança Asteca, a cidade 
de Tenochtitlán,foi construída sobre ilhotas 
levantadas sobre o lago Texcoco. A Tríplice 
Aliança formava um império tributário que 
expandiu sua hegemonia política para além do 
Vale do México, conquistando outras cidades 
de toda a Mesoamérica. No seu auge, a cultura 
asteca teve tradições mitológicas e religiosas 
ricas e complexas, bem como atingiu notáveis 
realizações arquitetônicas e artísticas. Em 1521, 
o espanhol Hernán Cortés, juntamente com 
um grande número de aliados nativos falantes 
da língua náuatle, conquistou Tenochtitlán e 
derrotou a Tríplice Aliança Asteca, então sob 
a liderança de Moctezuma II. Posteriormente, 
o espanhol fundou o novo assentamento da 
Cidade do México sobre o local das ruínas da 
antiga capital asteca, de onde prosseguiu com 
o processo de colonização da América Central.
A cultura e história asteca são conhecidas 
principalmente por meio de evidências 
arqueológicas encontradas em escavações, 
tais como a do famoso Templo Mayor na 
Cidade do México; códices de papel nativos; 
através de relatos de testemunhas oculares por 
conquistadores espanhóis, como Hernán Cortés 
e Bernal Díaz del Castillo; e, especialmente, 
a partir de descrições do século XVI e XVII 
de cultura e história asteca escritos por 
clérigos espanhóis e astecas alfabetizados na 
língua espanhola ou náuatle, como o famoso 
Códice Florentino, compilado pelo monge 
franciscano Bernardino de Sahagún com 
a ajuda de informantes astecas nativos.
Os Incas
O Império Inca (Tawantinsuyu em 
quíchua) foi um Estado criado pela 
civilização inca, resultado de uma 
sucessão de civilizações andinas 
e que se tornou o maior império 
da América pré-colombiana. 
A administração política e o centro 
de forças armadas do império ficavam 
localizados em Cusco (em quíchua, 
Umbigo do Mundo), no atual Peru. 
O império surgiu nas terras altas 
peruanas em algum momento do século XIII. De 1438 
até 1533, os incas utilizaram vários métodos, da conquista 
militar à assimilação pacífica, para incorporar uma 
grande porção do oeste da América do Sul, centrado 
na Cordilheira dos Andes, incluindo grande parte do 
atual Equador e Peru, sul e oeste da Bolívia, noroeste 
da Argentina, norte do Chile e sul da Colômbia.
O império abrangia diversas nações e mais de 700 
idiomas diferentes, sendo o mais falado o quíchua. 
Outro idioma que se destacava era a língua aimará, 
de uma das principais etnias componentes, os aimarás. 
O nome quíchua para o império era Tawantinsuyu, que 
pode ser traduzido como as quatro regiões ou as quatro 
regiões unidas. Antes da reforma ortográfica era escrita 
em espanhol como Tahuantinsuyo. Tawantin é um grupo 
de quatro partes (tawa significa “quatro”, com o sufixo 
–ntin que nomeia um grupo); Suyu significa “região” ou 
“província”. O império foi dividido em quatro Suyus, cujos 
cantos faziam fronteira com a capital, Cusco (Qosqo).
“Los Países Hispanoamericanos” 
México: Este gran país está en América del 
norte. En México toda persona que sabe leer 
y escribir está obligada a enseñar a leer a 
otro mexicano que no sepa.
Cuba: Este país es una gran isla donde hay 
muchas palmas. En Cuba hay una planta 
llamada “caña de azúcar”, que tiene el tallo 
muy dulce. A los niños les agrada mucho 
chupar este tallo con gusto a caramelo. Los 
cubanos sacan azúcar de esta planta.
República Dominicana: Este pequeño 
país es parte de una isla que está al lado de 
Cuba. Allí se está haciendo una gran cruz 
en recuerdo de Cristóbal Colón. Esta cruz 
está tendida en el suelo y tiene más de dos 
kilómetros de largo.
América Central: Esta parte de América 
está formada por los países de Guatemala, 
Honduras, El Salvador, Nicaragua, Costa 
Rica y Panamá. En todos estos países hace 
bastante calor, y se producen el café, el 
arroz, la vainilla, los plátanos, las piñas y 
otras frutas muy ricas. En Nicaragua está el 
único lago del mundo donde hay tiburones. 
Y en Panamá se encuentra el canal más 
grande que ha hecho el hombre. Por este 
canal pasan los buques entre los Océanos 
Pacífico y Atlántico.
Venezuela: Este país es muy rico porque 
tiene mucho petróleo. En Venezuela nació 
el Gran General y Libertador Simón Bolívar, 
que murió hace más de cien años. Todo niño 
debe pedirle a su maestra que le cuente “el 
sueño de Bolívar”.
Colombia: En este país se cosecha el café 
más suave y perfumado del mundo. En 
Colombia hay una serpiente llamada BOA 
y es tan grande y peligrosa que se traga a 
un ternero. Esta serpiente mide más de diez 
metros de largo.
Ecuador: Este país es muy interesante 
porque tiene animales y pájaros de todas 
clases y colores. En sus islas Galápagos 
hay grandes tortugas. También viven como 
salvajes estos animales: caballos, vacas, 
ovejas, cabras, burros y perros. Los mejores 
chocolates se hacen con cacao del Ecuador.
Perú: el tren que corre a mayor altura en 
todo el mundo está en Perú. Este es un gran 
país que produce de todo y de buena clase. 
Cuando una cosa es buena y de valor se 
dice: “Vale un Perú”.
Bolivia: En Bolivia hay minas de oro, plata, 
estaño y otros minerales de gran valor. Los 
chocolates se envuelven en papel de estaño.
Paraguay: En este país se cultiva la yerba 
mate de buena clase, y con esta yerba 
se prepara una bebida muy agradable. El 
mate debe servirse caliente, con bombilla 
y bien conservado...
Uruguay: En todo el mundo se comen las 
ricas carnes en conserva preparadas en 
Uruguay. Este país tiene hermosas playas y 
buenos caminos para pasear en automóvil.
Argentina: La capital de Argentina es 
Buenos Aires. Esta ciudad es una de las más 
grandes del mundo. Argentina es un país 
que produce mucha carne y trigo. Cuando 
se pasa en tren por la pampa argentina se 
pierden de vista los campos con animales y 
sembrados.
Chile: Este es el país más largo y angosto del 
mundo. Comienza donde hace bastante calor 
y termina donde la tierra está cubierta de 
hielo y nieve, o sea, en el Polo Sur. Esta parte 
del país se llama Antártica Chilena. En Chile 
se producen mucha madera, cobre, frutas y 
vinos. Los vinos chilenos son de los mejores 
del mundo. En este país no hay animales 
venenosos. Tiene montañas, bosques, ríos, 
lagos y mucho mar. Las partes más lindas de 
América se encuentra en el Sur de Chile.
España: Esta gran nación se encuentra 
en Europa y es nuestra Madre Patria. 
Todos los países que se han nombrado 
son hijos de España. A España le debemos 
el descubrimiento de América, hecho por 
el navegante Cristóbal Coló el año 1492. 
A la Madre Patria le debemos todo: el suelo 
en que vivimos, la sangre que llevamos 
en nuestras venas, el hermoso idioma que 
hablamos y el valor de nuestros héroes. 
Ningún idioma en el mundo se habla en 
tantos países como el idioma español.
Como complemento, 
leia o texto “Língua 
espanhola”, do escritor 
peruano Mario Vargas 
Llosa, publicado em 
Dicionário Amoroso da 
América Latina (2006).
Turismo
Assistir ao Vídeo: “Los Países Más Visitados de América Latina”
https://www.youtube.com/watch?v=4_-H2pRFFws
h
Unidade 2: 
Principais 
Questões 
Gramaticais 
da Língua 
Estrangeira
2.1. A normatização da língua 
espanhola: o espanhol atual
O castelhano ou espanhol é uma língua 
românica do grupo ibero-românico que evoluiu 
a partir de vários dialetos do latim falados no 
centro-norte da Península Ibérica por volta do 
século IX. Gradualmente, espalhou-se com a 
expansão do Reino de Castela para o centro e o 
sul da Península Ibérica durante a Idade Média.
No início de sua história, o vocabulário 
espanhol foi enriquecido pelo seu contato 
com o basco e o árabe e a língua continua a 
adotar palavras estrangeiras a partir de uma 
variedade de outras línguas, bem como o 
desenvolvimento de novas palavras. O espanhol 
foi trazido principalmente para a América, 
bemcomo a África e a Ásia e o Pacífico, com 
a expansão do Império espanhol entre os 
séculos XV e XIX, onde se tornou a língua mais 
importante para o governo e o comércio.
Na formação do castelhano/ espanhol, podem-
se distinguir três períodos: o medieval ou 
castelhano antigo (dos séculos X ao XV), 
o espanhol moderno (entre os séculos XVI 
e XVII) e o contemporâneo, que vai da 
fundação da Real Academia Espanhola até 
nossos dias. Apesar de ser um idioma falado 
em regiões tão distantes, a ortografia e as 
normas gramaticais asseguram a integridade 
da língua, daí a colaboração entre as 
diversas Academias da Língua Espanhola 
no intuito de preservar esta unidade.
“C ada um é filho das suas obras.”
Don Quijote – Parte 1, Capítulo 47.
Latim Vulgar
Como disse o grande Menéndez Pidal, “a base do 
idioma é o latim popular, propagado na Espanha a 
partir do final do século III a. C. até se impor às 
línguas ibéricas”. Entre os séculos III e VI, a língua que 
evoluía na Espanha assimilou germanismos através 
do latim falado pelos povos bárbaros romanizados 
que invadiram a península. Com o domínio muçul-
mano de oito séculos, a influência do árabe – 
idioma dos conquistadores berberes – foi decisiva 
na configuração das línguas ibéricas, entre as quais 
se incluem o castelhano/ espanhol e o português.
Glosas Medievais
O nome da língua procede da terra dos castelos, 
Castela. A esta época, pertencem as Glosas Silenses e 
as Emilianenses, do século X, anotações em romance 
dos textos latinos no Monastério de Yuso (San Millán 
de la Cogolla), centro medieval de cultura, mas a 
mais antiga referência ao idioma vem do Cartulário 
de Valpuesta, nos primeiros anos do século IX.
O primeiro passo para converter o castelhano 
em língua oficial do reino de Castela e Leão foi 
dado por Afonso X. Foi ele quem mandou compor 
em romance, e não em latim, as grandes obras 
históricas, astronômicas e legais. O castelhano 
era a língua dos documentos notários e da Bíblia 
traduzida sob as ordens de Afonso X. Graças ao 
Caminho de Santiago, entraram, na língua, escassos 
galicismos que foram propagados pela ação dos 
trovadores da poesia cortesã e provençal.
Árabe
No sul, sob o domínio árabe, as comunidades 
hispânicas que conviviam com as comunidades 
judaica e árabe falavam moçárabe. Esta é a língua 
na qual foram escritos os primeiros poemas, as 
jarchas, que conservam uma forma estrófica de 
clara origem semítica, a moasajas.
Em quase oito séculos de interação (711-1492), os 
povos falantes de Árabe deixaram, no castelhano, 
um abundante vocabulário de cerca de quatro 
mil termos. Com o tempo, foram caindo em 
desuso, mas há vestígios modernos, palavras 
de uso comum como tambor, adobe, alfombra, 
zanahoria, almohada, e a expressão ojalá, como 
no português “oxalá”, que significa “queira Deus” 
(literalmente: “queira Alá”). Cabe assinalar que 
penetrou, na gramática castelhana, a preposição 
árabe hatta (حتى), que se converteu na preposição 
espanhola hasta e na preposição portuguesa até.
Primeira Gramática Moderna Europeia
A publicação da primeira gramática castelhana, 
escrita por Elio Antonio de Nebrija em 1492, ano 
do descobrimento da América, estabelece o marco 
inicial da segunda etapa de conformação e con-
solidação do idioma. O castelhano adquire grande 
quantidade de neologismos, pois o momento coin-
cidiu com a expansão de Castela que, pela força 
política, conseguiu consolidar seu dialeto como 
língua dominante. O castelhano é a língua dos 
documentos legais, da política externa e a que chega 
à América pela mão da grande empreitada realizada 
pela Coroa de Castela. Nesta mesma época, os 
judeus sefarditas foram expulsos de Castela e 
Aragão, levando, consigo, a fala que daria lugar ao 
ladino, uma língua que, ouvida, parece castelhano.
Gramática Castellana (1492) e do Diccionario Latino-Español (1494) 
de Antonio de Nebrija, 
Num primeiro momento, os realistas não mostraram 
interesse em difundir a língua castelhana na América 
e nas Filipinas, realizando-se a evangelização nas 
línguas nativas. Na França, Itália e Inglaterra são 
editadas gramáticas e dicionários para o ensino do 
castelhano/espanhol, que ganha o status de língua 
diplomática até a primeira metade do século XVIII. 
O léxico incorporou palavras originárias de tantas 
línguas quantos contatos políticos possuía o Império: 
italianismos, galicismos e americanismos.
No ano 1713, fundou-se a Real Academia Espanhola. 
Como primeira tarefa, a Academia fixou as mudanças 
feitas pelos falantes do idioma, o que permitiu 
grande variedade de estilos literários: da liberdade 
das alterações sintáticas do barroco, no século XVII, 
às contribuições dos poetas da geração de 1927. 
No primeiro terço do século XX, apareceram novas 
modificações gramaticais que, ainda hoje, estão 
em processo de assentamento. Paralelamente, é 
contínua a criação de neologismos provenientes 
das inovações técnicas e dos avanços científicos.
Sistema de Escrita
O castelhano/ espanhol escreve-se mediante 
o alfabeto latino. Tem uma letra adicional, Ñ, 
embora, no passado, ch e ll fossem consideradas 
letras. As vogais podem levar um acento agudo 
para marcar a sílaba tônica quando esta não segue 
o padrão habitual, ou para distinguir palavras 
que, de outra forma, teriam a mesma grafia.
O u pode levar trema (ü) para indicar que este 
se pronuncia nos grupos “güe”, “güi”. Na poesia, 
as vogais i e u podem levar trema para romper 
um ditongo e ajustar convenientemente a métrica 
de um verso determinado (por exemplo, 
ruído tem duas sílabas, mas ruído tem três).
Assista ao vídeo esclarecedor 
sobre o novo alfabeto espanhol: 
www.youtube.com/watch?v=8F7Wm5ajpFA&spfreload=10
Nueva 
Gramática
A normatização atual da língua espanhola 
encontra-se fundamentada na obra revisada e 
publicada pela RAE – Real Academia Espanhola 
e demais Academias de Língua Espanhola da 
América Latina, intitulada Nueva Gramática de la 
Lengua Española (2009). É tida como a primeira 
gramática que reflete todas as variedades do 
espanhol, por isso, é também a primeira gramática 
acadêmica desde 1931. É o resultado de onze anos 
de intenso trabalho das vinte e duas Academias 
da Língua Espanhola. A Nueva Gramática 
pretende ser um verdadeiro “mapa do espanhol”. 
Caracteriza-se por ser uma obra coletiva, pan-
hispânica, descritiva, normativa, sintética e prática. 
A obra foi publicada em três volumes, que são 
suas três partes fundamentais: Morfologia, Sintaxe 
e Fonética e Fonologia. A descrição da obra pode 
ser consultada pelo seguinte endereço eletrônico:
www.rae.es/obras-academicas/gramatica/nueva-gramatica/ 
nueva-gramatica-morfologia-y-sintaxis
Também há uma consulta 
online que pode ser acessada em: 
aplica.rae.es/grweb/cgi-bin/buscar.cgi
O vídeo da apresentação oficial da 
Nueva Gramática de la Lengua Española 
pode ser acessado pelo link: 
www.youtube.com/watch?v=OMClDelmdsw
2.2. Como aplicar o estudo 
da língua à leitura e audição 
de textos em espanhol: 
orientações básicas
Para aprender espanhol, é fundamental 
ter disciplina e autonomia nos estudos. 
Listamos, a seguir, alguns materiais de 
estudo e dicas de endereços virtuais:
Fonética, 
Entonación y 
Ortografía: 
objetiva-se practicar 
a pronúncia. 
Manual e 5 CD’s.
Gramática del Español 
Lengua Extranjera: 
nova edição segundo 
as normas da Real 
Academia Espanhola e 
Associação das Academias 
da Língua Espanhola.
Silabario 
Hispanoamericano: 
publicado em 1945 pelo 
pedagogo chileno 
Adrián Dufflocq Galdames.
Endereços Virtuais:
Real Academia Española: 
www.rae.es
Don Quijote de la Mancha:
http://www.ladeliteratura.com.uy/biblioteca/donquijoteI.pdf
http://www.ladeliteratura.com.uy/biblioteca/donquijoteII.pdf
Don Quijote en Youtube:
https://www.youtube.com/watch?v=tVpaO7xFs5ABiblioteca Virtual Miguel de Cervantes:
http://www.cervantesvirtual.com/
Proyecto “Cuéntame una Ópera”:
http://www.cuentameunaopera.com/home.php
Nueva Gramática 
de la Lengua Española:
http://www.rae.es/recursos/gramatica/nueva-gramatica
E, caso queiram ler um intere-
ssante artigo sobre os níveis 
do Marco Comum Europeu de 
Referência para as Línguas 
– MCE recomendamos este, 
“Conhecendo o Quadro 
Comum Europeu de Referência para Línguas: 
fundamentos, objetivos e aplicações” do Prof. 
Márcio Luiz Corrêa Vilaça (UNIGRANRIO):
http://publicacoes.unigranrio.com.br/index.php/reihm/article/viewFile/501/492
Orientações 
básicas 
Como aplicar o estudo da língua à leitura 
e audição de textos em espanhol? Para 
quem está aprendendo a ler e ouvir com 
a prática, como é o caso do Espanhol 
Instrumental, seguem algumas orientações 
básicas que são utilizadas por mim.
Orientações básicas para leitura:
• Observe a ortografia das palavras: anote 
em um caderno aquelas que você não 
compreende e consulte o significado e o seu 
uso em um dicionário ou corpus linguístico 
(banco de textos). Esse exercício de fazer 
listas de vocabulário e de consultar textos 
autênticos lhe trará muitos benefícios;
• Observe a entonação do texto (principalmente, 
observe a pontuação e a acentuação);
• Observe os tempos verbais em língua 
espanhola (nem sempre os tempos verbais 
se equivalem na língua portuguesa);
• Tente reproduzir mentalmente as ideias 
expressas no texto, a partir da sintaxe 
(como as palavras se organizam entre 
si para formar uma frase e como as 
frases se relacionam logicamente para 
formarem o discurso ou a voz textual);
• Faça uso do seu conhecimento das conjunções 
(conectores, em espanhol), para entender a 
relação semântica entre as diferentes ideias;
• Releia sempre o que você estiver 
lendo – nunca fique numa leitura;
• Leia muito para copiar manualmente e 
entender o estilo de diferentes autores;
• Procure sempre a simplicidade daquilo que 
estiver lendo, mesmo se for ler o Dom Quixote 
na edição da Real Academia Espanhola;
• Tenha à mão sempre uma gramática atualizada, 
não para estudá-la sequencialmente, 
mas para consultá-la sempre que aparecer 
alguma dúvida durante a leitura.
Orientações básicas para audição:
• Preste sempre atenção ao que o seu professor 
diz em espanhol na sala de aula – não disperse 
sua atenção em outras atividades que não a aula, 
afinal, foi para isso que você se deslocou 
até a Universidade;
• Não queira ouvir para aprender a falar, mas para 
compreender a mensagem. Priorize as gravações 
mais lentas e mais fáceis de serem compreendidas;
• Se você quiser exercitar o seu ouvido em 
espanhol, leia ou grave em voz alta palavras, 
frases e até textos completos, como poesias 
ou parágrafos de obras recomendadas da 
literatura, principalmente;
• Leia ou grave em voz alta, diferentes diálogos 
do dia-a-dia com outro colega e corrijam-se 
mutuamente;
• Se quiser assistir a um filme em espanhol, 
recomendamos que assista aos legendados 
em português, e depois de alguns meses ou anos 
de estudo, assista aos legendados em espanhol;
• Não tenha pressa em querer entender tudo o que 
você ouve em espanhol. A aquisição de uma 
língua estrangeira é necessariamente lenta, 
pois ela depende de vários fatores, principalmente 
da aptidão do estudante para os estudos 
com disciplina.
E você, teria orientações suas para exercitar 
a língua espanhola na prática da leitura 
e da audição? Compartilhe-as conosco!
Para finalizar a Unidade 2, copiamos do blog 
“Biblioteca los Mangos”, da cidade de 
Puerto Vallarta, no México, um interessante 
texto sobre a prática dos estudos.
bibliotecalosmangos.blogspot.com.br/2012/12/6-consejos-para-leer-bien.html
EL MAESTRO DE CULTURA ADVIERTE: 
LEER PERJUDICA GRAVEMENTE LA IGNORANCIA
1- Mantener la eficacia de lectura 
y adaptar la rapidez:
Los lectores ineficaces leen todo a la misma 
velocidad, los lectores eficaces pueden leer 
de tres a cinco veces más deprisa o hacerlo 
más lentamente, según el texto, y comprenden 
mucho mejor las ideas principales. El punto 
central es practicar, practicar, practicar. Pero 
además, hay que fijarse objetivos, tanto 
de velocidad, como de comprensión.
2- Mejorar la concentración:
• Evitar las distracciones internas, como 
tener hambre, sueño o cualquier otra 
necesidad física *guiño - guiño*.
• Encontrar el momento adecuado. Leer 
se disfruta mucho más si se hace con 
disponibilidad de tiempo y no con prisa.
• Descansar periódicamente 10 
minutos cada 50 de lectura.
3- Establecer el ambiente 
adecuado:
• Con una buena iluminación: Luz natural 
proveniente desde la espalda o luz artificial 
alógena o fluorescente sin oscilaciones. 
Que ambas den directamente en el 
libro sin que nos den en los ojos.
• Elegir un lugar cómodo. Lo ideal es 
colocarse en un sillón de patas bajas, para 
que los pies se recarguen en el piso, con 
orejeras que sostengan nuestra cabeza y 
cuello y de un material que transpire.
4- Dedicarle el tiempo 
estipulado: 
Si calculamos que un lector promedio lee una 
página de 400 palabras aproximadamente 
en dos minutos, (200 palabras por minuto), 
leyendo media hora diaria, se puede leer 
un libro de 200 páginas en 15 días. Uno o 
dos libros al mes es una buena meta para 
disfrutar y aumentar el conocimiento.
5- Cuidar la vista:
• La distancia correcta entre nuestros 
ojos y un libro debe ser de 
aproximadamente 45 centímetros.
• Los ojos necesitan hacerlo entre 12 y 15 veces 
por minuto y cuando se lee esta cantidad 
se reduce y se puede producir sequedad, 
tensión, fatiga ocular y visión borrosa.
• De vez en cuando ejercite los ojos 
enfocándolos en algún objeto que esté 
a mayor distancia que el libro.
6- Tener en cuenta las 
expectativas del libro:
 
Cuando hemos elegido el libro tenemos 
ya hecho un criterio sobre éste antes de 
comenzar a leerlo. Esto puede determinar 
en gran parte nuestro disfrute del mismo, 
así como el provecho que le saquemos. 
Por eso es necesario entender que es lo 
que esperamos del libro, por ejemplo:
• Distraernos, aprender o las dos cosas a la vez.
• Recrear la época y el lugar 
donde se desarrolla.
• Analizar el argumento, trama, 
ritmo y resolución del libro.
Fuente original: Me gusta Leer 
México: www.megustaleer.mx/
6 
para leer 
bien:
con 
se 
jos 
Unidade 3: 
As Habilidades 
de Compreensão 
Leitora e 
Auditiva
3.1. Com a habilidade de 
compreensão leitora: 
conceitos, características, 
estratégias cognitivas
Na Unidade 3, vamos falar das duas 
habilidades mais importantes para quem 
quer aprender o Espanhol Instrumental, 
ou, para fins específicos: compreensão leitora 
e auditiva. Para aprendizagem da língua 
espanhola como língua estrangeira, 
a primeira e mais importante habilidade 
é a audição, como o comprovam várias 
pesquisas, como a publicada no artigo 
“La Comprensión Auditiva: definición, 
importancia, características, procesos, 
materiales y actividades”, das autoras 
Patricia Córdoba Cubillo, Rossina Coto Keith 
e Marlene Ramírez Salas, publicado na 
revista eletrônica Actualidades Invesgativas 
en Educación do Instituto de Pesquisa em 
Educação da Universidade da Costa Rica, 
em 2005, mas, para nós, a primeira será 
sempre a habilidade de compreensão leitora, 
e depois, ou complementando-a, a habilidade 
de compreensão auditiva. O principal 
objetivo da nossa disciplina é a leitura de 
textos autênticos em língua espanhola, 
aqueles mais representativos dos diversos 
contextos em que vocês, alunos, atuarão 
após concluírem o Curso em Humanidades. 
Por falar nesses contextos, vamos pensar em 
alguns? Em quais contextos vocês esperam 
atuar quando se graduarem? Ou seráque 
já atuam? Eis algumas possibilidades:
• Pesquisa básica em universidades 
e centros e pesquisa;
• Trabalho em órgãos governamentais e 
não governamentais voltados para uma 
ação junto às minorias sociais e a outras 
populações-alvo de políticas públicas;
• Elaboração de projetos sociais 
e de desenvolvimento;
• Trabalho com movimentos sociais organizados;
• O profissional pode atuar ainda 
em arquivos, museus, patrimônios, 
comunidades em geral ou empresas que 
estejam dedicadas à preservação da 
memória e da história de seu povo;
• Além disso, esse conhecimento do Curso 
em Humanidades pode servir de base 
para que o aluno possa prosseguir seus 
estudos com vistas à carreira acadêmica.
Como coordenadora de projetos de 
ensino e extensão, desde 2014 venho 
orientando projetos com a participação 
exclusiva de alunos do BHU, nas áreas de 
língua espanhola, literaturas hispânicas e 
linguagens artísticas (música). Vejam:
• “DISCO: um projeto de formação de 
discoteca em música clássica para 
apreciadores do Vale do Jequitinhonha – 
Minas Gerais, Brasil”, aprovado nos Editais 
do PROCARTE em 2014.1, 2015.2 e 2016.1.
• “Quiero Leer y Hablar en Español: 
oficinas literárias para os discentes dos 
Cursos em Humanidades e Letras – 
Português e Espanhol da FIH”, aprovado 
no Edital do PROAE em 2015.2.
• “Oficinas de Espanhol no Centro de Referência 
de Assistência Social – CRAS de Datas” 
aprovado no Edital do PIBEX em 2016.1.
• “Curso de Extensão em Espanhol: 
língua, literaturas e culturas hispânicas”, 
registrado na PROEXC em 2016.1.
• “Curso de Capacitação em Espanhol para 
os Funcionários do Museu do Diamante”, 
registrado na PROEXC em 2017.1.
A partir de agora, iniciaremos a parte 
teórica desta Unidade com a habilidade 
de compreensão leitora, e, a seguir, com 
a habilidade de compreensão auditiva.
Módulo 1. 
Sobre o 
Ato de Ler
Neste módulo, abordaremos conteúdos 
cognitivos que desenvolvem a atividade da 
leitura, baseando-nos principalmente em 
dois autores: o educador norte-americano 
Mortimer J. Adler (1902-2001) e o padre 
francês Antonin-Dalmace Sertillanges 
(1863-1948), que publicaram duas obras 
muito importantes para compreendermos 
não só a leitura em forma geral, mas a 
leitura de toda literatura imaginativa: 
Como Ler Livros: o guia clássico para 
a leitura inteligente, que possui duas 
traduções no Brasil (Agir, 1954; 
É Realizações, 2010), e A Vida Intelectual: 
seu espírito, suas condições, seus métodos 
(2010), edição também traduzida no 
Brasil pela É Realizações. Além disso, 
nos interessa a palestra de apresentação 
da obra Como Ler Livros ministrada pelo 
grande educador paranaense José Monir 
Nasser (1957-2013) no Espaço Cultural É 
Realizações em 25 de junho de 2010, e que 
nos traz belas indicações sobre o que é ser 
culto, a sua crítica ao “hábito da leitura”, 
e nos sugere três perguntas básicas antes 
de planejarmos qualquer atividade séria de 
leitura: o que ler, em que sequência ler e 
como ler, além de outras ideias fundamentais 
para a educação da imaginação de qualquer 
cidadão alfabetizado. Os conteúdos, 
portanto, seguem abaixo:
1) A leitura: o que é ser culto; a crítica ao 
“hábito da leitura”; quatro espécies de leitura 
(fundamentais, ocasionais, de treinamento ou 
edificantes, relaxantes); três perguntas básicas 
(o que ler, em que sequência ler e como ler);
2) Começando a ler o não-lido: a noção do mapa 
da ignorância; listas de obras fundamentais;
3) A arte da leitura: o que é leitura ativa; os 
quatro níveis da leitura ativa (elementar, 
inspecional, analítica e sintópica);
4) A leitura de literatura imaginativa: regras da 
negação (como não ler); regras gerais e regras 
específicas por gênero literário (como ler);
5) Os materiais de apoio: o uso de dicionários, 
enciclopédias, resumos e comentários.
A Leitura: o que é ser culto e a 
crítica ao “hábito da leitura”
Como tarefa, assista à apresentação da obra 
Como Ler Livros: o guia clássico para a leitura 
inteligente (2010), realizada por José Monir 
Nasser, e responda às perguntas abaixo:
h t t p : / / w w w . e r e a l i z a c o e s . c o m . b r / e s p a c o / j a n e l a V i d e o .
p h p ? v i d e o = P a l e s t r a _ C o m o - l e r - l i v r o s & p o s i c a o = 2
1) Em determinado momento de sua palestra, 
o professor cita o orador romano Cícero 
(106 a. C.-43 a. C.) para definir a cultura, 
ou, o que é ser culto. Como ele desenvolve 
a sua definição a partir da ideia de Cícero?
2) Cite algumas obras de Cícero e comente a 
sua importância para a literatura universal.
3) Mais adiante no vídeo, ele destaca 
algumas personalidades da literatura 
(como Jorge Luis Borges e Umberto Eco) 
para nos explicar que não devemos criar 
um hábito de leitura, mas, ao contrário, 
levar em conta as nossas características 
pessoais de leitura. Defende, por isso, que 
não devemos criar “cemitérios de livros” 
ou ler por mera formalidade. Como é sua 
atividade de leitura no dia-a-dia?
4) Como sugestão, assista ao filme O Leitor 
(Drama, EUA-Alemanha, 2008).
Na Alemanha pós-2ª Guerra Mundial 
o adolescente Michael Berg (David Kross) 
se envolve, por acaso, com Hanna Schmitz 
(Kate Winslet), uma mulher que tem o dobro 
de sua idade. Apesar das diferenças de 
classe, os dois se apaixonam e vivem uma 
bonita história de amor. Até que um dia Hanna 
desaparece misteriosamente. Oito anos se passam 
e Berg, então um interessado estudante de 
Direito, se surpreende ao reencontrar seu 
passado de adolescente quando acompanhava 
um polêmico julgamento por crimes de 
guerra cometidos pelos nazistas.
Crítica do filme O Leitor (2008), por Isabela Boscov: 
http://www.youtube.com/watch?v=wrN0foX9DkY
Quatro Espécies de Leitura (fundamentais, 
ocasionais, 
de treinamento ou edificantes, 
relaxantes) e Três Perguntas 
Básicas (o que ler, em que 
sequência ler e como ler)
No capítulo VII de A Vida 
Intelectual: seu espírito, suas 
condições, seus métodos, o padre 
Sertillanges define quatro tipos ou 
espécies de leitura: fundamentais, 
ocasionais, de treinamento ou 
edificantes, relaxantes). Leia o 
capítulo e resuma cada uma com 
suas palavras, fazendo uma breve 
reflexão de sua prática de leitura 
de cada uma das espécies ou de 
algumas delas.
Na palestra de José Monir Nasser, ele nos 
coloca, finalmente, três problemas básicos 
para todo bom leitor que gostaria de se tornar 
uma pessoa verdadeiramente culta: o que ler, 
em que sequencia ler e como ler. 
Você já pensou nessas perguntas alguma 
vez? Já tentou fazer ou fez um bom plano de 
leitura baseado em obras literárias? Conte-nos 
um pouco da sua experiência.
Começando a Ler o Não-Lido: 
a noção do “mapa da ignorância” 
e listas de obras fundamentais
Realizar o nosso “mapa 
da ignorância” é o mesmo 
que realizar uma primeira 
sondagem das obras funda-
mentais de uma determinada 
área do conhecimento humano, 
ou, daquelas obras que você 
gostaria de ler, considerando 
suas características pessoais 
de leitura. 
No campo da literatura, podemos realizar vários “mapas”, filtrando as obras em um ou mais 
aspectos, como: autor, conteúdo, período, gênero, estilo etc. Escreva, abaixo, dez obras da 
literatura universal que você gostaria de ler e explique o critério que utilizou para selecioná-las.
1. _________________________________________________________________
2. _________________________________________________________________
3. _________________________________________________________________
4. _________________________________________________________________
5. _________________________________________________________________
6. _________________________________________________________________
7. _________________________________________________________________8. _________________________________________________________________
9. _________________________________________________________________
10. ________________________________________________________________
Critério: _____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
Otto Maria Carpeaux (1900-1978) foi um grande 
ensaísta, crítico literário e jornalista austríaco 
naturalizado brasileiro. É extremamente 
recomendável para quem deseja conhecer mais 
sobre a história da literatura ocidental e a crítica 
literária. Sugerimos, fervorosamente, que nossos 
alunos leiam as seguintes obras:
- História da Literatura Ocidental. 
4 volumes. Editora: Leya Brasil
- Ensaios Reunidos. 2 volumes. 
Editoras: UniverCidade e Topbooks
- O Livro de Ouro da História da Música. 
Editora: Ediouro
Sugestão de curso sobre 
a obra de Carpeaux com o 
Prof. Rodrigo Gurgel:
http://www.cedetonline.com.br/index.php/ementas-
cursos-de-l i teratura-e-l ingua-portuguesa/114-
e m e n t a - h i s t o r i a - d a - l i t e r a t u r a - o c i d e n t a l -
o - m a g n u m - o p u s - d e - o t t o - m a r i a - c a r p e a u x
Lista de 100 Obras 
de Literatura Fundamentais por 
Otto Maria Carpeaux:
1. Orgulho e Preconceito, Jane Austen
2. A Prima Bette, Honoré de Balzac
3. O Pai Goriot, Honoré de Balzac
4. As Flores do Mal, Charles Baudelaire
5. Os Doze, Alexandr Blok
6. A Vida é Sonho, Pedro Calderón de la Barca
7. Rimas, Luís de Camões
8. Dom Quixote, Miguel de Cervantes
9. Novelas Exemplares, Miguel de Cervantes
10. Contos de Canterburry, Geoffrey Chaucer
11. Poesias, Samuel T. Colerigde
12. Uma Oportunidade, J. Conrad
13. Coração das Trevas, J. Conrad
14. Divina Comédia, D. Alighieri
15. Casa Soturna, Charles Dickens
16. Poesias, John Donne
17. Crime e Castigo, F. Dostoievsky
18. O Idiota, F. Dostoievsky
19. Os Irmãos Karamazov, F. Dostoievsky
20. Os Possessos, F. Dostoievsky
21. Oréstia, Ésquilo
22. Tom Jones, Henry Fielding
23. Madame Bovary, Gustave Flaubert
24. Fausto, J. W. Goethe
25. Poesias Completas, J. W. Goethe
26. Almas Mortas, Nikolai Gogol
27. O Inspector Geral, Nikolai Gogol
28. Oblomov, Ivan Gontcharov
29. Tess of the d’Urbevilles, Thomas Hardy
30. A Letra Escarlate, N. Hawthorne
31. Poesias, Friedrich Hoelderlin
32. Ilíada, Homero
33. Odisséia, Homero
34. Odes, Quinto Horário
35. Brand, Henrik Ibsen
36. O Pato Selvagem, Henrik Ibsen
37. Peer Gynt, Henrik Ibsen
38. Niels Shyne, Jens Peter Jacobsen
39. Os Embaixadores, Henry James
40. Ulisses, James Joyce
41. O Processo, Franz Kafka
42. Poesias, John Keats
43. Fábulas, Jean de La Fontaine
44. Cantos, G. Leopardi
45. Obrinhas Morais, G. Leopardi
46. Mandrágora, Niccolo Machiavelli
47. Os Noivos, Alessandro Manzoni
48. Poesias Líricas, John Milton
49. Misantropo, J. B. Moliere
50. Tartufo, J. B. Moliere
51. Ensaios, Michel de Montaigne
52. Pensamentos, Blaise Pascal
53. Fortunata e Jacinta, Benito Pérez Galdós
54. Poesias, Fernando Pessoa
55. O Banquete, Platão
56. Em Busca do Tempo Perdido, Marcel Proust
57. Eugênio Onegin, A. Puchkin
58. Andrômaca, Jean Racine
59. Atalia, Jean Racine
60. Britânico, Jean Racine
61. Fedra, Jean Racine
62. Elegias de Duino, R. M. Rilke
63. Novos Poemas, R. M. Rilke
64. As Iluminações, A. Rimbaud
65. A Celestina, Fernando de Rojas
66. Memórias, Duc de Saint Simon
67. Antônio e Cleópatra, W. Shakespeare
68. Como Quiserdes, W. S.
69. Conto de Inverno, W. S.
70. Hamlet, W. S.
71. Henrique IV, W. S.
72. Macbeth, W. S.
73. Medida por Medida, W. S.
74. O Mercador de Veneza, W. S.
75. Noite de Reis, W. S.
76. Otelo, W. S.
77. Rei Lear, W. S.
78. Romeu e Julieta, W. S.
79. Sonho de uma Noite de Verão, W. S.
80. A Tempestade, W. S.
81. Antígone, Sófocles
82. Rei Édipo, Sófocles
83. A Cartuxa de Parma, Stendhal
84. Senhorita Júlia, A. Strindberg
85. Para Damasco, A. Strindberg
86. Viagens de Gulliver, Jonathan Swift
87. Anais, Cornélio Tácito
88. Contos Semi-Coloridos, Tchekhov
89. Ana Karenina, L. Tolstoi
90. Guerra e Paz, L. Tolstoi
91. Morte de Ivan Illitch, L. Tolstoi
92. História da Guerra Peloponésia, Tucídides
93. Os Encantos, Paul Valéry
94. Os Malavoglia, G. Verga
95. O Grande Testamento, F. Villon
96. Geórgicas, P. Virgílio
97. Cândido, F. M. Arout de Voltaire
98. Poesias, W. B. Yeats
99. Germinal, E. Zola
100. Tudo de Machado de Assis.
A Arte da Leitura: 
o que é leitura 
ativa e os quatro 
níveis da leitura 
ativa (elementar, 
inspecional, 
analítica 
e sintópica)
As próximas três seções dedicar-se-ão 
exclusivamente a resenhar conteúdos de 
Como Ler Livros: o guia clássico para a 
leitura inteligente que mais nos interessarão 
para a leitura de obras literárias. Nesta seção, 
apresentaremos os conteúdos referentes à 
noção de leitura ativa e aos quatro níveis de 
leitura, que são cumulativos. Prefaciado pelo 
Prof. José Monir Nasser, o livro divide-se em 
quatro partes:
Parte 1 – As Dimensões da Leitura 
(págs. 25-72)
Parte 2 – O Terceiro Nível da Leitura: 
a leitura analítica (págs. 75-195)
Parte 3 – Como Ler Diversos Assuntos 
(págs. 199-309)
Parte 4 – Os Fins Últimos da Leitura 
(págs. 313-347)
Além disso, possui dois apêndices e um bom 
índice remissivo:
Apêndice A – Lista de Leituras Recomendadas
Apêndice B – Exercícios e Testes dos 
Quatro Níveis de Leitura
Parte 1 
As Dimensões da Leitura
A primeira parte engloba 5 capítulos que 
definem o conceito de leitura ativa, os níveis de 
leitura e se explicam os dois primeiros níveis 
(elementar e inspecional). Ao final, conclui-se 
com as quatro perguntas básicas da leitura ativa 
e a arte de tomar posse de um livro (sublinhar, 
traças linhas verticais nas margens etc., até 
como fazer anotações).
No capítulo 1, os autores delimitam o público-
alvo do livro: “o público-alvo não são pessoas 
que desejam apenas ler, mas as pessoas que 
desejam crescer intelectualmente enquanto 
leem” (p. 25). As diversas dicas práticas que 
orientam a leitura de livros podem ser aplicadas 
a qualquer mídia impressa (jornais, revistas, 
panfletos, artigos, ensaios e até mesmo informes 
publicitários). Conceito de leitura ativa:
“No que consiste a leitura ativa? Tocaremos 
neste assunto várias vezes ao longo do livro. 
Por enquanto, basta dizer que, a partir de um 
mesmo texto, cada pessoa lerá melhor ou pior 
que a outra. Isso ocorre em função do grau 
de atividade que cada um aplicar à leitura e, 
ademais, ao desempenho particular em cada 
ato envolvido nessa leitura. As duas coisas 
estão relacionadas. A leitura é uma atividade 
complexa, assim como a escrita, e consiste em 
vários atos individuais. Por sua vez, todos esses 
atos devem ser diligentemente desempenhados 
a fim de ocorrer uma boa leitura. Quanto 
melhor uma pessoa conseguir desempenhá-los, 
tanto mais estará habilitada a ler” (p. 28).
No capítulo 2, passa-se à apresentação dos 
quatro níveis de leitura: “As diferenças entre 
esses níveis devem ser plenamente entendidas 
antes que possamos aperfeiçoar nossas 
habilidades de leitura” (p. 37). 
Os níveis são cumulativos:
“Há quatro níveis de leitura. Nós os chamamos 
de ‘níveis’ em vez de ‘tipos’ porque estes, 
estritamente falando, são distintos uns dos outros, 
enquanto os níveis supõem que os superiores 
englobem os inferiores, ou seja, os níveis são 
cumulativos. O primeiro nível não se perde no 
segundo, o segundo não se perde no terceiro, 
e o terceiro não se perde no quarto. O quarto 
e último nível engloba todosos demais – ele 
apenas os supera, mas não os anula” (p. 37).
- A leitura elementar: os quatro estágios.
- A leitura inspecional: os dois tipos.
- A leitura analítica: ela formula muitas 
perguntas.
- A leitura sintópica: ela implica a leitura 
de muitos livros.
No capítulo 3, temos a explicação dos quatro 
estágios da leitura elementar:
- Primeiro estágio: maternal e pré-escola.
- Segundo estágio: primeiro e segundo anos.
- Terceiro estágio: quarto ano.
- Quarto estágio: fim do Ensino Fundamental.
O bom Ensino Médio: “deve, no mínimo, 
produzir alunos que sejam competentes em 
leitura analítica” (p. 48).
No capítulo 4, temos a explicação dos dois 
tipos da leitura inspecional, mas, antes, retoma-
se a ideia dos níveis como sendo cumulativos: 
“você não conseguirá ler no nível inspecional 
até que tenha dominado perfeitamente as 
técnicas da leitura elementar” (p. 51).
Os dois tipos de 
leitura inspecional:
1) Pré-leitura ou sondagem sistemática. 
Na pré-leitura, devem ser observados: 
folha de rosto e prefácio, sumário, índice 
remissivo, contracapa e sobrecapa. 
Capítulos que lhe pareçam centrais ao 
argumento do autor. 
É a arte de folhear o livro.
2) Leitura superficial. Nesta leitura, deve-se 
ler o livro sem parar, isto é, sem se deter 
nos trechos mais espinhosos e sem refletir 
nos pontos que ainda permanecem 
incompreensíveis para você. Ter a visão 
do todo. Exemplo: ler uma peça de 
Shakespeare continuamente, de uma vez 
só. A regra vale ainda mais para obras 
expositivas.
No capítulo 5, instrui-se o leitor a como elaborar 
um plano de leitura. Quatro perguntas básicas: 
1) O livro fala sobre o quê?
2) O que exatamente está sendo dito, e como?
3) O livro é verdadeiro, em todo ou em parte?
4) E daí?
Também, a arte de tomar 
posse de um livro:
- Usar o lápis;
- Sublinhar;
- Traçar linhas verticais nas margens;
- Fazer asteriscos ou outras marcas nas margens;
- Inserir números nas margens;
- Inserir números de outras páginas nas margens.
E os três tipos de anotação:
1) Anotações estruturais 
(respostas à leitura inspecional).
2) Anotações conceituais 
(respostas à leitura analítica).
3) Anotações dialéticas 
(respostas à leitura sintópica).
É somente com a prática que se chega à 
perfeição. Aprender a fazer passo a passo: 
você deve tornar-se um especialista em 
cada um dos passos. A multiplicidade de 
regras indica a complexidade do hábito a 
ser formado. Conclusão do capítulo:
“Esperamos tê-lo encorajado com estas 
palavras. É difícil aprender a ler com eficácia. 
Não apenas a leitura – especialmente a leitura 
analítica – é algo extremamente complexo – 
muito mais complexo do que esquiar –, mas 
é também uma atividade muito mais mental. 
O patinador principiante tem de pensar nos 
passos físicos a serem dados para executar a 
tarefa como um todo de maneira automática. 
É relativamente mais fácil pensar em atos 
físicos e deles se conscientizar. É muito mais 
difícil pensar em atos mentais, exatamente 
o que o leitor analítico principiante terá de 
fazer; de certa maneira, ele tem de pensar 
em seus próprios pensamentos. A maioria 
das pessoas não está acostumada a fazer isso. 
Contudo é algo que pode ser aprendido e 
executado com perfeição” (p. 72).
Observação: os capítulos 6 a 11, que formam 
a Parte 2 – O Terceiro Nível da Leitura: a 
leitura analítica (páginas 75-195), não serão 
resenhados, por se aplicarem especificamente 
à leitura de textos expositivos e não de textos 
imaginativos, o nosso objeto de estudo do 
grupo de estudos. Somente o capítulo 12 será 
resenhado, por se tratar dos materiais de apoio 
de toda leitura. O capítulo estará resenhado 
na terceira seção deste módulo. A Parte 4 – Os 
Fins Últimos da Leitura (páginas 313-347), 
que se dedica ao quarto nível de leitura, a 
sintópica, também não nos interessa no grupo 
de estudos e, portanto, não será resenhado.
A Leitura de Literatura 
Imaginativa: regras da negação 
(como não ler), regras gerais 
e regras específicas por gênero 
literário (como ler)
Os capítulos 14 e 15 da obra tratam 
especificamente da leitura de textos 
imaginativos. No 14, expõem-se algumas 
regras (positivas e negativas) que diferenciam 
a leitura dos textos imaginativos da dos textos 
expositivos. No 15, regras específicas por 
gênero literário (Sugestões para a leitura de 
narrativas, peças e poemas).
No início do capítulo 14, os autores querem 
enfatizar um “paradoxo muito estranho”, o qual 
deveríamos levar em conta antes de entender 
as regras da leitura de textos imaginativos:
“O problema de saber como ler literatura 
imaginativa é intrinsecamente muito mais difícil 
do que o de saber como ler livros expositivos. 
Ainda assim, parece que, de fato, essa habilidade 
é muito mais difundida do que a arte de ler 
ciências e filosofia, política, economia e história. 
Como é possível que seja assim?
Talvez, é claro, as pessoas se enganem a 
respeito de sua capacidade de ler romances 
de modo inteligente. Com base em nossa 
experiência como educadores, sabemos 
como as pessoas perdem a língua na hora de 
apontar aquilo de que gostaram num romance. 
Para elas, é perfeitamente claro que gostaram 
do livro, mas não conseguem descrever a 
satisfação que sentiram nem dizer o que é 
que havia ali que lhes causou prazer. Isso 
pode indicar que as pessoas podem ser boas 
leitoras de ficção sem que sejam boas críticas. 
Suspeitamos de que isso seja, na melhor das 
hipóteses, uma meia verdade. Uma leitura 
crítica de qualquer coisa depende do quanto 
alguém consegue apreendê-la. Aqueles que 
não conseguem dizer por que gostaram de um 
romance provavelmente não ultrapassaram suas 
mais óbvias superfícies. Porém, o paradoxo 
vai além disso. Fundamentalmente, a literatura 
imaginativa mais deleita do que ensina. É muito 
mais fácil deleitar-se do que aprender, mas 
é muito difícil saber de onde veio o deleite. 
A beleza é mais difícil de analisar do que a 
verdade” (p. 211-212).
Como não ler literatura imaginativa
1) Não tente resistir ao efeito que uma obra de 
literatura imaginativa tem sobre você.
2) Não procure termos, proposições ou 
argumentos na literatura imaginativa.
3) Não critique a ficção usando os critérios de 
verdade e coerência que são devidamente 
aplicados à comunicação do conhecimento.
Regras gerais para a leitura 
de literatura imaginativa
1) Regras Estruturais;
2) Regras Interpretativas;
3) Crítica.
Regras Estruturais
1) É preciso classificar uma obra de literatura 
imaginativa de acordo com sua espécie.
2) É preciso apreender a unidade da obra 
inteira.
3) Não basta apenas reduzir o todo à sua 
unidade mais simples, é preciso também 
descobrir de que modo o todo é composto 
de todas as suas partes.
Regras Interpretativas
1) Os elementos da ficção são seus 
episódios e acontecimentos, seus 
personagens e pensamentos, falas, 
sentimentos e ações deles.
2) Os elementos da ficção estão relacionados 
pela cena ou pano de fundo total contra o 
qual se destacam, em primeiro plano.
3) Você se familiarizou com os personagens. 
Você se reuniu a eles no mundo imaginário 
em que vivem, deu seu consentimento às leis 
de sua sociedade, respirou seu ar, provou 
sua comida, viajou por suas estradas. Agora 
você tem de segui-los em suas aventuras. O 
enredo.
Crítica
“Não critique uma obra imaginativa enquanto 
não tiver apreciado por completo a experiência 
que o autor quer que você tenha” (p. 220).
Capítulo 15: sugestões para a leitura de 
narrativas, peças e poemas. Recorda-se, no 
início do capítulo, das quatro perguntas que 
o leitor ativo e exigente deve fazer a qualquer 
livro: “O livro, como um todo, é sobre o quê?”; 
“O que está sendo dito em detalhe, e como?”; 
“O livro é verdadeiro, no todo ou em parte?”; 
“E daí?”. E, passaa aplicar essas quatro regras 
aos gêneros literários:
Como ler narrativas
A primeira orientação. Os elementos da 
narrativa. O que é importante.
Uma nota sobre os épicos
A importância de lê-los.
Como ler peças teatrais
A peça como uma narrativa, e a peça como 
representação. Conselhos vários.
Uma nota sobre a tragédia
As grandes tragédias. A dificuldade da tragédia 
grega. Dois conselhos que podem ajudar na 
leitura das tragédias.
Como ler poesia lírica
A definição de poesia. A poesia lírica. A primeira 
regra de leitura: ler o poema sem parar, ache você 
que entendeu o poema ou não. Segunda regra: 
leia o poema inteiro de novo – mas leia em voz 
alta. Após essas leituras, você poderá começar a 
lhe fazer perguntas: palavras-chave, conflito etc. 
Leitura de poemas de Shakespeare.
“Praticamente qualquer pessoa conseguirá 
ler um poema se estiver disposta a trabalhá-lo. 
Qualquer coisa que você aprenda a respeito 
da vida e da época do autor é válida e pode 
ajudar. Mas um vasto conhecimento do 
contexto de um poema não é garantia de 
que o poema mesmo será compreendido. 
Para ser entendido, ele tem de ser lido – 
muitas vezes. A leitura de qualquer grande 
poema dura a vida inteira – não, é claro, no 
sentido de que ela vá durar a vida inteira, 
mas que, no curso de uma vida, ele merece 
muitas visitas” (pág. 241).
Os Materiais de Apoio: o uso 
de dicionários, enciclopédias, 
resumos e comentários
A leitura intrínseca e a leitura extrínseca:
“Qualquer material de apoio que não faça 
parte do livro chamaremos de ‘extrínseco’. 
‘Leitura intrínseca’ significa, portanto, o livro 
que estamos lendo; por consequência, ‘leitura 
extrínseca’ significa qualquer livro que seja lido 
com vistas a outro livro” (p. 177).
“Portanto, o bom-senso nos diz que nenhum 
livro deve, nem pode, ser lido de maneira 
totalmente isolada” (p. 177).
Mas, não se deve ler com um dicionário à mão, 
nem buscar o significado de um livro mediante 
significados e resumos. Fazer tudo que puder 
antes de buscar ajuda.
Quatro categorias: 
(1) as experiências relevantes; 
(2) outros livros; 
(3) comentários e resumos; 
(4) obras de referência.
O papel da experiência relevante
Outros livros como apoios extrínsecos à leitura
Como usar comentários e resumos
Como usar obras de referência
Como usar o dicionário
Como usar uma enciclopédia
Hay que aclarar, que el National Reading Panel, fue 
creado en 1997 por el gobierno estadounidense 
en colaboración con el Instituto Nacional de Salud 
Infantil y Desarrollo Humano con el fin de analizar 
y valorar los diferentes métodos de enseñanza 
de la lectura al alumnado estadounidense.
Así, la comprensión lectora es el proceso por 
el que construimos el significado a través del 
esfuerzo de un lector que en un contexto 
sociocultural determinado y particular se 
pone en contacto con un determinado texto. 
A este proceso en el que se desarrolla la 
comprensión lectora se denomina transacción.
Veamos los pasos para trabajar la comprensión 
lectora en nuestras aulas. 
En primer lugar, debemos seleccionar el 
texto que se va a utilizar. Tiene que ser un 
texto que enseñe un valor. Debe de tener 
un mensaje, porque cuando realmente se 
entiende lo leído, lo que hacemos es reconstruir 
el mensaje que el autor o autora quiere 
darnos. Además, un alto porcentaje de los 
vocablos utilizados debe ser de uso frecuente 
por parte del alumnado y sólo un pequeño 
número deben ser vocablos desconocidos. 
Más adelante veremos cómo trabajar ese 
pequeño número de vocablos desconocidos 
que irán apareciendo en nuestro texto.
El segundo paso es preparar preguntas de tipo 
literal, interpretativo y valorativo adaptadas 
al curso en particular. Las preguntas literales 
se refieren a la recuperación de la información 
explícitamente planteada en el texto. Se pueden 
dividir en reconocimiento o recuerdo. 
Las preguntas deben ser relevantes para el valor 
o mensaje que queramos trabajar. Así, si el texto 
trata de lo positivo que es compartir, y esto se dice 
explícitamente, es decir, literalmente en el texto, 
un ejemplo de este tipo de pregunta literal puede 
ser: “¿Qué es lo que hace bien el protagonista?” 
La respuesta debe que estar escrita literalmente en 
el texto: “compartir”. Las preguntas inferenciales 
requieren que el estudiante use las informaciones 
explícitamente planteadas en el texto, pero ahora 
a estas deben añadir su intuición y su experiencia 
personal como base para realizar conjeturas o 
hipótesis. Las respuestas demandan pensamientos 
e imaginación que van más allá de la página impresa. 
No vienen, por tanto, indicadas claramente en el 
Para entrarmos em matéria, 
abordaremos conteúdos 
cognitivos que desenvolvem 
a atividade da leitura.
Mas também podemos entender a 
habilidade de compreensão leitora 
lendo o que a área de linguística aborda 
sobre o assunto, como neste vídeo:
h t t p s : / / w w w . y o u t u b e . c o m / w a t c h ? v = P - q H R b I f z T g
Assista ao vídeo acompanhando 
o texto transcrito abaixo:
En primer lugar debemos decir que el constructo 
llamado lectura consta de un componente 
de fluidez, en el que se valora la precisión, 
ritmo, expresividad, y otro de comprensión, 
que se articula en tres niveles, como son el 
literal, el interpretativo y un último nivel al 
que llamamos crítico. Un buen lector debe 
dominar ambos. No obstante, por razones de 
tiempo, en este video sólo nos ocuparemos 
del primer elemento, la comprensión lectora.
Primero debemos 
conceptualizar el 
término comprensión 
lectora: Durkin, en 
1993, la definió como 
la esencia de la lectura. 
Esencial, según el 
National Reading 
Panel, no sólo para el 
aprendizaje académico, 
sino para el aprendizaje 
de toda nuestra vida.
mismo texto como si ocurría con las literales, sino 
que se leen entrelíneas. Hay que decir que estas 
preguntas inferenciales ayudan mucho más 
que las anteriores a mejorar la comprensión 
lectora y deben ser las más abundantes en 
niveles educativos como secundaria.
Preguntas críticas o valorativas son las que 
requieren que el lector emita un juicio valorativo, 
comparando las ideas presentadas en la selección 
con criterios externos dados por el profesor, o 
dependientes de su propio sistema de valores. 
Deben emitir un juicio de valor, por ejemplo, 
“¿Qué opinas del compartir tú, es positivo?”.
El tercer paso que debemos dar para trabajar la 
comprensión lectora es, antes de presentar el texto 
a nuestros alumnos, seleccionar las estrategias que 
vamos a poner en marcha en esa sesión de lectura. 
Es un trabajo previo a la presentación del texto.
Según el National Reading Panel, las estrategias 
de comprensión son procedimientos específicos 
que llenan a los estudiantes y los hace conscientes 
de cómo están comprendiendo ese texto que están 
leyendo. Es muy importante que el profesor 
cualquiera que sea su área, entienda y comprenda 
las nueve estrategias que vamos a explicar ahora. 
La primera estrategia es la lectura anticipada, que 
se puede dividir en predicción o información previa. 
La predicción sirve para motivar hacia la lectura 
y enseñar al alumnado a realizar predicciones 
basándose en el título del texto o en las ilustraciones 
del mismo. Por ejemplo, si el texto se titula 
“Las alas sirven para volar”, el profesor intentará 
que los alumnos realicen hipótesis sobre el 
contenido del libro, del texto según ese título. 
¿Qué serán las alas? ¿Será una metáfora, hablaremos 
de alas de verdad? Ya sabemos que sirven para 
volar. ¿Qué nos va a intentar enseñar este texto? 
El segundo tipo de lectura anticipada era la 
información previa. El educador anticipa información 
sobre lo que va a tratar el texto. Por ejemplo, 
“El texto que vais a leer hoy trata de la injusticia que 
se produce en tal

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