Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CASOS CONCRETOS 7º semestre - CPP 1.2017 – TEORIA DAS PROVAS E TRIBUNAL DO JURI Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017 Página 1 de 30 PARA MELHOR REDAÇÃO, ACONSELHO REESCREVER OS CASOS PARA ASSIMILAÇÃO E INTERPRETAÇÃO ADEQUANDO A RESPOSTA QUESTIONADA. RECURSOS EM ESPECIE EMENDATIO LIBELLI E MUTATIO LIBELLI CASOS CONCRETOS 7º semestre - CPP 1.2017 – TEORIA DAS PROVAS E TRIBUNAL DO JURI Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017 Página 2 de 30 PLANO DE AULA - 1 PRINCIPIOS DO PROCESSO PENAL CASO CONCRETO 1 QUESTÃO Na tentativa de identificar a autoria de vários arrombamentos em residências agrupadas em região de veraneio, a polícia detém um suspeito, que perambulava pelas redondezas. Após alguns solavancos e tortura físico-psicológica, o suspeito, de apelido Alfredinho, acabou por admitir a autoria de alguns dos crimes, inclusive de um roubo praticado mediante sevícia consubstanciada em beliscões e cusparadas na cara da pessoa moradora. Além de admitir a autoria, Alfredinho delatou um comparsa, alcunhado Chumbinho, que foi logo localizado e indiciado no inquérito policial instaurado. A vítima do roubo, na delegacia, reconheceu os meliantes, notadamente Chumbinho como aquele que mais a agrediu, apesar de ter ele mudado o corte de cabelo e raspado um ralo cavanhaque. Deflagrada a ação penal, o advogado dos imputados impetrou habeas corpus, com o propósito de trancar a persecução criminal, ao argumento de ilicitude da prova de autoria. Solucione a questão, fundamentadamente, com referência necessária aos princípios constitucionais pertinentes. RESPOSTA 1ª - A questão é controvertida na doutrina pátria. Alguns bons processualistas defendem a aplicação do PRINCIPIO DA PROPORCIONALIDADE e PRINCIPIO DA RAZOABILIDADE do bem jurídico em confronto: a segurança pública e a paz social de um lado e do outro lado o ius libertatis da pessoa do infrator. Para os adeptos dessa corrente, aproveita-se a prova derivada de uma outra contaminada de ilicitude na origem. 2ª - Uma segunda corrente defende a admissibilidade da prova subsequente, se independente daquela de origem ilícita. Seria a hipótese do caso concreto, em que a vítima do roubo fez reconhecimento pessoal dos meliantes na delegacia. 3ª - Um terceiro posicionamento vem sendo adotado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), inadmitindo, de forma absoluta, a prova ilícita quer originária quer por derivação. QUESTÃO OBJETIVA 2 (OAB FGV 2010.2) Em uma briga de bar, Joaquim feriu Pedro com uma faca, causandolhe sérias lesões no ombro direito. O promotor de justiça ofereceu denúncia contra Joaquim, imputando-lhe a prática do crime de lesão corporal grave contra Pedro, e arrolou duas testemunhas que presenciaram o fato. A defesa, por sua vez, arrolou outras duas testemunhas que também presenciaram o fato. Na audiência de instrução, as testemunhas de defesa afirmaram que Pedro tinha apontado uma arma de fogo para Joaquim, que, por sua vez, agrediu Pedro com a faca apenas para desarmá-lo. Já as testemunhas de acusação disseram que não viram nenhuma arma de fogo em poder de Pedro. Nas alegações orais, o Ministério Público pediu a condenação do réu, sustentando que a legítima defesa não havia ficado provada. A Defesa pediu a absolvição do réu, alegando que o mesmo agira em legítima defesa. No momento de prolatar a sentença, o juiz constatou que remanescia fundada dúvida sobre se Joaquim agrediu Pedro em situação de legítima defesa. Considerando tal narrativa, assinale a afirmativa correta. a) O ônus de provar a situação de legítima defesa era da defesa. Assim, como o juiz não se convenceu completamente da ocorrência de legítima defesa, deve condenar o réu. b) O ônus de provar a situação de legítima defesa era da acusação. Assim, como o juiz não se convenceu completamente da ocorrência de legítima defesa, deve condenar o réu. CASOS CONCRETOS 7º semestre - CPP 1.2017 – TEORIA DAS PROVAS E TRIBUNAL DO JURI Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017 Página 3 de 30 c) O ônus de provar a situação de legítima defesa era da defesa. No caso, como o juiz ficou em dúvida sobre a ocorrência de legítima defesa, deve absolver o réu. d) Permanecendo qualquer dúvida no espírito do juiz, ele está impedido de proferir a sentença. A lei obriga o juiz a esgotar todas as diligências que estiverem a seu alcance para dirimir dúvidas, sob pena de nulidade da sentença que vier a ser prolatada. PLANO DE AULA - 2 TESTEMUNHAS CASO CONCRETO 1 QUESTÃO O Padre José Roberto ouviu, em confissão, Maria admitir que mantém por conta própria estabelecimento onde ocorre exploração sexual, com intuito de lucro. No local, admitiu Maria ao Vigário que garotas de programa atendem clientes para satisfazer seus diversos desejos sexuais mediante o pagamento de entrada no valor de R$ 100,00 no estabelecimento, e o valor de R$ 500,00 para a atendente. Maria, efetivamente, responde a processo crime onde lhe foi imputada a conduta descrita no art. 229 do CP. O Ministério Público arrolou o Padre José Roberto como testemunha da acusação e pretende ouvi-lo na AIJ, já que trata-se de testemunha com alto grau de idoneidade. Pergunta-se: RESPOSTA A Pode o magistrado obrigar o Padre a depor em juízo, sob pena de cometer o crime do art. 342 do CP? NÃO. Com base no art. 207 do CPP: São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho. Marcellus Polastri (2010) bem explica a diferença entre estes institutos: a) Função: é o exercício de atividade por força de lei, decisão judicial ou convenção, a exemplo do funcionário público, do tutor, dentre outros. b) Ministério: é a atividade decorrente de condição individual ligada à religião, a exemplo dos padres, irmãs de caridade, pastores, dentre outros. c) Ofício: é a atividade de prestar serviços manuais, a exemplo do eletricista, bombeiro, etc; d) Profissão: é qualquer atividade desenvolvida com fim lucrativo, como ocorre com os engenheiros, médicos e advogados. RESPOSTA B A prova produzida em juízo nesse caso seria considerada válida? NÃO. A não observância ao aludido preceito legal, além de tornar a prova testemunhal ilegal, implica em sanções penais de violação do sigilo profissional previstas no Art. 154, do CP. QUESTÃO OBJETIVA 2 (Ministério Público BA/2010) À luz do Código de Processo Penal, deve-se afirmar que: a) A prova testemunhal não pode suprir a falta do exame de corpo de delito, ainda que tenham desaparecidos os vestígios do crime; b) A confissão será indivisível e retratável, sem prejuízo do livre convencimento do Juiz de Direito, fundado no exame das provas em conjunto; c) O ofendido não deve ser comunicado da sentença e respectivos acórdãos que a mantenham ou modifiquem; d) As pessoas proibidas de depor em razão da profissão, poderão fazê-lo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho; neste caso, porém, não deverão prestar compromisso legal; e) Todas as afirmativas estão incorretas. CASOS CONCRETOS 7º semestre - CPP1.2017 – TEORIA DAS PROVAS E TRIBUNAL DO JURI Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017 Página 4 de 30 PLANO DE AULA - 3 EMENDATIO LIBELLI E MUTATIO LIBELLI CASO CONCRETO 1 QUESTÃO O MP ofereceu denúncia contra Caio por, em tese, o mesmo ter subtraído o aparelho de telefone celular de Maria, na Av. Rio Branco, na altura do nº 23, pugnando pela condenação do acusado nas penas do art. 155, inciso II do CP (furto qualificado pela destreza). No entanto, ao longo da instrução probatória, nas declarações prestadas pela vítima e pelo depoimento de uma testemunha arrolada pela acusação, constatou-se que Caio teria, na ocasião dos fatos, dado um forte tapa no rosto da vítima no momento em que arrebatou o aparelho celular. Assim sendo, diante das provas colhidas na instrução probatória, o magistrado prolatou sentença condenatória contra Caio, fixando a pena de 4 anos e 6 meses, a ser cumprida em regime semi-aberto, diante da primariedade e da ausência de antecedentes criminais do acusado, como incurso no art. 157 do CP. Pergunta-se: RESPOSTA A Agiu corretamente o magistrado? NÃO. Trata-se de Mutatio Libelli, uma vez que a denúncia trouxe de terminados fatos, os quais foram objetos de ataque da defesa. No final da instrução probatória se verifica a mudança da narrativa ao qual o defensor não teve oportunidade de se manifestar. Logo, considerando que o réu se defende dos fatos, seria necessária a formação de novo contraditório, conforme disposto no art. 384 do CPP”. RESPOSTA B Indique na resposta todos os fundamentos cabíveis ao caso. O mutattio libelli exige a emenda da denúncia e a abertura de prazo de 5 dias para manifestação da defesa/MP, para que, querendo, requeira novas provas e depoimentos pessoais. QUESTÃO OBJETIVA 1 (Magistratura/PR-2008) Quanto aos atos jurisdicionais penais, assinale a alternativa correta: a) As decisões interlocutórias simples são aquelas que encerram a relação processual sem julgamento do mérito ou, então, põem termo a uma etapa do procedimento. São exemplos desse tipo de decisão a que recebe a denúncia ou queixa ou rejeita pedido de prisão preventiva; b) As decisões interlocutórias mistas não se equiparam as decisões interlocutórias simples, pois as primeiras servem para solucionar questões controvertidas e que digam respeito ao modus procedendi, sem contudo trancar a relação processual. Enquanto que as decisões interlocutórias simples trancam a relação processual sem julgar o meritum causae; c) A decisão que não recebe a denúncia é terminativa de mérito, por isso não pode ser considerada decisão interlocutória mista; d) As decisões interlocutórias simples servem para solucionar questão controvertida e que diz respeito ao modus procedendi, sem contudo trancar a relação processual; as interlocutórias mistas, por sua vez, apresentam um plus em relação àquelas: elas trancam a relação processual sem julgar o meritum causae. QUESTÃO OBJETIVA 2 A foi denunciado pela prática de furto, tendo a denúncia narrado que ele abordou a vítima e, após desferir-lhe um empurrão, subtraiu para si a bolsa que ela carregava. Nesse caso: (a) O juiz não poderá condenar o réu pelo roubo, por ser a pena desse crime mais grave que a do furto; CASOS CONCRETOS 7º semestre - CPP 1.2017 – TEORIA DAS PROVAS E TRIBUNAL DO JURI Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017 Página 5 de 30 (b) Como o fato foi classificado erroneamente, o juiz poderá condenar o réu por roubo, devendo, antes, proceder ao seu interrogatório; (c) O juiz poderá dar aos fatos classificação jurídica diversa, condenando o réu pela praticado do roubo; (d) O juiz poderá dar ao fato classificação jurídica diversa da que constou da denúncia, dando ao Ministério Público e à Defesa oportunidade para se manifestarem e arrolarem testemunhas. PLANO DE AULA - 4 CITAÇÃO CASO CONCRETO 1 QUESTÃO Huguinho, Zezinho e Luizinho praticaram um roubo na Agência do Banco do Brasil, no centro do Rio de Janeiro. Os três comparsas, ao se evadirem do local, seguiram em direções diferentes. Luizinho foi alcançado pela polícia e preso em flagrante e encontrasse preso no Complexo de Bangu, na cidade do Rio. Os outros dois conseguiram escapar. Huguinho, para não ser encontrado vive se ocultando e Zezinho encontra-se em local incerto e não sabido. Ao receber a denúncia, o juiz da 10ª vara Criminal da Comarca do Rio de Janeiro, determinou, diante da situação descrita, que fosse realizada a citação por edital, de acordo com o art. 363, §1º, CPP dos três acusados. Foi correta a decisão do magistrado? Justifique sua resposta. RESPOSTA NÃO. No caso Luizinho encontra-se preso este (possui local certo e determinado), conforme Art. 360 do CPP (CITAÇÃO PESSOAL); No caso de Huguinho se oculta para não ser encontrado este será (CITAÇÃO COM HORA CERTA), conforme Art. 362 do CCP. No caso de Zezinho por estar em local incerto e desconhecido, será por (CITAÇÃO POR EDITAL), conforme Art 363, §1º do CCP. QUESTÃO OBJETIVA 1 (OAB-RJ 32º Exame) Com relação ao tema CITAÇÕES, assinale a alternativa incorreta: a) No processo penal, o réu que se oculta para não ser citado poderá ser citado por hora certa, na forma estabelecida no Código de Processo Civil; b) Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, a citação far-se-á por carta ou qualquer meio hábil de comunicação; c) Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional; d) O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado; e) A citação do militar dar-se-á por intermédio do chefe do respectivo serviço, respeitando assim à hierarquia militar bem como a inviolabilidade do quartel. PLANO DE AULA - 5 ORDEM DAS TESTEMUNHAS CASO CONCRETO 1 QUESTÃO Marcílio responde a processo crime como incurso nas penas do art. 213 do CP pois, em tese, teria constrangido Lucilha, mediante emprego de arma de fogo, a manter com ele relações sexuais. O Juiz designou Audiência de Instrução e Julgamento onde ouviu primeiramente Gumercindo, testemunha arrolada pela defesa, uma vez que as testemunhas arroladas pelo MP ainda não tinham chegado ao Fórum. Posteriormente, o Magistrado ouviu as demais testemunhas da acusação e da defesa e, por fim, interrogou Marcilio. Pergunta-se: Você, Defensor Público, argüiria qual tese defensiva em favor do seu assistido CASOS CONCRETOS 7º semestre - CPP 1.2017 – TEORIA DAS PROVAS E TRIBUNAL DO JURI Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017 Página 6 de 30 Marcílio? RESPOSTA NULIDADE RELATIVA, por inversão da ordem das testemunhas, por contrariar o PRINCIPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL, conforme noticiado no Informativo 485 do STJ, “após aprofundado estudo dos institutos de DPP aplicáveis à espécie, o STJ sedimentou entendimento no sentido de que a INOBSERVÂNCIA do modelo legal de inquirição das testemunhas constituiria nulidade relativa, sendo necessário para o reconhecimento do vício, arguição em momento oportuno e comprovação de efetivo prejuízo”. QUESTÃO OBJETIVA 1 (OAB-FGV) Em processosujeito ao rito ordinário, ao apresentar resposta escrita, o advogado requer a absolvição sumária de seu cliente e não propõe provas. O juiz, rejeitando o requerimento de absolvição sumária, designa audiência de instrução e julgamento, destinada à inquirição das testemunhas arroladas pelo Ministério Público e ao interrogatório do réu. Ao final da audiência, o advogado requer a oitiva de duas testemunhas de defesa e que o juiz designe nova data para que sejam inquiridas. Considerando tal narrativa, assinale a afirmativa correta. a) O juiz deve deferir o pedido, pois a juntada do rol das testemunhas de defesa pode ser feita até o encerramento da prova de acusação. b) O juiz não deve deferir o pedido, pois o desmembramento da audiência una causa nulidade absoluta. c) O juiz só deve deferir a oitiva de testemunhas de defesa arroladas posteriormente ao momento da apresentação da resposta escrita se ficar demonstrado que a necessidade da oitiva se originou de circunstâncias ou fatos apurados na instrução. d) O juiz deve deferir o pedido, pois apesar de a juntada do rol de testemunhas da defesa não ter sido feita no momento correto, em nenhuma hipótese do processo penal, o juiz deve indeferir diligências requeridas pela defesa. PLANO DE AULA - 6 CITAÇÃO LEI 9.099/95 CASO CONCRETO 1 QUESTÃO Semprônio, motorista de um Uber, dirigia seu veículo pela pista de esquerda (pista de ultrapassagem), sendo certo que a sua frente estava o carro de Felizberto, septuagenário, que dirigia a aproximadamente 50 Km/h, o que impedia, na ocasião, Semprônio de fazer a ultrapassagem. Quando Felizberto parou o seu carro em um sinal de trânsito, Semprônio desceu de seu Uber e começou a desferir chutes e socos na lataria do carro do idoso. Uma viatura da PM que passava pelo local autuou Semprônio e o conduziu a sede policial onde foi lavrado termo circunstanciado, uma vez que a Autoridade Policial entendeu que ocorrera crime do art. 163, do CP. Semprônio não aceitou a proposta de transação penal oferecida pelo MP, sendo certo que o mesmo diante da recusa, ofereceu denúncia em face do mesmo. Ocorre que Semprônio ocultou-se para não ser citado e, diante disso, o Magistrado orientou o oficial de justiça a proceder à citação por hora certa, na forma do art. 362 do CPP. Pergunta-se: Agiu corretamente o Magistrado no caso em conformidade com o procedimento sumaríssimo? RESPOSTA NÃO. Nos termos do art. 66 da Lei 9.099/95, havendo ação penal na esfera dos JEC, AS CITAÇÕES SERÃO REALIZADAS DE FORMA PESSOAL, não se admitindo a citação por hora certa. CASOS CONCRETOS 7º semestre - CPP 1.2017 – TEORIA DAS PROVAS E TRIBUNAL DO JURI Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017 Página 7 de 30 QUESTÃO OBJETIVA (OAB-SC 2007.1) Sobre o procedimento dos Juizados Especiais Criminais, considere as seguintes assertivas: I. A transação penal poderá ser ofertada em relação aos delitos cuja pena máxima não seja superior a 2 (dois) anos, e a suspensão do processo nos delitos cuja pena mínima for igual ou inferior a 1 (um) ano. II. Segundo entendimento sumulado do Supremo Tribunal Federal, admite-se a suspensão condicional do processo por crime continuado, se a soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento mínimo de um sexto for superior a um ano. III. Embora se aplique o procedimento previsto na Lei no 9.099/95 aos crimes previstos no Estatuto do Idoso nas hipóteses em que a pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse a 4 (quatro) anos, a transação penal e a suspensão do processo não lhes são aplicáveis. Quais estão corretas? a) I; b) I e II; c) III; d) I e III; e) II e III PLANO DE AULA - 7 PERICIA DE PROVAS CASO CONCRETO 1 QUESTÃO Juninho Boca, jovem de classe média da zona sul do Rio de Janeiro, está respondendo a processo criminal como incurso nas penas do art. 33 da lei 11.343/06 pois, em tese, seria o responsável pela distribuição de cocaína em um conhecido bar em Copacabana. Realizada a AIJ, na forma do art. 56 do mesmo diploma legal, em sede de alegações finais a defesa pugnou pela nulidade do feito, uma vez que o perito que havia subscrito o laudo definitivo de constatação da substância entorpecente também havia funcionado na elaboração do laudo prévio. Pergunta-se: Assiste razão a defesa de Juninho Boca? RESPOSTA NÃO. Conforme o Art.50, §2º da lei 11.343/06, pois o perito que subscrever o laudo prévio não ficará impedido de participar da elaboração do laudo definitivo. QUESTÃO OBJETIVA 1 (OAB-SP 116/23) Sobre os crimes da Lei de Drogas (Lei 11.343/06), assinale a opção INCORRETA: a) Aplica-se, subsidiariamente, as disposições do CPP e da LEP; b) Em caso de crime de porte de drogas para consumo pessoal, não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser encaminhado ao Juizado Especial Criminal; c) É vedada a transação penal para aquele que oferece droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento para juntos consumirem; d) O inquérito policial, no caso de crime de tráfico de drogas, será concluído no prazo de 30 dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 dias, quando estiver solto; e) Todas as alternativas estão incorretas. QUESTÃO OBJETIVA 2 (OAB-SP 131) Matheus foi denunciado pela prática dos crimes de tráfico de drogas (Art. 33, caput, da Lei nº 11.343/2006) e associação para o tráfico (Art. 35, caput da Lei nº 11.343/2006), em concurso material. Quando da realização da audiência de instrução e julgamento, o advogado de defesa pleiteou que o réu fosse interrogado após a oitiva das testemunhas de acusação e de defesa, como determina o Código de Processo Penal (Art. 400 do CPP, com redação dada pela Lei nº 11.719/2008), o que seria mais benéfico à defesa. O juiz singular indeferiu a inversão do interrogatório, sob a alegação de que a norma aplicável à espécie seria a Lei nº 11.343/2006, CASOS CONCRETOS 7º semestre - CPP 1.2017 – TEORIA DAS PROVAS E TRIBUNAL DO JURI Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017 Página 8 de 30 a qual prevê, em seu Art. 57, que o réu deverá ser ouvido no início da instrução. Nesse caso: a) O juiz não agiu corretamente, pois o interrogatório do acusado, de acordo com o Código de Processo Penal, é o último ato a ser realizado. b) O juiz agiu corretamente, eis que o interrogatório, em razão do princípio da especialidade, deve ser o primeiro ato da instrução nas ações penais instauradas para a persecução dos crimes previstos na Lei de Drogas. c) O juiz não agiu corretamente, pois é cabível a inversão do interrogatório, devendo ser automaticamente reconhecida a nulidade em razão da adoção de procedimento incorreto. d) O juiz agiu corretamente, já que, independentemente do procedimento adotado, não há uma ordem a ser seguida em relação ao momento da realização do interrogatório do acusado. e) O juiz não agiu corretamente, pois indeferiu a inversão da ordem do interrogatório sem a manifestação do membro do Ministério do Público. PLANO DE AULA - 8 DESCLASSIFICAÇÃO DE CRIME CASO CONCRETO 1 (OAB – adaptada) QUESTÃO Caio, professor do curso de segurança no trânsito, motorista extremamente qualificado, guiava seu automóvel tendo Madalena, sua namorada, no banco do carona. Durante o trajeto, o casal começa a discutir asperamente, o que faz com que Caio empreenda altíssima velocidade ao automóvel. Muito assustada, Madalena pede insistentementepara Caio reduzir a marcha do veículo, pois àquela velocidade não seria possível controlar o automóvel. Caio, entretanto, respondeu aos pedidos dizendo ser perito em direção e refutando qualquer possibilidade de perder o controle do carro. Todavia, o automóvel atinge um buraco e, em razão da velocidade empreendida, acaba se desgovernando, vindo a atropelar três pessoas que estavam na calçada, vitimando-as fatalmente. Realizada perícia de local, que constatou o excesso de velocidade, e ouvidos Caio e Madalena, que relataram à autoridade policial o diálogo travado entre o casal, Caio foi denunciado pelo Ministério Público pela prática do crime de homicídio na modalidade de dolo eventual, três vezes em concurso formal. Realizada Audiência de Instrução e Julgamento e colhida a prova, o Ministério Público pugnou pela pronúncia de Caio, nos exatos termos da inicial. Na qualidade de advogado de Caio, chamado aos debater orais, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso: RESPOSTA A Qual (is) argumento (s) poderia (m) ser deduzidos em favor de seu constituinte? Incompetência do juízo, pois Caio praticou homicídio culposo, já que agiu com culpa consciente, na medida em que, embora tenha presumido o resultado, acreditou que o fato não ocorreria em razão de sua perícia. RESPOSTA B Qual pedido deveria ser realizado? O pedido realizado seria o de DESCLASSIFICAÇÃO SERIA PARA HOMICÍDIO CULPOSO DE TRÂNSITO - Art. 302 DO (CTB) e, consequentemente, remessa dos autos para o juízo competente, conforme previsão do art. 419 do Código de Processo Penal. RESPOSTA C Caso Caio fosse pronunciado, qual recurso poderia ser interposto e a quem a peça de interposição deveria ser dirigida? O recurso a ser interposto seria o RECURSO EM SENTIDO ESTRITO (RESE), previsto no art. 581, IV do Código de Processo Penal. A peça de interposição deveria ser endereçada ao juiz de direito da vara criminal CASOS CONCRETOS 7º semestre - CPP 1.2017 – TEORIA DAS PROVAS E TRIBUNAL DO JURI Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017 Página 9 de 30 vinculada ao tribunal do júri, prolator a decisão atacada. QUESTÃO OBJETIVA 1 (OAB 2010.2) Assinale a alternativa CORRETA à luz da doutrina referente ao Tribunal do Júri. a) São princípios que informa o Tribunal do Júri: a plenitude de defesa, o sigilo das votações, a soberania dos veredictos e a competência exclusiva para julgamento dos crimes dolosos contra a vida; b) A natureza jurídica da pronúncia (em que o magistrado se convence da existência material do fato criminoso e de indícios suficientes de autoria) é de decisão interlocutória mista não terminativa; c) O rito das ações de competência do Tribunal do Júri se desenvolve em duas fases: judicium causae e judicium accusacionis. O judicium accusacionis se inicia com a intimação das partes para indicação das provas que pretendem produzir e tem fim com o trânsito em julgado da decisão do Tribunal do Júri; d) Alcançada a etapa decisória do sumário da culpa, o juiz poderá exarar quatro espécies de decisão, a saber: pronúncia, impronúncia, absolvição sumária e condenação. PLANO DE AULA - 9 TRIBUNAL DO JURI CASO CONCRETO 1 QUESTÃO Antônio foi submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri e condenado. Após o julgamento, descobriu-se que integrou o Conselho de Sentença o jurado Marcelo, que havia participado do julgamento de Pedro, co-réu no mesmo processo, condenado por crime de roubo conexo ao delito pelo qual Antônio foi condenado. Pergunta-se: Qual a defesa que poderá ser apresentada pelo Defensor de Antônio em eventual recurso interposto? Justifique a sua resposta: RESPOSTA A defesa poderá arguir a NULIDADE DO JULGAMENTO, com base no verbete 206 da sumula do STF, porque um dos jurados que havia participado do primeiro julgamento, também participou do segundo, restando violado o artigo 449,I do CPP. QUESTÃO OBJETIVA 1 (Magistratura/RS/2009) Acerca de processo e julgamento dos crimes dolosos contra a vida, assinale a assertiva CORRETA: a) Diante das respostas aos quesitos, os jurados condenaram o acusado por homicídio doloso qualificado. Ao proferir a sentença condenatória e fixar a pena, o magistrado não poderá reconhecer as agravantes que não foram objeto dos quesitos; b) Poderá haver recusa ao serviço do Júri, fundada em convicção religiosa, filosófica ou política; c) Os jurados poderão perguntar diretamente ao ofendido e às testemunhas, sem a intermediação do Juiz Presidente do Tribunal do Júri; d) Em um processo onde o réu foi pronunciado por homicídio consumado e tráfico de entorpecentes, após terem os jurados afastado o dolo direto e o dolo eventual, na votação dos quesitos acerca do homicídio consumado, serão questionados sobre o delito conexo de tráfico de entorpecentes; e) Durante os debates, no plenário do Tribunal do Júri, aos jurados é vedado, mesmo por intermédio do juiz-presidente, pedir ao promotor de justiça que indique a folha do processo onde se encontra o depoimento da testemunha a que está fazendo referência em seu pedido de condenação. CASOS CONCRETOS 7º semestre - CPP 1.2017 – TEORIA DAS PROVAS E TRIBUNAL DO JURI Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017 Página 10 de 30 RECURSO EM SENTIDO ESTRITO (art. 581/592, CPP). 1. Conceito: É o recurso mediante o qual se procede ao reexame de uma decisão nas matérias especificadas em lei, possibilitando ao próprio juiz recorrido uma nova apreciação da questão, antes da remessa dos autos à segunda instância. 2. Competência para o julgamento: O recurso deve ser endereçado ao Tribunal competente para apreciá-lo, mas a interposição far-se-á perante o juiz recorrido, para que este possa rever sua decisão (juízo de retratação). 3. Prazos: O prazo será de cinco dias, a partir da intimação da decisão (art. 586, CPP). No caso do inciso XIV, será de vinte dias, a contar da publicação da lista geral de jurados (CPP, art. 586, caput e seu § único). 4. Hipóteses de Cabimento: O recurso em sentido estrito cabe nas hipóteses previstas no art. 581, do Código de Processo Penal. Assim, caberá recurso em sentido estrito da decisão, despacho ou sentença: I) que rejeitar a denúncia ou queixa. Cuida-se da hipótese de recurso contra decisão interlocutória mista terminativa ou, simplesmente, sentença terminativa. Na situação inversa, ou seja, de recebimento da denúncia ou queixa, é incabível esse recurso, podendo o acusado valer-se do habeas corpus. Exceções: Em se tratando de decisão que rejeita denúncia ou queixa que capitula infração de competência do Juizado Especial Criminal, será também cabível apelação para a Turma Recursal (art. 82, caput, da Lei nº 9.099/95). II) que concluir pela incompetência do juízo. Trata-se da decisão pela qual o julgador reconhece espontaneamente (ex officio) sua incompetência para julgar o feito, sem que tenha havido oposição de exceção pelas partes (procedimento incidental), pois, nesta última hipótese, o recurso terá fundamento no inciso III. Obs: Havendo desclassificação na fase da pronúncia (art. 419) em crimes de competência do júri, cabível a interposição do recurso com fulcro neste inciso. III) que julgar procedente exceção, salvo a de suspeição. O art. 95, do CPP, enumera as cinco exceçõesoponíveis, a saber: suspeição, incompetência do juízo, litispendência, ilegitimidade de parte e coisa julgada. IV) que pronunciar o réu. No primeiro caso, temos uma decisão interlocutória mista não terminativa, que encerra uma fase do procedimento, sem julgar o mérito, isto é, sem declarar o réu culpado. CASOS CONCRETOS 7º semestre - CPP 1.2017 – TEORIA DAS PROVAS E TRIBUNAL DO JURI Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017 Página 11 de 30 V) que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante. A concessão da fiança, medida de contra-cautela, é regulada pelos arts. 322 e seguintes, do CPP.A decisão pela qual o juiz confirma a fiança arbitrada pela autoridade policial equivale à de arbitramento pelo magistrado, sendo cabível o recurso em sentido estrito. As partes podem insurgir-se contra a decisão ainda que para discutir somente o valor da fiança exigida, quando o reputem insuficiente ou exagerado. O recurso pode ser tirado, também, da decisão que conceder a liberdade provisória ou relaxar prisão em flagrante. Obs : a decisão que decreta a prisão preventiva, ou aquela que indefere pedido de relaxamento do flagrante, bem assim a decisão que não concede a liberdade provisória, são irrecorríveis, podendo ser objeto de impugnação por via de habeas corpus. VII) que julgar quebrada a fiança ou perdido se valor. Considera-se quebrada a fiança nas seguintes hipóteses dos arts. 327, 328, 341, 344 do CPP. Decretada a quebra da fiança ou o perdimento de seu valor, caberá recurso em sentido estrito. VIII) que decretar a prescrição ou julgar por outro modo, extinta a punibilidade. Reconhecida a existência de qualquer causa extintiva da punibilidade, é cabível o recurso em sentido estrito. Ver art. 397, IV, CPP Obs: As decisões proferidas em sede de execução, no entanto, são impugnáveis por via de agravo (art. 197, da LEP). IX) que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da punibilidade. Passível de impugnação por via do recurso em sentido estrito a decisão que desacolhe requerimento de reconhecimento de causa extintiva da punibilidade. X) que conceder ou negar a ordem de habeas corpus. Proferida a sentença em habeas corpus pelo juiz de primeiro grau, poderá ser interposto recurso em sentido estrito. Obs: A decisão concessiva da ordem, além de impugnável pelo recurso voluntário, está sujeita ao duplo grau de jurisdição obrigatório (recurso de ofício), nos termos do disposto no art. 574, inciso I, do CPP. XI) que conceder, negar ou revogar a suspensão da pena (art. 77, CP) XIII) que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte. A decisão pela qual o juiz declara nulo o processo, no todo ou em parte, é enfrentada pelo recurso em sentido estrito (art. 564 e segs. CPP). CASOS CONCRETOS 7º semestre - CPP 1.2017 – TEORIA DAS PROVAS E TRIBUNAL DO JURI Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017 Página 12 de 30 XIV) que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir. Anualmente, é organizada a lista geral de jurados, que se publicará em novembro e poderá ser alterada de ofício ou por reclamação de qualquer do povo, até a publicação da lista definitiva, que ocorre no dia 10 de novembro de cada ano (art. 426, § 1º, CPP). A lista definitiva pode, então, ser impugnada por via de recurso em sentido estrito, no prazo de 20 dias, dirigido ao presidente do Tribunal de Justiça. Obs: Podem recorrer o Ministério Público e qualquer do povo que tenha interesse, em geral o jurado excluído ou incluído na lista (art. 426, CPP). XV) que denegar a apelação ou a julgar deserta. Cabível o recurso em sentido estrito da decisão que, por qualquer motivo, nega seguimento à apelação. Trata-se de decisão por meio da qual o magistrado realiza juízo de admissibilidade do recurso. Obs: Cuida-se de exceção à regra segundo a qual é cabível a carta testemunhável como meio de impugnar decisão que nega seguimento a recurso. Assim, se o juiz não recebe o recurso em sentido estrito interposto contra a decisão que negou seguimento à apelação, poderá a parte valer-se da carta testemunhável. XVI) que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial. Questões prejudiciais são as matérias que devem ser apreciadas pelo juiz antes de julgar a lide principal, relativas a um elemento constitutivo do crime e que subordinam, necessariamente, a decisão da causa. Em tais casos, há relação de dependência lógica entre a questão prejudicial e a questão principal (ou prejudicada). XVIII) que decidir o incidente de falsidade (art. 145, CPP). O dispositivo refere-se à decisão proferida no processo incidente instaurado a pedido de alguma das partes para constatar a autenticidade de documento que se suspeita falso. Obs: Os incisos XII, XVII, XIX, XX, XXI, XXII, XXIII foram “derrogados” pela Lei de Execução Penal (Lei nº 7.210/84) 5. Efeitos: O recurso em sentido estrito provoca, em regra, provoca o efeito devolutivo, isto é, a devolução do julgamento da matéria ao segundo grau de jurisdição, e o efeito regressivo (iterativo ou diferido), que consiste na possibilidade de o próprio juiz reapreciar a decisão recorrida (juízo de retratação). Obs: A regra é a da não-produção do efeito suspensivo, sendo cabível apenas nas hipóteses elencadas no art. 584, CPP. Obs: O recurso da decisão de pronúncia suspenderá o julgamento pelo Tribunal do Júri(§ 2°, art. 584 do CPP) . Caso exista posterior interposição de recursos especial(STJ) e CASOS CONCRETOS 7º semestre - CPP 1.2017 – TEORIA DAS PROVAS E TRIBUNAL DO JURI Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017 Página 13 de 30 extraordinário(STF), atentar para o fato de que tais instrumentos não possuem efeito suspensivo automático, sendo necessária medida cautelar para este fim. 3. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (art. 619/620, CPP) 1. Conceito: é o recurso dirigido ao órgão prolator da decisão, quando nela houver ambigüidade, obscuridade, contradição ou omissão; cabível tanto da decisão de 1° grau (embarguinhos – art. 382, CPP), hipótese em que serão dirigidos ao juiz, como de decisões de órgãos colegiados (2° grau- art. 619, CPP), caso em que serão dirigidos ao relator do acórdão. 2. Natureza jurídica: parte da doutrina afirma, acertadamente, que têm natureza recursal, já que nada mais são do que meio voluntário de pedir a reparação de um gravame decorrente de obscuridade, ambiguidade, omissão ou contradição do julgado; Por outro lado, argumenta-se que não possuem caráter infringente (não ensejam a modificação substancial da decisão), pois se destinam a esclarecimentos ou pequenas correções, daí não constituírem recurso, porém meio de integração da sentença ou acórdão. 3. Hipóteses de cabimento: se a decisão for obscura (quando não clara, não compreensível), ambígua (se uma parte da sentença permitir duas ou mais interpretações, deforma a não se entender qual a intenção do magistrado), omissa (quando o julgador silencia sobre matéria que deveria apreciar) ou contraditória (se alguma das proposições nela insertas não se harmoniza com outra). Obs: No caso da Lei nº 9.099/95, os pressupostos são os seguintes: obscuridade, omissão, contradição e dúvida (ao invés de ambiguidade). 4 . Legitimidade: o acusado, o MP ou querelante e o assistente de acusação. 5. Prazo para oposição: 2 dias, contados da intimação, perante o próprio juiz prolator da sentença (art. 382), ou no caso dos Tribunais (art. 619); 05 dias (Juizado Especial Criminal - art. 83, § 1º, da Lei nº 9.099/95) (STF e STJ Regimentos Internos). 6. Efeitos: opostos os embargos, os prazos restam interrompidos(art. 538 CPC aplicação analógica); 4. EMBARGOS INFRINGENTES (matéria de mérito) E DE NULIDADE (matéria processual) - Art. 609, Parágrafo Único, do CPP 1. Conceito: são recursos exclusivos da defesa e oponíveis contra a decisão (em apelação e RESE) não unânime de órgão de 2ª instância que causar algum gravame ao acusado (desfavorável ao réu). 2. Prazo: 10 dias, da publicação . CASOS CONCRETOS 7º semestre - CPP 1.2017 – TEORIA DAS PROVAS E TRIBUNAL DO JURI Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017 Página 14 de 30 3. Hipóteses de Cabimento a) somente contra decisão de 2ª Instância; b) Decisão proferida em Apelação, Recurso em Sentido Estrito ou Agravo em Execução. Não cabe embargos em decisão que julga revisão criminal; c) Decisão não unânime; d)Desfavorável ao réu; e) Um voto vencido em favor do réu. 4. Extensão dos Embargos: Os embargos não podem extrapolar os limites do voto vencido. Se o voto vencido é parcial, a pretensão deduzida nos embargos estará limitada aos termos do voto vencido. 5. Características: é um recurso exclusivo do réu. Tanto o réu quanto o seu defensor podem interpô-lo; 1. o recurso deve vir acompanhado das razões; 2. permite a retratação; 3. havendo empate, prevalece a decisão mais favorável ao réu; 4. tem efeito suspensivo; 7. CARTA TESTEMUNHÁVEL (art. 639, CPP) 1. Conceito: é instrumento que visa promover o andamento de outro recurso que não foi recebido ou que foi paralisado. Ex. Recurso em sentido, agravo em execução. É um recurso subsidiário. Visa dar andamento a um outro recurso. 2. Natureza jurídica: apesar do CPP haver tratado da carta testemunhável no título destinado aos recursos, prevalece o entendimento segundo o qual é mero remédio ou instrumento para conhecimento de outro recurso. 3. Hipóteses de cabimento (art. 639, CPP): I - da decisão que não receber o recurso na fase do juízo de admissibilidade; II - da decisão que admitido o recurso, obstar à sua expedição e seguimento ao juízo ―ad quem‖. 4. Aspectos Procedimentais: É um recurso dirigido ao escrivão ou diretor do cartório. Prazo - 48 horas (conta-se minuto a minuto). Na prática, conta-se 2 dias. Não tem efeito suspensivo (art. 646, CPP). O escrivão elabora um instrumento. Em seguida vem as razões e as contra-razões. Ato seguinte, os autos vão ao juiz, que pode retratar-se. Se não se retratar, o recurso sobe ao Tribunal. Se a carta estiver bem instruída, o Tribunal pode julgar a Carta Testemunhável e o Recurso que estava paralisado (art. 644, CPP). CASOS CONCRETOS 7º semestre - CPP 1.2017 – TEORIA DAS PROVAS E TRIBUNAL DO JURI Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017 Página 15 de 30 5. Exceções: das decisões que denegam seguimento aos seguintes recursos caberá: a) Denegação da apelação: cabe recurso em sentido estrito (art. 581, XV, CPP) b) ―do Rec. Especial e Extraordinário: cabe agravo de instrumento (art. 28, Lei n. 8038/90) 6. Prazo: 48 horas. 5. HABEAS CORPUS ( art. 5°, inc. LXVIII da CF/ art. 647 e segs. CPP). 1. Conceito: É o instrumento que tem por finalidade evitar ou fazer cessar a violência ou a coação à liberdade de locomoção decorrente de ilegalidade ou abuso de poder (liberdade de ir e vir). 2. Natureza jurídica: Trata-se de uma ação penal popular (embora esteja previsto como recurso no CPP) com assento constitucional, voltada à tutela da liberdade de locomoção, sempre que ocorrer qualquer dos casos elencados no art. 648, do CPP. 3. Espécies: O HC apresenta-se em duas modalidades distintas: liberatório e preventivo. a) Liberatório, corretivo ou repressivo: é aquele que destina-se a afastar constrangimento ilegal à liberdade de locomoção já efetivado, ou seja, o paciente encontra-se segregado, preso, recolhido à prisão. b) Preventivo: destina-se a afastar uma ameaça à liberdade de locomoção, ou seja, o paciente encontra-se livre, porém, na iminência de ter a sua liberdade segregada. Nesta hipótese, no caso de concessão da ordem deve ser expedido salvo-conduto. 4. Paciente: é a pessoa natural que está sofrendo ou na iminência de sofrer restrição a sua liberdade de locomoção em face da coação ilegal. Essa pessoa denomina-se paciente. Obs: em se tratando de crimes contra o meio ambiente (Lei nº 9605/98), caso em que a pessoa jurídica poderá figurar no polo passivo da ação penal, poderá ser impetrado HC para fins de trancamento da ação penal, sendo, portanto, correto o pedido . (HC 92921 BA – Min. Rel. Ricardo Lewandowski) 5. Legitimidade ativa (Impetrante): Pode ser impetrado por qualquer pessoa, independentemente de habilitação legal ou representação de advogado. A parte que interpõe o pedido denomina-se impetrante. Não há necessidade de procuração. 6. Legitimidade passiva (autoridade coatora): é aquela que determinou o ato caracterizador do abuso ou da ilegalidade. Ou seja, autoridade coatora é aquele de quem emanou a ordem (ex. juiz que decretou a prisão preventiva) 7. Hipóteses de Cabimento: As hipóteses de cabimento do HC encontram-se enumeradas no art. 648, do CPP, senão vejamos: CASOS CONCRETOS 7º semestre - CPP 1.2017 – TEORIA DAS PROVAS E TRIBUNAL DO JURI Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017 Página 16 de 30 a) Quando não houver justa causa (inciso I): A hipótese trata da falta de justa causa para a prisão, para o inquérito e para o processo. Só há justa causa para a prisão no caso de flagrante delito ou de ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente. b) Quando alguém estiver preso por mais tempo do que a lei determina (inciso II): a hipótese cuida do excesso nas prisões provisórias, e/ou referentes ao prazo para o encerramento da instrução criminal que, em regra, é de 105 dias no procedimento comum ordinário. Obs: Tratando-se de crime da competência do Júri, pronunciado o réu, fica superada a alegação de constrangimento ilegal da prisão por excesso de prazo na instrução (Súmula 21 do STJ). Obs: Finalmente, não constitui constrangimento ilegal o excesso de prazo na instrução provocado pela defesa (Súmula 64 do STJ). c) Quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo (inciso III): só pode determinar a prisão, a autoridade judiciária dotada de competênciamaterial e territorial, salvo caso de prisão em flagrante. Ex. prisão alimentícia decretada por Juiz criminal, ou vice-versa. d) Quando houver cessado o motivo que autorizou a coação (inciso IV): por exemplo, sentenciado que já cumpriu sua pena, mas continua preso. e) Quando não se admitir a fiança, nos casos em que a lei a prevê (inciso V): as hipóteses em que a lei prevê a fiança (arts. 323, 324 e 335, do CPP). f) Quando o processo for manifestamente nulo (inciso VI): a nulidade pode decorrer de qualquer causa, como falta de condição de procedibilidade (representação nos crimes de ação penal pública condicionada), ilegitimidade ad causam (ofendido propõe a ação penal pública ou vice-versa) ou processual (menor de 18 anos propõe ação penal privada), incompetência do juízo, ausência de citação ou de concessão de prazo para a defesa prévia, alegações finais etc. g) Quando já estiver extinta a punibilidade do agente (inciso VII): as causas extintivas da punibilidade estão enumeradas no art. 107, do CP. Se anterior à ação penal, a denúncia ou queixa não pode se recebida (CPP, art. 43, II). 8. Inadmissibilidade: É inadmissível a impetração de HC nos seguintes casos: a) No caso de transgressão disciplinar militar (CF, art. 142, § 2º). b) Visando exame aprofundado e valoração de provas. Ex. requerer a absolvição de um crime após sentença penal condenatória; c) para discutir pena de multa d) durante o estado de sítio (CF, arts. 138, caput, e 139, I e II). CASOS CONCRETOS 7º semestre - CPP 1.2017 – TEORIA DAS PROVAS E TRIBUNAL DO JURI Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017 Página 17 de 30 9. Legitimidade Passiva e Competência: Trata-se do coator. Normalmente é uma autoridade. Mas também é cabível contra particular. Ex: quando um hospital prende o paciente por não pagar a dívida pela internação. a) habeas corpus contra autoridade policial - é julgado por juiz; b) habeas corpus contra particular - é julgado por juiz; c) habeas corpus contra Juiz - é julgado pelo Tribunal de Justiça; d) habeas corpus contra Promotor - é julgado pelo Tribunal de Justiça; e) habeas corpus contra ato isolado de Desembargador - é julgado pelo STJ; f) habeas corpus contra ato do Ministro do STJ – é julgado pelo Ministro do STF 11. Efeitos: a) a concessão de HC liberatório implica seja o paciente posto em liberdade, salvo se outro motivo deva ser mantido na prisão (art. 600, § 1º); b) se a ordem de HC for concedida para evitar ameaça de violência ou coação ilegal, será expedida ordem de salvo-conduto (licença escrita para transitar livremente) em favor do paciente; c) se a ordem for concedida para anular o processo, este será renovado a partir do momento e que se verificou a eiva (CPP, art. 652); d) quando a ordem for concedida para trancar inquérito policial ou ação penal, esta impedirá seu curso normal; e) a decisão favorável do HC pode ser estendida (efeito extensivo) a outros interessados que se encontrem na situação idêntica à do paciente beneficiado (art. 580, do CPP, aplicável por analogia). 12. Recursos a) cabe recurso em sentido estrito da decisão do juiz que conceder ou negar a ordem de habeas corpus (CPP, art. 581, X); b) cabe recurso oficial da concessão — reexame obrigatório (CPP, art. 574, I). 8. REVISÃO CRIMINAL (art. 621, CPP) 1. Conceito: é instrumento processual exclusivo da defesa que visa rescindir uma sentença penal condenatória transitada em julgado. 2. Natureza jurídica: Trata-se de ação de impugnação, prevalecendo o entendimento segundo o qual tem ela a natureza de ação penal de conhecimento de caráter desconstitutivo; ela é ação contra sentença, pois desencadeia nova relação jurídica processual. Assim, seja ela ação penal constitutiva ou recurso especial-misto, o importante é a análise da questão de fundo, a razão e a sua verdadeira natureza, visando o asseguramento amplo do exercício de CASOS CONCRETOS 7º semestre - CPP 1.2017 – TEORIA DAS PROVAS E TRIBUNAL DO JURI Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017 Página 18 de 30 acesso à justiça, como um remédio heróico para sanar prejuízos e reaver injustiças, como o habeas corpus, sua finalidade é corrigir a prestação jurisdicional, erros, decisões ou prisões ilegais, sujeitando o Estado à responsabilidade objetiva. 3. Finalidade: corrigir uma injustiça e restabelecer o status libertatis e o status dignitatis. 4. Pressupostos: 1. existência de sentença condenatória. A sentença absolutória imprópria também admite, pois fixa medida de segurança. Não importa a infração cometida e nem o procedimento. Não cabe revisão criminal contra sentença absolutória própria e nem contra decisão do juiz das execuções. Também não cabe contra decisão que concede perdão judicial e decisão de pronúncia. 2. trânsito em julgado. Se ocorrer a prescrição da pretensão punitiva não é mais possível entrar com revisão criminal, porque não existe sentença condenatória. 5. Prazo: não há prazo. 6. Legitimidade: O próprio réu ou por procurador legalmente habilitado, bem como, no caso de falecimento do acusado, por cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. A vítima não participa do processo de revisão criminal. Na hipótese de falecer a pessoa cuja condenação tiver de ser revista (art. 631 CPP), para efeitos morais e pecuniários indenizatórios cabe aos herdeiros ou sucessores legais pleiteá-la. 7. Pressupostos e oportunidade: deverá obedecer às condições de exercício das ações em geral (legitimidade, interesse de agir e possibilidade jurídica do pedido); pressupõe a existência de sentença condenatória ou absolutória imprópria transitada em julgado. 8. Hipóteses de cabimento (art. 621, CPP): a) Sentença contrária ao texto da lei, refere-se a má interpretação da normas com aos princípios reitores, a nível constitucional como infra-constitucional (a sentença deve conter a exposições de fato e de direito – provas – e os dispositivos legais em que se fundamenta - ―ex vi‖ do art. 381, incs. III e IV CPP). b) Sentença contrária as evidências dos autos é aquela condenação feita em base a indícios, conjecturas, distorcida da verdade, divorciada dos elementos probatórios em afronta aos ditames do direito e dos fatos ―sub judice‖. Referimo-nos ao juízo monocrático – singular – como ao jurado popular (Tribunal do Júri – art. 593, inc. III CPP). c) A prova nova deve estar amparada por seu ineditismo, desconhecimento e insuficiência de dúvida em relação a sua prestabilidade e capacidade de modificar a coisa julgada, CASOS CONCRETOS 7º semestre - CPP 1.2017 – TEORIA DAS PROVAS E TRIBUNAL DO JURI Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017 Página 19 de 30 indicando especialmente que o condenado deveria ter sido absolvido ou a pena ter sido aplicada de maneira mais branda. d) Lei nova mais benigna (cominação menor de pena) permite a postulação do recurso de Revisão Criminal, isto é ―novatio legis in mellius‖, o que difere de ―abolitio criminis‖ onde automaticamente extingue e tranca a ação penal em todos osseus efeitos legais, prevalece no direito democrático o princípio da aplicação da lei penal mais benigna. I – quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos autos; II – quando a sentença condenatória fundar-se em depoimentos, exames ou documentos comprovadamente falsos; III – quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de circunstâncias que determine ou autorize diminuição da pena. 9. Competência: 1. STF e STJ - são competentes para julgar a revisão de suas próprias condenações; 2. TRF - é competente para julgar a revisão de suas próprias condenações e das condenações dos juízes federais; 3. TJ - é competente para julgar a revisão de suas próprias condenações e das condenações dos juízes de 1º grau, que são da sua competência recursal; 10. Aspectos procedimentais: - Réu solto não precisa recolher-se à prisão (Súmula 393 do STF). - Cabe ao réu provar o trânsito em julgado da sentença. - Ao autor da ação cabe provar o que alegou. - A revisão não tem efeito suspensivo. - O pedido pode ser indeferido liminarmente, seja pelo Presidente, seja pelo Relator. Desta decisão cabe Agravo Inominado (Art. 625 do CPP). O Tribunal querendo poderá converter o julgamento em diligências. 11. Efeitos das decisões: se julgada procedente, a decisão poderá acarretar alteração da classificação da infração, a absolvição do réu, a modificação da pena (redução) ou a anulação do processo; se julgada improcedente, só poderá ser repetida se fundada em novos motivos. desclassificar a infração e impor pena menor; Obs: Se o réu for absolvido na revisão criminal, todos os seus direitos são restabelecidos automaticamente. 12. Recursos Cabíveis: 1. Embargos de Declaração; CASOS CONCRETOS 7º semestre - CPP 1.2017 – TEORIA DAS PROVAS E TRIBUNAL DO JURI Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017 Página 20 de 30 2.Recurso Extraordinário e Recurso Especial; 3. jamais são cabíveis embargos divergentes ou de nulidade. 13. Indenização Civil: Quando o réu é condenado por erro judiciário, ele tem direito a uma indenização civil. Cabe ao réu entrar com uma ação autônoma de indenização ou pedir a indenização no próprio pedido de revisão (art. 630, CPP). Neste último caso, se o Tribunal reconhecer o direito a indenização, ele não fixa o quantum. Cabe ao réu, antes de executar a decisão, liquidá-la. A responsabilidade objetiva de pagar a indenização é do Estado. Se a condenação foi pela Justiça Federal, quem paga é a União. Já, se a condenação foi pela Justiça Estadual, quem paga a indenização é o Estado-Membro. 14. Teoria da Afirmação: O autor da ação de revisão deve afirmar na inicial uma das hipóteses legais de cabimento da revisão, sob pena de carência de ação. 15. Não cabe revisão criminal: para reexame de provas; para alterar o fundamento da condenação. CASOS CONCRETOS 7º semestre - CPP 1.2017 – TEORIA DAS PROVAS E TRIBUNAL DO JURI Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017 Página 21 de 30 PLANO DE AULA - 10 PRAZO RECURSAL CASO CONCRETO 1 (Ministério Público PR / 2008) QUESTÃO Tício foi condenado à pena privativa de liberdade de 06 (seis) anos de reclusão por violação ao artigo 157, §2º, I e II do Código Penal. Da sentença condenatória, Tício foi intimado em 09/05/2008 (sexta-feira), oportunidade em que manifestou o interesse de não recorrer da decisão condenatória. O advogado de Tício, defensor devidamente constituído, fora intimado da decisão condenatória em 08/05/2008 (quinta-feira). No dia 16/05/2008, o advogado de Tício interpôs recurso de apelação. O recurso é tempestivo ou não? Justifique a sua resposta abordando as controvérsias sobre o tema indagado. RESPOSTA O prazo para interposição dos recursos é prazo processual desconta o dia do inicio computando-se o dia do final. SIM É TEMPESTIVO. No caso concreto o prazo deverá ser computado a partir do dia 9 (sexta-feira), dia da ultima intimação o prazo deveria começar no dia 10, por ser sábado o seu inicio se dará no dia 12 segunda-feira. O recurso de apelação deve ser interposto no prazo de 5 dias conforme art. 593 CPP sendo assim a interposição no dia 16 configura-se tempestiva. QUESTÃO OBJETIVA (TJ-PR Assessor 2004) Quantos aos recursos em geral, dispõe o Código de Processo Penal, dentre outras hipóteses, que: a) No caso de concurso de agentes, a decisão do recurso interposto por um dos réus, se fundado em motivo de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros; b) Excetuando-se dentre outros o da sentença que denegar habeas corpus, hipótese em que deverá ser interposto, de ofício, pelo juiz, os recursos serão voluntários; c) Salvo a hipótese de má-fé, a parte não será prejudicada pela interposição de um recurso por outro e se o juiz, desde logo, reconhecer a impropriedade do recurso interposto pela parte, mandará processá-lo de acordo com o rito do recurso cabível; d) A qualquer tempo, o Ministério Público poderá desistir de recurso que haja interposto; e) Interposto por termo o recurso, o escrivão, sob pena de suspensão por 05 a 60 dias, fará conclusos os autos ao juiz, até o quinto dia seguinte ao último do prazo. PLANO DE AULA - 11 INTERPOSIÇÃO DE RECURSO – RESE CASO CONCRETO 1 (OAB) QUESTÃO Pedro, almejando a morte de José, contra ele efetua disparo de arma de fogo, acertando-o na região toráxica. José vem a falecer, entretanto, não em razão do disparo recebido, mas porque, com intenção suicida, havia ingerido dose letal de veneno momentos antes de sofrer a agressão, o que foi comprovado durante instrução processual. Ainda assim, Pedro foi pronunciado nos termos do previsto no artigo 121, caput, do Código Penal. Na condição de Advogado de Pedro: RESPOSTA I Indique o recurso cabível; O recurso cabível é o RECURSO EM SENTIDO ESTRITO (RESE) art. 581 IV CPP RESPOSTA II O prazo de interposição; O prazo é de 5 dias conforme art. 586 CPP RESPOSTA III A argumentação visando à melhoria da situação jurídica do defendido. Indique, ainda, para todas as respostas, os respectivos dispositivos legais. CASOS CONCRETOS 7º semestre - CPP 1.2017 – TEORIA DAS PROVAS E TRIBUNAL DO JURI Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017 Página 22 de 30 A desclassificação de crime consumado para tentado, já que a ação de Pedro não deu origem a morte de José. Trata-se de HIPÓTESE DE CONCAUSA absolutamente independente pré-existente, conforme art. 13, do CP. QUESTÃO OBJETIVA 1 (Magistratura PR / 2010) Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: I. Que pronunciar ou impronunciar o réu; II. Que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição; III. Que absolver sumariamente o réu; IV. Da decisão que, admitindo embora o recurso, obstar à sua expedição e seguimento para o juízo ad quem. Dadas as assertivas acima, escolha a alternativa CORRETA: a) Apenas a assertiva I está correta; b) Apenas a assertiva II está correta; c) Apenas as assertivas I e IV estão corretas; d) Todas as assertivas estão corretas. PLANO DE AULA - 12 INTERPOSIÇÃODE RECURSO – RESE CASO CONCRETO 1 QUESTÃO George foi pronunciado, na forma do art. 413 do CPP, pelo crime previsto no art. 121, § 2º, II do CP por, em tese, ter matado a vítima Leonidas Malta em uma briga na saída da boite TheNight. O processo tramitou regularmente na primeira fase do procedimento, com designação de AIJ para o dia 11 novembro de 2015, tendo sido o acusado pronunciado no dia 2 de março de 2016. Assim, o julgamento em Plenário ocorreu efetivamente no dia 9 de dezembro de 2016. Após a oitiva das testemunhas arroladas para o julgamento em Plenário, como tese defensiva, o acusado, orientado por seu advogado, optou por exercer a garantia constitucional prevista no art. 5º, LXIII da CRFB/88. Em sede de debates orais o MP sustentou a acusação nos limites da denúncia, sendo certo que a defesa técnica sustentou a tese de legítima defesa e a ausência de provas nos autos que comprovassem o que fora sustentado pela acusação. Em réplica, o ilustre membro do Parquet apontou para o acusado e sustentou para os jurados que se o acusado fosse inocente ele não teria ficado calado durante o interrogatório, que não disse nada porque não tem argumentos próprios para se defender e que, portanto, seria efetivamente o responsável pela morte da vítima, pois, afinal, quem cala consente. A defesa reforçou seus argumentos de defesa em tréplica, contudo, George foi condenado pelo Conselho de Sentença e o Juiz Presidente fixou a reprimenda estatal em 15 anos de reclusão em regime inicialmente fechado por homicídio qualificado por motivo fútil (art.121, §2º, II, CP). Na condição de advogado de George, adote a medida cabível para impugnar a decisão utilizando todos os argumentos cabíveis, e indique o último dia do prazo. RESPOSTA RECURSO DE APELAÇÃO, com base no art. 593, III, alínea “c”: houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança”. No prazo de 5 dias, inicio dia 12/12/2016 ate 17/12/2016. QUESTÃO 2 Em 20/05/2016, Cláudio foi preso em flagrante pela prática do crime previsto no artigo 33 da Lei 11.343/2006. Regularmente processado, ao fim da instrução criminal o mesmo foi condenado com fulcro no art. 33 § 4º da referida lei, a pena base de 05 anos, que foi reduzida em 2/3 em CASOS CONCRETOS 7º semestre - CPP 1.2017 – TEORIA DAS PROVAS E TRIBUNAL DO JURI Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017 Página 23 de 30 razão do § 4º, sendo a pena final de 01 anos e 08 meses de reclusão, em regime semiaberto. Somente o Ministério Público recorreu da decisão, buscando afastar a aplicação do § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006. O Tribunal de Justiça, ao julgar o referido recurso, proferiu a seguinte decisão: Nego provimento ao recurso e abrando o regime prisional para o aberto, com expedição do alvará de soltura , substituindo a pena privativa de liberdade por restritivas de direitos, a ser fixada pelo juízo da execução. Diante essa situação hipotética, mencione: RESPOSTA A Qual foi o recurso interposto pelo Ministério Público? RESE. Recurso mediante o qual se procede ao reexame de uma decisão nas matérias especificadas em lei, possibilitando ao próprio juiz recorrido uma nova apreciação da questão, antes da remessa dos autos à segunda instância. RESPOSTA B A decisão proferida pelo Tribunal de Justiça está correta? Justifique sua resposta. NÃO. Pela vedação no dispositivo legal do §4º do art. 33 da Lei: “nos delitos definidos no caput e no § 1 o deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa”. QUESTÃO OBJETIVA 1 (Magistratura DF/2007) Técio, submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri de Brasília, foi condenado, por incursão no artigo 121, § 2º, II, do Código Penal (homicídio qualificado por motivo fútil), à pena privativa de liberdade mínima, vale dizer, de 12 (doze) anos de reclusão. Com fundamento no artigo 593, III, "d", do Código de Processo Penal, interpôs recurso de apelação para uma das Turmas Criminais do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, limitando-se a sustentar que a decisão dos jurados, no que concerne ao motivo fútil, foi manifestamente contrária à prova dos autos. A posição prevalente é a de que, reconhecendo que, efetivamente, a decisão dos jurados é manifestamente contrária à prova dos autos, que não ampara o motivo fútil, a Turma Criminal: a) Deve dar provimento ao recurso para anular o julgamento, determinando a submissão de Técio a novo julgamento pelo Tribunal do Júri. E desse novo julgamento, em que poderá Técio ser novamente condenado pelo Tribunal do Júri por homicídio qualificado por motivo fútil, não se admitirá, pelo mesmo motivo, segunda apelação; b) Deve dar provimento ao recurso para anular o julgamento, determinando a submissão de Técio a novo julgamento pelo Tribunal do Júri. E desse novo julgamento, em que poderá Técio ser novamente condenado pelo Tribunal do Júri por homicídio qualificado por motivo fútil, se admitirá, pelo mesmo motivo, segunda apelação; c) Deve dar provimento ao recurso para anular a sentença condenatória do juiz presidente do Tribunal do Júri, determinando que ele profira nova, excluído o motivo fútil; d) Deve dar provimento ao recurso, excluindo o motivo fútil, desde logo condenando Técio por incursão no artigo 121, caput, do Código Penal, homicídio, fixando a pena mínima privativa de liberdade de 6 (seis) anos de reclusão. PLANO DE AULA - 13 INTERPOSIÇÃO DE RECURSO – EMBARGO DE DECLARAÇÃO CASO CONCRETO 1 QUESTÃO Herculino foi condenado a 20 anos de reclusão pela prática de latrocínio. Na sentença condenatória, o juiz demonstra clara contradição entre as razões de sua fundamentação com sua decisão, principalmente ao acolher os depoimentos favoráveis das testemunhas de defesa bem como CASOS CONCRETOS 7º semestre - CPP 1.2017 – TEORIA DAS PROVAS E TRIBUNAL DO JURI Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017 Página 24 de 30 ao considerar boa a tese de desclassificação apresentada em alegações finais orais sob o argumento de violação de princípio constitucional (prova obtida por meio ilícito). Sabendo que a decisão foi prolatada em AIJ (audiência de instrução e julgamento) no dia 16 de junho, pergunta-se: RESPOSTA A Qual o instrumento cabível, no caso em tela, para obter o esclarecimento da contradição? EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, para afastar a contradição, previsão legal art. 382 CPP RESPOSTA B Qual o último dia para interposição do instrumento citado na questão anterior? Exclui o dia do começo, o prazo é de 2 dias, dia 19 de junho se dia útil o inicio da contagem. RESPOSTA C Levando em consideração que a decisão dos embargos se deu no dia 16 de junho (quinta-feira), qual a data máxima para a interposição do recurso cabível contra a sentença condenatória? OS EFEITOS DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO SERÁ INTERRUPTIVO, aplicando por analogia o art. 538 do CPC, sendo assim, o prazo do recurso de apelação será utilizado por completo de 5 dias após a intimação da decisão que julgou os embargos de declaração (OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO JECRIM, O PRAZO É DE 5 DIAS, E OS EFEITOS SÃO SUSPENSIVOS) - razão pela qual é mais seguro interpor o RECURSO DE APELAÇAO NO PRAZO DE CINCO DIAS. QUESTÃO OBJETIVA1 (Juiz TO/Cespe) Com relação aos embargos infringentes, assinale a opção CORRETA: a) Tais embargos são cabíveis em relação a decisão não unânime proferida em habeas corpus; b) Esses embargos têm caráter pro et contra, isto é, podem ser interpostos pela defesa ou pela acusação, no prazo de 10 dias; c) A divergência nesses recursos pode ser apurada tanto em relação à conclusão do voto quanto em relação à sua fundamentação; d) O relator e o revisor de tais embargos não podem ter participado do primeiro julgamento do réu. PLANO DE AULA - 14 (REFORTIO IN PEJUS) CASO CONCRETO 1 QUESTÃO Aristóteles foi condenado à pena de 9 anos de reclusão pela prática do crime de estupro (artigo 213, caput, CP). Após o trânsito em julgado da sentença condenatória, Aristóteles, através de seu advogado, ajuíza pedido de revisão criminal da sentença que lhe fora desfavorável, sustentando vício processual insanável consistente na ausência da intimação de seu então patrono para a apresentação de resposta preliminar obrigatória (art. 396, CPP). O Tribunal de Justiça competente acolhe o pleito de revisão criminal, anulando o referido processo. Nesta hipótese, pergunta-se: Seria juridicamente possível que, após a anulação, por meio de revisão criminal, do primeiro julgamento de Aristóteles, seja proferida, em um segundo julgamento pelo juízo de primeiro grau, sentença condenatória com imposição de sanção penal mais gravosa do que aquela que lhe fora anteriormente imposta? Justifique a sua resposta: RESPOSTA A vedação constante no § único do art. 626 do CPP, diz respeito tanto a refortio in pejus como também a refortio in pejus indireta, de sorte que, se depois de declarada nula a sentença em sede de revisão criminal, por CASOS CONCRETOS 7º semestre - CPP 1.2017 – TEORIA DAS PROVAS E TRIBUNAL DO JURI Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017 Página 25 de 30 algum vicio insanável, e vedado que juiz prolate nova decisão com pena exasperada tendo em vista que seria incabível revisão criminal pro societate. QUESTÃO OBJETIVA 1 (CESPE) Assinale a opção correta em relação ao instituto da revisão criminal. a) O pleito de revisão criminal pode constituir mera reiteração de recurso de apelação anteriormente interposto pelo condenado; b) Não cabe revisão criminal para rever sentença proferida contra pessoa que, em momento posterior, se sabe não ter cometido o crime objeto da condenação. É parte ilegítima para ajuizá-la a pessoa que tem seu nome lançado como réu na sentença condenatória proferida com erro na identificação do agente do delito; c) Aplicando-se o princípio da fungibilidade entre o habeas corpus e a revisão criminal, é possível desconstituir decisão transitada em julgado por meio de habeas corpus, se verificada a existência de flagrante ilegalidade; d) O ajuizamento de revisão criminal obsta a execução da sentença condenatória transitada em julgado, tendo em vista que o pedido revisional possui efeito suspensivo. PLANO DE AULA - 15 REMEDIO CONSTITUCIONAL - HC CASO CONCRETO 1 (OAB – adaptada) QUESTÃO Caio, na qualidade de diretor financeiro de uma conhecida empresa de fornecimento de material de informática, se apropriou das contribuições previdenciárias devidas dos empregados da empresa e por esta descontadas, utilizando o dinheiro para financiar um automóvel de luxo. A partir de comunicação feita por Adolfo, empregado da referida empresa, tal fato chegou ao conhecimento da Polícia Federal, dando ensejo à instauração de inquérito para apurar o crime previsto no artigo 168-A do Código Penal. Ao final do inquérito policial, os fatos ficaram comprovados, também pela confissão de Caio em sede policial. Nessa ocasião, ele afirmou estar arrependido e apresentou comprovante de pagamento das contribuições previdenciárias devidas ao INSS, pagamento realizado após a instauração da investigação. Assim, o delegado encaminhou os autos ao Ministério Público Federal, que denunciou Caio pelo crime previsto no artigo 168-A do Código Penal, tendo a inicial acusatória sido recebida pelo juiz da vara federal da localidade. Após analisar a resposta à acusação apresentada pelo advogado de Caio, o aludido magistrado entendeu não ser o caso de absolvição sumária, tendo designado audiência de instrução e julgamento. Com base nos fatos narrados no enunciado, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. RESPOSTA A Qual é o meio de impugnação cabível à decisão do Magistrado que não o absolvera sumariamente? Caberia (HC) habeas corpus, uma vez que não ha previsão de recurso contra a decisão que não absolverá sumariamente o acusado, sendo cabível ação mandamental, conforme estabelece o art. 647 e seguintes do CPP. RESPOSTA B A quem a impugnação deve ser endereçada? O Habeas Corpus deverá entrar no TRF da respectiva região em que o processo está tramitando. RESPOSTA C Qual fundamento deve ser utilizado? Extinção da punibilidade pelo pagamento do débito, quanto ao delito previsto no art. 168 A. CP, e, após, restando apenas acusação pertinente a sonegação de tributo de natureza estadual, incompetência absoluta, em CASOS CONCRETOS 7º semestre - CPP 1.2017 – TEORIA DAS PROVAS E TRIBUNAL DO JURI Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 jonasfs.juridico@gmail.com DIREITO 2017 Página 26 de 30 razão da matéria. A sum. vinculante nº 24 do STF, estabelece que a discussão do pagamento do tributo na esfera administrativa impede a propositura da ação penal. QUESTÃO OBJETIVA 1 (MP-PR) Sobre habeas corpus, analise as assertivas abaixo e responda I. O habeas corpus destina-se apenas a proteger a liberdade de locomoção, o direito de ir e vir, não se presta à tutela de outros direitos. II. Não cabe habeas corpus para trancamento de inquérito policial, pois não se trata de direito de locomoção. III. O habeas corpus requer prova pré-constituída, pois não admite dilação probatória. Assim, fundamentada na inocência do paciente a ordem de habeas corpus somente pode ser concedida quando a alegada inocência estiver comprovada de plano e cabalmente. IV. O habeas corpus pode ser impetrado por qualquer pessoa, ainda que sem capacidade postulatória, ou pelo próprio Ministério Público. a) Todas estão corretas; b) Apenas I, II e IV estão corretas; c) Apenas I, III e IV estão corretas; d) Apenas II, III e IV estão corretas; e) Apenas I e II estão corretas. PLANO DE AULA - 16 EMENDATIO LIBELLI E MUTATIO LIBELLI CASO CONCRETO 1 QUESTÃO 1 Tício e Caio foram acusados de receberem vultosa quantia em dinheiro através de emissão de duplicatas sem causa debendi, causando prejuízo a terceiros, tendo o Ministério Público capitulado a infração no artigo 172 do Código Penal (crime de duplicata simulada). Na sentença, o juiz concordou com a narrativa fática, condenando os acusados nas penas do artigo 171, caput do Código Penal (crime de estelionato). Com base nisto, responda: RESPOSTA A A hipótese retratada é de Emendatio ou Mutatio Libelli? Justifique a sua resposta; De acordo com a emendatio libelli, o juiz, quando da sentença, verificando que a tipificação não corresponde aos fatos narrados na petição inicial, poderá de ofício apontar sua correta definição jurídica. Na “emendatio” os fatos provados são exatamente os fatos narrados. Assim, dispõe o CPP sobre a matéria: Art. 383. O juiz, sem modificar
Compartilhar