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NOVA CHANCE ROTEIRO DE ESTUDOS Disciplina: Direito Penal II Objetivos: Ao final de seus estudos de recuperação, você deverá ser capaz de: → Compreender a construção dogmática do concurso de pessoas e adoção, pelos Tribunais, da Teoria do Domínio Final do Fato. → Diferenciar os institutos da autoria e participação em consonância com os entendimentos doutrinários e jurisprudenciais. → Reconhecer os institutos do Concurso de Crimes e Continuidade Delitiva como instrumentos de fixação de responsabilidade penal consoante o juízo de culpabilidade do agente. → Analisar as Teorias da Pena, suas transformações históricas, fundamentos e validade no Estado Democrático de Direito. → Compreender o sistema trifásico de aplicação de penas. → Compreender, no sistema de justiça criminal garantista, a sistemática de execução pena, regimes prisionais, direitos e deveres do condenado e do preso provisório. Orientações gerais: Olá. É importante que, ao estudar para o nosso projeto Nova Chance, você seja organizado e dedicado no seu processo de autoestudo, bem como é imprescindível que tenha iniciativa e autonomia necessárias na aprendizagem fora da sala de aula presencial, a partir da disponibilização de conteúdo on- line. Neste projeto, identificaremos os principais tópicos da disciplina Direito Penal II e que, portanto, necessitam de toda sua atenção ao estudá-los. Desta forma, você seguirá o plano de estudo elaborado especialmente para a sua melhor compreensão sobre a nossa disciplina. Leia com atenção e Bons estudos! Sugestão de cronograma (Plano de Estudo): Sugerimos que dedique o tempo correspondente aos encontros das aulas para a revisão dos principais tópicos que serão citados nos planos de estudos de cada aula. ! ATENÇÃO. A cada videoaula aula siga o seguinte ROTEIRO DE ESTUDOS: 1. Assista à videoaula correspondente (duração de 20 min.) 2.Durante a aula anote os temas selecionados pelo professor (estão todos descritos nos planos de aula 1 a 6) 3. Após assistir à videoaula, leia os artigos de lei indicados pelo professor durante a aula. 4. Após assistir à videoaula, leia os temas anotados durante a videoaula e os revise a partir da gravação, das suas anotações em sala de aula e do livro proprietário de sua disciplina. 5. Faça um resumo, com as suas palavras, dos temas selecionados. 6. Resolva às questões apresentadas no roteiro de cada aula. Bons estudos e ótima prova! PLANO DE ESTUDO AULA 1. CONCURSO DE PESSOAS. Seguem, abaixo, os principais temas da aula 1. ! ATENÇÃO. Leia aos art.29 a 31, do Código Penal. 1) Conceitos. O concurso eventual de pessoas se caracteriza pela ciente e voluntária participação de duas ou mais pessoas na mesma infração penal. ! ATENÇÃO. Para a caracterização do concurso eventual de pessoas não é necessário prévio ajuste de vontades entre os agentes. 2) Espécies de Concurso de pessoas. a) crimes unissubjetivos → concurso eventual de pessoas. b) crimes plurissubjetivos → concurso necessário de pessoas (ex. art.288, do Código Penal, art.35, da lei n.11343/2006) 3) Requisitos do Concurso de Pessoas. a) Pluralidade de agentes e condutas; b) Relevância Causal de cada conduta; c) Liame subjetivo ou psicológico; d) Identidade de infração penal. ! ATENÇÃO. O concurso eventual de pessoas tem por consequência a responsabilização penal na medida da culpabilidade de cada agente (leia o art.29, caput, do Código Penal) 4) Teorias sobre Concurso de Pessoas. a)Pluralista: adotada em situações excepcionais, como por exemplo nos art.317 e 333, ambos do Código Penal, onde há um crime para o particular e outro para o funcionário público que praticam a corrupção. b) Dualista. c) Monista ou Unitária: adotada pelo Código Penal, segundo a qual, todos respondem pela mesma infração penal à qual concorreram, de acordo com a sua culpabilidade (unidade de infração penal) 5) Autoria. → Teorias. a) Restritiva: adotada pelo art.29, do Código Penal. - autor é aquele que realiza a conduta descrita no tipo penal (núcleo do tipo penal -verbo) -Teoria Objetivo- material. - Falha - não vislumbra autoria mediata e coautoria. b) Extensiva: Teoria da Equivalência das Condições. -Falha – não distingue autoria de participação. c) Domínio final do fato: - Complementa a teoria objetivo –formal. - Tem por base a teoria restritiva – critério objetivo -subjetivo. ! ATENÇÃO. Embora o Código Penal tenha adotado a teoria restritiva do conceito de autor, a teoria do domínio final do fato tem sido utilizada pela doutrina e jurisprudência para complementar a restritiva nos casos concretos. → Espécies de autoria de acordo com a Teoria do Domínio Final do Fato a) Autoria propriamente dita (autor executor). b) Autoria Intelectual (o Código Penal o prevê como circunstância agravante genérica, prevista no art 62, inciso I). c) Autoria Mediata: aqui, na verdade, não há concurso de pessoas, pois não há liame subjetivo entre os agentes, sendo o agente executor mero instrumento para o autor mediato, que será responsabilizado pela prática do delito. Podem caracterizar a autoria mediata, as seguintes situações fáticas: erro (art.22, §2º, CP); obediência hierárquica (art.22, CP); coação moral irresistível (art.22, CP); utilização de inimputáveis (art.26, CP) e a ausência de conduta. d) Coautoria: tem por característica a divisão de tarefas e unidade de vontades entre os agentes. ! ATENÇÃO. Autoria colateral e autoria incerta. a) Autoria colateral: há pluralidade de condutas, de sujeitos, unidade de infração penal, mas não há liame subjetivo → todos os agentes serão considerados autores. b) Autoria incerta. Ocorre nos casos de autoria colateral e que não é possível identificar qual dos agentes deu causa ao resultado → todos serão responsabilizados pela tentativa. 6) Participação. a) Conceito: colaboração dolosa em crime alheio com a prática de condutas acessórias à conduta do autor do delito e que não necessariamente configurem, por si só, condutas típicas. ! ATENÇÃO. A participação somente pode ocorrer até a consumação do delito, pois caso ocorra posteriormente poderá caracterizar outro crime, como por exemplo o delito de receptação (art.180, do Código Penal) ou os delitos de favorecimento pessoal ou real (art. 348 e 349, do Código Penal). b) Teorias: acessoriedade mínima; limitada; extrema e Hiperacessoriedade. ! ATENÇÃO. Adotamos a teoria da acessoriedade limitada, segundo a qual para que a conduta do partícipe tenha relevância jurídico-penal, basta que a conduta do autor seja típica e ilícita. EXEMPLO. Suponhamos que um agente maior e capaz auxilie um adolescente a praticar a conduta de tráfico ilícito de drogas, descrita no art.33, caput, da lei n.11343/2006. O adolescente não pratica crime, mas ato infracional análogo ao crime, haja vista ser inimputável, todavia isto não impede a responsabilização jurídico-penal, na condição de partícipe, da conduta da lei de drogas, ao agente maior e capaz que o auxiliou. ! ATENÇÃO. O que configura uma conduta acessória? As condutas de induzir, instigar (auxílio moral) ou prestar auxílio (material). 7) Punibilidade no concurso de pessoas. a) participação de menor importância: caracteriza-se como causa de diminuição de pena. → Leia o art.29,§1º, CP. b) cooperação dolosamente distinta b.1. o agente quis participar de crime menos grave e não era previsível o resultado mais grave → aplica-se a pena do crime menos grave. b.2. o agente quis participar de crime menos grave e era previsível o resultado mais grave → aplica-se a pena do crime menosgrave, aumentada até metade. → Leia o art.29,§2º, CP. c) participação impunível. → Leia o art.31, CP. 8) Incomunicabilidade das circunstâncias e condições pessoais. → Leia o art.30, CP. a) Elementares: sempre se comunicam no concurso de pessoas, desde que o outro agente tenha ciência desta elementar. Por exemplo: um particular pode ser coautor ou partícipe do delito de peculato praticado por funcionário público se tem ciência desta condição e de que o outro agente está se aproveitando dela para a prática do delito (peculato-furto: art.312,§1º, do CP) b) Circunstâncias. b.1. Objetivas: dizem respeito aos meios e modos de execução do crime. Se comunicam ao coautor ou partícipe do delito, desde que o outro agente tenha ciência desta circunstância (ex. art.121,§2º, III, do Código Penal) b.2. Subjetivas: dizem respeito aos motivos determinantes do crime ou às condições subjetivas do agente. Jamais se comunicam (ex. art.121, §1º e §2º, I do Código Penal ou, ainda, art.63, do Código Penal) Indicações: Solucione as questões abaixo, disponíveis em: https://www.qconcursos.com 1) A respeito do concurso de pessoas, assinale a opção correta. (Q607021) a) As circunstâncias objetivas se comunicam, mesmo que o partícipe delas não tenha conhecimento. b) Em se tratando de peculato, crime próprio de funcionário público, não é possível a coautoria de um particular, dada a absoluta incomunicabilidade da circunstância elementar do crime. c) A determinação, o ajuste ou instigação e o auxílio não são puníveis. d) Tratando-se de crimes contra a vida, se a participação for de menor importância, a pena aplicada poderá ser diminuída de um sexto a um terço. e) No caso de um dos concorrentes optar por participar de crime menos grave, a ele será aplicada a pena referente a este crime, que deverá ser aumentada mesmo na hipótese de não ter sido previsível o resultado mais grave. 2) Clécius Almeida induz o adolescente Carlos Sátiro, de dezessete anos de idade, a praticar o delito de roubo tendo como vítima a senhora Sandra Costa. Para convencer Carlos, Clécius lhe disse ser conhecido da vítima, por isto não poderia participar diretamente do crime, contudo permaneceria por perto, sem ser visto, e lhe daria cobertura no caso de um eventual problema. Diante disto, Carlos acaba por roubar o relógio e o dinheiro da senhora Sandra. No caso proposto, Clécius responde pelo resultado na condição de: (Q576261) a) autor mediato. b) partícipe material. c) partícipe moral. d) coautor. e) coator moral. PLANO DE ESTUDO AULA 2. CONCURSO DE CRIMES Seguem, abaixo, os principais temas da aula 2. → Leia os art. 69 a 71 e 75, do Código Penal. → Leia os Verbetes de Súmula n.711 e 715, do Supremo Tribunal Federal. 1) Concurso de Crimes. Conceitos. Requisitos. → No concurso de crimes o (s) agente (s) mediante uma ou mais condutas dá causa à uma pluralidade de resultados. → Na verdade, trata-se de uma questão de aplicação de penas, a ser utilizada na terceira fase do sistema trifásico de aplicação de penas. 2) Sistema de Aplicação de Pena. a) Exasperação de Pena: Aplica-se ao concurso formal perfeito e à continuidade delitiva (art. 70, caput, 1ª parte e art.71, ambos do CP). b) Cúmulo Material: Aplica-se ao concurso formal imperfeito e ao concurso material de crimes (art. 70, caput, 2ª parte e art.69, ambos do CP). 3) Concurso de Crimes e Conflito Aparente de Normas: distinção. No concurso de crimes há unidade ou pluralidade de condutas e pluralidade de resultados; por outro lado, no conflito aparente de normas, há pluralidade aparente de normas e unidade de resultado. 4) Espécies de Concurso de Crimes: Material, Formal e Crime Continuado (ou Continuidade Delitiva) a) Concurso material de crimes – art.69, do Código Penal → requisitos: pluralidade de condutas e pluralidade de resultados. → Espécies quanto aos resultados: Homogêneo e Heterogêneo. → Sistema de Aplicação de Pena: Cúmulo Material de penas. b) Concurso formal de crimes – art.70, do Código Penal. → requisitos: unidade de condutas e pluralidade de resultados. → Espécies: - quanto aos resultados: Homogêneo e Heterogêneo. - quanto à vontade: Próprio ou Perfeito e Impróprio ou Imperfeito. ! ATENÇÃO. O concurso forma imperfeito, previsto no art.70, parte final, do Código Penal, caracteriza-se pela presença de “desígnios autônomos” que só ocorrem nos delitos dolosos. → Sistema de Aplicação de Pena. - no concurso formal perfeito (art.70, 1ª parte, CP) -Exasperação da pena. ! ATENÇÃO. Caso haja a produção de resultados distintos, será aplicada a pena do delito mais grave, aumentada de um sexto até a metade. - no concurso formal imperfeito (art.70, parte final, CP) – Cúmulo material. ! ATENÇÃO. O art. 70, parágrafo único, Código Penal, estabelece o denominado concurso material benéfico, aplicável aos casos nos quais o sistema de exasperação das penas se torna mais gravoso que o cúmulo de penas, devendo o juiz aplicar este, haja vista ser mais benéfico. c) Continuidade delitiva – art.71, do Código Penal. → Teorias sobre a natureza jurídica: unidade real; ficção jurídica e mista. ! ATENÇÃO. Teoria adotada pelo Código Penal: Ficção Jurídica, segundo a qual a unidade delitiva é compreendida como criação da lei para beneficiar o réu, haja vista tratar-se de verdadeiro concurso material de crimes. → Requisitos: pluralidade de condutas, pluralidade de resultados (crimes da mesma espécie) e nexo de continuidade. → Controvérsias: - o que são crimes da mesma espécie? Prevalece o entendimento de que não sejam necessariamente idênticos, mas que lesionem o mesmo bem jurídico. EXEMPLO. O roubo simples (art.157, caput, CP) não admite continuidade delitiva com o latrocínio (art.157, §3º, parte final, CP), pois este também atinge a vida da vítima. - o que é nexo de continuidade? condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras circunstâncias semelhantes – interpretação analógica. ! ATENÇÃO. Continuidade Delitiva e conflito de leis penais no tempo: Verbete de Súmula n.711, do Supremo Tribunal Federal. →Espécies de Crime Continuado. - Genérico – art.71, caput, CP - Específico - art.71, parágrafo único, CP (praticado contra uma pluralidade de vítimas, mediante violência ou grave ameaça e somente se aplica aos crimes dolosos) → Critérios de aplicação de pena. - Crime continuado Genérico – exasperação das penas - aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços (art.71, caput, CP) - Crime continuado Específico - exasperação das penas - aumentasse a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código (art.71, parágrafo único, CP). 5) Unificação das penas. → Leia o art.75, do Código Penal. ! ATENÇÃO. Compete ao Juiz da execução decidir sobre soma ou unificação de penas (Art. 66, III, a , Lei n.7210/1984 ( Lei de Execuções Penais) ! ATENÇÃO. A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de cumprimento, determinado pelo art. 75 do código penal, não é considerada para a concessão de outros benefícios, como o livramento condicional ou regime mais favorável de execução (Verbete de Súmula n.715, do Supremo Tribunal Federal). Indicações: Solucione as questões abaixo, disponíveis em: https://www.qconcursos.com 1) “Na Praça da Matriz, por volta das 15h, Tício, apontando um revólver, subtraiu, para si, o relógio de ouro de Pérsio, o que foi testemunhadopelo pedestre Caio. No dia seguinte, no mesmo horário e na mesma praça, Tício, utilizando o mesmo revólver, agrediu Pérsio, mediante coronhadas, causando-lhe perda da visão do olho esquerdo.” Tício responderá pelos crimes: (Q636612) a) em concurso material. b) em concurso formal. c) em concurso de pessoas. d) em continuidade delitiva. 2) Giordano, ao dirigir seu automóvel de maneira negligente, perdeu o controle do carro, matando cinco pessoas e lesionando gravemente outras cinco. Considerando a situação hipotética apresentada, assinale a alternativa correta. (Q512257) a) Giordano agiu em continuidade delitiva, devendo ser-lhe aplicada a pena mais grave, aumentada de um sexto até a metade. b) Atualmente, considera-se que tais situações devem ser entendidas como crime único, aplicando-se apenas uma das penas, ou seja, a mais leve. c) Giordano praticou crimes em concurso material e responderá pela pena de cada um deles. d) Giordano praticou crimes em concurso formal, devendo a pena dos crimes ser somada, visto que, nesse caso, o cúmulo material é mais favorável que a exasperação. e) Giordano praticou crimes em concurso formal, devendo ser–lhe aplicada a pena mais grave, aumentada de um sexto até a metade. PLANO DE ESTUDO AULA 3. TEORIA DA SANÇÃO PENAL Seguem, abaixo, os principais temas da aula 3. → Leia os art. 33, 96 e 97, do Código Penal. 1) A Sanção Penal. → Missão Garantista: se existe crime, necessário decidir quando e contra quem aplicar a pena, de acordo com os princípios norteadores, garantidores e limitadores do Direito Penal. → A sanção penal classifica-se em: a) pena: aplica-se aos imputáveis, através do juízo de culpabilidade e podem ser: privativas de liberdade, restritivas de direitos e multa. (leia o art. 33, do Código Penal) b) medida de segurança: aplica-se aos inimputáveis ou semi-imputáveis, através do juízo de periculosidade e podem ser: internação ou tratamento ambulatorial (leia os art. 96 e 97, do Código Penal) 2) Transformações Históricas → Do corpo dos condenados, da ostentação dos suplícios, da reserva às das execuções, às sanções como vistas hoje - “ Do Direito Penal do Autor ao Direito Penal do Fato”. →A idéia de sanções menos físicas surgiu no final do século XVIII e início do século XIX. Há um deslocamento do objeto sobre o qual recai a sanção, ou seja, deixa de ser uma sanção física para ser uma sanção moral. 3) Finalidade e Fundamento das Penas. → O ponto nodal acerca da Finalidade e Fundamento das Penas no Estado Democrático de Direito é a legitimação do Controle Social. → Prevenção Geral (voltada à coletividade) e Prevenção Especial (voltada ao indivíduo que praticou a conduta típica, ilícita e culpável). ! ATENÇÃO. Momentos da Pena. a) Cominação pelo Legislador - prevenção geral. b) Aplicação pelo juiz na sentença condenatória - prevenção especial (retribuição). c) Execução da pena – prevenção especial (positiva–ressocialização; negativa/cárcere) 4) O sistema Penal Brasileiro. A Pena Criminal. Teorias a) Teorias Absolutas. Século XIX. Retributivas. b) Teorias Relativas (Utilitárias). c) TEORIAS MISTAS (UNITÁRIAS) – ART.59, DO CÓDIGO PENAL (há a conciliação entre as finalidades de prevenção geral e especial e o caráter retributivo da pena) 5) Princípios da Pena. a) Humanidade das penas. Leia o art.5º, XLVII e XLIX, CRFB/1988; b) Legalidade. Leia o art.5º, XXXIX, CRFB/1988; - formal (requisitos legislativos) e material (bem jurídico tutelado e o risco gerado pela conduta praticada) c) Personalidade das penas. Leia o art.5º, XLV, CRFB/1988; d) Inderrogabilidade; e) Proporcionalidade. Leia o art.5º, XLVI, CRFB/1988 e art.59, Código Penal; f) Individualização da pena. Leia o art.5º, XLVI, CRFB/1988. Indicações: Solucione as questões abaixo, disponíveis em: https://www.qconcursos.com 1) Chilperico, auditor fiscal, exigiu para si dez mil reais de propina de uma contribuinte para não implicá-la em dada responsabilização tributária, usando aquele o dinheiro para uma viagem turística à Disneylândia. Acabou condenado à pena de 2 anos de reclusão e pagamento de 10 dias-multa pelo crime de concussão (Código Penal, art. 316, caput, pena mínima). Enquanto isso, seu irmão gêmeo Clotário, também auditor fiscal, exigiu indevidamente um pagamento de mil reais de ICMS de outro contribuinte, acabando Clotário condenado por excesso de exação e suportando a pena final de 3 anos de reclusão e pagamento de 10 dias-multa (Código Penal, art. 316, parágrafo 1º , pena mínima). Aregunda, mãe dos gêmeos, ficou perplexa. Fosse ela uma jurista, e apenas com esses dados, em princípio, sua irresignação teria fundamento teórico mais preciso em um importante postulado que estrutura toda a legislação das penas no direito brasileiro, qual seja a ideia de: (Q446394) a) pessoalidade. b) dignidade humana. c) legalidade. d) proporcionalidade. e) individualização. 2) Assinale a opção correta a respeito das penas. (Q99257) a) O princípio da transcendência estabelece que nenhuma pena passará da pessoa do condenado, contudo a obrigação de reparar o dano se estende aos sucessores ilimitadamente. b) Não haverá pena de morte, salvo em caso de guerra declarada. c) Não haverá penas de caráter perpétuo, de banimento, cruéis ou pecuniárias. d) A pena será cumprida preferencialmente em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito e as condições socioeconômicas do apenado. e) É assegurado aos presos o respeito à integridade física, moral e material, sendo vedada pena que implique perda ou privação de bens. PLANO DE ESTUDO AULA 4. SISTEMAS DE APLICAÇÃO DE PENA CRIMINAL I. Seguem, abaixo, os principais temas da aula 4. → Leia os art.59 e 68,do Código Penal. → Leia os Verbetes de Súmula n. 231 e 444, do Superior Tribunal de Justiça. 1) Sistema trifásico de Aplicação de Pena (art.68, do Código Penal) a) Pena-Base: Teoria das Circunstâncias Judiciais (art.59, do Código Penal) b) Pena-Provisória: Teoria das Circunstâncias Legais (art.61, 62, 65 e 66, do Código Penal) c) Pena Definitiva: Causas de Aumento e diminuição previstas na parte geral e especial do Código Penal. ! ATENÇÃO. Há outras fases? Conforme estabelecem os incisos III e IV, do art.59, CP, ainda caberá ao juiz estabelecer o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade e a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. Ainda, podemos citar mais uma fase, qual seja, a análise da possibilidade do sursis, previsto no art.77, do Código Penal. 2) FIXAÇÃO DA PENA-BASE. Teoria das circunstâncias judiciais. → Nesta fase, o juiz dá início à individualização da pena, ou seja, à transformação da pena abstrata (prevista em lei e que visa à prevenção geral) em pena concreta (a ser aplicada à conduta específica e que vise à prevenção especial). → A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento (art.68, do Código Penal) → São oito circunstâncias judiciais, previstas no art.59, do Código Penal, a saber: a) Culpabilidade. b) Antecedentes (Súmula n. 444, do Superior Tribunal de Justiça). c) Conduta Social. d) Personalidade do Agente. e) Motivos do Crime. f) Circunstâncias do Crime. g) Consequências do Crime. h) Comportamento da vítima. → Na primeira e segunda fases da aplicaçãoda pena, o juiz não pode aplicar circunstâncias atenuantes que reduzam a pena aquém do mínimo legal ou aplicar circunstâncias agravantes que aumentem a pena além do máximo legal (Súmula n.231, do Superior Tribunal de Justiça). Indicações: Solucione as questões abaixo, disponíveis em: https://www.qconcursos.com 1) Em tema de fixação da pena base, assinale a alternativa incorreta: (Q723939) a) Leva-se em consideração os antecedentes criminais do agente, que, em razão da aplicação do princípio da inocência, são considerados apenas as condenações por crimes a penas privativas de liberdade, posteriores ao fato que está sendo julgado; b) Leva-se em consideração a culpabilidade, entendida como o grau de reprovabilidade da conduta do agente; c) Leva-se em consideração a conduta social, que se refere ao histórico da vida social do condenado; d) Leva-se em consideração as consequências do crime, sempre excluindo- se aquelas que são as próprias de cada delito; e) Leva-se em consideração as circunstâncias do crime, as quais não podem coincidir com as circunstâncias agravantes e atenuantes. 2) Sobre a utilização de inquéritos policiais ou as ações penais em curso como fundamento para aumentar a pena, é correto afirmar: (Q530902) a) É cabível na segunda fase e terceira fase de individualização da pena, mas não pode intervir sobre a fixação da pena-base. b) Embora não esteja expressamente prevista como circunstância agravante, pode ser considerada agravante genérica com especial permissão de emprego no processo individualizador da pena. c) Integra espectro compreendido no chamado princípio do livre convencimento do juiz que pode utilizá-la como causa geral de aumento de pena. d) É considerada circunstância agravante expressamente prevista no art. 61 do Código Penal. e) Não é reconhecida pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça que editou, inclusive, súmula sobre o tema. PLANO DE ESTUDO AULA 5. SISTEMAS DE APLICAÇÃO DE PENA CRIMINAL II. Seguem, abaixo, os principais temas da aula 5. → Leia os art.59 a 68,do Código Penal. → Leia os Verbetes de Súmula n. 241, 440 e 444, do Superior Tribunal de Justiça. 1) FIXAÇÃO DA PENA PROVISÓRIA – 2ª Fase. Teoria das Circunstâncias Legais. a) Agravantes Genéricas – art.61 e 62, CP. ▶ rol taxativo e sua aplicação é obrigatória; ▶ o quantum de alteração de pena não vem predeterminado em lei, logo caberá ao juiz, fundamentadamente, fixá-lo mediante o princípio da razoabilidade. ▶ não alteram a descrição típica da conduta e somente são aplicadas quando não constituem ou qualificam o crime. → art.61, CP - I. Reincidência - c/c art.63 e 64, CP. Súmula n.241, Superior Tribunal de Justiça. !Atenção -II. Circunstâncias aplicáveis somente aos crimes dolosos. ! ATENÇÃO. Sentenças que não geram reincidência: perdão judicial (art.120, CP); medida de segurança; transação penal, composição civil dos danos e sursis processual (art.76, §4º, 74 e 89, da Lei n.9099/1995). → art.62, CP: Agravantes no caso de concurso de pessoas. b) Circunstâncias Atenuantes Genéricas – art.65 e 66, CP. ! ATENÇÃO. Não esquecer as Súmulas n.231 e 241, do Superior Tribunal de Justiça. ▶ rol exemplificativo, em razão do art. 66, do CP, encontra-se a chamada circunstância atenuante inominada, a qual, embora não prevista expressamente em lei, pode ser considerada em razão de algum outro dado relevante ▶ o quantum de alteração de pena não vem predeterminado em lei, logo caberá ao juiz, fundamentadamente, fixá-lo mediante o princípio da razoabilidade. ▶ não alteram a descrição típica da conduta e somente são aplicadas quando não privilegiam o crime (causas de diminuição de pena). 2) FIXAÇÃO DA PENA DEFINITIVA – 3ª Fase. Causas de Aumento e Diminuição. ▶rol taxativo e sua aplicação é obrigatória; dividem-se em gerais e especiais, conforme estejam previstas, respectivamente, na parte geral ou especial. ▶o quantum de alteração de pena vem predeterminado em lei, por meio de frações. ▶não alteram a descrição típica da conduta e somente são aplicadas quando não constituem ou qualificam o crime. ! ATENÇÃO. Nesta fase, a pena poderá extrapolar os limites legais, como por exemplo, no caso de aplicação de concurso de crimes. 3) Questões relevantes. a) Qualificadoras: apresentam uma nova pena abstrata, logo não se aplicam em nenhuma das fases de aplicação de pena. ▶ No caso de concurso entre qualificadoras, somente uma será utilizada para fins de fixação de nova pena abstrata, as demais serão utilizadas como circunstâncias agravantes (2ª fase da dosimetria – pena provisória) ou, caso não estejam previstas em lei como tal, como circunstâncias judiciais previstas no art.59, do Código Penal (1ª fase – pena-base). Por exemplo: Homicídio duplamente qualificado pelo motivo torpe e pelo meio cruel (art.121, §2º, I e III, CP). b) Confronto entre Agravantes e Atenuantes ! ATENÇÃO. Circunstâncias Preponderantes - Conforme estabelece o art.67, do Código Penal, no concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência. Significa dizer que os motivos determinantes do crime preponderam, por exemplo, sobre os meios de execução do crime. c) Concurso entre causas de aumento e diminuição previstas na parte geral e especial do Código Penal - Ambas serão aplicadas. ▶No concurso de causas de aumento, aplica-se, inicialmente, a causa de aumento da parte especial e, a partir da pena já aumentada, aplica-se a causa de aumento prevista na parte geral. ▶No concurso de causas de diminuição, aplica-se, inicialmente, a causa de diminuição da parte especial e, a partir da pena já diminuída, aplica-se a causa de diminuição prevista na parte geral. d) Concurso entre causas de aumento e diminuição previstas na parte especial do Código Penal – art.68, parágrafo único, do Código Penal. ▶ o juiz pode limitar-se a uma só causa de aumento ou a uma só causa de diminuição, aplicando a causa que mais aumente ou que mais diminua. Indicações: Solucione as questões abaixo, disponíveis em: https://www.qconcursos.com 1) No cálculo da pena, o juiz deverá considerar o arrependimento posterior, a culpabilidade e a confissão espontânea nas seguintes etapas, respectivamente: (Q494791) a) primeira, segunda e terceira. b) terceira, segunda e primeira c) primeira, terceira e segunda. d) terceira, primeira e segunda e) segunda, primeira e terceira. 2) O Art. 68 do Código Penal prevê um sistema trifásico de aplicação da pena pelo magistrado. Na primeira fase serão consideradas as circunstâncias do Art. 59 do Código Penal; na segunda, as agravantes e atenuantes; na terceira, as causas de aumento e de diminuição. A esse respeito, de acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, assinale a afirmativa correta. (Q485294) a) Diversas ações penais em curso podem justificar o reconhecimento de maus antecedentes. b) A sentença penal condenatória, cuja execução da pena tenha sido extinta há mais de cinco anos, não pode justificar o reconhecimento da reincidência, mas pode justificar os maus antecedentes. c) A sentença condenatória definitiva pela prática de crime posterior poderá configurar maus antecedentes caso o trânsito em julgado ocorra antes do julgamento do primeiro crime. d) No crime de roubo, o número de majorantes pode, por si só, determinar o quantum de aumento na terceira fase. e) Na segunda fase de aplicaçãoda pena, a pena intermediária pode ser fixada abaixo do mínimo legal. PLANO DE ESTUDO AULA 6. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE Seguem, abaixo, os principais temas da aula 6. → Leia os art.32 a 42,do Código Penal. → Leia os Verbetes de Súmula n. n. 40, 269, 341 e 471, do Superior Tribunal de Justiça. → Leia os Verbetes de Súmulas n. 716, 717 e 718 do Supremo Tribunal Federal. → Leia a Súmula Vinculante n.26, do Supremo Tribunal Federal. Indicações: 1)Conceito – art.33, do Código Penal. 2)Espécies e Regimes de cumprimento de Pena. a) Principais distinções: ▶Incidência e gravidade do delito. ▶Início de cumprimento de pena. ▶A reclusão pode acarretar, como efeito principal da condenação, a incapacidade para o exercício do poder familiar (art.92, II, CP). ▶Medida de segurança (art.97, CP) ▶Prioridade na ordem da execução (art.69 e 76, ambos do Código Penal). b) Regimes de cumprimento de pena. → Leia o art.33§§1º, 2º e 3º, do Código Penal. ▶ São determinados pela espécie e quantidade de pena, à reincidência, bem como ao mérito do condenado, de forma progressiva, sendo admitida, todavia, em casos expressos em lei, a regressão para o regime mais gravoso de pena. (Art. 33 a 37, do Código Penal). ▶ Fixação de regime inicial de cumprimento de pena – art. 59,III, do CP. - o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado; - o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto; - o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto. ▶ Verbete de Súmula n.718, do Supremo Tribunal Federal. ▶ Verbete de Súmula n.269, do Superior Tribunal de Justiça. b.1) Regime Fechado. ▶ Estabelecimentos de segurança máxima ou média (Art. 33, §1º, a, CP); ▶ Condenação à pena superior a 8 anos (Art. 33, §2º, a, CP); ▶ Condenado reincidente, cuja pena seja superior a 4 anos; ▶ Regras do Regime Fechado - Art. 34, caput, §§ 1º,2º e 3º, do Código Penal b.2) Regime Semi-aberto. ▶ Execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar; (Art. 33, §1º, b, CP); ▶ Condenado não reincidente, cuja pena seja superior a quatro anos e não exceda a oito, poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto (Art. 33, §2º, b, CP); ▶ Regras do regime semi-aberto - Art. 35, caput, §§ 1º e 2º, do Código Penal b.3) Regime Aberto. ▶ Execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado (Art. 33, §1º,c, CP); ▶ o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a quatro anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto. (Art. 33, §2º, c, CP); ▶ baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado. (Art. 36, caput, CP); ▶ Regras do regime aberto - Art. 36, caput, §§ 1º e 2º, do Código Penal. 3) Progressão e regressão de Regimes. a) Conceito. Ampliação ou redução do status libertatis do condenado (art.33,§2º, do Código Penal). b) Regra para a progressão de regimes: A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão (art.112, da Lei de Execuções Penais). c) A progressão de regimes e a lei de crimes hediondos. ▶Verbete de Súmula n.471, do Superior Tribunal de Justiça e Súmula Vinculante n. 26. ▶ Regra: quando o preso tiver cumprido ao menos dois quintos da pena no regime anterior, se primário e três quintos, se reincidente (art.2º, §2º, da Lei n.8072/1990). d) Progressão de regimes e antecipação dos efeitos da condenação. ▶ Verbete de Súmula n.716, do Supremo Tribunal Federal. e) Critérios para a regressão a regime mais rigoroso de cumprimento de pena. ▶ Art.111 e 118, da Lei n.7210/1984. (Lei de execuções penais) 4) Detração Penal. →Leia o art.42, do Código Penal. 5) Remição Penal. →Leia o art.39, do Código Penal e o art.126, da Lei n.7210/1984. Indicações: Solucione as questões abaixo, disponíveis em: https://www.qconcursos.com 1) De acordo com o Código Penal Brasileiro, com referência às penas, assinale a alternativa correta. (Q773716) a) Constitui circunstância agravante a prática de crime por motivo fútil ou torpe. b) A pena de reclusão deve ser cumprida apenas em regime fechado e a de detenção, em regime semiaberto ou aberto. c) A pena privativa de liberdade nunca será substituída por pena restritiva de direitos se o condenado for reincidente. d)Considera-se reincidente o agente que comete novo crime antes de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. e) O desconhecimento da lei é inescusável, razão pela qual não constitui circunstância atenuante da pena. 2) Fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno, em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar o condenado à pena. (Q688215) a) restritiva de direitos de prestação pecuniária e de perda de bens e valores. b) de reclusão ou detenção, que cumpre pena em regime fechado. c) restritiva de direitos de prestação de serviços à comunidade. d) de reclusão ou detenção, que cumpre pena em regime semi-aberto. e) restritiva de direitos de interdição temporária de direitos.
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