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CLÍNICA DA EMERGÊNCIA E CLÍNICA DA EMERGÊNCIA E DA DEPENDÊNCIA EM SAÚDE DA DEPENDÊNCIA EM SAÚDE MENTALMENTAL Geovana Santos – 2016. • Em saúde mental precisamos delimitar e conceituar o que seja a emergência, a urgência, crise, surto e mais alguns aspectos que envolvem as avaliações clínicas nos sujeitos portadores de sofrimentos psíquicos graves. • Na literatura especializada, a “emergência psiquiátrica” é definida como qualquer situação de natureza psiquiátrica em que existe um risco significativo (vida ou injúria grave) para o paciente ou para outros, necessitando de uma intervenção terapêutica imediata. 1) Emergência – “...Toda alteração psíquica que obriga uma intervenção terapêutica imediata e imprescindível, com a finalidade de evitar sua evolução danosa tanto individual como social” (Bridges, 1976 – in louzã). “... Distúrbio do pensamento, sentimentos ou ações que envolvem risco de vida ou risco social grave, necessitando de intervenções imediatas e inadiáveis (tempo medido em minutos ou horas). Exemplos comuns: inclui violência, suicídio ou tentativa de suicídio, automutilação, juízo crítico acentuadamente comprometido e grave autonegligência.” (Alessandra saúde, 2001 – in kapczinski). Poderíamos entender que este comportamento seria o que se afastaria das normas vigentes, no que concerne ao padrão de comportamento do sujeito em sociedade. Na emergência o médico é chamado com urgência, mas a intervenção pode ser executada em tempos sucessivos. O elemento psicopatológico ocupa posição secundária a problemática psicossocial. 2) Urgência – “... É a situação em que a necessidade de intervenção terapêutica tempestiva é consequente ao baixo grau de tolerância do meio ao paciente, somado a interpretação subjetiva do médico, mesmo em aparente estado de tranquilidade clínica. Portanto o conceito está estreitamente ligado à capacidade do profissional em gerir uma situação psicopatológica, quando dela toma conhecimento.” (Guertsenstein, in louzã). “… A situação implica em riscos menores que necessitam de intervenções em curto prazo. Exemplos são os comportamentos bizarros, quadros agudos de ansiedade, síndromes conversivas, entre outros.” Obs.: A crise deriva-se, predominantemente de longos períodos de sofrimento; uma característica que poderíamos pontuar numa “crise” seria a possibilidade de delimitação do seu começo, do seu meio e do seu fim, semelhante ao surto só que sem as sequelas residuais. Obs.: No surto entende-se como tal, o reconhecimento das alterações das funções psíquicas já instaladas ou em curso, no entanto o que marca são os resíduos negativos que deixam a cada surto. OBJETIVOS DE UM ATENDIMENTO OBJETIVOS DE UM ATENDIMENTO DE DE EMERGÊNCIA PSIQUIÁTRICAEMERGÊNCIA PSIQUIÁTRICA A) Estabilização do quadro: deve-se estabelecer um sintoma-alvo a ser abordado e controlado. Ex: agitação psicomotora, ideação suicida. B) Estabelecimento de uma hipótese diagnóstica: é importante que o profissional tenha uma “ideia” do que está causando a situação de emergência. Mesmo que provisória uma hipótese nos ajuda como um referencial para avaliação e evolução do paciente obs.: Ficar atento aos sintomas que apontem para alguma causa orgânica (consciência, atenção, orientação, memória, inteligência). C) Encaminhamento: raramente o atendimento de emergência se encerra em si mesmo. Após a estabilização dos quadros e o controle dos riscos, o profissional deve encaminhar adequadamente o paciente para que seja dada sequência de tratamento ao evento desencadeante da emergência. REFLEXÃO SOBRE O ACOLHIMENTO/MANEJO/INTERVENÇÃO “...O portador de sofrimento mental, ainda quando em crise aguda e franca, é sempre passível de engajar-se, por consentimento próprio, no tratamento que lhe oferecemos. Há sempre um ângulo, uma ponta, um fio, de onde podemos fazê-lo ouvir, e geralmente aceitar, o nosso convite; trata-se, para cada um de nós, técnicos, de aprender a convidar, descobrindo naquilo que diz e faz o paciente, à deixa que possibilita nossa entrada. Mesmo quando num momento ou outro esta entrada não se obtém, mesmo nas raras ocasiões em que se impõe o recurso prévio à contenção medicamentosa ou física, parte-se do princípio – que temos podido demonstrar caso a caso – de que mais cedo ou mais tarde a permissão virá; de que a nossa presença há de configurar-se não como intromissão, mas como um ponto de endereçamento solicitado pelo próprio sujeito.” (Lobosque). ALGUNS QUADROS COM INDICAÇÃO EMERGENCIAL EM SAÚDE MENTAL • DELIRIUM; • AGRESSIVIDADE E AGITAÇÃO PSICOMOTORA; • INTOXICAÇÃO AGUDA E ABSTINÊNCIA DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS; • PSICOSES AGUDAS; • RISCO DE SUICÍDIO; • ANSIEDADE AGUDA; • TRANSTORNOS CONVERSIVOS E DISSOCIATIVOS; • DEPRESSÃO;
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