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EMPREENDEDORISMO Professor Me. Anderson Katsumi Miyatake Professora Me. Bianca Burdini Mazzei Professor Me. Paulo Pardo GRADUAÇÃO Unicesumar C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; MIYATAKE, Anderson Katsumi; MAZZEI, Bianca Burdini; PARDO, Paulo. Empreendedorismo. Anderson Katsumi Miyatake; Bianca Burdini Mazzei; Paulo Pardo. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2016. 202 p. “Graduação - EaD”. 1. Empreendedorismo. 2.Negócios. 3. EaD. I. Título. ISBN 978-85-459-0198-3 CDD - 22 ed. 658 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Direção Operacional de Ensino Kátia Coelho Direção de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha Direção de Operações Chrystiano Mincoff Direção de Mercado Hilton Pereira Direção de Polos Próprios James Prestes Direção de Desenvolvimento Dayane Almeida Direção de Relacionamento Alessandra Baron Head de Produção de Conteúdos Rodolfo Encinas de Encarnação Pinelli Gerência de Produção de Conteúdos Gabriel Araújo Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Coordenador de Conteúdo Patrícia Rodrigues da Silva Qualidade Editorial e Textual Daniel F. Hey, Hellyery Agda Design Educacional Maria Fernanda Canova Vasconcelos Iconografia Amanda Peçanha dos Santos Ana Carolina Martins Prado Projeto Gráfico Jaime de Marchi Junior José Jhonny Coelho Arte Capa André Morais de Freitas Editoração Humberto Garcia da Silva Priscila Stadler Revisão Textual Viviane Favaro Notari Yara Martins Dias Ilustração André Luís Onishi Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, informação, conhecimento de qualidade, novas habilidades para liderança e so- lução de problemas com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no mundo do trabalho. Cada um de nós tem uma grande responsabilida- de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos- sos farão grande diferença no futuro. Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar assume o compromisso de democratizar o conhe- cimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos brasileiros. No cumprimento de sua missão – “promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária” –, o Centro Universitá- rio Cesumar busca a integração do ensino-pesqui- sa-extensão com as demandas institucionais e so- ciais; a realização de uma prática acadêmica que contribua para o desenvolvimento da consciência social e política e, por fim, a democratização do conhecimento acadêmico com a articulação e a integração com a sociedade. Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al- meja ser reconhecido como uma instituição uni- versitária de referência regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de competências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con- solidação da extensão universitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem-estar e satisfação da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e administrati- va; compromisso social de inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, como também pelo compromisso e relaciona- mento permanente com os egressos, incentivan- do a educação continuada. Diretoria Operacional de Ensino Diretoria de Planejamento de Ensino Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quan- do investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequente- mente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capa- zes de alcançar um nível de desenvolvimento compa- tível com os desafios que surgem no mundo contem- porâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialó- gica e encontram-se integrados à proposta pedagó- gica, contribuindo no processo educacional, comple- mentando sua formação profissional, desenvolvendo competências e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inse- rí-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproxi- mação entre você e o conteúdo”, desta forma possi- bilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessários para a sua formação pes- soal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de cres- cimento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos peda- gógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possi- bilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e en- quetes, assista às aulas ao vivo e participe das discus- sões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui- lidade e segurança sua trajetória acadêmica. Professor Me. Anderson Katsumi Miyatake Graduado e mestre em Administração, especialista em educação a distância, professor e pesquisador na área em que tenho muita paixão e interesse. Professora Me. Bianca Burdini Mazzei Graduada e mestre em Administração, professora e pesquisadora dessa área, e confesso que sou apaixonada pelo tema e muito interessada em contribuir para a sua formação empreendedora. Professor Me. Paulo Pardo Professor e pesquisador na área de Organizações e Sustentabilidade, temas que estão totalmente alinhados ao Empreendedorismo, afinal, ao pensar em organizações, devemos pensar em como elas terão condições de se autossustentar nos aspectos econômicos, sociais e ambientais. Juntos, poderemos construir o conhecimento necessário para sua formação empreendedora. A U TO RE S SEJA BEM-VINDO(A)! Olá, caro(a) acadêmico(a), é com enorme prazer que apresentamos à você o livro da dis- ciplina Empreendedorismo. Elaboramos com bastante cuidado para que você conheça uma parte do mundo do Empreendedorismo e tenha curiosidade para complementar os seus estudos. O objetivo, ao escrever este livro, não foi apresentar um modelo pronto de empreende- dorismo e a receita de como obter sucesso. Isso ocorre porque não há certeza absoluta do sucesso, visto que o mercado não funciona dessa maneira. Por isso, trataremos os diversos assuntos que fazem parte do mundo do empreendedorismo, promovendo re- flexões, possibilidades e alguns caminhos que podem ser utilizados para aumentar as chances de sucesso. O principal componente é e continuará sendo o indivíduo que quer empreender. Ou seja, o empenho e a dedicação na busca do conhecimento é o que fará a diferença na sua vida. Dessa forma, incentivamos você a fazer anotações das dúvidas e procurar a equipe de apoio da nossa instituição, realizar as atividades de autoestudo, participar dos fóruns e, também, do chat da aula ao vivo, ler este livro, assistir as aulas conceituais, explorar as indicações de leitura e pesquisar em diversas fontes a respeito do tema. Nosso livro é compostode cinco unidades em que procuramos apresentar alguns dos principais aspectos do Empreendedorismo. Na Unidade I, apresentaremos alguns pontos-chave para compreender essa área das Ciências Sociais Aplicadas. Vamos abordar algumas definições utilizadas nesse campo, para que você compreenda a abrangência, e isso será complementado ao apresentar- mos os inúmeros campos de estudo e tipos de empreendedorismo existentes na área. Também apresentaremos de forma resumida alguns dos principais fatos da história do empreendedorismo para compreender como esse fenômeno global foi se desenvolven- do até a realidade que temos hoje. E, por fim, destacaremos o papel social e econômico do empreendedorismo, ou seja, os benefícios de indivíduos empreendedores em uma sociedade não só do ponto de vista da geração de renda, mas, também, em aspectos sociais. Na Unidade II, são apresentados dois importantes aspectos que envolvem o Empreen- dedorismo: o empreendedor e a oportunidade. Elaboramos essa divisão para que você compreenda que nem tudo depende somente do empreendedor, mas de uma análise mais completa da oportunidade. Na primeira parte, apresentaremos características e perfis dos empreendedores não no intuito de criar um modelo ideal, porém são alguns atributos importantes para quem pretende empreender. Esse é um dos mitos ou falá- cias que existem a respeito do empreendedorismo e que abordaremos nessa Unidade. Também explicaremos as diferenças entre gestores e empreendedores, pois é um pon- to em que geralmente há bastante confusão. Para finalizar, abordaremos a respeito da importância da formação do empreendedor para que consiga fazer o negócio crescer e prosperar. Na segunda parte, o foco é explicar a oportunidade, pois o empreendedo- rismo ocorre por meio de ideias transformadas em algo concreto. Ao longo da Unidade, APRESENTAÇÃO EMPREENDEDORISMO apresentaremos as fontes que inspiram novas ideias, o processo que o empreende- dor percorre desde o momento que tem a ideia até quando obtém sucesso. Na Unidade III, trataremos do Plano de Negócios (PN), que é uma importante ferra- menta de apoio ao empreendedor para analisar de forma mais consistente as pró- ximas ações ou para ajudar na elaboração dos primeiros passos do negócio. Para abranger o conteúdo, dividimos o assunto em duas Unidades, sendo que nessa abordamos a definição, a importância, os principais interessados, as informações que não devem ser esquecidas, erros capitais na elaboração e modelos de estrutu- ração do PN. A Unidade IV do livro explica a elaboração do Plano de Negócios. Dessa forma, trata- mos do Sumário Executivo, que é uma parte essencial desse documento. Também, você conhecerá a Análise Estratégica e a Análise de Mercado, pontos essenciais para embasar a elaboração das estratégias de cada área do negócio. Posteriormente, tra- taremos da elaboração do Plano de Marketing, Plano Operacional, Plano de Recur- sos Humanos e Plano Financeiro. Na Unidade V deste livro, abordaremos algumas formas que as organizações podem buscar para contribuir no desenvolvimento dos negócios, como as incubadoras, as aceleradoras, os anjos, as empresas juniores, as consultorias e os mentores. Cada uma dessas formas é indicada para diferentes negócios e em etapas diferentes do desenvolvimento. Para alertar os empreendedores quanto aos riscos ao empreen- der, apresentaremos as causas de mortalidade nos negócios brasileiros. Ao final do livro, esperamos que esteja preparado(a) para lidar com o instigante mundo do empreendedorismo, pois passaremos por aspectos essenciais. Buscamos oferecer uma visão abrangente para ajudar na sua formação. Esperamos, assim, que possa aproveitar bem as informações contidas no livro e que possa colocar em prática esses ensinamentos, fazendo as devidas adaptações con- forme a situação. Com isso, esperamos despertar o espírito empreendedor e contri- buir para que os negócios criados ou gerenciados por você possam obter sucesso. Bom estudo! APRESENTAÇÃO SUMÁRIO 09 UNIDADE I INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 15 Introdução 16 Definindo Empreendedorismo e Empreendedor 20 Campos de Estudo do Empreendedorismo 21 Breve Histórico do Empreendedorismo 26 Tipos de Empreendedorismo 27 Intraempreendedorismo 32 Franquia como Forma de Empreendedorismo 38 O Papel Social e Econômico do Empreendedorismo 40 Considerações Finais UNIDADE II O EMPREENDEDOR E A OPORTUNIDADE 49 Introdução 50 Características e Perfil do Empreendedor 57 Diferenciando Empreendedor de Gestor 58 Mitos Sobre Empreendedores e Empreendedorismo 61 A necessidade de Formação do Empreendedor 63 Oportunidade Empreendedora 65 Fontes de Oportunidades Empreendedoras 69 O Processo Empreendedor 75 Considerações Finais SUMÁRIO UNIDADE III INTRODUÇÃO AO PLANO DE NEGÓCIOS 83 Introdução 84 Definindo Plano de Negócios 85 Importância do Plano de Negócios 90 Principais Interessados na Elaboração do Plano de Negócios 92 Informações Importantes para Elaboração do Plano de Negócios 93 Sete Pecados Capitais Durante a Elaboração e Apresentação do Plano de Negócios 101 Iniciando a Elaboração do Plano de Negócios 110 Considerações Finais UNIDADE IV ELABORAÇÃO DO PLANO DE NEGÓCIOS 119 Introdução 120 Plano de Marketing 131 Plano Operacional 136 Plano de Recursos Humanos 139 Plano Financeiro 149 Anexos 149 Orientações Para Iniciar os Negócios 152 Considerações Finais SUMÁRIO 11 UNIDADE V FORMAS DE ASSESSORIA PARA OS NEGÓCIOS 161 Introdução 162 Informações Recentes Sobre Empreendedorismo no Brasil 164 Causas de Mortalidades de Negócios 168 A Importância do Apoio aos Negócios 170 Formas de Apoio aos Negócios 185 Considerações Finais 191 CONCLUSÃO 193 REFERÊNCIAS 201 GABARITO U N ID A D E I Professor Me. Anderson Katsumi Miyatake Professora Me. Bianca Burdini Mazzei INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO Objetivos de Aprendizagem ■ Conceituar e contextualizar o empreendedorismo. ■ Compreender os tipos de empreendedorismo. ■ Estabelecer a importância socioeconômica do empreendedorismo. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Definindo empreendedorismo e empreendedor. ■ Campos de estudo do empreendedorismo. ■ Breve histórico do empreendedorismo. ■ Tipos de empreendedorismo. ■ Intraempreendedorismo. ■ Franquia como forma de empreendedorismo. ■ O papel social e econômico do empreendedorismo. INTRODUÇÃO Seja muito bem-vindo(a) à primeira Unidade do livro de Empreendedorismo. Nossa intenção é apresentar e conduzir você ao fascinante mundo do Empreendedorismo. No decorrer da Unidade, apresentaremos alguns concei- tos que permitirão compreender a abrangência, os mitos e as falácias que são ditas pelo senso comum e que nem sempre correspondem ao que é estudado pelos pesquisadores e praticado pelos empreendedores. Você entenderá que existem diversos tipos de empreendedorismo, ou seja, os empreendedores podem iniciar a jornada nos negócios de diferentes formas e isso influencia a maneira como se percebe os negócios. Como, no Brasil, o número de empreendedores alcança o patamar de milhões, sendo que milhares obtêm sucesso nos negócios, é possível verificar a dificuldade em estabelecer um perfil ideal de empreendedor. Acreditamos que, com isso, poderemos desmisti- ficar a existência de um único perfil. Também, abordaremos um pouco da história do empreendedorismo, des- tacando alguns pontos essenciais que alteraram a forma dos negócios. Veremos a primeira utilização da palavra, bem como personalidades e organizações que permitiram o desenvolvimento do empreendedorismo. Outro ponto bastante relevante da Unidadeé o papel social e econômico do empreendedorismo. Isso acontece porque, como você verá ao longo deste material, ideias transformadas em produtos concretos e que tenham viabilidade transformam uma região, promovendo o movimento da economia, envolvendo as pessoas, os recursos e a sociedade. Levando em consideração que mais de 90% dos negócios são micro e pequenos, sendo que muitos atuam de forma local, é possível compreender a associação com o social e o econômico e a relevância dos empreendedores para uma região. Esperamos que você goste dos assuntos abordados nessa Unidade e apro- veite a disciplina da melhor forma. Vamos aos estudos! Boa leitura! 15 Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . ©shutterstock INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I DEFININDO EMPREENDEDORISMO E EMPREENDEDOR Quem esperava uma definição do termo empreendedorismo não vai conse- guir encontrar consenso. A dificuldade de encontrar um significado ocorre por alguns pontos, como ser considerado como campo de estudo, pela heterogenei- dade da área e por novas tendências nos negócios que mudam o mercado mais rapidamente. Se procurarmos nos livros especializados da área, encontraremos diferentes definições. Não queremos com isso desmotivá-lo(a) ou mostrar que não é algo relevante para você estudar. Em outras áreas do conhecimento, tam- bém encontramos diferenças nos conceitos. É importante esclarecer que os pesquisadores existem justamente para aper- feiçoar os conhecimentos, para se adaptar à criação de tendências. Vou dar um exemplo: até poucos anos, pouquíssimo se falava em empreendedorismo para quem tem alguma deficiência física e, hoje, é motivo de pesquisas para encontrar formas de incluir esse tipo de pessoa no mundo dos negócios. Então, antigamente alguém poderia falar que o conceito de empreendedorismo envolve pessoas que não têm limitação física, o que não corresponde à realidade. Outro exemplo seria a área de Marketing. Quem cursou essa disciplina há, aproximadamente, uma década sabe que pouco ou nada se falava de marketing digital e, hoje, é algo essencial para o mundo dos negócios. Com esses dois exemplos, destacamos a relevância de estudiosos para aperfeiçoar os conceitos. E, se novas tendências surgem, é porque existem pessoas realizando pesquisas para gerar esse progresso. A partir disso, vamos apresentar a você alguns dos conceitos utilizados para que conheça o que já foi e é abordado sobre o assunto. Primeiro, é essencial entender a ori- gem da palavra. Conforme Dornelas (2005, p. 29), “a palavra empreendedor (entrepreneur) tem origem francesa e quer dizer aquele que assume riscos e começa algo novo”. Ou seja, o termo está ligado diretamente a alguém que realiza coisas diferentes, intermediando o produto/serviço com os clientes, por isso corre riscos nesse processo. 17 Definindo Empreendedorismo e Empreendedor Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Um conceito clássico que foi bastante utilizado é o de Schumpeter (1949 apud DORNELAS, 2005, p. 39), ao definir o empreendedor como “aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais”. Porém esse conceito tem sido deixado de lado e outros autores apre- sentam distintas formas de compreender o empreendedorismo. Outro ponto que vale a pena destacar é que o foco do empreendedorismo foi, durante muitos anos, para o empreendedor, por isso, os estudos existiam para mapear um conjunto de características ideais para um empreendedor. Considerava-se que o empreendedor tinha que ter um conjunto de atributos e que, possuindo isso, teria sucesso. No entanto não se levava em consideração o ambiente em que o empreendedor vive, bem como as mudanças inesperadas que poderiam acontecer no cotidiano. Os conceitos mais utilizados nos dias atuais focalizam a abordagem para as oportunidades, como veremos adiante. Dessa forma, o foco mudou e as carac- terísticas foram deixadas para segundo plano. Não estamos querendo dizer que são irrelevantes os estudos, mas que somente as características do empreende- dor não devem ser consideradas como elementos importantes. Para exemplificar essa explicação, apresentamos um conceito clássico dessa abordagem apresentada por Baron e Shane (2010, p. 6), com base em um artigo de Shane e Venkataraman (2000): Empreendedorismo, como uma área de negócios, busca entender como surgem as oportunidades para criar algo novo (produtos ou serviços, mercados, processos de produção ou matérias-primas, formas de orga- nizar as tecnologias); como são descobertas ou criadas por indivíduos específicos que, a seguir, usam meios diversos para explorar ou desen- volver coisas novas. Alguns pontos interessantes que podemos analisar desse conceito é que não menciona características do empreendedor. Depois trata a área como negó- cio e isso se justifica porque o empreendedor tem que propor iniciativas que tenham viabilidade comercial, principalmente em um sistema de mercado em que o retorno financeiro é importante. Na área social, somente o lucro não é levado em consideração, mas fundações e associações também funcionam como negócios. © sh ut te rs to ck INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I Segundo esse conceito apresentado pelos autores, envolvem-se diferentes for- mas de empreender, como produtos, serviços, merca- dos, processos de produção ou matérias-primas e formas de organizar a tecnologia. Isso representa as possibilida- des que os empreendedores podem ter quando empreendem, seja nos negócios próprios ou de terceiros. Outro ponto relevante é apresentar que os indivíduos descobrem ou criam oportunidades de negócio e isso é importante porque nem todos compreendem o ambiente da mesma forma. Para exemplificar, em um cenário de crise econô- mica, determinada pessoa considera como improvável empreender e outra pessoa abre um negócio e obtém sucesso ao explorar uma possibilidade que ninguém considerou no momento. O último ponto é que, a partir da descoberta de uma ideia que possa ser transformada em coisas concretas de sucesso, os empreendedores utilizam meios diversos como os recursos, a rede de contatos, o conhecimento que possuem e que vão buscar para explorar novas atividades que não fizeram até o momento. Como o empreendedorismo estuda fenômenos sociais que constantemente se modificam, uma abordagem única não seria suficiente para considerar todos os elementos. Vamos partir do pressuposto de que o empreendedorismo só é possível por meio de oportunidades, como consideram Shane e Venkataraman (2000). Isso porque é mediante uma oportunidade que o empreendedor coloca em prática uma novidade. Para sintetizar essa perspectiva, uma citação de Read et al. (2011, p. 17-18) é bastante pertinente para compreendermos uma oportunidade. Ideia = alguma coisa + você Oportunidade = ideia + ação Ação = função (interação) do dinheiro, produto e parceiros Viabilidade = oportunidade + comprometimento ©shutterstock 19 Definindo Empreendedorismo e Empreendedor Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 .Dessa forma, uma oportunidade depende de uma ideia e ação dos indivíduos. Para que ocorra essa ação, são necessários recursos e comprometimento dessas pessoas para tornar algo viável. E você pode perguntar a respeito do empreendedor. Haveria uma definição a ser apresentada? Nós afirma- mos que o empreendedor é aquele que possui uma ideia e a coloca em prática, seja sozi- nho ou com um conjunto de pessoas. Essa definição pode ser complementada con- forme Lacombe e Heilborn (2008, p. 128): “pessoa que percebe oportunidades de oferecer no mercado novos produtos, serviços e processos e tem coragem para assumir riscos e habilidades”. O empreendedor é aquele que assume responsabilidade e tem iniciativa para buscar algo diferente, seja uma invenção ou aperfeiçoamento de um produto. Vale ressaltar que o empreendedor sozinho pode ter a ideia e transformar em negócio, ou também com a ajuda de mais pessoas. Ainda nesta Unidade, abor- daremos com mais detalhes o empreendedor, apresentando os tipos e, também, na próxima Unidade, quando explanamos a respeito do perfil e das caracterís- ticas do empreendedor. Uma ideia precisa de viabilidade comercial para ser transformada em opor- tunidade. Nos negócios, um ou mais indivíduos com uma ideia agem para combinar recursos e gerar uma oportunidade lucrativa. Fonte: O autor INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I CAMPOS DE ESTUDO DO EMPREENDEDORISMO Como comentamos anteriormente e conforme Bruyat e Julien (2000), o campo de estudo do Empreendedorismo é bastante amplo e de grande relevância para a economia. Isso ocorre porque diversos fenômenos podem ser abordados, sendo que alguns dos campos de estudos podem ser: ■ Jovens – de acordo com o Global Entrepreneurship Monitor (GEM), o maior número de empreendedores está na faixa de 25 a 44 anos, ou seja, pessoas mais jovens e isso representa um motivo para aprofundar os estudos. ■ Mulheres – é notável o aumento da participação tanto em cargos admi- nistrativos como gerenciais. No Brasil, temos o exemplo da Isabel Pesce, que escreveu recentemente dois livros, A Menina do Vale e Procuram-se Super-Heróis, que valem a pena serem lidos, além de terem recebido vários prêmios nacionais. ■ Mortalidade de empresas – esses estudos são importantes para verifi- car o sucesso dos negócios criados pelos empreendedores. Por exemplo, estudo recente do Sebrae mostrou que o índice de negócios brasileiros que sobrevivem até os dois primeiros anos de vida é, em média, de 76%, ou seja, a cada 100 novos negócios, 76 sobrevivem até o segundo ano de vida. ■ Empreendedorismo social – nem todos os negócios são empresariais e visam ao lucro. Existem aqueles que possuem missão social e atendi- mento de necessidades sociais, por isso, utilizar o termo organizações é adequado, pois podem envolver clubes, entidades e, até mesmo, empresas. Esses exemplos foram apenas uma amostra do que se estuda no empreendedorismo. ©shutterstock 21 Breve Histórico do Empreendedorismo Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Esperamos que consiga perceber a rele- vância e a relação direta com o mundo da gestão. Para você, caro(a) aluno(a), é fundamental compreender pontos que podem influen- ciar os negócios. Se você pretende empreender ou já empreende, é fundamental para aumentar as suas chances de sucesso no empreendimento e, se trabalha em um negó- cio, saiba que poderá contribuir para o desenvolvimento da organização. BREVE HISTÓRICO DO EMPREENDEDORISMO Após abordarmos, de forma geral, os aspectos que influenciaram na formação do conceito e os campos de estudo dessa importante área dos negócios, vamos des- tacar alguns pontos relevantes da história do empreendedorismo. Como abordar Recomendamos que leia o material que foi elaborado pelo respeitado pes- quisador Louis Filion, no link a seguir, que trata do empreendedorismo de uma forma bastante interessante. O Empreendedorismo Como Tema de Estudos Superiores – Palestra pro- ferida no Seminário “A Universidade Formando Empreendedores”, Escola de Altos Estudos Comerciais (H.E.C) de Montreal pelo renomado Louis Jacques Filion, em que trata das possibilidades de estudo no campo do empreende- dorismo. Leia o artigo disponível em: <http://home.ufam.edu.br/valparen- te/EMPREENDEDORISMO/LouisJFilion.pdf>. Acesso em: 14 abr. 2015. INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I todos os fatos é impossível, vamos apresentar aqueles mais significativos para o propósito deste material. Observe atentamente a Tabela 1. Idade Média Marco Polo – estabelecimento de rota comercial no Oriente atuando como inter- mediário ao assinar contratos para comercializar mercadorias. Idade Média Pessoa que gerenciava projetos de produção. Século XVII Pessoa que assumia riscos de lucro (ou prejuízo) em um contrato de valor fixo com o governo. 1725 Richard Cantillon – Separação de empreendedor (assume riscos) do capitalista (financia os experimentos para a industrialização). 1803 Jean Baptiste Say – lucros do empreendedor separados do lucro do capital. 1876 Francis Walker – distinguiu entre os que forneciam fundos e aqueles que obti- nham lucros com atividades administrativas. 1934 Joseph Schumpeter – o empreendedor é inovador e desenvolve tecnologia que ainda não foi testada. 1961 David McClelland – o empreendedor é alguém dinâmico que corre riscos moderados. 1964 Peter Drucker – o empreendedor maximiza oportunidades. 1975 Albert Shapero – o empreendedor toma iniciativa, organiza alguns mecanismos sociais e econômicos e aceita riscos de fracassos. 1980 Karl Vesper – o empreendedor é visto de modo diferente por economistas, psicó- logos, negociantes e políticos. 1983 Gifford Pinchot – o intraempreendedor é um empreendedor que atua dentro de uma organização já estabelecida. 1985 Robert Hisrich – o empreendedorismo é o processo de criar algo diferente e com valor, dedicando o tempo e o esforço necessários, assumindo riscos financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e recebendo as consequentes recompen- sas da satisfação econômica e pessoal. Tabela 1: Fatos relevantes da história do empreendedorismo Fonte: Adaptada de Dornelas (2005), Hisrich e Peters (2004, p. 27) A partir da leitura da Tabela, você pode compreender que houve mudanças na forma de considerar empreendedorismo. No início, era atribuído o fator risco para quem estivesse envolvido. Posteriormente, o foco foi direcionado para indi- víduo inovador e que tem iniciativa. Anos mais tarde, também se admitiu como empreendedor aquele que trabalha nas organizações. Ou seja, podemos notar ©shutterstock 23 Breve Histórico do Empreendedorismo Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . que a abordagem foi mudando conforme as situações que ocorriam. Durante as últimas décadas, presenciou-se uma grande transformação socioe- conômica. A economia globalizada, a instabilidade dos ambientes organizacionais e a competição ainda mais acirrada forçaram a adequação e a redução das estru- turas. Consequentemente, provocou um aumento do desemprego e, ao mesmo tempo, aumento na oferta de serviços e terceirizações. Apesar de sua longa história anterior, é nesse cenário que o empreende- dorismo passa a se destacar e a ser tão necessário. Conforme Filion (2012), a tendência do empreendedorismo surgiunos anos 70, porém vem se afirmando nas últimas duas décadas, e esse fenômeno vem se dando, no Brasil e no mundo, em função do aumento do número de pequenas empresas e de trabalhadores autônomos. Para o autor, o fenômeno empresarial mais marcante da década de 1990 foi o crescimento do trabalho autônomo, que dos anos 1989 a 1998 aumen- tou em 74%. Outro fator muito importante é a evolução da participação das mulheres, que dos anos 1976 a 1996 aumen- tou de 19,6% para 31,2% nessa categoria de trabalho. No Brasil, o movimento do empre- endedorismo começou a tomar forma em 1990, quando foram criadas enti- dades como o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas) e a SOFTEX (Sociedade Brasileira para Exportação de Softwares). Antes desse período, não havia condições políticas e econômicas propícias ao empre- endedor (DORNELAS, 2005). O SEBRAE foi criado para dar suporte ao pequeno empreendedor que pretende abrir o seu negócio, bem como para oferecer con- sultorias para resolver pequenos problemas pontuais dos negócios já iniciados. A SOFTEX foi criada com o intuito de levar as empresas de softwares do país ao mer- cado externo, oferecendo capacitação em gestão e tecnologia a esses empresários. INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I As incubadoras de empresas e as universidades/cursos de Ciências da Computação e Informática também foram responsáveis pelo grande avanço do empreendedorismo no Brasil nesse período. Foi então que a sociedade brasi- leira começou a se despertar para a realização de planos de negócios (até então não valorizados pelos pequenos empresários), a formação para o empreende- dorismo e para programas públicos de incentivo. Conforme Dornelas (2005), apresentamos um resumo das ações históricas desenvolvidas no Brasil que per- mitiram esse avanço no país: ■ 1990 – Criação de programas SOFTEX e GENESIS (Geração de Novas Empresas de Software, Informação e Serviços) que apoiavam atividades empreendedoras em softwares. O ensino da disciplina em universidades e a geração de novas empresas de softwares (start-ups). ■ 1999 a 2002 - O Programa Brasil Empreendedor do Governo Federal, dirigido a mais de 6 milhões de empreendedores e destinando recursos financeiros e operações de créditos para estímulo ao empreendedorismo. ■ Programas do SEBRAE, como o EMPRETEC (curso de imersão) e o Jovem Empreendedor, voltados à capacitação do empreendedor. ■ Criação de vários cursos e programas universitários para o ensino do empreendedorismo. ■ 1999 a 2000: houve o movimento de criação das empresas ponto com do país que, apesar de ter sido pontual, trouxe grande contribuição para dis- seminação do empreendedorismo local. ■ Crescimento das incubadoras de empresas no país: em 2004, a ANPROTEC (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologia Avançadas) já apontava a existência de 280 incubadoras, com mais de 1700 empresas incubadas, gerando mais 28 mil postos de trabalho. Na unidade 5, vamos tratar com mais deta- lhes as incubadoras. Até a metade da década de 2000, verificava-se no Brasil o empreendedorismo por necessidade, ou seja, os empreendedores não possuíam outra opção de tra- balho e renda e acabavam criando os negócios de maneira informal, com pouco planejamento, fracassando rápido, não gerando o desenvolvimento esperado e 25 Breve Histórico do Empreendedorismo Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . contribuindo para o aumento das estatísticas de mortalidade dos negócios. Uma boa notícia é que, depois disso, o empreendedorismo está ocorrendo na maioria por oportunidade. Ou seja, os negócios no país estão sendo criados porque os empreendedores estão se preparando para abrir os negócios. Entretanto como historicamente as organizações brasileiras começaram, na maioria, por neces- sidade, ainda percebemos os efeitos dessa forma de empreender. Isso ocorre porque os empreendedores abrem negócios próprios sem se prepararem, pois possuem poucas opções de conseguir trabalho e renda. Trabalhando na informa- lidade e sem preparo, as chances do negócio fechar são maiores. Essa classificação de empreendedorismo por necessidade e oportunidade é utilizada pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM). Para Dornelas (2005), o momento atual pode ser chamado de “a era do empreendedorismo”, pois são os empreendedores que estão renovando concei- tos econômicos, criando novas relações de trabalho e gerando riqueza para a sociedade. Acesse o material indicado abaixo e entenda mais sobre o Global Entrepre- neurship Monitor (GEM). O Empreendedorismo no Brasil – Relatório Global Entrepreneurship Monitor – GEM – Anualmente, essa organização divulga informações inter- nacionais da taxa e características de países como Angola, Argentina, Aus- trália, Bélgica, Canadá, Colômbia, Grécia, Etiópia, Índia, Japão, Rússia, Tur- quia, entre outros. Para maiores informações, acesse o site, disponível em: <http://www.gemconsortium.org>. Acesso em: 14 abr. 2015. O IBQP (Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade), em parceria com diversas organizações, realiza o estudo no Brasil. Vale a pena você acessar e conhecer os dados mais recentes sobre o nível de atividade empreendedo- ra, as características dos negócios e informações de cada região brasileira. Visite o site, disponível em: <http://www.ibqp.org.br/gem>. Acesso em: 14 abr. 2015 INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I TIPOS DE EMPREENDEDORISMO Como mencionamos anteriormente, os empreendedores podem se inserir no mundo do empreendedorismo de diferentes maneiras. Dessa forma, podemos classificar algumas tipologias que nos ajudam a compreender a heterogenei- dade. Conforme Dornelas (2007), os empreendedores podem ser classificados quanto aos seguintes tipos: ■ Empreendedor nato (mitológico) – em sua maioria, são imigrantes ou filhos destes, são visionários, 100% comprometidos com seu sonho, oti- mistas, normalmente começaram do nada e cedo adquiriram habilidade de negociação e venda. ■ Empreendedor que aprende (inesperado) – é uma pessoa que, quando menos esperava, descobriu uma oportunidade, então, ele mudou a vida e resolveu abrir o próprio negócio. Normalmente, demora a tomar a deci- são de empreender e a se acostumar com ela. ■ Empreendedor serial (criar novos negócios) – é uma pessoa apaixo- nada por empreender, assim, não consegue estar à frente de seu negócio até que se torne uma grande corporação, por isso está sempre interessado em novos negócios. Sua maior habilidade é identificar oportunidades e não descansar enquanto não conseguir viabilizar sua implementação. ■ Empreendedor corporativo – são, geralmente, grandes executivos, assu- mem riscos e possuem grande habilidade de comunicação e negociação, já que quase sempre não possuem 100% de autonomia para a ação. Também chamado de intraempreendedor, será abordado com mais detalhes a seguir. ■ Empreendedor social – tem como missão de vida a construção de um mundo melhor para as pessoas. É um empreendedor como os outros, com a diferença de não buscar construir um patrimônio próprio, mas prefere compartilhar seus recursos e contribuir para o desenvolvimento humano. ■ Empreendedor por necessidade – cria seu próprio negócio, porque não tem outra alternativa, está fora do mercado de trabalho e não resta outra opção a não ser trabalhar por conta própria. Praticamente não tem acesso à formação, recursos e a uma maneira estruturada de empreender, por isso, normalmente, trabalha na informalidadee de maneira pouco pla- nejada, o que favorece o não sucesso do empreendimento. ©shutterstock 27 Intraempreendedorismo Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . ■ Empreendedor por herdeiro (sucessão familiar) – herdam o negócio da família e, normalmente, aprendem cedo a ter responsabilidades e como o negócio funciona. Atualmente, a família tem se preocupado com a prepa- ração do sucessor familiar e com a profissionalização da gestão. ■ Empreendedor “normal” (planejado) – esse é o empreendedor que faz a lição de casa, buscando minimizar os riscos do negócio por meio do planejamento de suas ações. Como o planejamento tem sido um pré-re- quisito para os empreendedores com história de sucesso, acredita-se ser normal a sua utilização, embora não seja o caso da maioria. Degen (2009) também considera que as franquias representam outra forma de empreender, pois ocorre a abertura de negócio, com auxílio e conhecimento de um franqueador que já possui uma marca conhecida no mercado. Ainda nesta Unidade vamos aprofundar mais o assunto. INTRAEMPREENDEDORISMO Hisrish e Peters (2004) consideram que o intraempreendedor também é conhecido como empreendedor corporativo e pode ser considerado o empreendedorismo dentro de uma estrutura organizacional. São indivíduos em uma organização que consideram que algo pode ser feito de modo diferente e melhor. Cabe às orga- nizações criarem uma estrutura e um clima organizacional que explorem essas potencialidades. Todos os colaboradores podem fazer a diferença. Entretanto é necessário, por parte da organização, proporcionar condições para que isso ocorra. Uma organização com indivíduos intraempreendores estimula a coope- ração, proporciona liberdade e autonomia para estimular a criatividade. Para Montenegro (2012), o intraempreendedorismo é um processo que ocorre dentro de uma empresa existente, independente de seu porte, e a leva não somente a novos negócios, mas também a outras atividades e orientações ©shutterstock INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I inovadoras, como o desenvolvimento de novos produtos, serviços, tecnologias, técnicas administrativas, estratégias e posturas competitivas. Isso implica dizer que o intraempreendedor está continuamente desenvolvendo novos processos, produtos e serviços nas organizações em que atua. Já é evidente, nas discussões sobre gestão de pessoas, que são as pessoas que levam as organizações ao alcance dos objetivos, por isso, cada dia mais, busca-se compor equipes de sucesso para a atuação organizacional mais eficiente e eficaz. Conforme Hisrich e Peters (2004), na era da hipercompetição, a necessidade de inovações e de criatividade estabelece a necessidade de desenvolver um clima intraempreendedor nas organizações. Para os autores, essas inovações acabam por ocorrer frequentemente na forma de novas unidades de negócios. O intraempreen- dedorismo tem se mostrado como um grande potencial da organização que busca crescer e se desenvolver. No entanto é preciso criar uma cultura que fortaleça e estimule o processo empreendedor interno à organização, pois sem uma estru- tura adequada, provavelmente, o espírito empreendedor dos trabalhadores acaba por ser minimizado pela hierarquia tradicional da maior parte das organizações. A cultura organizacional costuma ser utilizada para determinar os valores centrais da organização e, a partir daí, nortear todos os comporta- mentos em seu interior. Por isso, se a organização deseja ter uma cultura intraem- preendedora, que valorize o domínio empreendedor, é pre- ciso se preparar para isso. As estruturas precisam permitir a iniciativa e a possibilidade de correr riscos moderados aos trabalhadores que demonstram esse perfil, além de estimular a criatividade e a participação por parte de todos os seus colaboradores. Além de políticas de Gestão de Pessoas que priorizem a formação empreen- dedora, também precisam promover práticas que estimulem o aprimoramento 29 Intraempreendedorismo Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . das características empreendedoras dos trabalhadores com esse perfil. A 3M incentiva que os colaboradores invistam 15% do horário de trabalho na dedi- cação a projetos pessoais, pois isso permite que novos produtos sejam criados. Com isso, a empresa possui mais de 55 mil produtos, uma parte criada por essa prática. O tão famoso adesivo post-it foi criado e depois aperfeiçoado por pes- soas da própria organização, para atender a uma necessidade pessoal do criador. Como a inovação é um aspecto muito importante para a organização, ela tam- bém precisa incorporar como um valor a ser gerenciado internamente. Por isso, conforme Fumagalli et al. (2012), o ambiente da organização deve ser capaz de: ■ Encorajar colaboradores a desenvolver e expor ideias. ■ Permitir que essas ideias sejam levadas adiante, em níveis controlados de risco e custo, de maneira incremental. ■ Facilitar os recursos e a liberdade necessários para avaliar, modificar e testar ideias várias vezes. ■ Aceitar pequenas falhas como elemento essencial do aprendizado para se atingir o sucesso. ■ Oferecer aperfeiçoamento e qualificação especiais para os colaboradores que revelarem comprometimento. Mais uma vez, enfatizamos a utilização da cultura empreendedora como promo- tora do intraempreendedorismo. Para Hisrich e Peters (2004), o líder possui um papel muito importante na construção de um ambiente organizacional que esti- mule o intraempreendedorismo. Para os autores, o líder com esse perfil costuma: ■ Entender o ambiente: conhecer todos os aspectos que compõem o ambiente organizacional. ■ Ser visionário e flexível: ser uma pessoa que sonha grande e supera os obstáculos para sua implementação. ■ Criar opções administrativas: não ser estático, mostrando-se aberto e incentivando mudanças. ■ Estimular o trabalho em equipe: usar suas habilidades para amenizar as diferenças e os embates, de preferência, de forma multidisciplinar. INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I ■ Incentivar a discussão aberta: de maneira a desenvolver um processo de criação de inovações. ■ Construir uma coalizão de defensores: estimular e ratificar todos os membros da equipe, inclusive nos momentos mais difíceis. ■ Persistir: buscar energia para vencer as frustrações e obstáculos. Para compreendermos a diferença que uma cultura intraempreendedora pode representar para uma organização, leia o Quadro 1, que apresenta as diferenças de perspectivas com a cultura tradicional. CULTURA TRADICIONAL CULTURA INTRAEMPREENDEDORA Normas e regulamentos —› Incorporação da visão Mudanças são ameaças —› Mudanças são oportunidades Aversão aos erros —› Disposição a aprender com os erros Questionamento de novas ideias —› Comprometimento e suporte às ideias Inovação Revolucionária —› Melhoria contínua Interesses próprios de curto prazo —› Cooperação de longo prazo Monitoramento e controle —› Confiança mútua e liberdade Orientação para a empresa —› Orientação para o cliente Quadro 1 – Principais diferenças entre a cultura tradicional e a cultura intraempreendedora Fonte: adaptado de Wunderer (2001 apud FUMAGALLI et al., 2012, p. 8). Observando o Quadro 1, percebemos que a cultura organizacional rege seus com- portamentos e atitudes e que a cultura empreendedora faz daorganização uma condutora dos processos de formação e estímulo às características empreende- doras em seus trabalhadores. Para tanto, as políticas internas de gestão precisam estar direcionadas para o intraempreendedorismo. Segundo Fumagalli et al. (2012, p. 10), “o empreendedorismo é a competên- cia central da estratégia capaz de gerar vantagem competitiva para a organização”. Ainda conforme os autores, é por meio do empreendedorismo interno que se con- segue competências organizacionais importantes, como criação e desenvolvimento de novos produtos e serviços, assunção de responsabilidades e de riscos moderados que permitem estar à frente dos concorrentes e a visualização das oportunidades. 31 Intraempreendedorismo Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Para isso, é preciso estabelecer um processo de gestão na organização. Hisrich e Peters (2004) apontam nove passos para a implementação dessa estrutura de gestão: 1. Assegurar o comprometimento da alta administração para com o intraempreendedorismo. Nessa etapa, trabalha-se a conscientização da alta administração, a identificação e formação dos líderes intraempre- endedores e a transformação da cultura organizacional em uma cultura intraempreendedora. O processo de treinamento precisa concentrar-se em obter os recursos dentro da organização, identificar as oportunida- des de negócio e o desenvolvimento do plano de negócios. 2. Detectar as ideias e áreas gerais de interesse da alta administração, juntamente com o capital de risco necessário para o lançamento do conceito. Estabelecer uma estrutura mentor/patrocinador para garantir a transformação da cultura empreendedora. 3. Usar a tecnologia para se tornar mais flexível e se comportar como as grandes corporações, no que se refere à capacidade de atuação tecnológica. 4. Estabelecer firmemente uma cultura empreendedora, utilizando geren- tes realmente interessados em treinar os funcionários e compartilhar experiências. 5. Desenvolver maneiras de se aproximar de seus clientes. Pode ser por meio de aquisição de banco de dados, da utilização de estratégias de empre- sas menores e, ainda, fazendo parceria com fornecedores e distribuidores. 6. Ser mais produtiva utilizando menos recursos. 7. Estabelecer uma forte estrutura de sustentação para o intraempre- endedorismo, até mesmo nas estruturas menores da organização, que acabam, muitas vezes, sendo esquecidas. 8. Envolver a ligação das compensações de desempenho, de maneira a valorizar e estimular as unidades intraempreendedoras. 9. Implementar um sistema de controle de maneira que as unidades intraempreendedoras bem-sucedidas se expandam e as fracassadas sejam eliminadas. Dessa forma, parece valer a pena destinar esforços para organizar o negócio cor- porativamente, por meio de uma gestão empreendedora. © sh ut te rs to ck INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I FRANQUIA COMO FORMA DE EMPREENDEDORISMO O sistema de franquia tem sido importante alternativa ao empreendedorismo. Conforme Ferreira et al. (2010), franchising é uma palavra de origem francesa que significa: fran – concessão de um privilégio ou de uma autorização. Atualmente, franchising refere-se à filia- ção a uma empresa líder mediante um contrato de prestação de serviços. Ou, ainda, caracteriza-se como um modo de organização em que uma empresa que já tem um produto/serviço bem estabelecido no mer- cado (franqueador) licencia sua marca, sua tecnologia e sua forma de fazer negó- cios a outras empresas ou indivíduos (franqueados), em troca de um direito de entrada e do recebimento de royalties. Outra explicação que é bastante consistente é a de Stanworth (2004 apud GIGLIOTTI, 2012, p. 5) e que optamos por fazer a citação na íntegra: Franchising é um negócio que essencialmente consiste de uma organização (o franqueador) com um pacote de negócio testado em mercado, centrado num produto ou serviço, entrando em um relacionamento contratual com franqueados, tipicamente pequenas firmas autofinanciadas e autogeridas, operando sob a marca registrada do franqueador para produzir e/ou comercializar bens e serviços de acordo com um formato especificado pelo franqueador. A legislação brasileira, que se pauta na lei 8995 de 1994, no artigo segundo, define da seguinte forma: 33 Franquia como Forma de Empreendedorismo Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Franquia empresarial é o sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de uso de tecnologia de implantação e administração de negócios ou sistema operacional, desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante remuneração direta; sem que, no en- tanto, fique caracterizado vínculo empregatício (BRASIL, 1994, on-line)1. Pelo fato de o empreendedor se filiar a uma empresa com produtos e serviços já existentes, há uma parceria que deve ser bem solidificada, porque duas partes estão diretamente envolvidas, o detentor do negócio e aquele que deseja a auto- rização para representar a empresa que, em troca, paga remuneração sem que, necessariamente, exista vínculo empregatício. De acordo com Ferreira et al. (2010), uma franquia, em geral, pode ser: ■ De produtos e marcas – o franqueador concede ao franqueado o direito/a obrigação de comprar os seus produtos e utilizar a sua marca. ■ De negócios – o franqueador proporciona ao franqueado a “fórmula” para fazer o negócio, além de formação, treinamento de colaboradores, publi- cidade e outras formas de assistência técnica e de marketing. Como consiste em um contrato de prestação de serviços, o sistema de franquias estabelece obrigações tanto por parte do franqueado como do franqueador, con- forme descrito no Quadro 2. OBRIGAÇÕES DO FRANQUEADOR OBRIGAÇÕES DO FRANQUEADO • Testar o potencial de sucesso do negócio durante um período, de modo a mostrar que pode ser rentável a imagem da marca. • Apresentar um negócio baseado em um know-how distintivo com uma vantagem competitiva diante da concorrência. • Transmitir o know-how aos franqueados por meio de manuais e programas de formação. Administrar o negócio no dia a dia, sele- cionar a equipe de colaboradores, tomar decisões, desenvolver ações de comuni- cação e publicidade. Realizar o investimento necessário. Fazer os pagamentos acordados. Cumprir as regras da rede sobre a forma de operação e garantir a uniformidade do serviço. Quadro 2 – Obrigações do franqueado e do franqueador Fonte: adaptado de Santos (2002 apud FERREIRA et al., 2010). 1 Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8955.htm>. INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I Como se nota no Quadro 2, as franquias exigem responsabilidades de ambas as partes. Não é fácil franquear e nem ser franqueado. Por isso, enfatizamos a necessidade de parceria e transparência no relacionamento. Esse formato de negociação também prevê algumas vantagens e desvanta- gens tanto para o franqueado como para o franqueador. Primeiro, vamos abordar o lado do franqueador, conforme Quadro 3. VANTAGENS DESVANTAGENS Rapidez de expansão. Perda parcial do controle sobre os atos dos franqueados. Redução de custo, centralização das compras e dedistribuição. Potencial de criação de concorrente. Maior participação no mercado, dado o crescimento da rede. Insuficiência nos serviços de abaste- cimento e consultoria, dada uma ex- pansão acelerada. Maior cobertura geográfica, com o atendimento a clientes e mercados an- tes não explorados. Seleção inadequada dos franqueados. Possibilidade de encontrar franque- ados estimulados para maximizar as vendas, reduzir os custos, para aumen- tar o lucro. Potencial menor de lucro, em compa- ração com o crescimento interno por meio de filiais. Gerar rendimento dos royalties e das taxas de franquia sem investir em novas instalações. Potenciais atritos com os franquea- dos, em particular quando violam ter- mos do contrato. Acesso a ideias e sugestões. Quadro 3 – Principais vantagens e desvantagens para o franqueador Fonte: adaptado de Santos (2002 apud FERREIRA et al., 2010). Nos últimos anos, tem sido comum os empreendedores franquearem os negócios para obtenção de lucro. Entretanto, ressaltamos a relevância de ter um negócio pronto que já esteja dando certo no mercado para, a partir desse momento, pen- sar na possibilidade de franquear. Existe a necessidade de dar a devida assessoria para que o franqueado não acabe com a reputação do negócio e, para prestar o auxílio, o próprio franqueador precisa estar convicto do negócio, das dificulda- des e do que pode ser feito para solucionar os problemas. 35 Franquia como Forma de Empreendedorismo Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Agora, vamos abordar as vantagens e desvantagens para o franqueado, con- forme o Quadro 4. VANTAGENS DESVANTAGENS Maior probabilidade de sucesso: ado- ta um produto/serviço conhecido e tes- tado no mercado e com uma rede e mar- ca bem sucedida. Controle sobre as operações: audito- rias frequentes e controle das vendas e do cumprimento de procedimentos e normas. Apoio contínuo do franqueador: expe- riência de gestão, treino e consultoria. Autonomia e criatividade limitadas: implementar modelo existente. Potencial de maiores lucros: benefi- cia-se de economias de escala e de mar- ca reconhecida. Restrições no encerramento da ativi- dade e na cessão/venda da proprie- dade. Proteção da concorrência de outros franqueados da mesma rede: direitos territoriais exclusivos. Custo do franchising: pode ser mais elevado do que em um negócio inde- pendente. Permite aprender com as experiên- cias de outros franqueados. Fraco desempenho de outros fran- queados: pode ter efeitos na reputação de toda a rede. Quadro 4 – Principais vantagens e desvantagens para o franqueado Fonte: adaptado de Santos (2002 apud FERREIRA et al., 2010). Os candidatos ou aqueles que são franqueados possuem responsabilidades e pre- cisam estar cientes. Ao assistir depoimentos de franqueadores de sucesso, eles sempre comentam que o sucesso do negócio está na mão do franqueado em mais de 70%. Isso porque precisa assegurar que todos os processos pré, durante e pós-funcionamento da franquia funcionem diretamente, envolvendo proces- sos logísticos, de recursos humanos, marketing e financeiros. Segundo Ferreira et al (2010), o perfil do franqueado envolve os seguintes aspectos: ■ Aceitar que há um risco: a franquia não evita o risco, ainda que este possa ser menor do que em um negócio independente. ■ Capacidade de iniciativa: a franquia não é uma fórmula que funciona sozinha, uma vez que as decisões do dia a dia determinam o sucesso ou fracasso do franqueado. INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I ■ Incentivar os colaboradores: cabe ao empreendedor estimular, liderar, criar ambiente de trabalho agradável. ■ Trabalhar com menos autonomia: característica mais marcante que dife- rencia o empreendedor independente do franqueado. Para ajudá-lo(a) a refletir sobre os principais pontos a serem avaliados por quem deseja ser um franqueado, apresentamos a Tabela 2. Estrutura física É essencial saber o espaço físico necessário para as instala- ções, bem como todas as especificidades para o funciona- mento. Recursos financeiros É importante avaliar o investimento necessário para adquirir a autorização para abrir uma unidade franqueada. Recursos humanos O número de funcionários necessário para funcionar, bem como as qualificações necessárias para exercer o cargo. Planejamento Mesmo sendo uma franquia, o cuidado com o planejamento é necessário. Para abrir uma unidade, é preciso pensar bem antes e depois da abertura do negócio. Autoanálise pessoal Antes de pensar em ter um negócio para trabalhar menos ou porque franquia é mais fácil que uma empresa, tome cuida- do. Você precisa avaliar se tem o perfil para empreender, se realmente está disposto a correr riscos e, no caso da fran- quia, se está preparado para seguir padrões impostos pelo franqueador, inibindo sua liberdade para criar ou implemen- tar processos e atividades. Avaliação de mercado O momento das franquias é muito bom. No entanto, é interessante avaliar o tipo de segmento que se deseja abrir e conhecer a região para saber se existe potencial para o local. Retorno do investimento É claro que todo mundo deseja o retorno do investimento no menor tempo possível, até porque os valores investidos são altos. Entretanto, é preciso saber a média de tempo e os esforços necessários para tal feito. Conhecimentos gerais e gerenciais Não importa o tipo de negócio, o conhecimento gerencial é fundamental. Conhecer um pouco de Marketing, Finanças, Produção e Recursos Humanos é essencial para gerenciar a unidade franqueada. 37 Franquia como Forma de Empreendedorismo Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Manuais de procedimentos Toda franquia tem procedimentos que devem ser seguidos seja na operação, na parte financeira, no layout ou na forma de atender. Por isso, o franqueado deve analisar essas infor- mações, porque se é uma franquia deve possuir manual de procedimento. Contatos da rede Conversar com franqueados da rede é importante para saber como realmente funciona o negócio e as exigências neces- sárias. Suporte e assessoria Cada rede de franquia oferece serviços diferenciados, como planejamento estratégico, treinamento de recursos huma- nos, assessoria em marketing, entre outros. Cabe ao candida- to avaliar o que a franquia disponibiliza. Dedicação ao negócio A dedicação faz diferença numa franquia. Se for somado a isso o conhecimento gerencial e habilidades interpessoais, as chances de sucesso aumentam. Processo seletivo O candidato a franqueado precisa conhecer os procedimen- tos necessários para ser selecionado. É importante coletar informações prévias e se adequar as etapas de instruções. Circular de Oferta de Franquia (COF) Toda franquia deve ter e disponibilizar antecipadamente ao interessado para que possa avaliar todas as informações, exigências e procedimentos para saber se está preparado e compatibilizado com as expectativas do franqueador. Filiação a ABF É comum as franquias serem filiadas com a Associação Brasi- leira de Franchising - ABF que costuma premiar as melhores franquias com um selo de excelência. Se não for associado, procure conhecer os motivos e as justificativas. Tabela 2 – Pontos de reflexão para o franqueado Fonte: Os autores. As franquias têm sido utilizadas como importante forma de ampliação do negócio, uma vez que propiciam uma grande redede atuação, sem implicar na concen- tração de esforços e de recursos para o empreendedor franqueador. E, para o empreendedor franqueado, tem possibilitado maior segurança e conhecimento acerca do negócio que se propõe a iniciar. Entretanto é fundamental ter consciên- cia das responsabilidades, das vantagens e das desvantagens desse tipo de negócio. INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I O PAPEL SOCIAL E ECONÔMICO DO EMPREENDEDORISMO O empreendedorismo tem aparecido como um importante fator promotor do desenvolvimento local. No entanto é importante destacar a diferença entre os conceitos de crescimento econômico e desenvolvimento. O crescimento econô- mico se refere apenas a dados econômicos e quantitativos de uma determinada localidade. Assim, podem ser considerados como referências de crescimento econômico o aumento do PIB, a redução da inflação, a melhoria do poder aqui- sitivo da população, entre outros. Por outro lado, o conceito de desenvolvimento é mais amplo, pois envolve, além do crescimento econômico, os aspectos sociais e ambientais. Dessa forma, só é possível falar em desenvolvimento quando há ganhos quantitativos e qualitativos, como a qualidade de vida de uma popula- ção, a geração de trabalho e renda e os cuidados com o meio ambiente. Por isso, são muitos os benefícios gerados pelo empreendedorismo por meio da criação de novos negócios, como os apontados por Stoner e Freeman (1999): ■ Contribui para o crescimento econômico. ■ Promove ganhos com a produtividade, utilizando melhor os recursos produtivos. As franquias são modelos mais atrativos para os jovens porque se tratam de organizações com marca conhecida, apoio do empreendedor, troca de ex- periências com outros franqueados e franqueador. O mercado de franquias teve um salto de 398% no faturamento de 2003 a 2013. A pouca experiência profissional pode ser compensada por um formato de negócio pronto para os jovens. Entretanto, os jovens não podem ser considerados como acomo- dados, mas como indivíduos que querem ter o negócio próprio e inovar. Convido a você a ler a reportagem na íntegra em que o professor Anderson explica mais sobre os jovens empreendedores. <http://maringa.odiario.com/empregos/2015/04/franquias-ganham-a-a- tencao-de-jovens-empreendedores/1298563/> Fonte: Bertola (2015, online) ©shutterstock 39 O Papel Social e Econômico do Empreendedorismo Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . ■ Realiza investimentos em pesquisas e desenvolvimento, gerando novas tecnologias, produtos e serviços. Também é importante destacar que os estudos sobre a evolução do empreendedo- rismo mostram grandes possibilidades de se transformarem na mola propulsora da integração do desenvolvimento regional e mundial, como possível solução para os problemas econômicos, políticos e sociais (BARBOSA; BARBOSA, 2009). Para isso, a gestão dos negócios precisa se pautar sob uma conduta ética que se preocupa com seu entorno, formando redes e parcerias em prol das sociedades em que atuam as organizações criadas. Preocupando-se com todos os grupos que se relacionam e têm interesse no negócio em andamento (stakeholders). Para Mello Neto e Froes (2002), existe uma corrente que apresenta o empre- endedorismo como estratégia de desenvolvimento local, pois tem as seguintes características: ■ O objetivo de difundir as políticas de desenvolvimento local por meio do empreendedorismo. ■ O foco no maior desenvolvimento econômico e social em nível local, cujo lócus são as agências e fóruns de desenvolvimento local. Além disso, conforme discute Dornelas (2005), é preciso estimular o empreendedo- rismo por oportunidade, de maneira a planejar adequada- mente a estrutura do negócio, reduzindo a possibilidade de riscos e aumentando a pos- sibilidade de sucesso de cada empreendimento. Assim, é possível gerar trabalho e renda e atuar por meio de uma conduta sustentavel- mente comprometida. INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I Vale destacar que a maior parte dos negócios é formada por micro e peque- nos negócios que geram grande parte dos empregos. Por isso, a relevância de iniciativas e práticas empreendedoras para o desenvolvimento das regiões, por- que impactam social e economicamente. É importante o papel deles uma vez que geram trabalho e renda para os colaboradores e é o meio de subsistência dos empreendedores. Julien (2010) considera que deve existir o olhar mais voltado ao local, pois é importante incentivar o desenvolvimento da região e o atendimento de deman- das locais. Se a região não oferece condições propícias, os empreendedores locais terão dificuldade em manter o negócio aberto e outras possíveis organizações migrarão para outro local, comprometendo o futuro da região. Se a região for mais dinâmica e ter mais opções, pode abrigar essas entidades. O empreendedo- rismo se torna importante para qualquer local, porque não tem impacto apenas sobre a empresa, mas também sobre o mercado, o meio e a sociedade. Ao final da Unidade, deixamos alguns livros, vídeos e sites para você ler e complementar seus estudos. 41 Considerações Finais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . CONSIDERAÇÕES FINAIS Parabéns! Você finalizou a primeira Unidade! Vamos recapitular os conhecimen- tos adquiridos? Primeiro, começamos apresentando empreendedorismo de forma a compreender as abordagens ao longo dos anos. Houve mudanças de foco na forma de compreender e estudar esse campo de estudo, conforme se pode notar com Marco Polo, passando por Schumpeter até os dias atuais. Não queremos apenas teorizar empreendedorismo, mas abordar isso é impor- tante para compreender a dimensão. Empreender é transformar uma ideia em oportunidade e isso ocorre de diferentes formas. Se você já é empreendedor(a) ou conhece alguém que é, saberá que existem muitas decisões a serem toma- das, obstáculos e interferências que exigem pensamento rápido e capacidade de improvisação. Isso é uma realidade, porque, se não souber lidar com as diferentes variáveis que surgem por conta dos colaboradores, consumidores, fornecedo- res, poder público, imprensa e sociedade, haverá muita dificuldade para fazer o negócio sobreviver. Outro ponto importante da Unidade são os campos de estudo, sendo que apresentamos apenas alguns, como mulheres, jovens e a mortalidade de empresas, mas existem mais de 25 temas de estudos e pesquisas e que aumentam conforme surgem novidades no funcionamento do mercado. É possível notar que essa área é muito ampla. No nosso material, fizemos um pequeno recorte à apresentação da importância de estudar e compreender o empreendedorismo. Também houve uma parte direcionada a apresentar as diferentes formas de empreender, pois uma pessoa pode herdar um negócio, abrir um negócio com ou sem planejamento ou até intraempreender. Com isso, notamos que existem diferentes formas de empreender e essa é uma das dificuldades de se conseguir definir um conceito. Para finalizar, concluímos a discussão com uma reflexão sobre a impor- tância social e econômica do empreendedorismo e de seu papel ético, o qual se preocupa com o entorno dos empreendedores na condução dos seus negócios. Esperamos que esses conhecimentos tenham despertado a curiosidade por essa área e que tenhamos colaborado para o seu desenvolvimento profissional. Até a próxima Unidade!VALE A PENA EMPREENDER? Empreender não é uma tarefa fácil. Quem já está nesse caminho sabe que não é uma jornada fácil. Não há hora para começar e nem terminar a jornada. E isso é uma opção que pode ser perigosa. Por um lado, você pode se acomodar, porque não pre- cisa cumprir carga horária e há pessoas querendo empreender para não ter que cumprir horário fixo. Por outro lado, a pes- soa pode utilizar essa liberdade a favor para gerenciar o negócio e, ao mesmo tempo, ter mais liberdade para pensar em novida- des e se dedicar à família, por exemplo. A opção é sua para escolher aquilo que for mais adequado a você. Não existe um único caminho sempre certo. Existem pessoas com mais predisposição a se adaptar à realidade de empreender e obter vantagens. Se você tem filhos pequenos que têm problemas de saúde e necessitam de acompanhamento cons- tante, você pode pensar em empreender. Terá mais liberdade de horário, mas é fun- damental não confundir liberdade de horário com menos responsabilidade. Você pode ter optado por estudar na nossa instituição para se capacitar sem precisar frequentar uma sala de aula todo dia por diversos motivos, porém isso não é sinô- nimo de facilidade e isso você perceberá ao longo do curso. Você pode planejar o horário que for mais adequado, mas terá que estudar, e muito, se pretende termi- nar um curso a distância. Voltamos à pergunta inicial: vale a pena empreender? É um risco que você tem que pensar se quer correr. Muitas dúvidas e poucas certezas você terá ao longo da jornada e não haverá facilidades. Ou seja, é uma pergunta estritamente pessoal. Para nós, pode valer, mas, para você, não. Não é por conta disso que você é medroso ou inferior a outra pessoa. Cada um tem uma personalidade e precisamos de empreen- dedores e colaboradores para o progresso da sociedade. Esperamos com esse breve texto despertar reflexões e curiosidades que lhe ajudem a amadurecer. Fonte: O autor 43 1. As franquias têm se apresentado como uma ótima opção de negócios, sendo que os indicadores, como o PIB das franquias, estão, nos últimos anos, crescendo pelo menos 3 vezes o valor do PIB brasileiro. Com base no que foi abordado na Uni- dade a respeito das franquias, leia as afirmações e assinale a alternativa correta: I. A franquia é a única forma garantida de ter lucro nos negócios no Brasil. II. A principal vantagem do franqueador é o fato de ter total controle das ope- rações que acontecem nas unidades. III. Uma das principais obrigações do franqueador é transmitir todas as normas e procedimentos aos franqueados. IV. Existem riscos que envolvem o franqueador e o franqueado, por isso, a rela- ção deve ser de parceria e transparência. a. ( ) Somente I e II estão corretas. b. ( ) Somente I, II e IV estão corretas. c. ( ) Somente I, III e IV estão corretas. d. ( ) Somente II e III estão corretas. e. ( ) Somente III e IV estão corretas. 2. O empreendedorismo não se resume somente a abrir negócios ou criar grandes inovações. Existe um tipo chamado empreendedor corporativo ou intraempre- endedor, que se refere ao indivíduo que não é o proprietário do negócio, mas aquele que contribui para o crescimento do negócio com ideias e atitudes. Con- siderando o assunto abordado, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. I. O tipo intraempreendedor é o melhor dos tipos de empreendedorismo existente, conforme o que foi apresentado no material. PORQUE II. O crescimento dos negócios depende unicamente dos empreendedores que desenvolveram o negócio. Acerca dessas asserções, assinale a opção correta: a. ( ) As duas asserções são proposições verdadeiras e a II é uma justificativa da I. b. ( ) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a II não é uma jus- tificativa da I. c. ( ) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. d. ( ) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. e. ( ) As asserções I e II são proposições falsas. 3. Como abordamos, o conceito de empreendedorismo está em formação, entre- tanto, alguns elementos são considerados como essenciais. A partir do entendi- mento da aula e da leitura do livro, leia as afirmações a seguir e assinale a alter- nativa correta: I. Oportunidade. II. Pessoas. III. Novos produtos. IV. Negócios. a. ( ) Somente I e II estão corretas. b. ( ) Somente I, II e IV estão corretas. c. ( ) Somente I, III e IV estão corretas. d. ( ) Somente II e III estão corretas. e. ( ) Todas as afirmações estão corretas. Material Complementar MATERIAL COMPLEMENTAR O empreendedor – empreender como opção de carreira Ronald Jean Degen Editora: Prentice Hall, 2009 Sinopse: O livro é dividido em quatro partes: empreender, planejar seu negócio, desenvolver seu negócio e empreendedorismo. Nos 20 capítulos, o autor aborda de forma didática informações fundamentais para quem quer conhecer o empreendedorismo. Analisar de uma forma ampla para explicar o empreendedorismo como opção de carreira, as oportunidades de negócio, o reconhecimento, avaliação e dinâmica dos negócios, a elaboração do plano de negócios, bem como maneiras de organizar e administrar o negócio, além de capítulos direcionados à explicação do empreendedorismo como campo de pesquisa e principais mitos sobre o empreendedorismo. Recomendamos que assista estes dois links de vídeos que permitem aprofundar os conhecimentos sobre o Intraempreendedorismo. O primeiro vídeo, O que é o intraempreendedorismo?, trata-se de uma palestra proferida pelo respeitado professor Marcos Hashimoto, disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=Kx3JrklyrNI>. O segundo vídeo, Cultura empreendedora e o intraempreendedorismo, é uma explanação do professor Ramon Nunes, disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=nTxGEvXN9oE>. Quer saber dados atualizados a respeito das franquias? Tipos, unidades, empregos, critérios para investir? Acesse o portal da Associação Brasileira de Franchising, disponível em: <www.abf.com.br>. Vídeo Inspirador para quem pensa em empreender – <http://www.josedornelas.com.br/artigos/ video-inspirador-para-quem-pensa-em-empreender/>. O que é empreender na prática para você? – <http://www.josedornelas.com.br/artigos/ empreendedorismo-na-pratica-em-araxa/>. Instituto Endeavor – vídeos e reportagens sobre empreendedorismo – <http://www.endeavor. org.br>. U N ID A D E II Professor Me. Anderson Katsumi Miyatake Professora Me. Bianca Burdini Mazzei O EMPREENDEDOR E A OPORTUNIDADE Objetivos de Aprendizagem ■ Identificar as principais características que compõem perfis empreendedores. ■ Conhecer os mitos sobre o empreendedorismo. ■ Discutir a formação do empreendedor. ■ Conhecer organizações que promovem o empreendedorismo. ■ Compreender oportunidade empreendedora. ■ Identificar fontes de oportunidades empreendedoras. ■ Conhecer o processo empreendedor. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Características e perfil do empreendedor ■ Diferenciando empreendedor de gestor ■ Mitos sobre empreendedores e empreendedorismo ■ A necessidade de formação do empreendedor ■ Oportunidade empreendedora ■ Fontes de oportunidades empreendedoras ■ O processo empreendedor INTRODUÇÃO Olá, vamos continuar os estudos. Nesta Unidade, vamos destacar dois aspec- tos muito importantes no empreendedorismo: o empreendedor e, também, a oportunidade. Apresentaremos de forma breve esses pontos e vamos aprofun- dar, para que você consiga compreender os motivos do empreendedorismo ser um fenômeno social tão dinâmico e que não existe uma receita mágica para ser um empreendedor de sucesso. Você pode nos questionar
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