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1 FUNDAÇÔES O conhecimento das propriedades do solo e do seu comportamento, através da interpretação de sondagen s, assim como da adequada escolha do tipo de fundação é, na grande maioria das vezes, decisivo na conce pção arquitetônica. A possibilidade de economizar na solução de fundação, usando subsolos que permitam a compensação do peso do edifício com o do solo retirado é outro fato que está ligado à solução de projeto de arquitetura. A escolha entre verticalizar ou horizontalizar parte ou o todo do edifício pode ser feita em função do conheci mento do tipo de fundação adequado para o local: se fundação profunda ou rasa. E ainda, a opção em usa r ou não subsolo pode ser feita em função do conhecimento do lençol freático, de sua posição e comporta mento ao longo do tempo. Nas fundações profundas as cargas da superestrutura são transmitidas ao solo a profundidades acima de 2 m, podendo, em algumas situações, atingirem profundidades de 70 metros ou mais. As fundações profund as são mais caras e, normalmente, com capacidades altas, por isso devem ser bem aproveitadas. Ser bem aproveitadas significa usar cargas mais altas nos pilares, ou seja, concentrar cargas. Concentrar cargas, p or sua vez, significa verticalizar o edifício ou criar vãos maiores entre pilares, Situações que obviamente in terferem radicalmente com o projeto arquitetônico. Ao contrário, nas fundações rasas, as cargas são distri buídas ao solo nas primeiras camadas, daí seu nome. Nesse tipo de fundação há sempre a possibilidade de pequenos, mas sensíveis acomodações do solo, mesmo que ele seja resistente. Nas fundações rasas são mais indicadas cargas baixas, o que significa horizontalizar o edifício, ou fazer com que os vãos entre pilar es sejam menores. Pilares mais próximos geram superestruturas mais rígidas o que é favorável nas fundaç ões rasas, pois estruturas mais rígidas garantem acomodações de fundação mais uniformes e menos preju diciais para o edifício. Conhecer quando e como ocorrem os recalques diferenciais, assim como as possibilidades de se minimizar seus efeitos danosos, ainda na fase de projeto, pode ser decisivo na concepção arquitetônica. Como pensar projetos de reformas nos quais a opção por uma solução de arquitetura pode, ou não, gerar a necessidade de reforços de fundações. Como enfrentar esses reforços sem tornar o sonho do cliente um grande pesadelo. São decisões que estão diretamente ligadas ao conhecimento do comportamento das fu ndações. Essas são apenas algumas das inúmeras situações em que um assunto, como fundações, à primeira vista distante da escolha da solução arquitetônica, aproxima- se dessa de maneira dramática. Na verdade ao se ter um domínio adequado do comportamento do solo e das fundações, será mais fácil descobrir outras interfaces, aparentemente inexistentes, entre arquitetura e fundação, que poderão orientar o arquiteto na concepção de um projeto mais inteligente. (Rebello, ????) 2 CONCEPÇÃO ESTRUTURAL DE EDIFÍCIOS Trata- se do dimensionamento das lajes, vigas, pilares, arrimos, contenções, cortinas, fundações, escadas, caixa d'água, etc., e apresentação dos desenhos executivos de forma e armação, com detalhes de corte e monta gem da armadura, resumo das quantidades de materiais e serviços e sobre cargas nas lajes. No caso de fu ndações profundas, apresentar o plano de cargas e, após fornecimento do projeto de fundação, dimension ar e detalhar os blocos e cintas de fundação. De maneira geral, uma construção é concebida para atender a determinadas finalidades. A sua implantaçã o envolve a utilização dos mais diversos materiais: o concreto armado, as alvenarias de tijolos ou blocos, a s esquadrias metálicas e de madeira, os revestimentos, o telhado, as instalações elétricas e hidráulicas, et c. Os vários aspectos de projetos a serem considerados em uma construção: • Projeto de Arquitetura aspectos ligados à estética e à funcionalidade de uso; • Projeto de Estruturas aspectos relativos à sua segurança; • Projeto das Instalações aspectos que envolvem instalações elétricas e hidráulicas. Este material de apoio visa dar enfoque a fundações e estrutura, portanto, assim segue: a) Projeto Estrutural Normalmente, os materiais utilizados em uma construção podem ser divididos em dois conjuntos: • partes “resistentes” constituindo a estrutura da construção, responsável pela resistência e estabilidade d a construção; • partes “consideradas não resistentes” constituindo o enchimento da construção, responsáveis pela forma e pelo aspecto da construção (as alvenarias, as esquadrias e os revestimentos). A estrutura é composta de elementos lineares (vigas e pilares), bidimensionais (lajes) e tridimensionais (bl ocos de estacas das fundações). O projeto estrutural normalmente é composto de etapas que se interagem para formar o projeto de estrut ura, que são: • concepção estrutural • análise estrutural • síntese estrutural b) Elementos estruturais básicos • laje maciça elemento estrutural bidimensional, geralmente horizontal, constituindo os pisos de compartimentos; supor ta diretamente as cargas verticais do piso, e é solicitado predominantemente à flexão (placa); • viga elemento unidimensional (barra), geralmente horizontal, que vence os vãos entre os pilares dando apoio à s lajes, às alvenarias de tijolos e, eventualmente, a outras vigas, e é solicitado predominantemente à flexã o; • pilar elemento unidimensional (barra), geralmente vertical, que garante o vão vertical dos compartimentos (pé direito) fornecendo apoio às vigas, e é solicitado predominantemente à compressão. As solicitações predominantes relacionadas acima estão associadas ao que chamamos de co mportamento principal ou comportamento primário dos elementos estruturais. As ligações rígidas existentes entre os diversos eleme ntos acarretam a presença de outras solicitações. c) Piso elementar Composto por uma laje, quatro vigas e quatro pilares. d) Elementos estruturais de fundação 3 ALVENARIA ESTRUTURAL Ao iniciar um projeto de arquitetura em alvenaria estrutural, o arquiteto deve atentar para os procediment os que o sistema exige. O projeto arquitetônico deve ser desenvolvido desde o estudo de viabilidade levan do- se em consideração o princípio dos "painéis" e a modulação da família de blocos previamente escolhida. D esta forma, o arquiteto desenvolve suas ideias e o programa de projeto definido com o cliente, já oferecen do soluções beneficiadas pelo potencial do sistema construtivo e não avançando além de suas limitações. A) Restrições estruturais impostas ao projeto B) Aspectos e definições que devem ser considerados nos projetos de arquitetura de alvenaria estrutural: - A utilização da alvenaria estrutural deve ser pensada também com a utilização de componentes pré- fabricados ainda na fase de projeto - A alvenaria impõe o uso de um projeto adequado, modulação e racionalização - O projeto deve atentar principalmente para integração de lajes e paredes - Deve- se pensar previamente nas possibilidades de amarração e travamento das paredes e na locação das abertu ras (portas e janelas) C) Fundamentos do projeto de arquitetura: - Verificar as condicionantes dos projetos - Evitar a concentração de cargas em um determinado ponto da planta, objetivando a máxima simetria - Compatibilizar com os projetos complementares (estrutural e de instalações) - Para a passagem de tubulações, utilizar as paredes de vedação e aberturas tipo shaft - Apresentar detalhes construtivos de forma clara e objetiva, adotando escalas maiores de desenho Além disso, projetos em alvenaria estrutural devem possibilitar uma obra racionalizada, evitando desperdíc ios e problemas futuros. Para isso, os arquitetos podem considerar algumas premissasna hora de projetar , facilitando a compreensão do projeto na obra. D) Pensando na hora de executar a obra: E) Outros elementos de projeto Durante a fase de projeto, outros elementos devem ser considerados visando a produtividade de execução . São eles:Lajes Alguns tipos de lajes podem ser adotadas no sistema de alvenaria estrutural e cabe aos pr ojetistas escolher a melhor opção para cada empreendimento. A seguir, um breve descritivo de cada um d eles: F) Escadas Em geral, os elementos pré- fabricados contribuem para a produtividade em obra, em função da facilidade e agilidade de instalação. É o caso das escadas pré-fabricadas ou compostas de elementos pré-fabricados (escada jacaré). Referência: Rebello, Y. Por que o arquiteto deve conhecer o comportamento estrutural das fundações.Portal AECWEb. http://www.aecweb.com.br/cont/a/por-que-o-arquiteto-deve-conhecer-o-comportamento-estrutural-das- fundacoes_114. Aesso em 17 jul 2015.
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