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A.U COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS

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COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS: 
ANÁLISE DE ALGUMAS FALHAS EM 
UMA EDIFICAÇÃO PÚBLICA 
 
 
White José dos Santos 
(EE/UFMG) 
Luiz Antônio Melgaço Nunes Branco 
(EE/UFMG) 
Júlio Valter de Abreu Filho 
(EE/UFMG) 
 
 
 
Resumo 
A construção civil nos últimos anos vive uma fase de aprimoramento 
tecnológico em busca de ganhos de eficiência, redução do desperdício 
e melhor qualificação dos empreendimentos. Para obter vantagens 
competitivas é primordial um planejamentto bem executado e projetos 
adequados e compatibilizados. Neste trabalho foram analisadas 
diversas referências sobre o tema compatibilização de projetos e sua 
relação com a execução da obra, o que permitiu avaliar um 
empreendimento público, no qual este procedimento não foi realizado. 
Constatou-se, pelo estudo de caso, a incidência de problemas, seus 
custos e prazos no decorrer da obra, todos passíveis de serem 
previstos, delineando assim a importância da compatibilização de 
projetos. Diante dos resultados se propôs uma postura/”olhar” sobre 
os elementos e as interferências encontradas em um empreendimento, 
de forma a torná-lo mais eficiente. 
 
Palavras-chaves: Compatibilização de Projetos, Eficiência, Postura 
Adequada, Obra Pública. 
20, 21 e 22 de junho de 2013 
ISSN 1984-9354 
 
 
IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 
20, 21 e 22 de junho de 2013 
 
 
 
 2 
 
1 INTRODUÇÃO 
O Brasil vive nesta primeira década do século XXI um expressivo crescimento no setor da 
construção civil e ao processo construtivo vem sendo imposto cada vez mais exigências 
quanto à eficácia, eficiência, o dinamismo das interações entre os projetos/projetistas e a 
execução da obra. Quando isto não se concretiza, observam-se falhas em projetos que 
consomem recursos (tangíveis e intangíveis) e diminuem a competitividade da empresa. 
Constata-se, nos últimos anos, que o setor da construção civil objetivando criar vantagens 
competitivas e se adequar a padrões normativos e de desempenho, tem buscado 
procedimentos/técnicas no sentido da padronização dos processos projetuais visando reduzir a 
imprevisibilidade, eliminar os desperdícios e retrabalhos para atingir os melhores percentuais 
de produtividade (SILVA; SOUZA, 2003). 
Segundo Picchi (1993), a compatibilização de projetos compreende a atividade de sobrepor os 
vários projetos e identificar as interferências, bem como programar reuniões, entre os diversos 
projetistas e a coordenação, com o objetivo de resolver interferências que tenham sido 
detectadas. 
Fabrício (1999) define que, o desenvolvimento do projeto se dá a partir da sucessão de 
diferentes etapas de projeto em níveis crescente de detalhamento de forma que a liberdade de 
decisões entre alternativas vai sendo substituída pelo amadurecimento e desenvolvimento das 
soluções adotadas ao mesmo tempo em que o projeto caminha da concepção arquitetônica 
para o detalhamento dos projetos de especialidades. 
Esse encadeamento é, conforme observa Melhado (1997), respaldado também pelas normas 
técnicas em vigor, bem como pelos textos institucionais que tratam do assunto e que 
consideram o projeto de arquitetura como o responsável pelas indicações a serem seguidas 
pelos projetos de estruturas e instalações. 
A fase da compatibilização de projetos, que vai além da simples compatibilização de 
desenhos que compõem o projeto, acontece com integração das especialidades de projeto 
entre si como procedimento que visa à identificação e resolução das interferências 
previamente, para que os mesmo possam ser reduzidos a um percentual mínimo que não 
dificulte a execução em obra. Desta forma, os três ganhos obtidos são refletidos em todos os 
subsistemas que lhe fazem interface, possibilitando uma execução planejada, padronizada 
que contribua para racionalização (GRAZIANO, 2003). 
 
 
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 3 
 
2 COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS 
A compatibilização de projetos é a atividade que compreende gerenciar e integrar os projetos 
correlatos, visando o perfeito ajuste entre os mesmos e conduzindo para a obtenção dos 
padrões de qualidade total de determinada obra (SINDUSCON PR, 1995 apud MIKALDO, 
2006). 
Compatibilizar projetos é verificar se os componentes dos sistemas ocupam espaços não 
conflitantes entre si e, além disso, garantir que os dados compartilhados tenham consistência e 
confiabilidade até o final do projeto (GRAZIANO,2003). 
A Figura 1 traça as relações, inversas, entre a possibilidade de interferência em um 
empreendimento com o custo acumulado de produção. A utilização de padrões de qualidade 
como o ISO 9000 e/ou sistemas lean construction podem fazer a diferença nas fases iniciais 
de projeto, diminuindo os custos e possibilitando a redefinição do programa do 
empreendimento, caso se faça necessário, sem grandes atrasos. 
O desperdício afeta o custo total do empreendimento e é ocasionado por falhas na 
especificação de materiais; falhas de projeto; falhas de durabilidade dos componentes; da mão 
de obra; do serviço terceirizado; da manutenção dos materiais utilizados nas obras, dentre 
outros aspectos. 
 
Figura 1: Capacidade de influenciar o custo final de um empreendimento de edifício ao 
longo de suas fases. 
 
Fonte: FABRICIO (2002) 
 
 
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Como exemplo desta situação, pode-se observar na Figura 2 os percentuais das origens de 
falhas registradas em 378 empresas ligadas ao setor da construção civil no Brasil, originado 
do trabalho de MAWAKDYE (1993). 
Figura 2: Origens dos problemas patológicos nas construções 
 
Fonte: MOTTEU e CNUDDE (1989) 
 
3 TECNOLOGIAS APLICADAS AO GERENCIAMENTO DE 
PROJETOS 
3.1. Extranets de projeto 
O processo de comunicação tem apresentado diversos percalços em função dos modernos 
empreendimentos da construção civil. Atualmente com a Internet torna-se fácil a 
comunicação entre os participantes de um empreendimento mesmo que estejam em diferentes 
partes do mundo. Cada vez mais aumenta a importância de comunicação clara e eficiente. A 
Tecnologia da Informação aparece como potencial solução para a necessidade de 
comunicação e integração (AHMAD et al, 1995; TANG et al, 2001). 
Segundo Santos e Nascimento (2002) uma das principais tecnologias da Internet ligadas à 
Construção Civil são os web sites (ver Quadro 1) para gerenciamento de projetos, chamados 
Extranets de Projetos ou Sistemas de Gerenciamento de Projetos Baseados na Web. Estes 
sistemas são baseados em tecnologias da informação que viabilizam a realização de 
transações comerciais entre empresas através da Internet, prestação de serviços, troca de 
informações estratégicas e a substituição de práticas como as de tirar fotocópias, envio de fax, 
reuniões presenciais e uso de correio. Nestes sistemas, todos os documentos de projeto e o 
 
 
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fluxo de trabalhos relativos a um empreendimento são gerenciados, compreendendo desde as 
etapas iniciais de estudos de viabilidade até o término da obra, ou até mesmo operação do 
edifício, proporcionando informações aos intervenientes a qualquer momento. 
Quadro 1: Características da Internet, Intranet e Extranet 
 Internet Intranet Extranet 
Usuários Público em geral Grupos ou equipes Membros de empresas 
Informação Fragmentada Proprietário 
Compartilhada com 
confiabilidade 
Acesso Irrestrito Privado Semiprivado 
Mecanismo de 
segurança 
Nenhum 
Firewall, 
encriptação 
Firewall inteligente,padrões para diversos 
documentos 
Fonte: PAKSTAS (1999) apud MIKALDO(2006) 
 
4 ESTUDO DE CASO 
4.1. Caracterização 
A análise da compatibilização de projetos foi realizada em uma obra ainda em fase de 
execução. Este empreendimento trata-se da Câmara Municipal em uma cidade do interior de 
Minas Gerais, que está localizada a aproximadamente 60 km de Belo Horizonte. O projeto foi 
licitado pela prefeitura e vencido pela AMECO(Associação dos Municípios do Médio Centro-
Oeste). 
A elaboração dos projetos complementares teve seu início durante a execução do projeto legal 
de arquitetura, sendo realizada em locais distintos. O projeto estrutural foi concebido em Belo 
Horizonte e os demais projetos, elétrico, hidráulico e de incêndio, foram destinados a 
projetistas locais. Durante essa etapa não ocorreu compatibilização dos mesmos devido à 
pressão para rápida execução e entrega da obra. O Quadro 2 ilustra a sequência dos projetos. 
 
Quadro 2: Características da execução do projeto e da obra. 
Item Características 
Projeto Sequencial –Projeto é feito e passado para o próximo 
profissional, não existindo simultaneidade. 
 
 
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Definições Cada profissional define suas especificações 
Divulgações e Informações do 
projeto 
Trocas de e-mail 
Dimensionamento Projeto Estrutural: Auto – QI 
Projeto Elétrico-Programa Eduardo Fernal 
Projeto Hidráulico- Programa Eduardo Fernal 
Canal de interação Apenas e-mail e telefonemas 
Reuniões Primeira: Ajustes de preços/Prazo de entrega 
Segunda: Licitação da obra 
Obra - projetos AMECO(ASSOCIACAO DOS MUNICIPIOS) 
EMPREITADA GLOBAL 
ISO(NÃO UTILIZADO) 
 
4.2. Compatibilização entre os projetos estrutural e arquitetônico 
A verificação de compatibilidade entre os projetos arquitetônico e estrutural assim como as 
demais foi realizada pelo arquiteto já na fase de execução. Através da sobreposição da planta 
de fôrma da laje com a planta de arquitetura da edificação. Com o auxílio do software CAD – 
Computer Aided Design, os arquivos digitais contendo os desenhos de cada especialidade 
foram equalizados, tendo escalas de plotagem e cores dos layers ajustados para melhor 
verificação. As Figuras 3 e 4 exemplificam incompatibilidades entre os projetos arquitetônico 
e estrutural, nos casos abaixo os pilares foram posicionados sobre as esquadrias do projeto. A 
solução adotada foi o deslocamento das esquadrias para um ponto mais próximo sem interferir 
com o pilar, já que a mudança dos pilares exigiria uma nova verificação estrutural e portanto 
seria de maior complexidade gerando mais despesas. 
 
Figura 3: Arquitetura-Esquadrias em destaque 
 
 
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Fonte: Ameco 
 
Figura 4: Desenho de fôrma-Pilares P20 e P25 em destaque. 
 
Fonte: Ameco 
 
4.3. Compatibilização entre os projetos elétrico e estrutural 
De forma análoga, os conflitos encontrados nesse caso também foram de fácil solução e 
poderiam ter sido corrigidos antecipadamente com reuniões ou troca de informações. 
Como pode-se perceber nas Figuras 5 e 6, a caixa elétrica foi colocada sobre o pilar P15 
impossibilitando a sua construção. 
 
Figura 5: Desenho de forma-Pilar P15 em destaque 
 
 
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Fonte: Ameco 
 
 
 
 
Figura 6: Projeto Elétrico-Detalhe da Caixa Elétrica sobre o pilar P15 
 
Fonte: Ameco 
 
A solução para o caso foi o deslocamento da caixa elétrica alguns centímetros na direção da 
alvenaria, o que não ocasionou grandes alterações no projeto. Porém, o canteiro de obras foi 
paralisado e os projetos finalmente foram conferidos pelo arquiteto responsável. 
 
4.4. Impactos no cronograma financeiro da obra 
 
 
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As falhas encontradas nos projetos foram notadas durante o inicio da execução da obra, 
resultando na sua paralisação por cerca três semanas para leitura de todos os projetos e 
readequações logo no primeiro mês de construção. Além do tempo perdido, a mão de obra 
paralisada e a revisão dos projetos resultaram em gastos além dos previstos inicialmente, 
como pode-se verificar no cronograma de obra mostrado na Figura 7. Como a empreitada foi 
do tipo preço global o aumento do preço, em torno de 15mil reais, foi distribuído pela etapas 
do projeto conforme mostra a Figura 8. 
Convém lembrar que um bom planejamento físico começa muito antes do início da obra. A 
quantidade e principalmente a qualidade das informações obtidas ainda na fase do 
desenvolvimento dos projetos são fundamentais, porém muitas empresas cometem falhas 
justamente nessa fase, por negligenciar informações e desprezar a possibilidade de ocorrência 
de restrições. A etapa inicial para o desenvolvimento de qualquer cronograma é a definição 
objetiva dos vários serviços (aí incluídos prazos e preços) que também serão os principais 
pontos de controle e acompanhamento. A definição das atividades (escopo) é um processo 
posterior e que visa um melhor detalhamento do trabalho a ser realizado, explicitando as 
especificações de materiais e técnicas construtivas. 
 
Figura 7: Orçamento previsto para a obra. 
 
 
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Fonte: Ameco 
O principal fator responsável pelos atropelos ocorridos no projeto foi a urgência no prazo para 
celebração do convênio com o estado, como consequência do curto período estipulado para 
entrega dos projetos, as análises e compatibilizações dos mesmos não foram feitas de maneira 
adequada provocando reajustes no orçamento e modificação nos desenhos. Os atrasos no 
inicio da obra tiveram que ser compensados para garantir que a entrega do empreendimento 
ocorresse dentro do prazo determinado(dez/2012), data que corresponderia ao término do 
mandato do prefeito. Essa necessidade de entrega com urgência provocou aumento de gastos 
para acelerar os processos construtivos e também cobrir um aumento do efetivo na obra. 
Seria interessante, então, lançar mão da estratégia da Engenharia Simultânea, que não é 
apenas um conjunto de inovações tecnológicas, mas um modelo de gerenciamento de projetos 
que, apesar de exigir um maior controle sobre o que se desenvolve, permite que os envolvidos 
tenham maior liberdade no fluxo de informações e na tomada de decisões. Este arranjo 
consiste na execução de várias fases do projeto interativa e simultaneamente, com o objetivo 
de atender da melhor maneira possível às expectativas dos clientes internos e externos. 
 
 
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Figura 8: Orçamento reajustado para a obra. 
 
Fonte: Ameco 
 
5 PROPOSTA DE POSTURA 
Esse estudo permitiu que fossem analisados questões teóricas e práticas sobre a 
compatibilização de projetos e sua implicação nos resultados e na execução de obras. Diante 
disto, propõe-se algumas posturas/diretrizes para a adoção em empresas construtoras e 
escritório de projetos (arquitetônico, estruturais, instalações, entre outros) para o 
gerenciamento de projetos/empreendimentos que estejam em andamento ou que sejam 
projetados no futuro, afim de otimizar sua elaboração e a execução e evitar 
incompatibilização, com problemas construtivos e elevação dos custo. 
A proposta de postura/diretrizes consiste em interações entre as etapas de desenvolvimento deum empreendimento, conforme Figura 9. Estas interações são compostas por atividade e 
 
 
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pessoas que devem se se articulam/trabalhar de forma integrada e sistêmica. A seguir, 
detalham-se estes pontos e as interações existentes: 
 Planejamento: é a etapa inicial do empreendimento e envolve as atividades de 
elaboração do anteprojeto o qual se vislumbra o que se deseja edificar. Ao mesmo 
tempo, deve ser realizado estudos de viabilidade (financeira, ambiental, logísticas, 
legislativas, entre outras). Como resultado, tem-se a criação de memorial descritivo de 
obra, definidos objetivos e viabilidades do projeto. É uma fase muito subjetiva, mas 
com uma capacidade enorme de resolver os alguns problemas que podem surgir nas 
fases seguintes, devendo para isto se basear em dados confiáveis e conter um equipe 
bem engajada e conectada por ambiente colaborativo ou grupo de trabalho virtual para 
facilitar a comunicação e o envio de informações. 
 
 Projeto: a segunda etapa terá como base as informações e decisões elaboradas no 
projeto. Nesta fase, tem-se o detalhamento dos projetos (que deve ser estruturado 
pensado na obra como um todo, do projeto até a manutenção), sendo que o 
arquitetônico é o primeiro a se iniciar, seguido pelos demais, contudo estes devem ser 
confeccionados e terminar juntos. Estes projetos são criados de maneira 
compatibilizada deste o inicio, tendo um profissional gestor (compatibilizador), com 
conhecimentos de gerenciamento, técnicas projetivas e de execução como líder. Como 
geralmente os projetistas não trabalham em um mesmo escritório pode-se usar 
ambiente extranet, tecnologias BIM – Building Information Modeling, com a busca da 
compatibilização (evitando falhas e interferências entre os projetos), por exemplo, 
com o uso de ferramentas 3D e/ou maquetes eletrônicas, sobreposições de desenhos. O 
compatibilizador deve possuir uma visão de todo as etapas projetivas e construtivas, 
além de conhecer o empreendimento como um todo, seus fornecedores e objetivos. 
Indica-se a produção de projeto de construção que reúna todas as informações básicas 
necessárias para o desenvolvimento das atividades de execução da obra. Ressalta-se a 
necessidade de representantes dos responsáveis pela construção participando na 
elaboração dos projetos. 
 
 Materiais e Componentes: esta etapa é elaborada juntamente com o projeto 
permitindo assim que se possa tomar decisões nos projetos segundo os equipamentos, 
 
 
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materiais e mão de obra disponíveis e necessários para a execução, uso e manutenção 
do empreendimento. Nesta etapa, projetistas, construtores, orçamentistas e 
fornecedores se juntam para fechar a parte técnica de modo a viabilizar a plena 
execução da edificação. Para tanto são desenvolvidas especificações de técnicas 
construtivas, materiais de construção, equipamentos e mão de obra que serão 
utilizados durante a execução da obra e manual do usuário a fim de facilitar o uso e 
manutenção do empreendimento. 
 
 
 Execução: consiste na execução da edificação baseada nos projetos e especificações 
elaboradas nas etapas anteriores. Constitui-se por diversas atividades (infraestrutura, 
estruturas, acabamentos, entre outras) que são desenvolvidas/executadas de acordo 
com cronograma/orçamento previsto anteriormente. Além da execução o controle de 
obra também é muito importante nessa etapa, conferindo se o construído está 
adequado ao projetado e dando retorno a equipe de gerenciamento para ajustes do 
projeto/planejamento atual e de empreendimentos futuros. 
 
 Manutenção: A manutenção é a ferramenta que garante uma vida prolongada e 
funcional ao empreendimento. Atividades como limpeza e reformas e também 
reposições de peças são realizadas afim de fornecer um bom funcionamento de todos 
equipamentos ao usuário.Com o processo de manutenção pode-se coletar informações 
sobre o funcionamento da estrutura permitindo que projetistas, construtores e 
empreendedores possam criar um banco de dados que pode ser usado em construções 
novas manutenções posteriores. 
 
A proposta aqui exposta objetiva fornecer a empreendedores, projetistas e construtores uma 
visão sistêmica do processo de construção e garantir que estes empreendimentos sejam 
executados de forma eficiente, com resultados eficazes para todos os envolvido no processo, 
desde o empreendedor até o cliente. Assim como, atender aos quesitos de segurança, 
habitabilidade e ambiental. 
Problemas como entulho (tema atualíssimo), layout inadequado, retrabalhos e outros, 
provenientes de planejamento ineficiente e falta de coordenação entre os diversos projetistas, 
poderão ser reduzidos através do uso de novas ferramentas de controle da produção, como a 
 
 
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engenharia simultânea. Um bom gerenciamento de projetos produz resultados expressivos 
para a sobrevivência e progresso das organizações. 
 
 
Figura 9: Proposta de gerenciamento de compatibilização de projetos em 
empreendimentos de construção civil. 
 
 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS - 
Através da revisão bibliográfica pode-se perceber o desenvolvimento histórico e a evolução 
do processo de projeto até a chegada das ferramentas de informática que facilitaram os 
caminhos e reduziram drasticamente os tempos de projeto de estruturas. Diversos autores 
estudados enfatizam a grande importância da compatibilização de projetos na construção de 
uma estrutura, seja ela qual for, como parte de uma melhoria contínua no setor da construção 
reduzindo custos e desperdícios. 
No estudo de caso apresentado o arquiteto foi a figura do compatibilizador, que por ser 
responsável pelo projeto matriz, definidor das diretrizes para a inserção das demais 
disciplinas, possui uma visão ampla do empreendimento, necessária para o ajuste entre os 
projetos. Porém a compatibilização foi tardia provocando perdas financeiras e de tempo na 
obra, conforme visto nos cronogramas financeiros. 
 
 
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Durante a compatibilização foi possível reduzir-se grande parte das interferências entre as 
especialidades, como conflitos físicos entre elementos da estrutura e hidráulica, e 
posicionamento de pilares que comprometeriam a utilização do edifício. A sobreposição dos 
desenhos CAD em 2D de arquitetura, estrutural, elétrico e hidrossanitário, foi o método para 
verificação de conformidades entre os projetos. 
A ausência de encontros entre os projetistas e a falta de um compatibilizador de projetos 
talvez seja uma característica dos pequenos empreendimentos, onde pequenos escritórios 
independentes, geralmente compostos por um número reduzido de profissionais, que se 
envolvem em projetos de menor porte e também pela não remuneração deste serviço por 
parte do cliente, que não visualiza os benefícios deste trabalho na execução do edifício. 
A utilização de sobreposição como maneira de verificação poderia ser substituída com a 
evolução para ambientes colaborativos com compartilhamento de informações e arquivos, e o 
uso de ferramenta BIM, que facilitaria a padronização de informações e a integração dos 
softwares utilizados por cada projetista. É interessante perceber que os conflitos resultantes do 
trabalho em grupo podem gerar bons resultados. Um erro percebido na fase inicial de projeto 
pode se transformar em um diferencial na qualidade do produto, no que diz respeitoà sua 
eficácia e inovação. 
 
REFERÊNCIAS 
AHMAD, I. U.; RUSSEL, J. S.; ABOUD-ZEID. A. Information Technology (IT) and 
Integration in the Construction Industry. In: Construction Management and Economics, v. 13, 
n. 2, mar. 1995. 
DINSMORE, C. e CAVALIERI, A.; (2003). Como se Tornar um Profissional em 
Gerenciamento de Projetos: Livro-Base de Preparação para Cerfiticação PMP_ - Project 
Management Professional. Rio de Janeiro. QualityMark. 
FABRICIO, M.M.; BAÍA, J.L.; MELHADO, S.B. Estudo de Fluxos de Projeto: Cooperação 
Seqüencial X Colaboração Simultânea. In. Anais em CD-Rom: Escola Politécnica de 
Pernambuco / ANTAC, Recife, 1999. 
FABRÍCIO, Márcio Minto. O Projeto Simultâneo na Construção de Edifícios. Tese 
(Doutorado em Engenharia) - Departamento de Engenharia de Construção Civil, Escola 
Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002. 
 
 
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 16 
GRAZIANO, F. P. Compatibilização de Projetos. 2003. Dissertação (Mestrado 
Profissionalizante) - Instituto de Pesquisa Tecnológica (IPT), São Paulo. 
MELHADO, Silvio B. Tendências de evolução no processo de projeto de edificações a partir 
da introdução dos sistemas de gestão da qualidade. In: Encontro Nacional de Engenharia de 
Produção. Gramado, 1997 
MIKALDO JR, Jorge. Estudo comparativo do processo de compatibilização de projetos 
em 2D e 3D com uso de TI. Curitiba: 2006. 
MOTTEU, H.; CNUDDE, M. La gestion de la qualité durant la construction: action menee 
en Belgique par le comité "Qualité dans la Construction. In: CIB TRIENNIAL CONGRESS, 
11., Paris, 1989. Quality for building users throughout the world. s.l., CIB, 1989. v.1, t.3, 
p.265-76. 
PICCHI, F. A. Entrevista. Revista Téchne, São Paulo, mar. / abr. 1993. 
SANTOS, E. T. ; NASCIMENTO, L. A. . Recuperação de Informação em Sistemas de 
Informações na Construção Civil: o Caso das Extranets de Projeto. In: Seminário de 
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Curitba : UFPR, 2002. 
SILVA, M. A. C.; SOUZA, R. Gestão do Processo de Projetos de Edificações. São Paulo: 
O nome da Rosa, 2003.

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