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GESTÃO FINANCEIRA E CUSTOS Prof. Adrian Dambrowski Prof. Carlo Enrico Bressiani U n i v e r s i d a d e R e g i o n a l d e B l u m e n a u Reitor Prof. Dr. Eduardo Deschamps Vice-Reitor Prof. Dr. Romero Fenili Pró-Reitora de Ensino de Graduação Profa. Ms. Sônia Regina de Andrade Pró-Reitor de Administração Prof. Dr. Edesio Luiz Simionatto Pró-Reitor de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão Prof. Dr. Clodoaldo Machado Divisão de Modalidades de Ensino Coordenação Geral Prof. Ms. Alexander Roberto Valdameri Equipe Multidisciplinar Técnica Airton Zancanaro Alexandre Adaime da Silva Gerson Luís de Souza Léo Fath Equipe Multidisciplinar Pedagógica Profa. Ms. Daniela Karine Ramos Diego Fernando Negherbon Profa. Ms. Henriette Damm Profa. Ms. Iris Weiduschat Administrativo Viviane Alexandra Machado Saragoça Odair José Albino Centro de Formação Profissional SAPIENCE Ltda Dirigente Prof. Ms. Kiliano Gesser Equipe Administrativa Prof. Carlos Alberto Alves de Oliveira Prof. Dr. Carlo Enrico Bressiani Prof. Ms. Kiliano Gesser Coordenação Pedagógica Profª Olga Sansão Gesser Diagramação Alvin Noriler 2008 FURB – Universidade Regional de Blumenau Divisão de Modalidades de Ensino Rua Antônio da Veiga, 140 Bairro: Victor Konder Blumenau – SC - 89012-900 Fone: (47) 3321-0577 E-mail: dme@furb.br Site: www.furb.br/ead SAPIENCE Educacional Rua Belarmino João da Silva, 52 Bairro: Santa Terezinha Gaspar – SC – 89110-000 Fone: (47) 3330-5100 E-mail: secretaria@centrosapience.com.br Site: www.centrosapience.com.br Depósito legal na Biblioteca Nacional, conforme decreto nº 1825, de 20 de dezembro de 1907. “Impresso no Brasil / Printed in Brazil” Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da FURB Dambrowski, Adrian D156g Gestão financeira e custos / Adrian Dambrowski, Carlo Enrico Bressiani. - Blumenau : Edifurb ; Gaspar : SAPIENCE Educacional, 2008. 102 p. : il. - (Pós-Graduação.Modalidade a distância) Bibliografia: p. 101-102. ISBN: 978-85-7114-212-1 1. Ensino a distância. 2. Administração financeira. 3. Custos. I. Bressiani, Carlo Enrico. II. Título. CDD 378.03 Professor Adrian Dambrowski Graduado em Administração (Gestão Empresarial) pela Fundação Universidade Regional de Blumenau (FURB), mestre em Administração (Gestão de Organizações) pela mesma instituição e especialista em Gestão Financeira e Custos pelo Instituto Catarinense de Pós Graduação (ICPG). Atualmente é funcionário do Banco do Brasil, docente na Sociedade Blumenauense de Ensino Superior (IBES) e atua no programa de pós-graduação a distância do convênio FURB/ Sapience. Professor Carlo Enrico Bressiani Engenheiro Civil pela Universidade Regional de Blumenau, MBA em Gestão de Empresas Industriais pelo Institut Quimic de Sarrià e Dr. em Administração e Direção de Empresas pela Universitat Ramon Llull de Barcelona. Professor de graduação e pós-graduação em disciplinas da área financeira e gestão de projetos, gerente financeiro da Unidade Design de Eventos, Diretor Administrativo-Financeiro da Sapience e consultor na área financeira. Também atua como parecerista em projetos de pesquisa da Universidade Presbiteriana Mackenzie e referee em revistas da área de administração de empresas. SUMÁRIO 1 FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA ...................................................... 11 1.1 IMPORTÂNCIA DA GESTÃO FINANCEIRA .........................................................12 1.1.1 Conceito de Finanças .......................................................................................12 1.1.2 Objetivo do Administrador Financeiro ................................................................13 1.1.3 Diferença Entre Gestão Financeira e Gestão Contábil ......................................13 1.1.4 Regime de Caixa x Regime de Competência ....................................................14 1.2 QUADROS FINANCEIROS ..................................................................................15 1.2.1 Investimentos ....................................................................................................15 1.2.2 Amortizações e Depreciações ..........................................................................16 1.2.3 Métodos de Depreciação..................................................................................22 1.2.4 Receitas............................................................................................................23 1.2.5 Receita Bruta ....................................................................................................23 1.2.6 Impostos ...........................................................................................................24 1.2.7 Custos ..............................................................................................................25 1.2.8 Estoques ...........................................................................................................25 1.2.9 Despesas .........................................................................................................31 1.3 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ...................................................................31 1.3.1 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) ..............................................32 1.3.2 Balanço Patrimonial ..........................................................................................33 1.3.4 Fluxo de Caixa ..................................................................................................38 1.4 CAPITAL DE GIRO...............................................................................................40 1.4.1 Necessidade de Capital de Giro .......................................................................41 1.4.2 Saldo de Tesouraria ..........................................................................................42 1.4.3 Ciclo Operacional e Ciclo Financeiro ................................................................43 2 DECISÕES DE FINANCIAMENTOS E ANÁLISE DE INVESTIMENTOS .............47 2.1 DECISÕES DE FINANCIAMENTOS ....................................................................47 2.1.1 Custo de Capital ...............................................................................................48 2.1.2 Efeitos dos Impostos sobre a Renda .................................................................48 2.1.3 Custo de Capital Próprio ...................................................................................49 2.1.4 Custo do Capital de Terceiros ...........................................................................49 2.2 ALAVANCAGEM..................................................................................................49 2.2.1 Alavancagem Operacional ................................................................................50 2.2.2 Alavancagem Financeira ...................................................................................53 2.2.3 Alavancagem Combinada .................................................................................54 2.3 ANÁLISE DE INVESTIMENTOS ..........................................................................55 2.3.1 Pay Back Simples .............................................................................................57 2.3.2 Pay Back Descontado.......................................................................................59 2.3.3 Valor Presente Líquido (VPL) ............................................................................60 2.3.4 Taxa Interna de Retorno .....................................................................................62 3 CUSTOS ................................................................................................................673.1 FUNDAMENTOS DE CUSTOS ...........................................................................68 3.1.1 Separação de Custos, Despesas, Investimentos e Perdas ...............................68 3.1.2 Avaliação de Estoques ......................................................................................70 3.1.3 Custo das Compras ..........................................................................................71 3.2 MÉTODOS DE CUSTEIO ....................................................................................74 3.2.1 Custeio Direto e Indireto ....................................................................................74 3.2.2 Custeio por Absorção .......................................................................................77 3.2.3 Custeio Variável ................................................................................................81 3.2.4 Custeio ABC .....................................................................................................86 3.3 ANÁLISES DE CUSTOS .....................................................................................95 3.3.1 Análise das Relações Custo, Volume e Lucro....................................................95 3.3.2 Ponto de Equilíbrio ............................................................................................97 3.4 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA ................................................................98 3.4.1 Impostos ...........................................................................................................98 3.4.2 Markup ..............................................................................................................99 REFERÊNCIAS ......................................................................................................103 APRESENTAÇÃO Caro(a) aluno(a), Bem vindo(a) à disciplina Gestão Financeira e Custos. Este é o nosso Caderno de Estudos, material elaborado com o objetivo de contribuir para a realização de seus estudos e para a ampliação de seus conhecimentos sobre o assunto. A carga horária desta disciplina é de 45 horas e cabe a você administrar sua aprendizagem e determinar o tempo para seus estudos e o aprofundamento dos temas tratados. Lembre-se, porém, de que há um prazo limite para a conclusão dos estudos. Você deverá realizar as avaliações presenciais nas datas previstas no cronograma do curso. Os capítulos foram organizados de forma didática e complementar. Eles apresentam os textos básicos, com questões para reflexão e indicam outras referências a serem consultadas. Desejamos a você um bom trabalho e que aproveite ao máximo o estudo dos temas abordados nesta disciplina! 11 C A P ÍT U LO 1 1 FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA Objetivos de Aprendizagem 1. Relacionar o significado do termo "finanças", o papel do administrador financeiro e as diferenças entre gestão financeira e gestão contábil. 2. Demonstrar o que são investimentos, amortizações e depreciações, bem como sistemas de amortizações existentes e os mais usados no Brasil; as formas de se determinar a depreciação de bens; a relação de investimentos com a incidência de impostos e a discriminação dos impostos existentes no Brasil; a gestão de despesas e custos, além de formas de custeio e a administração dos estoques, gerindo a ordem de saída destes para, desta forma, apurar o custo da mercadoria armazenada por meios matemáticos. 3. Explicar a demonstração contábil denominada DRE (Demonstração do Resultado do Exercício) bem como a sua estrutura; interpretar o conceito de Balanço Patrimonial e a disposição dos elementos que constituem essa demonstração contábil e demonstrar o conceito e aplicação do fluxo de caixa. 4. Levantar o conceito de Capital de Giro bem como apurar a sua necessidade; a determinação do saldo de tesouraria, do ciclo operacional e financeiro - e como estes se relacionam. INTRODUÇÃO Podemos conceituar finanças como a arte de gerir recursos que, para o caso de uma organização empresarial, se concentra no estudo do planejamento financeiro, administrando os ativos e captando fundos para a mesma. Ou seja, estamos tratando do estudo e da gerência dos ativos empresariais, analisando projetos de investimentos. Você vai perceber que gestão financeira está intimamente relacionada com a contabilidade e com a economia, podendo ser vista como uma forma de economia aplicada, fundamentada em conceitos econômicos e fazendo uso de informações contábeis. Nesse primeiro capítulo de nossa jornada será abordada a relação triangular entre a administração financeira, a contabilidade e a economia. A relevância do fator econômico para o desenvolvimento do meio financeiro vai nos levar à necessidade de se situar no ambiente operacional no qual estão Gestão Financeira e Custos Q FURB / SAPIENCE 12 inseridas as organizações. Estamos falando de dois conceitos econômicos tratados por macroeconomia (ambiente global em que a organização opera) e da microeconomia (ambiente interno onde se contemplam as estratégias operacionais). Assim, vamos dar início ao nosso estudo conhecendo a importância da gestão financeira onde, além de lhe explicarmos o conceito de finanças e o objetivo do administrador financeiro, também trataremos da distinção entre gestão financeira e gestão contábil, onde a primeira fará uso do regime de caixa, ao passo que a segunda trabalha com o regime de competência, que serão definidos e explicados no decorrer do estudo. Teremos ainda a oportunidade de lhe demonstrar os quadros financeiros, que nos levarão a interpretar o que ocorre quando tratamos de investimentos, levando em consideração diversos fatores tais como: amortizações, depreciações, custos, despesas e estoques, considerando ainda a incidência do fator tributário (impostos). Ainda nesse primeiro capítulo, explicaremos também algo sobre as demonstrações financeiras comumente usadas no dia-a-dia dos setores financeiros das organizações; conhecendo ferramentas como a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), o balanço patrimonial e o fluxo de caixa; o que nos permitirá a compreensão dos ciclos: operacional e financeiro, levando-nos a situações nas quais vamos explicar do que se trata, na administração do capital de giro. 1.1 IMPORTÂNCIA DA GESTÃO FINANCEIRA A gestão financeira representa o conjunto de ações e procedimentos administrativos que tem por tarefa o planejamento, a análise e o controle das atividades financeiras da organização. Trata-se de tarefa administrativa que permita visualizar a atual situação da empresa. Para melhor entendimento da importância da gestão financeira, primeiramente vamos entender do que tratam as finanças. 1.1.1 Conceito de Finanças Finanças podem ser definidas como uma técnica ou ciência de administrar fundos. Praticamente todas as pessoas, sejam físicas ou jurídicas, obtêm receitas ou levantam fundos, gastam ou investem. A gestão financeira detém a tarefa de gerir o relacionamento de instituições, mercados e instrumentos envolvidos na transferência de fundos entre pessoas, empresas e governos (GITMAN, 2002). Antes de adentrarmos no assunto em questão, é importante que você compreenda o significado de finanças, que corresponde a um conjunto de recursos disponíveis circulantes em espécie, que podem ser usados em transações e negócios com transferência e circulação de dinheiro. A importância de se distinguir esse conceito é justificada pela necessidade de se analisar essas questões para prover o conhecimento da real situação econômica dos fundos da empresa, a qual está sendo administrada, com relação aos seus bens e direitos garantidos (FREZATTI, 2000). Se você observar o cotidiano de uma organização, vai perceber que as finanças fazem parte do dia-a-dia dela. Isso fica claro no controle de recursos para compras e aquisições, tal como no gerenciamento e na própria existência da empresa em suas respectivas áreas: marketing, produção, contabilidade e, principalmente, na administração geral de nível tático, gerencial e estratégico,por usar dados e informações financeiras para orientar a tomada de decisão na gestão da empresa (FREZATTI, 2000). Capítulo 1 Q Fundamentos da Gestão Financeira 13 A gestão financeira é uma ferramenta ou técnica utilizada para controlar da forma mais eficaz e eficiente possível uma série de tarefas do dia-a-dia de uma organização, tais como a liberação de crédito e a determinação de prazos para clientes e a análise de investimentos, buscando meios viáveis para a obtenção de recursos que são destinados a financiar as operações e atividades da empresa, objetivando sempre o desenvolvimento da mesma, evitando desperdícios e gastos desnecessários, e procurando sempre os melhores meios para uma segura condução financeira da empresa (GITMAN, 2002). Agora que vimos o que são finanças e o conceito mais apurado da gestão financeira, vamos situar o gestor financeiro e seus objetivos nesse contexto empresarial. 1.1.2 Objetivo do Administrador Financeiro Os administradores financeiros administram ativamente as finanças de todos os tipos de empresas, sejam elas financeiras ou não, grandes ou pequenas, privadas ou públicas. Esses profissionais desempenham uma série de tarefas, tais como orçamentos, previsões financeiras, administração do caixa, administração do crédito, análise de investimentos. Necessita ser um membro alocado na alta administração, pois o bom ou mau desempenho deste pode ocasionar êxito ou insucesso para a empresa, caso não consiga cumprir a sua tarefa principal: minimizar riscos e maximizar lucros (FREZATTI, 2000). Gestores financeiros e contabilistas trabalham lado a lado, utilizando muitas vezes as mesmas ferramentas ou informações. Porém, o tratamento que é dado para essas informações diverge nas suas atividades. Portanto, é importante diferenciarmos a gestão financeira da gestão contábil. 1.1.3 Diferença Entre Gestão Financeira e Gestão Contábil A gestão financeira é um conjunto de ações e procedimentos administrativos que englobam o planejamento, a análise e o controle das atividades financeiras de uma organização, objetivando maximizar os resultados econômicos e financeiros oriundos de suas atividades operacionais (GITMAN, 2002). No decorrer desse estudo, você vai perceber que, em função dos benefícios e informações que a contabilidade proporciona para a gestão financeira e pelo relacionamento próximo que se tem de interdependência, é que muitas vezes se confunde a compreensão e a distinção dessas duas áreas, já que as mesmas se relacionam estreitamente e geralmente se sobrepõem. É preciso esclarecer que a principal função do contador é desenvolver e fornecer dados para mensurar a performance da empresa, avaliando sua posição financeira em presença dos impostos, contabilizando todo seu patrimônio, elaborando suas demonstrações, reconhecendo as receitas no momento em que são incorridos os gastos (denominado regime de competência). Porém, o que diferencia as atividades financeiras das contábeis é que a administração financeira enfatiza o fluxo de caixa, que nada mais é do que a entrada e saída de dinheiro na linha do tempo, que demonstrará realmente a situação e capacidade financeira Gestão Financeira e Custos Q FURB / SAPIENCE 14 para satisfazer suas obrigações e adquirir novos ativos (bens ou direitos de curto ou longo prazo) ,a fim de atingir as metas da empresa (SANTOS, 2007). Atenção A gestão financeira não substitui a gestão contábil, assim como a gestão contábil não substitui a gestão financeira. Elas caminham juntas. Trabalham com as mesmas informações. Apenas dão tratamento diferenciado para essas informações. Todavia, os contadores admitem a importância do fluxo de caixa, tal como o administrador financeiro se utiliza do regime de competência, mas cada um com suas especificidades e maneiras de transpassar ou descrever a situação da empresa, sem desapreciar a importância de cada atividade, já que uma depende da outra, no que diz respeito à circulação de dados e informações necessárias para o exercício de cada uma. Diante do que vimos, julgo importante a diferenciação detalhada e exemplificada que encontraremos a seguir, ao diferenciar o regime de caixa do regime de competência. 1.1.4 Regime de Caixa x Regime de Competência Em finanças, o fluxo de caixa (designado em inglês por cash flow - Cf), refere-se ao montante de caixa recebido e gasto por uma empresa no decorrer de um período de tempo determinado, algumas vezes ligado a um projeto específico. Na Contabilidade, uma projeção de fluxo de caixa (que será discutido com mais profundidade no item 1.3.3) apresenta todos os pagamentos e recebimentos esperados em um determinado período de tempo. O gestor do fluxo de caixa precisa de uma visão holística de todas as funções da empresa, como: pagamentos, recebimentos, compra de matéria-prima, compra de materiais secundários, salários e outros, porque é necessário prever o que se poderá gastar no futuro dependendo do que se consome no presente. Regime de competência é o que apropria receitas e despesas ao período de sua realização, independentemente da ocorrência ou não dos recebimentos das receitas ou dos pagamentos das despesas (SANTOS, 2007). Exemplo: Aquisição de mercadorias para pagamento a prazo. Se a compra ocorreu no mês de janeiro com pagamento em fevereiro, a despesa deverá constar nos registros de janeiro, embora o pagamento seja feito em fevereiro. Para a contabilidade, em janeiro é computada a despesa, criando-se uma obrigação em contas a pagar, e em fevereiro, em função do pagamento, deduz-se o valor pago de contas a pagar, reduzindo o valor do caixa. Capítulo 1 Q Fundamentos da Gestão Financeira 15 Tal fato ocorre porque a contabilidade utiliza o regime de competência, regime este em que são contabilizados como receita ou despesa os valores dentro do mês de competência, na data onde ocorreu o fato gerador (data de compra do material, venda do bem ou artigo, prestação de serviço, etc.), não importando quando será pago ou recebido, mas sim quando ocorreu o fato. Dica A diferença entre o regime de caixa e o regime de competência está exatamente na disposição da ocorrência na linha do tempo. Como observamos, no regime de competência o registro do documento se dá na data do fato gerador, não importando quando será pago ou recebido; ao passo que no regime de caixa o registro do valor ocorre efetivamente na data do pagamento, pois este, pelo seu conceito, somente considera o registro de um documento quando o mesmo for pago, liquidado ou recebido, assim como você pode observar no extrato de sua conta bancária. Para a mensuração dos resultados de uma empresa é recomendada a utilização do regime de competência, pois considera também a depreciação, algo que no regime de caixa não é contemplado. A depreciação de um bem será discutida com mais profundidade no 1.2.2. Trata-se de um item importante para a gestão financeira de uma organização, pois no futuro a empresa precisará repor o bem que esta depreciando, levantando assim a necessidade de averiguar se o lucro obtido nas operações empresariais contempla a cobertura da depreciação do maquinário e/ou demais bens (SANTOS, 2007). Até o momento, foi abordado o significado do termo finanças, o papel do administrador financeiro e as diferenças entre gestão financeira e gestão contábil. Fizemos isto para que você possa situar-se no cenário do gestor financeiro das organizações, permitindo a análise dos quadros financeiros com os olhos desses profissionais. 1.2 QUADROS FINANCEIROS 1.2.1 Investimentos Investimento é o que você faz quando aplica seus recursos em algum negócio (empresarial ou bancário) com a esperança de receber algum retorno no futuro e que este seja superior ao aplicado, compensando até mesmo a perda de uso desse recurso durante o período de aplicação. Num sentido mais abrangente, o termo aplica-se tanto à aquisição de máquinas, equipamentos e imóveis para a instalação de unidades produtivas como à compra de títulos financeiros (letras de câmbio, ações). Ou seja, investimentoé toda aplicação de dinheiro com expectativa de lucro. Gestão Financeira e Custos Q FURB / SAPIENCE 16 Em economia, investimento significa exatamente a aplicação de capital em meios que levam ao crescimento da capacidade produtiva (instalações, máquinas, meios de transporte), ou seja, em bens de capital, podendo ser dividido em dois tipos: Investimento bruto e Investimento líquido (GITMAN, 2002). O investimento bruto corresponde a todos os gastos realizados com bens de capital (máquinas e equipamentos) e formação de estoques, ao passo que investimento líquido não leva em consideração as despesas com manutenção e reposição de peças, equipamentos e instalações desgastadas pelo uso. Como está diretamente ligado à compra de bens de capital e, portanto, à ampliação da capacidade produtiva, o investimento líquido mede com mais exatidão o crescimento da economia. São exemplos de Investimentos: Investimento Liquidez Rentabilidade Segurança Poupança Ações Imóveis Veículos Máquinas e Equipamentos Alta Alta Baixa Alta Baixa Baixa Alta Alta Alta Baixa Baixa Baixa Alta Alta Média QUADRO 1 - Exemplos de investimentos e fatores de decisão. FONTE: Os autores Como você deve ter observado, ao exemplificar os tipos de investimentos mais comuns apresentados acima, estes foram classificados quanto a três importantes indicadores utilizados na tomada de decisão ao se optar por uma linha de investimento para seu dinheiro. Estamos tratando da liquidez, da rentabilidade e da segurança: um investimento líquido é aquele que é de venda rápida (fácil solvência), isto é; que possa ser trocado por moeda rapidamente. A rentabilidade é o que mede o retorno sobre o capital investido e a segurança é o item que avalia o potencial de perda o capital investido. Todos os investimentos passam por um processo natural de depreciação, que deve ser computado financeiramente. Em alguns casos, como no de investimentos financeiros, os mesmos são passíveis de amortizações, como veremos a seguir. 1.2.2 Amortizações e Depreciações Amortização é um procedimento de eliminação de uma dívida por meio de pagamentos periódicos, realizados através de um planejamento, de modo que cada prestação corresponde à soma do pagamento do capital ou com o pagamento dos juros do saldo devedor, podendo ser o reembolso de ambos, com os juros sempre calculados sobre o saldo devedor (NOGUEIRA, 2002). Capítulo 1 Q Fundamentos da Gestão Financeira 17 No Brasil, encontramos a amortização contábil, que em seu conceito, além da diminuição de dívidas, contempla também direitos intangíveis classificados no ativo, provenientes da teoria de dimensão econômica dos fundos contábeis. Assim, associamos a expressão amortização contábil à depreciação contábil, que trata da redução de bens tangíveis, e à exaustão contábil, tratando de recursos naturais (SÁ, 1990). Para Figueiredo (2004), existe uma série de tipos de sistemas de amortização, a seguir: z Sistema Francês de Amortização (Tabela price) z Sistema de Amortização Constante (SAC) z Sistema de Amortização Misto (SAM) z Sistema Americano de Amortização z Sistema Americano com Sinking Fund z Sistema de Amortização Variável z Sistema Alemão de Amortização z Arrendamento Mercantil (Leasing) Saiba Mais No Brasil, os sistemas comumente utilizados são: o sistema francês de amortização, seguido pelo arrendamento mercantil; e em outras situações o sistema de amortização constante. Confira o artigo de Daiani Furtado acessando o site abaixo: http: / /www.microepequenasempresas.com.br/sistema-de- amortizacao/ O sistema francês de amortização faz uso da Tabela Price. Trata-se de um método usado em amortização de empréstimo, construído por juros compostos, caracterizado por prestações iguais. O método de amortização baseado nas tabelas de Richard Price, na realidade foi idealizado pelo seu autor para pensões e aposentadorias. Porém, somente depois da 2ª revolução industrial que sua metodologia de cálculo foi aproveitada para cálculos de amortização de empréstimo (NOGUEIRA, 2002). O processo de cálculo da tabela price é iterativo. Tomando como exemplo um empréstimo de R$10.000,00 para ser pago em 10 parcelas mensais, com juros de 1% ao mês. Gestão Financeira e Custos Q FURB / SAPIENCE 18 TABELA 1 – Sistema Francês de Amortização. FONTE: Os autores Primeiramente você precisa determinar o valor de cada parcela pela seguinte fórmula: PMT = (PV x i) / 1 – (1 + i ) - n Onde: PV = Valor Presente (valor a ser financiado) i = Taxa (sempre em %) n = Período (número de parcelas) PMT= Parcela (o valor de cada parcela a ser paga) Assim, PMT = R$ 1.055,82 z O valor do juro será sempre o valor do saldo devedor do período anterior, multiplicado pela taxa (Nesse caso: 1% ou 0,01). z O valor da amortização será resultado da diferença entre o valor da parcela e o valor do juro. Ou seja, em cada mês, apura-se o juro para identificar quanto da parcela paga corresponde à quitação do valor que se está devendo. z O saldo devedor em cada momento será o resultado do saldo devedor anterior, subtraindo a amortização que ocorreu no período. Atenção: Juros - Valor devido pelo prazo de pagamento, acrescentado ao saldo devedor na transição do mês anterior para o atual; Amortização - O quanto da dívida foi paga, levando-se em consideração os juros; Saldo Devedor - O quanto da dívida está pendente para ser paga. Capítulo 1 Q Fundamentos da Gestão Financeira 19 Abaixo, alguns termos usados no meio econômico/financeiro em relação à amortização, que julgamos interessante lhe explicar: Devedor ou mutuário Taxa de juros Prazo de carência Prazo de utilização Prazo de amortização Parcelas de amortização Prestação Pessoa que recebe algo pelo empréstimo. Taxa acordada entre as partes. Calculada sobre o saldo devedor. Custo do dinheiro. Período entre o prazo de utilização e o pagamento da primeira amortização. Intervalo de tempo em que o empréstimo é transferido do credor ao devedor. Intervalo de tempo em que são pagas as amortizações. Parcelas de devolução do principal. Prestações menos juros. Soma da amortização acrescida de juros e encargos. QUADRO 2 - Termos usados no meio econômico/financeiro. FONTE: MATHIAS, Washington Franco; GOMES, José Maria, Matemática Financeira. São Paulo, Ed. Atlas,1989. O leasing ou arrendamento mercantil é um contrato por meio do qual a arrendadora ou locadora (entidade que se dedica à exploração de leasing) compra um bem escolhido por seu cliente para, em seguida, locar ao mesmo, por um prazo definido. Ao fim do contrato o arrendatário pode optar por renová-lo por mais um período, por devolver o bem arrendado à arrendadora ou dela adquirir o bem, pelo valor de mercado ou por um valor residual previamente definido no contrato. O cliente deste tipo de crédito é, tipicamente, uma empresa, podendo, no entanto, ser, também, contratado por pessoa física (BLATT, 1998). Existem três formas de Leasing: Financeiro, Operacional e Leasing back. Na operação de leasing operacional, a arrendadora arca com os custos de manutenção dos equipamentos, e a arrendatária pode desfazer o contrato bastando apenas esperar o período mínimo de noventa dias a contar do início do contrato, assim como determina o Banco Central, e aviso prévio para a empresa ou pessoa física contratante. O Leasing Financeiro se assemelha a um aluguel, com a diferença que se pode comprar o bem no final do prazo pré-determinado por um valor já determinado anteriormente. Já o Leasing Back ocorre quando uma empresa necessita de capital de giro. Ela vende seus bens a uma empresa que a aluga novamente à primeira (BLATT, 1998). No sistema de amortização constante (SAC) a parcela de amortização da dívida é calculada tendo por base o total da dívida, também denominado saldo devedor, dividido pelo prazo do financiamento, como um percentual fixo da dívida, considerando um sistema linear. No SAC a prestação inicial é um pouco maior que na Tabela Price, pois o valor que é pago da dívida, ou amortização,é maior, Gestão Financeira e Custos Q FURB / SAPIENCE 20 assim, você estará liquidando mais da dívida desde o inicio do financiamento e pagando menos juros ao longo de contrato (MATHIAS; GOMES, 1989). Conforme a dívida é amortizada, a parcela dos juros e, por conseguinte a prestação, tendem a decrescer, pois o próprio saldo devedor está sendo reduzido. Com isso, no SAC, o saldo devedor e a sua prestação tendem a decrescer de forma constante desde o início do financiamento e não permite a ocorrência de valor residual ao término das prestações, desta forma, você estará menos exposto em caso de aumento do indexador do contrato (a TR, TJLP ou INCC) durante o financiamento (MATHIAS; GOMES, 1989). Vejamos então o mesmo exemplo do caso anterior (price), como ele se comporta pelo sistema de amortização constante: Tratamos novamente de um empréstimo de R$10.000,00 para ser pago em 10 parcelas mensais, com juros de 1% ao mês, porém dessa vez pelo SAC. TABELA 2 - Sistema de Amortização Constante. FONTE: Os autores z Assim como no sistema francês de amortização, o valor do juro será sempre o valor do saldo devedor do período anterior, multiplicado pela taxa, porém diferente em cada momento, pois a formação do saldo devedor, nesse caso, não soma juros retidos de períodos passados. z O valor da amortização será determinado ao dividir o valor financiado pelo número de parcelas em que será dividido. z O saldo devedor em cada momento será o resultado do saldo devedor anterior, descontando a amortização que ocorreu no período, que neste caso será um valor fixo. Capítulo 1 Q Fundamentos da Gestão Financeira 21 Dica Nesse sistema de amortização, a parcela não será fixa, sendo calculada sempre pela soma da amortização ao valor dos juros, referente ao saldo devedor. Compare a Tabela 1 com a Tabela 2. Por depreciação devemos interpretar como sendo o custo ou a despesa decorrente da deterioração ou da obsolescência dos ativos imobilizados (máquinas, veículos, móveis, imóveis e instalações) da empresa. Ao longo do tempo, com a obsolescência natural ou desgaste com uso na produção, os ativos vão perdendo valor. Essa perda de valor deve ser apropriada pela contabilidade periodicamente, até que esse bem tenha valor reduzido a zero (SILVA, 2005). Contudo, ao determinar a depreciação, o administrador pode estabelecer fórmulas mais adequadas a sua realidade empresarial. Assim, um veículo, mesmo tendo uma vida útil de 5 anos ou mais, deverá ser depreciado em 5 anos no máximo, pois passado este período estará completamente obsoleto. Na possibilidade desse veículo ainda ter condições de ser utilizado, deverá ser feita uma reavaliação do bem, atribuindo a ele um novo valor, baseado em dados técnicos. A partir de então, continua-se com a depreciação até a completa exaustão do bem. Conforme o art. 25 da IN SRF nº 11/96, os bens depreciáveis são: z Edifícios e construções; z Projetos florestais destinados à exploração dos respectivos frutos; z Bens móveis e imóveis utilizados no desempenho de atividades de contabilidade; z Bens imóveis utilizados como estabelecimento da administração; z Bens móveis utilizados nas atividades operacionais, instalados em estabelecimento da empresa; z Veículos do tipo caminhão, caminhonete de cabine simples ou utilitários, utilizados no transporte de mercadorias e produtos adquiridos para revenda, de matéria-prima, produtos intermediários e de embalagem, aplicados a produção; z Veículos do tipo caminhão, caminhonete de cabine simples ou utilitário; as bicicletas e motocicletas utilizadas pelos cobradores, compradores e vendedores, nas atividades de cobrança, compra e venda; bem como os utilizados nas entregas de mercadorias; z Veículos utilizados no transporte coletivo de empregados; Gestão Financeira e Custos Q FURB / SAPIENCE 22 z Bens móveis e imóveis utilizados em pesquisa e desenvolvimento de produtos e processos; z Bens móveis e imóveis próprios, locados pela pessoa jurídica, e que tenham a locação como objeto de sua atividade; z Bens móveis e imóveis, objeto de arrendamento mercantil nos termos da Lei 6099/74, pela pessoa jurídica arrendadora; z Veículos utilizados na prestação de serviços de vigilância móvel, pela pessoa jurídica que tenha objeto essa espécie de atividade (art. 307 do RIR/99). 1.2.3 Métodos de Depreciação Conforme determina o art. 305 do RIR/99, podemos computar como custo ou encargo, em cada período de apuração, o valor correspondente à diminuição do valor dos bens do ativo, resultante do desgaste pelo uso, ação da natureza e obsolescência normal. Esse artigo determina ainda os seguintes métodos de depreciação: z Método Linear O método linear é o mais freqüentemente utilizado e se caracteriza pela aplicação de taxas constantes durante o tempo de vida útil estimado para o bem. Exemplo: Um bem tem vida útil de 10 anos, com taxa de depreciação de 10%. Taxa de Depreciação = 100% / tempo de vida útil TD = 100% / 10 anos = 10% a.a. z Método das Horas de Trabalho Este método consiste em determinar o número de horas de trabalho durante o tempo de vida útil previsto para o bem. A parcela de depreciação será obtida dividindo-se o número de horas trabalhadas no período pelo número de horas de trabalho estimadas durante a vida útil do bem. Este método é próprio das empresas industriais. z Métodos das Unidades Produzidas Também utilizado por empresas industriais. Consiste em determinar a quantidade total de unidades que devem ser produzidas pelo bem no decorrer de sua vida útil. A parcela de depreciação de cada período será obtida dividindo- se o número de unidades produzidas no período pelo número de unidades estimadas, a serem produzidas ao longo de sua vida útil. Calculamos a depreciação, dentre outros motivos, para deduzi-la das receitas e, assim, termos uma apuração mais real dos lucros obtidos nas operações empresariais. Para tanto, vamos ver a seguir o que são essas receitas de onde as depreciações e/ou amortizações serão descontadas. Capítulo 1 Q Fundamentos da Gestão Financeira 23 1.2.4 Receitas Receita é o aporte de valores que ocorre em uma entidade (Contabilidade) ou patrimônio (Economia). Normalmente esse aporte vem em forma de dinheiro ou créditos representativos de direitos. Nas empresas privadas a receita normalmente corresponde ao produto de venda de bens ou serviços – aqui denominado faturamento – classificando-se em operacionais e não-operacionais (SÁ, 1990). Segundo Neves; Viceconti (2001), as receitas operacionais são oriundas do objeto de exploração da empresa, podendo ser classificadas da seguinte forma: z Receita da atividade técnica ou principal - relacionada à atividade principal da empresa como venda de produtos, mercadorias ou serviços. z Receita acessória ou complementar - decorrente da receita da atividade principal e representa rendimentos complementares. No Brasil denomina- se contabilmente esse grupo de receitas de Outras Receitas Operacionais, que devem ser compostos basicamente de Receitas Financeiras (juros, aluguéis, rendimentos). z Receitas não-operacionais - ingressos de valores no caixa derivados de transações não inclusas nas atividades principais ou acessórias da empresa. 1.2.5 Receita Bruta A receita bruta, para a contabilidade, é o produto da venda de bens e serviços. Ou seja, é a receita total decorrente das atividades-fim da empresa (atividades para as quais a empresa foi constituída, segundo seus estatutos ou contrato social), também visto como o faturamento da organização (SÁ, 1990). Porém, para fins tributários, no Brasil, a Receita Bruta tem diferentes composições. Considera-se receita bruta, para fins de aplicação do Simples Nacional, o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, tais como comissões recebidas, dentre outros, não incluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos. Para fins de legislação do PIS e COFINS, a receita bruta é o totalde receitas contabilizadas, independentemente de originária do faturamento, o que motivou muitas empresas a questionarem este conceito na justiça, visando redução de contribuições a pagar. São excluídos do conceito da receita bruta, para fins tributários: o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário. Gestão Financeira e Custos Q FURB / SAPIENCE 24 Para a contabilidade, a receita líquida é representada pela receita bruta com deduções, como no exemplo a seguir: Receita bruta de Vendas R$ 50.000,00 (-) Devoluções de Vendas R$ 1.500,00 (-) Descontos Comerciais R$ 5.000,00 (-) Impostos R$ 8.500,00 (=) Receita Líquida R$ 35.000,00 Da Receita Líquida, podem ser feitas ainda as seguintes deduções: (=) Receita Líquida R$ 35.000,00 (-) Custos R$ 4.000,00 (=) Lucro bruto R$ 31.000,00 (-) Despesas R$ 10.000,00 (=) Lucro líquido R$ 21.000,00 1.2.6 Impostos Imposto é uma contribuição percentual paga obrigatoriamente por pessoas ou organizações para um governo, a partir de uma base de cálculo e de um fato gerador. É uma forma de tributo que tem como principal finalidade, custear o Estado (SÁ, 1990). Impostos podem ser pagos em moeda (dinheiro) ou em mercadorias, embora o pagamento em mercadorias nem sempre seja permitido ou classificado como imposto em todos os sistemas tributários. No Brasil, os tributos somente são aceitos em forma de dinheiro. Esses tributos podem incidir sobre renda ou patrimônio. Renda diz respeito ao valor recebido pelo trabalho de indivíduos ou de organizações e patrimônio são os bens de posse que têm valor como imóveis e veículos (SMITH, 1983). São exemplos de impostos: Impostos federais z II - Imposto sobre a importação de produtos estrangeiros; z IE - Imposto sobre a exportação de produtos nacionais ou nacionalizados; z IR - Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza; z IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados; z IOF - Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários; z ITR - Imposto Territorial Rural. Capítulo 1 Q Fundamentos da Gestão Financeira 25 Impostos estaduais z ICMS - Imposto sobre operações relativas à Circulação de Mercadorias e prestação de Serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação; z IPVA - Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA); z ITCMD - Imposto sobre Transmissões Causa Mortis e Doações de Qualquer Bem ou Direito. Impostos municipais z IPTU - Imposto sobre a Propriedade predial e Territorial Urbana; z ITBI - Imposto sobre Transmissão inter vivos de Bens e Imóveis e de direitos reais a eles relativos; z ISSQN - Impostos sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN). Tanto os impostos pagos quanto os substituídos, no orçamento empresarial, são computados como custos e agregados assim ao valor do produto ou serviço produzido. Assim, a seguir, vamos discorrer acerca do tema custos, que será mais amplamente abordado no terceiro capítulo de nosso estudo. 1.2.7 Custos Os custos são medidas monetárias dos dispêndios financeiros com os quais uma organização, uma pessoa ou um governo, precisa arcar para atingir seus objetivos, sendo considerados como objetivos a utilização de um produto ou serviço qualquer, utilizados na obtenção de outros bens ou serviços. A Contabilidade gerencial incorpora esses e outros conceitos econômicos para fins de elaborar relatórios de custos de uso da administração da empresa (LEONI, 1996). Sob a visão contábil, os custos são medidas monetárias derivadas da aplicação de bens e serviços na produção de outros bens e serviços, durante o processo de fabricação. Não adentraremos mais no tema custos porque este será tema do capítulo 3. Outro importante item acerca dos custos das mercadorias é a relação que a empresa tem com sua gerência de estoques. A armazenagem de matéria prima, de produtos acabados ou em processos de fabricação gera outro custo para as organizações, que será tratado a seguir. 1.2.8 Estoques Estoques são recursos disponíveis em um determinado momento, que uma empresa pode aproveitar para dar origem a um bem. São quantidades armazenadas ou em processo de produção, com a o objetivo de criar uma Gestão Financeira e Custos Q FURB / SAPIENCE 26 independência entre os vários estágios da cadeia produtiva. (Compra-Venda, Compra-Produção, Produção-Distribuição) (LUBBEN, 1989). A gestão de estoques é um conceito que está presente em todo tipo de empresa, assim como na vida quotidiana das pessoas. Desde o início da sua história que a humanidade tem usado estoques de variados recursos, de modo a suportar o seu desenvolvimento e sobrevivência, tais como ferramentas e alimentos (LUBBEN, 1989). No meio empresarial, o excesso de estoques representa custos operacionais e de oportunidade do capital empatado, porém níveis baixos de estoque podem originar perdas de economias e custos elevados devido à falta de produtos. A tarefa de encontrar o ponto ideal de estoques (também determinado ponto de equilíbrio) é bastante árdua (LUBBEN, 1989). Uma das vantagens dos estoques é o fato de poderem ser usados para enfrentar uma situação de privação do que é necessário podendo enfrentar variações ou balanços da procura, mesmo sendo essa procura mais ou menos constante, possibilitando também adquirir a baixos preços para se revender quando os preços são elevados, e evitam o desconforto devido a entregas e aquisições com elevada freqüência. Ou seja, devido ao fato das operações entre entregas e utilizações se efetuarem em tempos diferentes, pode-se dizer que os estoques servem de reguladores, entre esses dois processos (LUBBEN, 1989). O armazenamento de materiais compreende dois tipos de custos: fixos e variáveis. Nos custos variáveis podemos considerar os custos de operação e manutenção dos equipamentos, manutenção dos estoques, materiais operacionais e instalações, obsolescência e deterioração e custos de perdas. Já nos custos fixos, equipamentos de armazenagem e manutenção, seguros, benefícios a funcionários e folha de pagamentos e utilização do imóvel e mobiliário (LEONI, 1996). Quando a empresa detém estoques desnecessários, ocorre um desaproveitamento de estoque, o que vai significar uma perda de espaço físico e perdas de investimento. Quando existe a compreensão que os estoques geram desperdícios e quando se identificam as razões que indicam a necessidade de estoques, o propósito é usá-las de uma forma eficiente (LUBBEN, 1989). Para Leoni (1996), em relação aos custos associados à gestão de estoques, estes podem ser separados em três áreas principais: Custos de manutenção de estoques; Custos de pedido e Custos de falta. Custos de manutenção de estoques são custos proporcionais à quantidade armazenada e ao tempo que ela fica em estoque. Um dos custos mais importante é o custo de oportunidade do capital, pois representa a perda de receitas por ter o capital investido em estoques e não tê-lo investido em outra atividade econômica. Uma visão comum é considerar o custo de manutenção de estoque de um produto como uma pequena parte do seu valor unitário (LEONI, 1996). Capítulo 1 Q Fundamentos da Gestão Financeira 27 Custo de pedido são custos referentes a uma nova encomenda, podendo esses custos ser tanto variáveis como fixos. Os custos fixos associados a um pedido são o envio da encomenda, receber essa mesma encomenda e a inspeção. O exemplo principal de custo variável é o preço por unidade de compra dos artigos encomendados (LEONI, 1996). Custos de falta são custos derivados de quando não existe estoque suficiente para atender a procura dos clientes em um dado período de tempo. Esses custos ocorrem com o pagamento de multas contratuais, perdas de venda, deterioração de imagem da empresa, perda de market share,e ativação de planos de contingência (LEONI, 1996). Para Lubben (1989), existem diversas classificações dos estoques. De acordo com a natureza dos produtos fabricados e da atividade da empresa, os estoques recebem diferentes denominações. Do ponto de vista do processo produtivo em uma empresa industrial, podemos ter: estoque de produtos em processo; de matéria-prima e materiais auxiliares; operacional e de produtos acabados. O estoque de produtos em processo baseia-se essencialmente em todos os artigos solicitados, necessários à fabricação ou á montagem do produto final, que se encontram nas várias fases de produção. No estoque de matéria-prima e materiais auxiliares encontramos materiais secundários, como componentes que iram integrar o produto final. São usualmente compostos por materiais brutos destinados à transformação. O estoque operacional é um tipo de estoque criado para evitar possíveis interrupções na produção por defeito ou danos de algum equipamento. É constituído por lubrificantes ou quaisquer materiais destinados à manutenção, substituição ou reparos tais como componentes ou peças sobressalentes. E por fim, o estoque de produtos acabados, que é composto pelo produto que teve seu processo de fabricação finalizado. Em empresas comerciais é chamado de estoque de mercadorias. Usualmente são materiais que se encontram em depósitos próprios para expedição. São formados por materiais ou produtos em condições de serem vendidos (LUBBEN, 1989). Fora do ciclo produtivo de uma empresa, temos também estoque de materiais administrativos, que é formado de materiais destinados ao desenvolvimento das atividades da empresa e utilizados nas áreas administrativas da mesma, tais como, impressos, papel, formulários, etc. E como suporte à operação da empresa, podemos também ter um estoque de segurança, que são as quantidades guardadas para assegurar o andamento do processo produtivo caso ocorram aumento na demanda do item por parte do processo ou atraso no abastecimento futuro (LUBBEN, 1989). Os estoques de segurança evitam que ocorram problemas inesperados em alguma fase produtiva interrompendo as atividades sucessivas de atendimento da demanda. A existência de estoques de segurança em uma fábrica evita que o processo produtivo pare em caso de uma avaria, alimentando as máquinas subseqüentes durante o reparo. São ainda utilizados para prevenir uma empresa de incertezas nas suas operações logísticas (LUBBEN, 1989). Gestão Financeira e Custos Q FURB / SAPIENCE 28 Quanto aos critérios de avaliação de estoques, podemos considerar três critérios usualmente utilizados, sendo eles: PEPS (primeiro a entrar, primeiro a sair); UEPS (último a entrar, primeiro a sair); Preço médio ponderado. PEPS No método PEPS, usamos o custo do lote mais antigo quando ocorre venda da mercadoria até que se esgotem as quantidades desse estoque. Em seguida, partimos para o segundo lote mais antigo e assim sucessivamente (GARCIA, 2006). Existem várias desvantagens nessa metodologia. Uma delas é que precisamos controlar vários lotes para identificarmos sempre o custo do mais antigo. Nesse caso o PEPS provocará um estoque com valor mais alto e um custo mais baixo, formando assim um lucro maior, fazendo com que a empresa pague mais impostos e mais dividendos (GARCIA, 2006). UEPS Já o UEPS funciona de forma muito parecida com o PEPS, apenas que utilizamos o preço do último lote comprado para custearmos as vendas (GARCIA, 2006). O UEPS possui também suas desvantagens em relação ao PEPS, pois mesmo que não se acabe de usar todo um lote, abandona-se este e começa-se a usar o último mais recente. Com isso precisamos controlar diversos lotes com saldos no qual usamos parcialmente os custos (GARCIA, 2006). Preço médio ponderado Essa técnica é muito fácil de ser usada, pois custo médio será sempre a divisão do saldo financeiro pelo saldo físico. A Média é a técnica indicada para a elaboração dos cálculos de custos pela contabilidade, mas não é recomendada para se usar na formação dos preços de vendas (GARCIA, 2006). Para a contabilidade de custos não existe outra saída, pois a Média nos dá um custo mediano, um lucro mediano e um estoque mediano, inclusive no Brasil é obrigatório também o custeio por absorção real onde todos os custos contábeis são agregados e rateados na produção do mês (GARCIA, 2006). Capítulo 1 Q Fundamentos da Gestão Financeira 29 Observe a aplicação dos três métodos citados, em uma mesma situação. TABELA 3 - Situação hipotética FONTE: Os autores TABELA 4 - PEPS FONTE: Os autores TABELA 5 - UEPS FONTE: Os autores Gestão Financeira e Custos Q FURB / SAPIENCE 30 TABELA 6 - MÉDIA FONTE: Os autores A gestão de estoques é o principal critério de avaliação de eficiência do sistema de administração de materiais. Abrange uma série de atividades, que vão desde a programação e planejamento das necessidades de materiais em estoque, até ao controle das quantidades adquiridas, para medir a sua localização, movimentação, utilização e armazenagem de modo a responder com regularidade aos clientes em relação a preços, quantidades, e prazos (LUBBEN, 1989). A programação e planejamento são as atividades relativas à definição dos modelos necessários para a utilização de técnicas estatísticas, aplicáveis às previsões de necessidades e à gestão de estoques da empresa, dentro de uma produção e programação de vendas antecipadamente estabelecidas. O controle é a etapa executiva responsável pela atualização e coleta dos dados de movimentação que voltam a alimentar o processo de administração de estoques, e que faz com que algumas decisões sejam tomadas em função de uma série de parâmetros anteriormente estabelecidos (GARCIA, 2006). Apesar da sua importância, extensão e complexidade, freqüentemente a gestão de estoques é negligenciada em muitas empresas, sendo considerada como uma questão não estratégica e limitada à tomada de decisões em níveis organizacionais mais baixos. Algumas empresas já perceberam como a gestão de estoques pode ser utilizada ao longo de toda a cadeia de suprimentos da qual fazem parte, e de todas as vantagens competitivas que isso pode vir a trazer, desfrutando assim destas vantagens (LUBBEN, 1989). A boa administração dos estoques é de vital importância para a saúde financeira das empresas, uma vez que grande parte do capital das empresas está nos materiais envolvidos na produção, sendo comum representarem 50% de todo o seu capital. Assim, reduções no montante estocado se traduz na liberação de grande volume do capital necessário ao andamento do negócio como um todo (LUBBEN, 1989). Como vimos, estoques são custos, porém custos e despesas não são sinônimos. Veja a seguir. Capítulo 1 Q Fundamentos da Gestão Financeira 31 1.2.9 Despesas Para a contabilidade, despesa é o dispêndio necessário para a obtenção de receita. As despesas são gastos que não se identificam com o processo de transformação ou produção de bens e produtos. Estão sempre relacionadas aos valores gastos com a estrutura administrativa e comercial da empresa tais como aluguel, salários e encargos, telefone, propaganda, impostos, comissões, dentre outros. Elas ainda são classificadas em fixas e variáveis, sendo as fixas aquelas cujo valor a ser pago não depende do volume, ou do valor das vendas, enquanto que as variáveis são aquelas cujo valor a ser pago está diretamente relacionado ao valor vendido (SÁ, 1990). Atenção: Custos diferente Despesas Custo é o gasto aplicado à produção de um bem. No comércio, aquisição de mercadorias. Na indústria, aquisição de matérias- primas, insumos e mão-de-obra. Despesas são os gastos usados para a obtenção de receitas não relacionadas diretamente no produto: aluguel, telefone, material de escritório, propaganda, comissões de vendedores, etc. No Brasil, as despesas de entidades privadas e com fins lucrativos aparecem na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), conforme as normas brasileiras de contabilidade, logo abaixo do lucro líquido operacional. As empresassem fins lucrativos lançam as despesas na demonstração do déficit/ superávit do exercício, as quais constituem os grupos de despesas com vendas, administrativas e financeiras, e também no grupo despesas não-operacionais, daquela demonstração. É importante salientar que, contabilmente, despesa não é igual a custo, uma vez que este último, como você identificará no item 1.2.5, é relacionado com o processo produtivo de bens ou serviços, enquanto que despesa diz respeito aos gastos com a manutenção das atividades da entidade. Com base do que já vimos até o momento, certamente você está habilitado a partir para o próximo passo de nosso estudo: As demonstrações financeiras. 1.3 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS Vamos perceber nesse item que demonstrações financeiras são representações estruturadas da posição financeira e do desempenho financeiro de uma determinada organização. Os seus objetivos se concentram em propiciar informações que orientem as tomadas de decisão, mostrando os resultados obtidos em determinados períodos. Gestão Financeira e Custos Q FURB / SAPIENCE 32 1.3.1 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é uma demonstração contábil dinâmica que tem por objetivo evidenciar a formação do resultado líquido em um exercício, por meio do confronto das receitas, custos e despesas, apuradas segundo o princípio contábil do regime de competência (SÁ, 1990). A DRE é estruturada da seguinte forma: Faturamento Bruto (-) IPI Faturado = Receita Operacional Bruta (Venda Bruta) Vendas de Mercadorias, Produtos ou Prestação de Serviços (-) Deduções e abatimentos Devoluções de vendas Descontos e abatimentos comerciais Vendas anuladas e canceladas Impostos sobre vendas = Receita Operacional Líquida (-) Custos das Mercadorias, Produtos ou Serviços Vendidos = Lucro Operacional Bruto (-) Despesas Operacionais Despesas com vendas / comerciais Despesas administrativas Encargos financeiros Outras despesas operacionais + Outras Receitas Operacionais Receitas de aluguéis, Dividendos recebidos, Ganhos em participações societárias, reversões de provisões (=) Resultado Operacional Líquido + Receitas Não Operacionais Vendas de permanentes, lucro apurado em coligadas e controladas pela equivalência patrimonial (-) Despesas não operacionais Custo dos Permanentes Vendidos, prejuízo apurado em coligadas e controladas, provisão para perdas prováveis em investimentos = Resultado do Exercício antes da Contribuição Social (-) Provisão para Contribuição Social = Resultado do Exercício antes do Imposto de Renda (não é necessariamente a base para o IR) (-) Provisão para o Imposto de Renda = Resultado do Exercício após o Imposto de Renda (-) Participações Debêntures Empregados Administradores Partes beneficiárias Contribuições para instituições ou Fundo de Assistência ou Previdência dos Empregados = Resultado Líquido do Exercício Lucro ou Prejuízo por Ação do Capital FIGURA 1 - Estrutura da DRE FONTE: BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as sociedades por ações. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/ L6404consol.htm>. Acesso em: 28 ago 2008. Alterada pela Lei 11.638/07 de 28 de dezembro de 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ _Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm>. Acesso em: 28 ago 2008. Capítulo 1 Q Fundamentos da Gestão Financeira 33 A demonstração do resultado do exercício oferece um resumo financeiro dos resultados operacionais e não operacionais de uma empresa em certo período. Embora sejam elaboradas anualmente para fins legais de divulgação, normalmente são feitas mensalmente para fins administrativos e trimestralmente para fins fiscais (HELFERT, 2000). Observe um exemplo com números. TABELA 7 - Exemplo de DRE FONTE: Os autores A DRE está intimamente ligada ao Balanço Patrimonial, porém dá posicionamentos diferentes de um mesmo período. Observe abaixo o que ocorre com as informações nessa ferramenta de demonstração financeira. 1.3.2 Balanço Patrimonial Partimos da idéia de uma balança de dois pratos, onde sempre encontramos a igualdade. Mas em vez de se denominar balança, denomina-se Gestão Financeira e Custos Q FURB / SAPIENCE 34 balanço. Já o termo patrimonial tem origem no patrimônio da empresa, ou seja, o conjunto de bens, direitos e obrigações. Juntando os dois conceitos temos o balanço patrimonial, equilíbrio do patrimônio, ou igualdade patrimonial, que evidencia a situação patrimonial da empresa em determinada data (PADOVEZE, 2004). O balanço é uma demonstração contábil que tem por finalidade apresentar a posição contábil, financeira e economica de uma empresa em determinada data, representando uma posição estática (situação do patrimônio em determinada data) (SÁ, 1990). Saiba Mais A palavra balanço vem do equilíbrio ou da igualdade expresso nas seguintes fórmulas contábeis: z Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido z Aplicações = Origens. Confira mais no site do SEBRAE acessando o link abaixo: http://www.sebrae.com.br/momento/quero-abrir-um-negocio/ planeje-sua-empresa/administracao/1114/BIA_1114/integra_bia O Balanço apresenta os Ativos (bens e direitos) e Passivos (obrigações) e o Patrimônio Líquido, que é resultante da diferença entre o total de ativos e passivos. É a demonstração contábil que evidencia, resumidamente, o patrimônio da empresa, quantitativa e qualitativamente (PADOVEZE, 2004). As contas do Ativo sujeitas à depreciação, à amortização, à exaustão e à provisão para créditos de liquidação duvidosa e outras provisões aparecerão, no Balanço Patrimonial, deduzidas das respectivas depreciações, amortizações, exaustões ou provisões para créditos de liquidação duvidosa e outras provisões (PADOVEZE, 2004). Atenção Na contabilidade, o ativo circulante é uma referência aos bens e direitos que podem ser convertidos em dinheiro em curto prazo. São ativos que podem ser considerados como circulantes: dinheiro em caixa, conta movimento em banco, aplicações financeiras, contas a receber, estoques, despesas antecipadas, numerário em caixa, depósito bancário, mercadorias, matérias-primas e títulos (PADOVEZE, 2004). O ativo circulante é aquele que irá se cumprir até o exercício social seguinte e é equivalente ao capital de giro. O Capital de giro ou Capital Circulante Líquido é a diferença do Ativo Circulante do Passivo Circulante, conforme a Capítulo 1 Q Fundamentos da Gestão Financeira 35 terminologia do DOAR ( Demonstração de origens e aplicações de recursos) dada pela Lei Federal Brasileira 6.404/76. Esta era obrigatória para as companhias de capital aberto e para as de capital fechado que apresentassem na data do balanço patrimonial, um patrimônio líquido superior a R$ 1.000.000,00 (atualizado pela Lei no 9.457/97). A DOAR indica as modificações na posição financeira da companhia. E a partir de janeiro de 2008, a DOAR foi substituida pelo DFC (Demonstração de Fluxo de Caixa) de 2007. Ativo realizável a longo prazo é representado por um conjunto de bens e direitos que irão realizar-se após 360 dias da data da publicação do balanço a que faz parte. Exemplos: impostos a recuperar, contratos de mútuo valor, empréstimos a sócios ou diretores (direitos a receber que, mesmo pressuponto recebimento a curto prazo, devem ser classificados no realizável a longo prazo). Tal fato ocorre por que a empresa não vai acionar seu diretor se este não pagar na data combinada. Entram também no ativo realizável a longo prazo os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia (PADOVEZE, 2004). Passivo circulante são as obrigações que normalmente são pagas dentro de um ano tais como contas a pagar, dívidas com fornecedores de mercadorias ou matérias-prima, impostos a recolher, empréstimos bancários com vencimentonos próximos 360 dias, provisões para despesas incorridas, geradas, ainda não pagas, porém reconhecidas pela empresa tais como imposto de renda, férias, 13° salário, dentre outros (PADOVEZE, 2004). São considerados exemplos de passivo circulante: z Fornecedores (duplicatas a pagar) z Encargos sociais a pagar z Empréstimos bancários z Salários a pagar z Títulos a pagar z Impostos a pagar Passivo exigível a longo prazo são as dívidas de uma empresa que serão liquidadas com prazo superior a um ano, tais como financiamentos e títulos a pagar, dentre outros. Trata-se das obrigações com terceiros, como duplicatas a pagar, notas promissórias a pagar, fornecedores, impostos a recolher, contas a pagar, títulos a pagar, contribuições a recolher e outras, que terão seu vencimento 360 dias após a data da publicação do balanço de que fazem parte (SÁ, 1990). Patrimônio líquido representa os valores que os sócios ou acionistas têm na empresa em um determinado momento. No balanço patrimonial, a diferença entre o valor dos ativos e dos passivos e resultado de exercícios futuros representa o Patrimônio Líquido (PL), que é o valor contábil devido pela pessoa jurídica aos sócios ou acionistas, baseado no princípio da entidade (SÁ, 1990). A seguir temos um modelo mais completo de Balanço Patrimonial: Gestão Financeira e Custos Q FURB / SAPIENCE 36 QUADRO 3 - Estrutura do Balanço Patrimonial FONTE: Os autores Capítulo 1 Q Fundamentos da Gestão Financeira 37 Observe como se comportam os números aplicados ao modelo exposto: TABELA 8 - Exemplo de Balanço Patrimonial FONTE: Os autores Gestão Financeira e Custos Q FURB / SAPIENCE 38 Visto a Demonstração do Resultado do Exercício e a Balanço Patrimonial, nos resta o fluxo de caixa, que trata-se de outra ferramenta de demonstração financeira. Veja a seguir. 1.3.4 Fluxo de Caixa O fluxo de caixa é uma ferramenta desenvolvida para a execução do planejamento e do controle financeiro a curto, médio e longo prazo da Empresa. Ele não indica apenas o total de dinheiro em caixa necessário para a manutenção das operações da empresa, mas também, o período em que serão obtidos e/ou desembolsados. Além disso, o fluxo de caixa serve como um ponto de referência em relação a qual os valores realizados podem ser comparados (CAVALHEIRO, 1989). Defasagens significativas podem indicar que os programas da empresa não estão correndo segundo o planejado, mostrando que deverão ser tomadas medidas corretivas e/ou saneadoras. Estas defasagens podem informar que os programas da empresa tornaram-se irreais em vista da ocorrência de acontecimentos imprevistos e incontroláveis (DAMODARAN, 1997). O fluxo não é nada mais que um plano escrito, expresso em termos de unidades monetárias. Trata-se de uma ótima ferramenta para auxiliar o administrador de determinada empresa nas tomadas de decisões. É através deste demonstrativo que os custos fixos e variáveis são evidenciados, permitindo- se desta forma um controle efetivo sobre determinadas questões empresariais (DAMODARAN, 1997). Para Pensar O fluxo de caixa pode ser utilizado também por pessoas físicas que tenham interesse em uma organização financeira pessoal mais eficiente? O fluxo de caixa poderá ser elaborado com relativa precisão e ter em vista várias finalidades. A principal será indicar as necessidades de dinheiro para atendimento dos compromissos que a empresa costuma ter com prazos certos para serem saldados. Observe o modelo de fluxo de caixa que é apresentado a seguir. Capítulo 1 Q Fundamentos da Gestão Financeira 39 TABELA 9 - Modelo de Fluxo de Caixa FONTE: Os autores Vantagens do Fluxo de Caixa O fluxo de caixa também pode ser uma ferramenta de uso pessoal. Pessoas físicas que tenham interesse em uma organização financeira pessoal mais eficiente podem fazer uso dessas técnicas. Inclusive, existem hoje no mercado diferentes tipos de ferramentas que têm por objetivo facilitar a confecção do fluxo de caixa pessoal. Segundo Damodaran (1997), as principais vantagens do uso de um fluxo de caixa são: z demonstrar ao gestor financeiro o momento exato para as retiradas de caixa, sem acarretar problemas financeiros para a empresa; z propiciar ao gestor financeiro meios de pôr em funcionamento suas disponibilidades de caixa de maneira racional e lucrativa, sem comprometer a liquidez da empresa; Gestão Financeira e Custos Q FURB / SAPIENCE 40 z projetar as necessidades financeiras futuras, permitindo que se busquem alternativas de suprimento de caixa mais rápidas e em tempo hábil quando se fizer necessário; z destacar os pontos negativos e os pontos positivos, antecipando ao gestor financeiro a atitude, em termos, das medidas cabíveis para cada situação projetada para a empresa; z auxiliar na verificação dos períodos em que a empresa terá excedentes de caixa, estimar os valores dos saldos de caixa e os períodos em que eles irão ocorrer; z permitir a escolha de alternativas mais eficazes para suprir eventuais faltas de saldo de caixa, visto que o fluxo estabelece os objetivos e as metas a atingir pela empresa. Ainda segundo o mesmo autor, as principais desvantagens do uso de um fluxo de caixa são: z quanto ao planejamento - os erros cometidos pelo gestor financeiro vinculam-se às estimativas do fluxo de caixa que, por sua vez, dependem da exatidão das projeções de vendas que lhe servirão de base para todo o sistema orçamentário global; z apresentará restrições por parte de alguns grupos da empresa quanto a mudanças de planejamento e de controles orçamentários; z poderá haver um imediatismo por parte do gestor financeiro ou de algumas pessoas na obtenção dos resultados, através da utilização do fluxo de caixa; z haverá sempre a necessidade de comparar os resultados apurados com os projetados pela empresa, visando o melhor planejamento de ingressos e de desembolsos de caixas futuros; z as instabilidades do mercado poderão prejudicar o desempenho do fluxo de caixa da empresa, em função das variações nas atividades econômico- financeiras para o período projetado. A projeção do fluxo de caixa consiste em uma importante e fiel ferramenta para se apurar o lucro real obtido no período e a falta deste, que deve ser suprido pelo capital de giro, assim como descrito no próximo item. 1.4 CAPITAL DE GIRO Agora vamos começar a tratar das finanças a curto prazo, que tem como preocupação principal a análise das decisões que afetam os ativos e passivos circulantes. Nesse contexto, observa-se que, com certa freqüência, a expressão capital de giro é associada à tomada de decisões financeiras a curto prazo. Capítulo 1 Q Fundamentos da Gestão Financeira 41 Saiba Mais De acordo com a Lei das S/A's (Lei 6.404 de 15/12/1976, em seus artigos 179 e 180), o curto prazo é delimitado por um período igual ao de um exercício social, que normalmente é de um ano. Na prática, as decisões financeiras tipicamente de curto prazo envolvem entradas e saídas de caixa que ocorrem no prazo de um ano ou menos; tais como encomendas de matéria prima, pagamentos à vista ou descontos na venda de produtos acabados. Confira acessando o site abaixo: http://www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/42/1976/6404.htm Obs: Em 28 de dezembro de 2007, foi publicada a Lei 11.638/07 que altera a Lei 6.404/76. Confira as mudanças no site abaixo: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/ L11638.htm Uma boa parte dos fundos de uma empresa destina-se ao que chamamos de capital de giro, ativos circulantes ou ativos correntes. Em geral, estes ativos compreendem os saldos mantidos pela empresa nas contas disponibilidades, investimentos temporários, contas a receber e estoques (matérias primas, mercadorias para venda, produção em andamento e produtos acabados). A soma destes saldos, em qualquer momento, representa o montante investido pela empresa nestes itens. Vamos determinar, a seguir, como se apura a necessidade de levantar ou aprovisionar recursos para o capital de giro nas finanças das empresas. 1.4.1Necessidade de Capital de Giro Capital de giro é o conjunto de valores necessários para a empresa fazer seus negócios acontecerem. Em geral, boa parte do total dos ativos de uma empresa são destinados a este capital. Além de sua participação sobre o total dos ativos da empresa, o capital de giro exige um esforço para ser administrado pelo gestor financeiro maior do que aquele requerido pelo capital fixo (SÁ, 1990). Atenção O capital de giro precisa ser monitorado constantemente, pois sofre o impacto das diversas mudanças econômicas enfrentadas pela empresa. As dificuldades relativas ao capital de giro numa empresa são originadas pela ocorrência dos seguintes fatores: z Redução das vendas; z Crescimento da inadimplência; z Aumento das despesas financeiras; z Aumento dos custos. Gestão Financeira e Custos Q FURB / SAPIENCE 42 A necessidade de capital de giro surge em função do ciclo financeiro da empresa (que será explicado no item 1.4.3). Quando o ciclo financeiro é longo, a necessidade de capital de giro é maior e vice-versa. Assim, a redução do ciclo de caixa - em resumo, significa receber mais cedo e pagar mais tarde - deve ser uma meta da administração financeira. Entretanto, a redução do ciclo de caixa requer a adoção de medidas de natureza operacional, envolvendo o encurtamento dos prazos de estocagem, produção, operação e vendas. O cálculo através do ciclo financeiro (desenvolvido no item 1.4.3) possibilita mais facilmente prever a necessidade de capital de giro em função de uma alteração nas políticas de prazos médios ou no volume de vendas. Através do saldo das contas no Balanço Patrimonial, pode-se determinar a necessidade de capital de giro da seguinte forma: NCG = Contas a Receber + Estoque - Contas a Pagar. Dessa forma, podemos determinar o valor necessário para que as operações financeiras da empresa mantenham-se com um status de saudável. Porém, é muito importante a conciliação do fluxo de caixa, visto anteriormente, para determinarmos também os períodos em que será necessário cada montante do capital de giro apurado como necessário. Se não obtivermos o valor necessário para o capital de giro, nos resta crer que esta organização, ao invés de necessitar de recursos para fechar seu período, está com recursos extras, além do necessário. Trata-se de uma situação bastante saudável e confortável. A esta situação, dá-se o nome de saldo de tesouraria. 1.4.2 Saldo de Tesouraria Tesouraria é o setor de uma organização encarregado da contabilidade e do armazenamento do dinheiro - caixa (SÁ, 1990). O saldo de tesouraria é obtido pela diferença entre o ativo financeiro e o passivo financeiro: T = Ativo Financeiro – Passivo Financeiro, Você também pode determinar pelo valor residual decorrente da diferença entre o Capital de Giro e a necessidade de capital de giro, da seguinte forma: T = CDG – NCG Ou seja, trata-se da diferença entre o valor que se tem em caixa e o valor que é necessário para saldar as obrigações no período. Quando positivo é sinal que existe dinheiro sobrando no caixa, que pode ser investido na produção, algum ativo financeiro, ou até mesmo financiar um prazo maior aos clientes. Quando negativo, observa-se a evidência de que não há dinheiro suficiente para o cumprimento das obrigações, levando as organizações a buscar soluções para esse fechamento, que comumente se dá em buscar dinheiro no mercado financeiro, através de empréstimos ou venda de capital. Um saldo positivo de tesouraria representa uma reserva financeira da empresa para fazer frente a eventuais expansões da necessidade de Capítulo 1 Q Fundamentos da Gestão Financeira 43 investimento operacional em giro, principalmente aquelas de natureza sazonal. A condição fundamental para que a empresa esteja em equilíbrio financeiro é que seu saldo de tesouraria seja positivo. Tanto situações de necessidade de capital de giro quanto em que ocorrem saldo de tesouraria, podem ser visualizadas nos ciclos empresariais: operacional e financeiro. Veja a seguir do que se trata. 1.4.3 Ciclo Operacional e Ciclo Financeiro Podemos dizer que os ativos correntes constituem o capital de empresa que circula até transformar-se novamente em dinheiro, dentro de um ciclo de operações. Nota-se assim que o curto prazo, como duração desse ciclo de operações, na verdade varia conforme a natureza das operações da empresa, e se resume ao tempo exigido para que uma aplicação de dinheiro em insumos variáveis gire inteiramente, desde a compra de matéria prima e o pagamento de funcionários, até o recebimento correspondente à venda do produto ou serviço (MATIAS, 2007). A figura abaixo representa graficamente o ciclo operacional de uma empresa. Caixa Estoque de Matéria Prima Estoque de Produtos Acabados Duplicatas a Receber >>>>> >>>>> >>>>> Compra de Matéria Prima Produção Vendas à prazo Vendas à vista W W FIGURA 2 - Ciclo Operacional FONTE: Os autores Observe que existe certa dificuldade em visualizar uma empresa real em funcionamento e examinar o processo pelo qual as etapas são vencidas nesse ciclo, principalmente quando se considera que uma empresa certamente terá vários ciclos em andamento, simultaneamente e em etapas distintas a cada momento. Atenção As empresas mantêm capital de giro para sustentar um dado volume de operações. Os investimentos que ela faz, em cada item, dependem da natureza das operações às quais a empresa se dedica e das peculiaridades do setor em que ela atua. Gestão Financeira e Custos Q FURB / SAPIENCE 44 Vamos distinguir o Ciclo Operacional do Ciclo Financeiro (ou de caixa). Suponha o seguinte exemplo: num certo dia (data zero) você adquire mercadorias no valor de R$ 100.000,00 a serem pagos em 30 dias. Após 60 dias desta compra, você vende estas mercadorias por R$ 120.000,00 para pagamento num prazo de 45 dias. Cronologicamente, estes eventos podem ser resumidos conforme quadro a seguir: TABELA 10 - Cronologia de Eventos Compra de Mercadorias Evento Pagamento da Compra Venda da Mercadoria a prazo Recebimento da venda 0 30 60 105 Dia Caixa (R$ 100.000,00) R$ 140.000,00 FONTE: Os autores A primeira observação pertinente é que o ciclo completo, desde o momento da compra até o recebimento de caixa levou 105 dias. Denominamos este período de Ciclo Operacional. O seja, o ciclo operacional é o período que vai desde a compra da mercadoria até seu recebimento. Observe ainda que este ciclo possui dois componentes distintos. A primeira parte é o tempo que leva para comprar e vender a mercadoria, denominado de Prazo de estocagem, representado por 60 dias no exemplo acima. A segunda parte é o tempo necessário para receber a venda, denominado de Período de Contas a Receber, representado por 45 dias no caso do exemplo. Desta forma, temos: Ciclo Operacional = Prazo de Estocagem + Prazo de Recebimento de Vendas Onde, período de Estocagem representa o período entre a compra e a venda da mercadoria; e Prazo de Recebimento de Vendas é determinado pelo intervalo entre a venda da mercadoria e o recebimento da venda. Assim: Ciclo Operacional = 60 dias + 45 dias = 105 dias. Outra observação pertinente sobre o exemplo é que os fluxos de caixa e os outros eventos não estão sincronizados. Note que nada se pagou pelo estoque até 30 dias após a compra. A este prazo denominamos Prazo de Contas a Pagar: período entre o recebimento do estoque e seu pagamento. Houve então um desembolso de R$100.000,00 no dia 30 e, no entanto, não houve qualquer recebimento até o dia 105, o que evidencia a necessidade de financiamento dos R$100.000,00 por 75 dias (105 – 30). A este período denominamos Ciclo Financeiro, representando o número de dias transcorridos desde o pagamento do estoque até o recebimento da venda. Capítulo 1 Q Fundamentos da Gestão Financeira 45 Com base nestas definições, temos então que o Ciclo Financeiro que pode ser calculado como a diferença entre o Ciclo Operacional e o Prazo de Contas a Pagar Ciclo de Caixa = Ciclo operacional – Prazo de contas a pagar
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