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História da Farmácia no Brasil Profª Tania Planzo Aula 01 Origem dos termos Físicos, unguentários e mascates: eram profissionais que comercializavam preparações com fins curativos. Sua atividade era, em geral, ambulante. Botica: caixa de madeira e folha de flandres que continha as drogas medicinais para comércio ambulante. Mais tarde designou o estabelecimento comercial de ervas medicinais, unguentos, xaropes, produtos para cura em geral. Histórico Desde o descobrimento do Brasil usou-se o termo Botica e Boticário; O termo farmácia e farmacêutico surge no início do Século XIX, para denominar o local de fornecimento e o profissional do medicamento; Palavra derivada do grego Pharmakon, palavra que significava remédio, veneno e amuleto mágico; Desde a pré-história os povos tinham conhecimentos de plantas medicinais e sistemas terapêuticos que combinavam elementos empíricos, racionais, religiosos e mágicos. Existem documentos da Mesopotâmia (4.000 AC), do Egito (4.300 AC), dos hebreus, chineses, indianos (3.250 AC), gregos, etc. que registram a utilização de preparados a base de plantas, substâncias de origem mineral e animal para cura e alívio dos sintomas de doenças Pouco antes do descobrimento do Brasil, em Portugal, foi editada a “Carta dos Privilégios” que estabelece que os boticários têm os mesmos direitos, graças, isenções e privilégios dados aos “doutores phisicos”. Os boticários eram considerados “homens de ciência” e não apenas comerciantes. 1521 – necessidade de aprovação, concessão de licença para instalar boticas, que eram inspecionadas, para fixação de preços e obtenção de licença para fabricação de remédios. No Brasil, para os indígenas, a assistência aos doentes era reservada ao intermediário entre homens e deuses, o que lhe concedia o poder e o dom de curar (Pagés e feiticeiros). Devia ser capaz de usar plantas medicinais para curar, exorcizar os maus espíritos, tirar encantamentos, fazer poções mágicas e oferendas, e confeccionar amuletos. 1548 – Tomé de Souza chega ao Brasil trazendo o Boticário Diego de Castro, líder do primeiro corpo sanitário da Colônia; 1553 – devido aos saques piratas aos navios, começa a produção de remédios pelos Jesuítas nos colégios de Piratininga e Salvador; José de Anchieta é considerado o primeiro boticário de Piratininga(SP) que preparava substâncias medicinais e foi o primeiro a descrever espécies vegetais nativas; 1810 – regulamentação do exercício da medicina e da farmácia; As boticas eram inspecionadas e recebiam certidões conforme a exatidão dos pesos, asseio e qualidade dos produtos; As fórmulas eram secretas; 1832 – criação dos primeiros cursos de Farmácia, vinculados às faculdades de Medicina, em Salvador e Rio de Janeiro; 1839 – criação do primeiro curso autônomo de Farmácia em Vila Rica, hoje Ouro Preto; Início do Séc. XIX - começa a utilização da denominação ‘Farmácia e Farmacêutico’; Os boticários continuam a existir e a exercer o ofício sem cursar farmácia; Recebiam o alvará pela reconhecida “arte e competência”; 1851 - decreto imperial que cria a Junta de Saúde Pública e a exigência de diploma para dirigir farmácia e adoção da Farmacopéia Francesa; 1926 – publicação da I Farmacopéia Brasileira por Rodolfo Albino; 1931 – Decreto 19.606, regula o exercício da profissão de farmacêutico e estabelece as suas competências em: Preparação de medicamentos; Análises clínicas; Função de químico, bromatologista, biologista e legista; Estabelece normas para atividade de drogaria e vendas no atacado; Normas para importação e exportação de medicamentos; Obrigações e responsabilidade técnica; 1931 – Decreto 20.877, concede a leigos a permissão para o exercício de atribuições próprias do farmacêutico; Oficializa-se a figura do “Prático”; O declínio do prestígio do farmacêutico coincide com o crescimento da produção da indústria farmacêutica, depois da II Guerra Mundial; A indústria faz medicamentos que o farmacêutico não pode. A produção em grande escala diminui o custo e facilita o controle de qualidade; A indústria promove maciçamento os seus produtos a prescritores e vendedores no varejo; A propaganda cria necessidades e concepções a respeito do valor científico da tecnologia embutida nos novos medicamentos e da inevitabilidade do seu uso, “Medicalização da saúde”; Dédada de 40, 50 e 60 – consolidação da indústria farmacêutica e da panacéia dos medicamentos; Década de 60 – começam a ser verificados e notificados efeitos adversos graves por utilização de medicamentos; Cloranfenicol e anemia aplástica, Talidomida e focomelia, mortes relacionadas ao uso de anestésicos; Surgimento da Farmácia Clínica – seguimento farmacoterapêutico nos hospitais; Agência reguladora americana, FDA, financia programa de coleta e notificação de Reações Adversas a Medicamentos; EUA e outros países, com apoio da OMS iniciam programas de Farmacovigilância; 1960 – Lei 3.820 cria os Conselhos Federais e regionais de Farmácia, com finalidade de zelar pelo exercício profissional de acordo com a ética; Décadas de 70 e 80 – OMS e FIP reafirmam a importância do farmacêutico como educador em saúde e seu papel imprescindível como orientador do uso racional de medicamentos; Realização de grandes conferências para reafirmação e redefinição do papel do papel do farmacêutico na equipe de saúde; Resgate do papel do farmacêutico e surgimento da Atenção Farmacêutica (Pharmaceutical care), no EUA; 1973 – Lei 5.991 estabelece as normas para funcionamento de farmácias e drogarias: Farmácia: estabelecimento de manipulação de fórmulas magistrais e oficinais, de comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, de dispensação e atendimento privativo; Drogaria: estabelecimento de dispensação e comércio de drogas, medicamentos e correlatos em suas embalagens originais; Ervanaria: estabelecimento que realiza a dispensação de plantas medicinais; Distribuidora – empresa atacadista de drogas, produtos e insumos farmacêuticos que comercializam e distribuem produtos a farmácias e drogarias e são obrigadas a ter farmacêutico por ser atividade de relevância para a saúde e proteção do consumidor; O papel do farmacêutico na farmácia (OMS, FIP, Tóquio, 1993) Preparar e dispensar medicamentos; Informar o paciente sobre a utilização correta dos produtos farmacêuticos; Contribuir para o uso e a prescrição racional; Acompanhar e avaliar a utilização de produtos farmacêuticos; Aconselhar sobre o uso de produtos não prescritos; Participar em programas de educação e promoção da saúde; Estimular hábitos saudáveis de vida e de higiene; Educar a população para a prevenção de doenças; Integrar e colaborar com a equipe de saúde;
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