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Coisa Julgada e Recisória

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Direito Processual Civil 
 
Profª Elisângela Ap. Medeiros 
 elisângelamedeirosadv@gmail.com 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO PROCESSUAL 
CIVIL 
 
Material Complementar 
 
 
Processo Civil II 
6º Período 
 
 COISA JULGADA: ART. 467 a 475 CPC/73 
ART. 502 A 508 CPC/15 
 
 
AÇÃO RESCISÓRIA ART. 485 a 495 CPC/73 
ART. 966 a 975 CPC/15 
 
 
 
 
Direito Processual Civil 
 
Profª Elisângela Ap. Medeiros 
 elisângelamedeirosadv@gmail.com 
 
 
 
 
COISA JULGADA 
. Efeitos da coisa julgada 
a) Efeito negativo: impede nova decisão sobre aquilo que já haja sido decidido. 
 
b) Efeito positivo: ocorre quando a propositura de uma demanda for baseada, fundamentada na 
coisa julgada, que será utilizada como causa de pedir de outra demanda. O juiz da segunda 
demanda deverá levar em conta a coisa julgada. Ex.: ação de alimentos fundamentada na coisa 
julgada produzida em ação investigatória de paternidade. 
 
c) Efeito preclusivo ou eficácia preclusiva: a coisa julgada torna preclusa a possibilidade de se 
alegar qualquer coisa que poderia ter sido alegada para o acolhimento ou rejeição do pedido, mas 
não o foi (“o que era possível deduzir e não foi deduzido considera-se deduzido e repelido”). 
 
. Coisa julgada e relações jurídicas continuativas 
 
São relações jurídicas continuativas aquelas que se prolongam no tempo, como as relações de 
família, locatícias, tributárias e previdenciárias. A sentença que envolva esse tipo de relação faz 
coisa julgada normalmente, sendo erro crasso defender o contrário com o fundamento de que a 
decisão poderá ser revista em caso de mudança dos fatos. 
 
Com a alteração dos fatos, é gerada uma nova situação, se impondo uma nova decisão que por 
sua vez produzirá nova coisa julgada. Tanto há coisa julgada que, não se demonstrado a nova 
situação, a sentença não será revista. 
 
A coisa julgada nestas relações recebe a denominação de “coisa julgada rebus sic stantibus”. 
Ex.: ação de alimentos, ação de guarda. Em tal sentido temos a súmula 239 do STF: “Decisão 
que declara indevida a cobrança do imposto em determinado exercício não faz coisa julgada em 
relação aos posteriores”. 
 
. 
 
 
 Limites objetivos da coisa julgada 
 
É o que se torna indiscutível pela coisa julgada. É o dispositivo, o comando jurídico, o conteúdo 
da norma jurídica individualizada. Assim, aquilo que foi decidido na fundamentação não fica 
indiscutível pela coisa julgada. Logo, não faz coisa julgada: 
 
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 a análise das provas não faz coisa julgada; 
 
 a questão prejudicial decida incidentalmente também não faz coisa julgada (neste último 
caso – salvo se houver pedido de declaração da prejudicial); 
 
 a “ratio decidendi” que também está na fundamentação também não se torna indiscutível 
pela coisa julgada. 
 
.Limite subjetivo da coisa julgada 
 
É o que responde quem são os sujeitos que se submetem a coisa julgada. Há três modelos de 
limitação subjetiva da coisa julgada. A coisa julgada vai operar de uma entre três maneiras. 
Vejamos: 
 
 1. Inter partes (regra do nosso sistema - art. 472, do CPC/ art. 506 CPC/15), ou seja, 
apenas vincula aqueles que participaram do processo, não prejudicando ou beneficiando 
terceiros. 
 Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando terceiros. 
 
 2. Ultra partes, quando excepcionalmente vincular ou atingir terceiros. Exemplos: 
1. Aquela oriunda de um processo conduzido por substituto processual, caso em que atingirá 
o substituído; 
2. Atinge o adquirente de coisa litigiosa; 
3. Coisa julgada coletiva em ACP que versa sobre direitos coletivos – art. 103, II, CDC. 
 
 3. Erga omnes, sendo aquela que vincula a todos. Exemplos: 
1. ADI; 
2. ADC; 
3. ADPF; 
4. ACP para direitos DIFUSOS. 
 
 
Modo de produção (quando haverá coisa julgada) 
 
Pode ocorrer de três formas, a saber: 
 
 Pro et contra, ou seja, poderá acontecer qualquer que seja o resultado da causa (favorável 
ou desfavorável ao autor). Trata-se da regra adotada no nosso sistema; 
 
 Secundum eventum litis, depende do julgamento, ao contrário da anterior. Só ocorre 
segundo um determinado resultado. Vai depende do resultado. No processo civil 
praticamente inexiste, mas sim no processo penal, como, no caso da coisa julgada penal 
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condenatória, que poderá ser revista a qualquer tempo). Obs.: no caso do art. 103, CDC – 
só se estende se for procedente, porém não se trata de exemplo de produção da coisa 
julgada secundum eventum litis. A coisa julgada aqui existe, mas só poderá ser utiliza se 
for procedente. O segundo eventum litis não se refere à coisa julgada, mas sim a extensão 
da coisa coletiva ao plano individual; e 
 
 Secundum eventum probationis, isto é, se a decisão for de improcedência por falta de 
provas não haverá coisa julgada, ou seja, apenas haverá coisa julgada se houver 
exaurimento da prova. Este último regime é hoje muito prestigiado, como se verifica nas 
ações coletivas (Ação Popular) e na lei do Mandado de Segurança (se o juiz concluir que 
não foi provado o alegado será possível interposição da ação ordinária). Indaga-se: pode 
haver coisa julgada na improcedência do MS? Sim, desde que o pedido seja julgado 
improcedente em razão da inexistência do direito. Outro exemplo é o da coisa julgada na 
ação coletiva que verse sobre direitos difusos e coletivos. 
 
. Instrumentos de revisão da coisa julgada 
 
a) Ação rescisória (art. 966, do CPC): se caracteriza por se tratar de uma ação que permite a 
revisão da coisa julgada num prazo de 02 anos por razões formais e substanciais (de justiça). 
Assim, apesar do exíguo prazo para sua propositura, seu conteúdo é bastante amplo. 
 
b) Querela Nullitatis se caracteriza por não se sujeitar a prazo e por apenas poder ser proposta 
por questões formais (em geral vícios na citação – ex: sentença proferida em face de pessoa não 
citada). 
 
c) Correção de erro material (art. 463 CPC/73 - ART. 494 CPC/15): pode se dar a qualquer 
tempo, e até mesmo ex officio (erro de cálculo, erro gráfico, erro ortográfico, etc.). 
 
d) Revisão de decisão fundada em lei, ato normativo ou interpretação tida pelo STF como 
inconstitucionais: esta hipótese é uma forma de revisão da coisa julgada na execução prevista no 
CPC, nos arts. 475, l, §1º e 741, parágrafo único. OBS: isso é matéria do intensivo II. Trata-se de 
espécie de defesa do executado. OBS2: cita que tal instituto foi manifestação do STF (Celso de 
Melo entendeu que é inconstitucional) – ACOMPANHAR SITE STF. 
 
 
. Relativização da coisa julgada 
 
Teoria que prega a insuficiência dos meios supracitados para rever a coisa, para tal teoria é 
necessário relativizar ainda mais a coisa julgada. Frisa que a denominação correta seria Teoria da 
relativização atípica (pois a coisa julgada já relativizada por meios típicos). 
 
O movimento doutrinário de relativização da coisa julgada pretende a revisão atípica da coisa 
julgada, ou seja, que ela seja revista por outros instrumentos além daqueles acima estudados, 
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tendo em vista que a injustiça manifesta não pode prevalecer, devendo ser passível de revisão a 
qualquer tempo, bem como nos casos de manifesta inconstitucionalidade, manifesta 
irrazoabilidade. São adeptos desta concepção: Cândido Dinamarco e Humberto Theodoro Junior.  
 
Esse posicionamento tem justificado, por exemplo, a renovação da discussão acerca da 
paternidade; a diminuição de valores astronômicos fixados em desapropriações; etc. Esta teoria 
tende a aniquilar a coisa julgada, além de não garantir que a segunda decisão proferida também 
seja injusta. 
 
 São expoentes de um contra movimento: Nelson Nery, Olvídio Baptista, Marinone, 
Barbosa Moreira.  
 
Assim, na doutrina prevalece o entendimento de que a coisa julgada apenas poderia ser revista 
por meios típicos, entretanto, o STJ possui inúmeras decisões relativizando atipicamente a coisa 
julgada (como nos casos da ação de paternidade – quando exame de DNA demonstrar o contrário 
do que o juiz dissera). 
 
Aliás, tal teoria não só repercutiu no STJ, mas também na seara legislativa, pois aquele quarto 
instrumento de revisão (que é instrumento típico de revisão da coisa julgada) já é produto do 
momento a favor de se relativizar ainda mais a coisa julgada. 
 
 
 
AÇÃO RESCISÓRIA ART. 485 a 495 CPC 
 
ART. 966 a 975 CPC 
 
O principal instrumento de revisão da coisa julgada é a Ação Rescisória. Ela é um instrumento 
de revisão da coisa julgada que tem uma característica muito marcante: a Rescisória permite a 
revisão da coisa julgada por questões formais (tem defeito, é inválida) e por questões de justiça 
(a decisão é injusta). 
Isso dá uma peculiaridade à Rescisória. 
 
1. Conceitos: 
A Rescisória é a ação autônoma de impugnação que tem por objetivo rescindir decisão judicial 
transitada em julgado e, eventualmente, dar ensejo a um novo julgamento da causa. 
 
Mas o pedido de julgamento na Rescisória nem sempre ocorre. 
 
O Tribunal fará o juízo de rescisão e o juízo de re-julgamento. 
Iudicium rescindens Iudicium rescissorium 
 
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“Chama-se rescisória à ação por meio da qual se pede a desconstituição de sentença transitada 
em julgado, com eventual julgamento, a seguir, da matéria nela julgada” (Barbosa Moreira). 
 
2 – Noções Gerais: 
- a sentença pode ser atacada por dois remédios processuais distintos: pelos recursos e pela ação 
rescisória. 
- os recursos só são cabíveis enquanto não for verificado o transito em julgado da sentença, 
operada a coisa julgada, a sentença não pode mais ser modificada por recursos. 
- mas a sentença pode conter vício ou uma nulidade, nesse caso o ordenamento jurídico prevê a 
utilização da ação rescisória. “Quando a sentença é nula, por uma das razoes qualificas em lei, 
concede-se ao interessado ação para pleitear a declaração de nulidade” (Pedro Batista Martins). 
 
3. Prazo: 2 anos do trânsito em julgado 
3.2 Posicionamento Majoritário 
O prazo começa da última decisão. 
 
4- Pressupostos: 
 
4.1 Existência de uma decisão rescindível 
 
Qual a regra geral? 
A rescisória tem por alvo decisão de mérito transitada em julgado: acórdão, sentença e, até 
mesmo, decisão interlocutória de mérito. 
A rescisória pode ter por alvo um ou alguns capítulos, apenas, da rescisão. 
Não cabe rescisória de decisão proferida em ADI, ADC ou ADPF 
 Decisões proferidas no âmbito dos JE Cíveis não são rescindíveis 
Não cabe rescisória de decisão de Juizado Especial: expressa proibição da Lei 9.099. 
 Cabe Rescisória de decisão proferida em jurisdição voluntária? 
Se é da premissa que Jurisdição voluntária não faz coisa julgada, não cabe rescisória. Para a 
Maioria da Doutrina, não faz coisa julgada. 
 
OBSERVAÇÕES: 
 
O primeiro pressuposto é comum para todos casos de propositura da ação rescisória, qual seja, 
uma sentença de mérito transitada em julgado: as sentenças meramente terminativa não faz 
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coisa julgada material, mas apenas formal, o que não impede que a questão seja novamente 
levada em juízo; 
Não cabe contra as sentenças homologatórias, pois o art. 486 estabelece que os atos judiciais 
que não dependem de sentença, ou em que esta for meramente homologatória, podem ser 
rescindidos, como os atos jurídicos em geral, nos termos da lei civil. 
- os demais são elencados no rol taxativo do art. 485 do CPC: - CABE AÇÃO 
ANULATÓRIA – ART. 966 § 4º CPC/15 
 
5. Hipóteses de Rescindibilidade 
 
Não cabe rescisória quando eu quero. 
 
Rescisória não é uma ação que cabe sempre, em qualquer situação. 
A rescisória é uma ação de fundamentação vinculada. Só posso entrar com rescisória em 
situações típicas, previamente estabelecidas em lei. 
“A rescisória é uma ação típica” 
Certo, porque ela só cabe em situações tipicamente previstas, casos de rescindibilidade. 
Essas situações são previstas em no artigos: 485 CPC/73 e ART. 966 CPC/15. 
As hipóteses do 1.030 são hipóteses de rescindibilidade de sentença de partilha. 
 
 Cada hipótese de rescindibilidade é bastante para que se possa rescindir uma decisão. 
Basta alegar uma hipótese que isso justifica/autoriza a rescisória. Mas nada impede que o 
sujeito cumule diferentes hipóteses de rescindibilidade. 
 
 A hipótese de rescindibilidade é o fato jurídico do direito de rescindir. Como fato 
jurídico, é causa de pedir remota, ou seja, à hipótese de rescindibilidade aplica-se o 
regramento da causa de pedir. Pense a hipótese de rescindibilidade como causa de pedir. 
 
5.1. Art. 485. A sentença de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando: 
ART. 966 CPC/15 – COM ALGUMAS ALTERAÇÕES - FAVOR CONFIRMAR 
I - quando se verificar prevaricação, concussão ou corrupção do juiz que prolatou a sentença: 
- prevaricação é o ato de “retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-
lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal” (CP, art. 
319). 
- concussão consiste em “exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora 
da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de 
tal vantagem” (art. 317 CP). 
- o ilícito pode ser demonstrado e apurado na própria ação rescisória, não havendo necessidade 
de condenação criminal, e nem de ação penal contra o prolator da sentença. 
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II - quando a sentença for proferida por juiz impedido ou absolutamente incompetente: a 
competência e a imparcialidade do juiz são pressupostos processuais de validade do processo. 
São objeções processuais de ordem pública, não sendo sanáveis dentro do processo. 
III - quando a sentença resultar de dolo da parte vencedora em detrimento da parte vencida, ou 
de colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei: ocorre o dolo da parte vencedora quando ela 
engana o juiz ou a parte contrária para influenciar o resultado do julgamento. 
- é indispensável que o ardil da parte vencedora tenha sido a causa de seu sucesso. Somente o 
dolo vitorioso ensejará a rescisão, desde que se demonstre que foi a causa do êxito. 
- colusão é conluio entre as partes, que utilizam o processo para fins ilícitos. O art. 129 do CPC 
trata do assunto. Aquele que for prejudicado pelo conluio entre as partes pode se valer da 
rescisão da sentença. Haverá colusão sempre que as partes simularem um processo para 
prejudicar terceiros. 
IV - ofender a coisa julgada: se já há um pronunciamento judicial sobre determinada pretensão, 
com trânsito em julgado, não pode haver um novo. 
V - violar literal disposiçãode lei: não basta ofensa à súmula ou jurisprudência dominante, é 
preciso que a sentença seja completamente incompatível com a norma jurídica, não podendo 
haver coexistência lógica das duas coisas. 
V - violar literal disposição de lei; 
 
Súmula 343: 
 
 Não cabe ação rescisória por ofensa a literal disposição de lei, quando a decisão 
rescindenda se tiver baseado em texto legal [infraconstitucional] de interpretação 
controvertida nos tribunais. 
 
 Lei é qualquer norma jurídica: CF, MP, Regimento Interno, Súmula vinculante, Princípio 
 
VI - Se fundar em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou seja provada 
na própria ação rescisória: é indispensável que a prova tenha nexo de causalidade com o 
resultado, que a sentença tenha fundado nela. 
VII - depois da sentença, se o autor obtiver documento novo, cuja existência ignorava, ou de que 
não pode fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável: documento 
novo não é aquele que se formou após a prolação da sentença, mas aquele anterior, cuja 
existência era ignorada pelo autor da ação rescisória, ou que dele não pode fazer uso. 
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- é indispensável que o documento seja de tal ordem que possa assegurar, por si só, um 
pronunciamento favorável. 
VIII - houver fundamento para invalidar confissão, desistência ou transação, em que se baseou a 
sentença: presta-se a rescindir sentença que se baseou em confissão inválida. A invalidade será 
reconhecida incidentalmente na ação rescisória. 
IX - fundado em erro de fato, resultante de atos ou documentos da causa: 
- Par. 1º estabelece que há erro, quando a sentença admitir um fato inexistente, ou quando 
considerar inexistente um fato efetivamente ocorrido. 
- para que o erro de fato embase a rescisória é indispensável que mantenha nexo de causalidade 
com o resultado da sentença. 
 
6 – Procedimento: 
a) petição inicial: deve conter os requisitos do art. 282 do CPC / ART. 319 CPC/15, indicando 
as partes, o pedido e a causa de pedir. 
b) legitimidade: todo aquele que tenha sido parte no processo, ou seu sucessor, o terceiro 
juridicamente interessado e o MP. 
 
6.1. Legitimidade Ativa – CPC/73 ART. 487 / CPC/15 ART. 967 
 
Pode propor: 
 Quem foi parte no processo originário e seus sucessores 
 
custos legis 
 
Se foi parte, já pode entrar como parte. 
Se não propôs a Rescisória, intervirá obrigatoriamente. 
Rescisória é caso de intervenção obrigatória do MP. 
 
6.2. Legitimidade Passiva 
A rescisória deve ser proposta contra aquele que se beneficia da decisão rescindenda. Só contra o 
beneficiário. 
Se você quer rescindir apenas um capítulo da decisão e aquele capítulo só interessa a uma parte, 
só ela será a ré. 
Ex.: para rescindir o capítulo referente aos honorários, você citará o advogado. Se você quer 
rescindir os honorários e o principal, pode citar só a parte. 
 
c) depósito de 5% do valor da causa: o art. 488, II, CPC/73 – ART. 968, § 2º CPC/15 
determina o depósito a título de multa, para caso a ação seja declarada unanimemente 
inadimissível. 
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- essa quantia será restituída caso a rescisória seja julgada procedente, ou se o resultado lhe for 
desfavorável, mas não por unanimidade. 
d) estando em termos a inicial o relator determinará a citação dos réus: dando prazo nunca 
inferior a quinze dias e não maior a trinta para apresentar a defesa. Seguirá o processo no rito do 
procedimento ordinário. 
e) competência: da ação rescisória de sentença é do tribunal competente para julgar a apelação. 
Compete ao STJ e STF, em caráter originário, conhecer e julgar as ações rescisórias de suas 
decisões. A competência para julgamento das ações rescisórias dos acórdãos proferidas pelos 
tribunais será dada pelos respectivos regimentos internos. 
f) art. 494 CPC/73 - ART. 974 CPC/15 determina que julgado procedente a ação, o tribunal 
rescindirá a sentença, proferirá, se for o caso, novo julgamento e determinará a restituição do 
depósito... 
 
Com isso, terminamos as hipóteses de cabimento da rescisória, os 4 pressupostos da 
 Decisão rescindível 
 Prazo 
 Condições da ação 
 Hipóteses de rescindibilidade. 
 
7. Peculiaridades do processo da Ação rescisória. 
 
Pequenas notas, observações que tornam o processo da Rescisória um pouco diferente. 
 
7.1 O autor da Ação Rescisória tem que fazer um depósito de 5% do valor da causa. 
 
 depósito esse que serve para o seguinte: se o autor da Rescisória for derrotado por 
unanimidade, o valor depositado vai para o réu. É uma forma de desestimular rescisórias 
absurdas. No processo do trabalho, esse depósito é de 20% do valor da causa. 
 
 Há sujeitos que estão dispensados de fazer este depósito: Poder Público, MP, beneficiário 
da Justiça Gratuita e a CEF 
 Nas ações rescisórias que digam respeito a FGTS (só nas ações de FGTS). 
 
O valor desse depósito só reverte ao réu da Rescisória se o autor perder por unanimidade. Se o 
autor ganhar 1 voto, ele tem direito a ressarcimento do depósito. 
 
 
Art. 489 CPC/73 – ART. 969 CPC/15. O ajuizamento da ação rescisória não impede o 
cumprimento da sentença ou acórdão rescindendo, ressalvada a concessão, caso imprescindíveis 
e sob os pressupostos previstos em lei, de medidas de natureza cautelar ou antecipatória de 
tutela. (Redação dada pela Lei nº 11.280, de 2006) 
 
Direito Processual Civil 
 
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 Prazo de defesa: pode variar de 15 a 30 dias. É o relator que vai dizer, o relator que, ao 
receber a rescisória, vai estabelecer esse prazo. Se o Poder Público for réu da Rescisória, 
será entre 60 e 120 dias. Será um prazo em quádruplo (CPC 188). 
 Admite-se Reconvenção em Ação Rescisória. Para que haja reconvenção em Ação 
Rescisória, é preciso que a Reconvenção seja também uma Ação Rescisória e tem que ser 
uma Ação Rescisória da mesma decisão que se busca rescindir. Tem de ser uma 
rescisória e da mesma sentença que se busca rescindir. 
Ex.: o autor propõe Rescisória para rescindir um capítulo de uma decisão e o réu 
reconvém para rescindir outro capítulo da mesma decisão. Tem que ser uma 
Reconvenção também Rescisória e da mesma decisão. 
Quais são os recursos que cabem em Rescisória? 
 Agravo Regimental de decisões do relator, Embargos de Declaração, Embargos 
Infringentes contra acórdão não unânime que tenha rescindido a decisão, Recurso 
Especial, Recurso Extraordinário, Agravo do 544, Embargos de Divergência. Esse é o rol 
de recursos do Processo Civil. No Processo do Trabalho, o sistema recursal é outro. 
Não falei em Agravo de Instrumento, Apelação, Agravo 
 
 
8. Cabe rescisória de Rescisória? 
 
É possível propor uma rescisória de um acórdão que julgou uma rescisória? 
 
Sim, é possível, desde que o problema, o defeito, o vício, a hipótese de rescindibilidade tenha 
ocorrido no julgamento da rescisória, Se o juiz era corrupto, violou-se a lei, se o julgamento se 
fundou em prova falsa... Você pode rescindir o julgamento de Rescisória, mas essa Rescisória 
terá por fundamento um problema ocorrido no julgamento da própria Rescisória anterior. 
 
9. Coisa soberanamente julgada 
 
É a posterior aos 2 anos da rescisória, não pode mais ser modificada.

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