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COMPETÊNCIA (NCPC artigos 42 a 66) Conceito: Prefixação das atribuições dos órgãos jurisdicionais nos limites das quais podem eles exercer a jurisdição. Competência é a limitação da jurisdição, é a delimitação desta. O juiz é competente quando, no âmbito de suas atribuições, tem poderes jurisdicionais sobre determinada coisa. É o âmbito dentro do qual o juiz pode exercer a jurisdição Competência (artigos 21 a 25, NCPC): fixa a competência geral, na medida em que, nesse preceito, exclui a jurisdição alienígena. O contrário não se oferece razoável, pois esbarraria nas jurisdições estrangeiras, acarretaria um clima de intolerância na convivência internacional e se mostraria ineficaz, posto que não haveria como impor as decisões judiciais fora dos limites do Estado. Os artigos 21 e 22 enumeram as ações que a lei atribuí à justiça brasileira, sem afastar eventual jurisdição concorrente da justiça estrangeira. Competência Interna (artigos 42 a 66, CPC): fixada a competência geral, ou a competência internacional, de modo a atribuir com exclusividade às autoridades judiciárias brasileiras em relação às causas referidas, o problema se mostra em saber qual das autoridades poderá conhecê-la. Fala-se de preestabelecimento legal dos limites dos poderes jurisdicionais de cada órgão judiciário. A jurisdição, como poder, é una, não comportando divisões. Cada juiz, cada Tribunal é plenamente investido dela, mas o exercício da jurisdição é distribuído pela Constituição Federal e pela lei ordinária e pela lei de organização judiciário, esta última de âmbito estadual. Cada órgão jurisdicional, então, exercerá a jurisdição dentro dos limites prefixados (ou seja, com referência a determinada categoria de processos), obedecidos os critérios determinativos da competência. Motivos para a repartição da jurisdição: - extensão territorial; - distribuição da população; - natureza da causa; - valor da causa; - complexidade, etc. Dada extensão territorial, a massa de lides e a multiplicidade de órgãos jurisdicionais, compreensível a necessidade de se distribuir as diversas demandas entre esses órgãos. Portanto, chama-se competência a quantidade de jurisdição atribuída a cada órgão ou grupo de órgãos. Para a distribuição da competência, o legislador considera: - a constituição diferenciada de órgãos judiciários; - elaboração da massa de lides em grupos, levando em conta certas características da própria lide e do processo; - atribuição de cada um dos diversos grupos de lides ao órgão mais idôneo. Critérios para a fixação da competência: Critério Objetivo: atende-se a certos elementos externos da lide a) em razão da matéria (¨ratione materiae¨): natureza da relação jurídica controvertida (artigo 46, CPC); b) em razão da pessoa (¨ratione personae¨): considera os sujeitos da relação controvertida (artigo 51, CPC). Presidente da República, Ministros, Autarquias; Governador; c) em razão do valor da causa: o valor econômico do interesse em litígio (artigo , CPC) d) em razão do local (¨ratione loci¨): em razão do lugar, ou seja, da posição territorial dos juizes ou das partes (artigo 42). Critério Territorial: considera a relação que as partes, o objeto ou mesmo certos fatos mantém com o território. Tem-se, aí, a fixação da competência territorial ou de foro. Fixa-se: - pelo domicílio das partes (em regra pelo do réu – CPC, artigo 46); - pela situação da coisa: imóveis, por exemplo; - pelo lugar de certos fatos ou atos: (acidente de veículos, CPC, artigo 53, V). Critério funcional: separação das funções de diversos juízes num mesmo processo. Os poderes jurisdicionais de uns e outros juízes são limitados ao exercício das atribuições compreendidas na função de cada qual. COMPETÊNCIA ABSOLUTA E COMPETÊNCIA RELATIVA Conceito e noções gerais: A distribuição do exercício da função jurisdicional atende ao interesse público e também ao interesse das partes. Distinção: Quando se fixa a competência em função do interesse público, esse prevalece sobre o interesse das partes. Em princípio, o sistema não admite modificações. Competência absoluta: interesse público. Em princípio, quando fixada em razão da matéria, da pessoa ou critério funcional, é inderrogável, não pode ser modificada. Artigo 64, § 1º (de ofício e em qualquer tempo e grau de jurisdição). Deve ser alegada em preliminar de contestação (artigo 337, II). É vício insanável, incorrigível – torna nula a sentença. Artigo 966, II. A decisão proferida por juiz absolutamente incompetente é nula. Competência relativa (em princípio territorial): relaciona-se ao interesse das partes. Em razão do território e do valor, cabe arguição por meio de preliminar. Artigo 64 – preliminar (artigo 337, inciso II). Prorrogação da competência – artigo 65. Competência Absoluta (em razão da matéria e funcional): é improrrogável. Competência Relativa (em razão do território e do valor): pode prorrogar-se. MODIFICAÇÕES DA COMPETÊNCIA Prevenção: O juiz que, em primeiro lugar, tomou contato com a causa. Não é fator de determinação ou de modificação da competência, mas de permanência de um entre vários juizes competentes (CPC, artigos 58). Conexão: Identidade de objeto ou os fundamentos do pedido (CPC, artigo 55). Continência: Identidade de partes e de causa de pedir, mas o objeto de uma abrange o de outras (CPC, artigo 56). Prorrogação de Competência: elastecimento da competência do juízo. Ocorre desde que não oferecida exceção de incompetência relativa ou exceção declinatória de foro no prazo e modo devidos. Princípio da Perpetuação da Competência: artigo 43 (¨Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem o órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta¨). ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA Justiça Comum: Estadual e Federal; Justiça Especial: Trabalhista, Eleitora e Militar; Tribunais Superiores – STF, STJ, TST, TSE e STM Tribunal Regional Federal da Terceira Região (SP e MG) Tribunal de Justiça de São Paulo Constituição Federal: competência dos Tribunais Superiores e Justiça Federal Organização Judiciária do estado de São Paulo (Foros Regionais, Comarcas e Varas Distritais). FORO: Sinônimo de competência territorial. É o território dentro de cujos limites o juiz exerce a jurisdição. Juiz Estadual: Foro = Comarca Juiz Federal: Foro = Seção Judiciária �PAGE � �PAGE �1�
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