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CID 10 ESQUIZOFRENIA

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F20 — F29 ESQUIZOFRENIA, TRANSTORNOS ESQUIZOTÍPICO E DELIRANTES
Introdução
A esquizofrenia é o mais comum e o mais importante transtorno deste grupo. O 
transtorno esquizotípico possui muitos dos aspectos característicos dos transtornos 
esquizofrênicos e é, provavelmente, geneticamente relacionado a eles; entretanto, as 
alucinações, delírios e as perturbações grosseiras do comportamento da esquizofrenia 
estão ausentes e, por isso, esse transtorno nem sempre vem aos cuidados médicos. A 
maioria dos transtornos delirantes provavelmente não é relacionada à esquizofrenia, 
embora seja difícil distingui-los clinicamente, particularmente nos seus primeiros es­
tágios. Eles constituem um grupo de transtornos heterogêneos e mal-compreendidos, 
que podem convenientemente ser divididos de acordo com sua duração típica dentro 
de um grupo de transtornos delirantes persistentes e um grupo maior de transtornos 
psicóticos agudos e transitórios. Os últimos parecem ser particularmente comuns nos 
países em desenvolvimento. As subdivisões listadas aqui devem ser vistas como pro­
visórias. Os transtornos esquizoafetivos foram mantidos nesta seção, apesar de sua 
natureza controversa.
i& it 1 Esquizofrenia
Os transtornos esquizofrênicos são caracterizados, em geral, por distorções 
fundamentais e características do pensamento e da percepção e por afeto ina­
dequado ou embotado. A consciência clara e a capacidade intelectual estão 
usualmente mantidas, embora certos déficits cognitivos possam surgir no cur­
so do tempo. A perturbação envolve as funções mais básicas que dão à pessoa 
normal um senso de individualidade, unicidade e de direção de si mesmo. Os 
pensamentos, sentimentos e atos mais íntimos são sentidos como conhecidos 
ou partilhados por outros e podem se desenvolver delírios explicativos, a pon­
to de que forças naturais ou sobrenaturais trabalham de forma a influenciar 
os pensamentos e as ações do indivíduo atingido, de formas que são muitas 
vezes bizarras, O paciente pode ver a si próprio como o pivô de tudo o que 
acontece. As alucinações, especialmente auditivas, são comuns e podem co­
mentar sobre o comportamento ou os pensamentos do paciente. A percepção 
é frequentemente perturbada de outras formas: cores ou sons podem apare­
cer excessivamente vívidos ou alterados em qualidade e aspectos irrelevan­
tes das coisas comuns podem parecer mais importantes que todo o objeto ou 
a situação. Perplexidade é também comum no início e leva frequentemente 
a uma crença de que situações cotidianas possuem um significado especial, 
usualmente sinistro, destinado unicamente ao indivíduo. Na perturbação ca­
racterística do pensamento esquizofrênico, aspectos periféricos.e irrelevantes 
de um conceito total, que estão inibidos na atividade mental normalmente di­
rigida, são trazidos para o primeiro plano e utilizados no lugar daqueles são 
relevantes e adequados à situação. Dessa forma, o pensamento se toma vago,
85
TRANSTORNOS MENTAIS E DE COMPORTAMENTO
elíptico e obscuro e sua expressão em palavras, algumas vezes incompreen­
sível. São assíduas as interrupções e interpolações no curso do pensamento 
e os pensamentos podem parecer serem retirados por um agente exterior. O 
humor é caracteristicamente superficial, caprichoso ou incongruente. A ambi­
valência e a perturbação da volição podem aparecer como inércia, negativismo 
ou estupor. A catatonia pode estar presente. O começo pode ser agudo, com 
comportamento seriamente perturbado, ou insidioso, com um desenvolvi­
mento gradual de ideias e condutas estranhas. O curso do transtorno mostra 
igualmente uma grande variação e nâo é, sem dúvida, inevitavelmente crônico 
ou deteriorante (o curso é especificado pelas categorias de cinco caracteres). 
Numa proporção de casos, que pode variar em diferentes culturas e popu­
lações, a evolução é para uma completa ou quase completa recuperação. Os 
sexos são mais ou menos igualmente afetados, mas o começo tende a ser mais 
tardio nas mulheres.
Embora nenhum sintoma estritamente patognomônico possa ser identifica­
do, para fins práticos é útil dividir os sintomas acima em grupos que têm 
importância especial para o diagnóstico e frequentemente ocorrem juntos, 
tais como:
(a) eco do pensamento, inserção ou roubo do pensamento, irradiação do 
pensamento;
(b) delírios de controle, influência ou passividade claramente referindo-se 
ao corpo ou movimentos dos membros ou pensamentos específicos, 
ações ou sensações, percepção delirante;
(c) vozes alucinatórias comentando o comportamento do paciente ou discu­
tindo entre elas sobre o paciente ou outros tipos de vozes alucinatórias 
vindos de alguma parte do corpo;
(d) delírios persistentes de outros tipos que são culturalmente inapropria- 
dos e completamente impossíveis, tais com o identidade política ou reli­
giosa ou poderes e capacidades sobre-humanas (p. ex., ser capaz de con­
trolar o tempo ou de se comunicar com alienígenas de outro planeta);
(e) alucinações persistentes de qualquer modalidade, quando acompanha­
das por delírios "superficiais" ou parciais, sem claro conteúdo afetivo, 
ou por ideias sobrevaloradas persistentes ou quando ocorrem todos os 
dias durante semanas ou meses continuadamente;
(f) intercepções ou interpolações no curso do pensamento resultando em 
discurso incoerente, irrelevante ou neologismos;
(g) comportamento catatônico, tal como excitação, postura inadequada ou 
flexibilidade cérea, negativismo, mutism o e estupor;
(h) sintomas "negativos", tais como apatia marcante, pobreza do discurso 
e embotamento ou incongruência de respostas emocionais, usualmente
86
F20 — F29 ESQUIZOFRENIA, TRANSTORNOS ESQUIZOTÍPICO E DELIRANTES
resultando em retraimento social e diminuição do desempenho social; 
deve ficar claro que esses sintomas não são decorrentes de depressão ou 
medicação neuroléptica;
(i) uma alteração significativa e consistente na qualidade global de alguns 
aspectos do comportamento pessoal, manifestada por perda de interes­
se, falta de objetivos, inatividade, uma atitude ensimesmada e retrai­
mento social.
Diretrizes diagnosticas
A exigência normal para um diagnóstico de esquizofrenia é que um mínimo 
de um sintoma claro (e em gerâl dois ou mais se são menos claros) perten­
cente a qualquer um dos grupos listados como (a) e (d), acima, ou sintomas 
de pelo menos dois dos grupos referidos como (e) a (h) devem estar clara­
mente presentes pela maior parte do tempo durante um período de 1 mês ou 
mais. As condições que preenchem essas exigências sintomatológicas, porém 
de duração menor do que 1 mês (tratadas ou não), devem ser diagnosticadas 
em primeira instância como transtorno psicótico esquizofreniforme agudo 
(F23.2) e reclassificadas como esquizofrenia, se os sintomas persistirem por 
períodos mais longos.
Vendo retrospectivamente, pode ficar claro que uma fase prodrômica na 
qual sintomas e comportamento, tais como perda de interesse em traba­
lho, atividades sociais, aparência pessoal e higiene, juntos com ansiedade 
generalizada e graus leves de depressão e preocupação, precedeu o início 
dos sintomas psicóticos durante semanas ou mesmo meses. Por causa da 
dificuldade em determinar o início, o critério de 1 mês de duração aplica-se 
somente para os sintomas específicos listados acima e não para qualquer fase 
prodrômica não psicótica.
O diagnóstico de esquizofrenia não deve ser feito na presença de sintomas 
depressivos ou maníacos nítidos, a menos que seja claro que os sintomas 
esquizofrênicos precederam o transtorno afetivo. Se ambos os sintomas, es­
quizofrênicos e afetivos, se desenvolvem juntos e estão igualmente balancea­
dos, o diagnóstico de transtorno esquizoafetivo (F25. —) deve ser feito, mes­
mo se os sintomas esquizofrênicos, por eles próprios, tivessem justificado o 
diagnóstico de esquizofrenia. A esquizofrenia não deve ser diagnosticada napresença de doença cerebral clara ou durante estados de intoxicação ou-de 
abstinência de drogas. Transtornos similares que se desenvolvem na presen­
ça de epilepsia ou outra doença cerebral devem ser codificados sob F06.2 e 
aqueles induzidos por drogas, sob Flx.5.
TRANSTORNOS MENTAIS E DE COMPORTAMENTO
Padrão de curso
O curso dos transtornos esquizofrênicos pode ser classificado usando-se os 
seguintes códigos de cinco caracteres:
F20.x0 Contínuo
F20jí1 Episódico com déficit progressivo 
F20j(2 Episódico com déficit estável 
F20j<3 Episódico remitente 
F20jí4 Remissão incompleta 
F20jí5 Remissão completa 
F20 jí8 Outro
F20jí9 Período de observação menor do que um ano
F20.0 Esquizofrenia paranoide
Esse é o tipo de esquizofrenia mais comum em muitas partes do mundo. O 
quadro dínico é dominado por delírios relativamente estáveis, com frequên­
cia paranoides, usualmente acompanhados por alucinações, particularmente 
da variedade auditiva, e perturbações da percepção. Perturbações do afeto, 
volição e discurso e sintomas catatônicos não são proeminentes.
São exemplos dos sintomas paranoides mais comuns:
(a) delírios de perseguição, referência, ascendência importante, missão 
especial, mudanças corporais ou ciúmes;
(b) vozes alucinatórias que ameaçam o paciente ou lhe dão ordens ou alu­
cinações auditivas sem conteúdo verbal, tais como assobios, zunidos ou 
risos;
(c) alucinações olfativas ou gustativas, de sensações sexuais ou outras cor­
porais; alucinações visuais podem ocorrer, porém raramente são predo­
minantes.
O transtorno do pensamento pode ser óbvio nos estados agudos, porém 
mesmo quando acontece, ele não impede que os delírios ou alucinações tí­
picos sejam descritos claramente. O afeto está usualmente menos embotado 
do que em outras variedades de esquizofrenia, porém um grau menor de in­
congruência é comum, assim como o são perturbações do humor, tais como 
irritabilidade, raiva repentina, receio e suspeita. Sintomas "negativos", tais 
como embotamento afetivo e comprometimento da volição, estão frequente­
mente presentes, porém não dominam o quadro clínico.
F20 — F29 ESQUIZOFRENIA, TRANSTORNOS ESQUIZOTÍPICO E DELIRANTES
O curso da esquizofrenia paranoide pode ser episódico com remissões par­
ciais ou completas ou crônico. Nos casos crônicos, os sintomas floridos per­
sistem por anos e é difícil distinguir episódios bem delimitados. O começo 
tende a ser mais tardio do que nas formas hebefrênica e catatônica.
Diretrizes diagnosticas
Os critérios gerais para um diagnóstico de esquizofrenia (ver introdução 
para F20 acima) devem ser satisfeitos. Em adição, alucinações e/ou os de­
lírios devem ser proeminentes e perturbações do afeto, da volição e da fala 
e os sintomas catatônicos devem ser relativamente inconspícuos. As aluci­
nações serão normalmente do tipo descrito em (b) e (c), acima. Os delírios 
podem ser de quase qualquer tipo, mas os de controle, influência ou passi­
vidade e crenças persecutórias de vários tipos são os mais característicos.
Inclui: esquizofrenia parafrênica
Diagnóstico diferencial E importante excluir psicoses epilépticas e induzidas 
por drogas e lembrar que os delírios persecutórios podem receber pequeno 
peso diagnóstico em pessoas de certos países ou culturas.
Exclui: estado paranoide involutivo (F22.8) 
paranoia (F22.0)
F20.1 Esquizofrenia hebefrênica
Uma forma de esquizofrenia na qual as mudanças afetivas são proeminen­
tes, os delírios e as alucinações fugazes e fragmentários e o comportamento 
irresponsável e imprevisível; maneirismos são comuns. O afeto é superficial 
e inadequado e muitas vezes acompanhado por risadinhas ou sorrisos de au- 
tossatisfação, sorrisos de absorção em si mesmo ou por uma postura altiva, 
caretas, maneirismos, brincadeiras, queixas hipocondríacas e frases reitera­
das. O pensamento está desorganizado e o discurso é cheio de divagações 
e incoerente. Há uma tendência a permanecer solitário e o comportamento 
parece vazio de propósito e sentimento. Essa forma de esquizofrenia usual­
mente se inicia entre as idades de 15 e 25 anos e tende a ter um prognóstico 
pobre por causa do rápido desenvolvimento de sintomas "negativos", parti­
cularmente embotamento afetivo e perda da volição.
Além disso, as perturbações do afeto e de volição e os transtornos do pensa­
mento são usualmente proeminentes. Alucinações e delírios podem estar 
presentes, mas não são usualmente proeminentes. O impulso e a determina­
ção estão perdidos e os objetivos abandonados, de tal forma que o compor­
89
TRANSTORNOS MENTAIS E DE COMPORTAMENTO
tamento do paciente se torna caracteristicamente sem objetivo e vazio de 
propósito. Uma preocupação superficial e maneirística com religião, filosofia 
e outros temas abstratos pode aumentar a dificuldade do ouvinte em seguir 
o curso do pensamento.
Diretrizes diagnosticas
Os critérios gerais para um diagnóstico de esquizofrenia (ver introdução para 
F20 acimá) devem ser satisfeitos. A hebefrenia deve normalmente ser diag­
nosticada pda primeira vez apenas em adolescentes e adultos jovens. A perso­
nalidade pré-mórbida é característica, mas não necessariamente, tímida e soli­
tária. Para um diagnóstico confiável de hebefrenia, um período de 2 a 3 meses 
de contínua observação é usualmente necessário, no sentido de se assegurar 
que os comportamentos característicos descritos acima se mantêm.
Inclui: esquizofrenia desorganizada 
hebefrenia
F20.2 Esquizofrenia catatônica
Perturbações psicomotoras proeminentes são aspectos essenciais e dominan­
tes e podem se alternar entre extremos tais como hipercinesia e estupor ou 
obediência automática e negativismo. Atitudes e posturas forçadas podem 
ser mantidas por longos períodos. Episódios de agitação violenta podem ser 
um aspecto notável da condição.
Por razões que ainda são pouco compreendidas, a esquizofrenia catatônica 
é agora raramente vista em países industrializados, embora ela permaneça 
comum em outros lugares. Esses fenômenos catatônicos podem estar combi­
nados com um estado semelhante ao sonho (oniroide) com vívidas alucina­
ções cênicas.
Diretrizes diagnosticas
Os critérios gerais para um diagnóstico de esquizofrenia (ver introdução 
para F20 acima) devem ser satisfeitos. Sintomas catatônicos transitórios e 
isolados podem ocorrer no contexto de qualquer outro subtipo de esquizo­
frenia, porém para um diagnóstico de esquizofrenia catatônica, um ou mais 
dos seguintes comportamentos deve dominar o quadro clínico:
(a) estupor (diminuição marcante da reatividade ao meio ambiente e de 
movimentos e atividades espontâneos) ou mutismo;
90
F20 — F29 ESQUIZOFRENIA, TRANSTORNOS ESQUIZOTÍPICO E DELIRANTES
(b) excitação (atividade motora aparentemente sem sentido, não influencia­
da por estímulos externos);
(c) postura inadequada (assunção voluntária e a manutenção de posturas 
inapropriadas ou bizarras);
(d) negativismo (uma resistência aparentemente imotivada a todas as ins­
truções ou tentativas de ser movido ou movimento em direção oposta);
(e) rigidez (manutenção de uma postura rígida contra esforços de ser movido);
(f) flexibilidade cérea (manutenção de membros e corpo em posições exter­
namente impostas);
(g) outros sintomas, tais como obediência automática (cumprimento auto­
mático de instruções) e perseveraçao de palavras e frases.
Em pacientes que não se comunicam, com manifestações comportamen- 
tais de transtorno catatônico, o diagnóstico de esquizofrenia pode vir a ser 
provisório, até que a evidência adequada da presença de outros sintomas 
seja obtida. E também vital considerar que os sintomas catatônicos não são 
diagnósticos de esquizofrenia. Um sintoma ou sintomas catatônicos podem 
ser provocados por doença cerebral, perturbações metabólicas ou por álcool 
e drogas e podem também ocorrerem transtornos do humor.
Inclui: estupor catatônicocatalepsia esquizofrênica 
catatonia esquizofrênica 
flexibilidade cérea esquizofrênica
F20.3 Esquizofrenia indiferenciada
Condições que satisfazem os critérios diagnósticos gerais para esquizofrenia 
(ver introdução para F20 acima), mas que não se adequam a nenhum dos 
subtipos acima (F20.0 — F20.2) ou apresentando aspectos de mais de um 
deles, sem uma clara predominância de um conjunto de características diag­
nosticas em particular. Essa rubrica deve ser usada somente para condições 
psicóticas (isto é, a esquizofrenia residual (F20.5) e a depressão pós-esquizo- 
frênica (F20.4) são excluídas) e após ter sido feita uma tentativa de classificar 
a condição em uma das três categorias precedentes.
Diretrizes diagnosticas
Essa categoria deve ser reservada para transtornos que:
(a) satisfazem os critérios diagnósticos para esquizofrenia;
(b) não satisfazem os critérios para os subtipos paranoide, hebefrêníco ou 
catatônico;
TRANSTORNOS MENTAIS E DE COMPORTAMENTO
(c) não satisfazem os critérios para esquizofrenia residual ou depressão 
pós-esquizofrênica.
Inclui: esquizofrenia atípica
F20.4 Depressão pós-esquizofrênica
Um episódio depressivo, o qual pode ser prolongado, surgindo após uma 
doença esquizofrênica. Alguns sintomas esquizofrênicos devem ainda estar 
presentes, mas não dominam mais o quadro clínico. Esses sintomas esquizo­
frênicos persistentes podem ser "positivos" ou "negativos", embora os últi­
mos sejam mais comuns. B incerto e irrelevante para o diagnóstico saber em 
que extensão os sintomas depressivos foram meramente revelados pela reso­
lução dos sintomas psicóticos inidais (ao invés de serem um novo desenvol­
vimento) ou são uma parte intrínseca da esquizofrenia ao invés de uma rea­
ção psicológica a ela. Eles raramente são suficientemente graves ou extensos 
para preencher os critérios de um episódio depressivo grave (F32.2 e F32.3) 
e é muitas vezes difícil decidir quais dos sintomas do paciente são devidos 
à depressão e quais às medicações neurolépticas ou ao comprometimento 
da volição e ao embotamento afetivo da própria esquizofrenia. Esse estado 
depressivo está associado a um aumento do risco de suicídio.
Diretrizes diagnósticos 
O diagnóstico deve ser feito somente se:
(a) o paciente tem tido uma doença esquizofrênica que satisfaz os critérios 
gerais para esquizofrenia (ver introdução para F20 acima) dentro dos 
últimos 12 meses;
(b) alguns sintomas esquizofrênicos ainda estão presentes;
(c) os sintomas depressivos são proeminentes e angustiantes, preenchendo 
pelo menos os critérios para um episódio depressivo (F32. —) e estive­
ram presentes por pelo menos duas semanas.
Se o paciente não apresenta mais quaisquer sintomas esquizofrênicos, um 
episódio depressivo (F32.) deve ser diagnosticado. Se os sintomas esquizofrê­
nicos são ainda floridos e proeminentes, o diagnóstico deve permanecer 
aquele do subtipo esquizofrênico adequado (F20.0, F20.1, F20.2 ou F20.3).
F20.5 Esquizofrenia residual
Um estágio crônico no desenvolvimento de um transtorno esquizofrênico, 
no qual houve uma progressão clara de um estágio inicial (compreenden­
do um ou mais episódios com sintomas psicóticos que satisfazem os crité­
92
F20 — F29 ESQUIZOFRENIA, TRANSTORNOS ESQUIZOTÍPICO E DELIRANTES
rios gerais para esquizofrenia descritos acima) para um estágio mais tardio 
caracterizado por sintomas "negativos" de longa duração, embora não ne­
cessariamente irreversíveis.
Diretrizes diagnósticos
Para um diagnóstico confiável, os seguintes requisitos devem ser satisfeitos:
(a) os sintomas esquizofrênicos "negativos" são proeminentes, isto é, retar­
do psicomotor, hipoatividade, afeto embotado, passividade e falta de 
iniciativa, pobreza da quantidade ou do conteúdo do discurso, comuni­
cação não verbal pobre através da expressão facial, do olhar, da modu­
lação da voz e da postura, autocuidado e desempenho social pobres;
(b) evidência, no passado, de pelo menos um episódio psicótico bem defini­
do satisfazendo os critérios diagnósticos para esquizofrenia;
(c) um período de pelo menos um ano durante o qual a intensidade e a fre­
quência dos sintomas floridos, tais como delírios e alucinações, foram 
mínimos ou substancialmente reduzidos e a síndrome esquizofrênica 
"negativa" esteve presente;
(d) ausência de demência ou outra doença ou transtorno cerebral orgânicos 
e de depressão crônica ou institucionalismo suficientes para explicar os 
comprometimentos negativos.
Se não puder ser obtida informação adequada acerca da história prévia do 
paciente e por isso mesmo não puder ser estabelecido que os critérios para 
esquizofrenia foram satisfeitos em algum tempo do passado, pode ser neces­
sário que se faça um diagnóstico provisório de esquizofrenia residual.
Inclui: esquizofrenia indiferenciada crônica 
Restzustand
estado esquizofrênico residual
F20.6 Esquizofrenia simples
Um transtorno incomum, no qual há um desenvolvimento insidioso mas 
progressivo de conduta estranha, incapacidade para atender as exigências 
da sociedade e um declínio no desempenho total. Delírios e alucinações 
não são evidentes e o transtorno é menos obviamente psicótico do que os 
subtipos hebefrênico, paranoide e catatônico da esquizofrenia. Os aspectos 
"negativos" característicos da esquizofrenia residual (p. ex., embotamento 
afetivo, perda da volição) se desenvolvem sem serem precedidos por ne­
nhum sintoma francamente psicótico. Com o aumento do empobrecimento
93
TRANSTORNOS MENTAIS E DE COMPORTAMENTO
social pode seguir-se a adoção de uma conduta de vagante e o indivíduo 
pode então se tomar absorto em si mesmo, inativo e sem objetivo.
Diretrizes diagnosticas
A esquizofrenia simples é um diagnóstico difícil de ser feito com alguma 
confiabilidade porque depende do estabelecimento do desenvolvimento len­
tamente progressivo dos sintomas "negativos" característicos da esquizofre­
nia residual (ver F20-5 acima), sem nenhuma história de alucinações, delírios 
ou outras manifestações de um episódio psicótico anterior e com alterações 
significativas no comportamento pessoal, manifestadas como uma perda de 
interesse marcante, inatividade e retraimento social.
Inclui: esquizofrenia simplex.
F20.8 Outra esquizofrenia
Inclui: esquizofrenia cenestopática
transtorno esquizofreniforme SOE
Exclui: transtorno esquizofreniforme agudo (F23.2) 
esquizofrenia cíclica (F25.2) 
esquizofrenia latente (F23.2)
F20.9 Esquizofrenia, não especificada 
Transtorno esquizotípico
Um transtorno caracterizado por comportamento excêntrico e anomalias do 
pensamento e do afeto, os quais se assemelham àqueles vistos na esquizofre­
nia, embora nenhuma anomalia esquizofrênica definida e característica te­
nha ocorrido em qualquer estágio. Não existe perturbação dominante ou 
típica, mas algumas das seguintes podem estar presentes:
(a) afeto inapropriado e constrangido (o indivíduo parece frio e distahte);
(b) comportamento ou aparência que é estranho, excêntrico ou peculiar;
(c) pobre relacionamento com outros e uma tendência a retraimento social;
(d) crenças estranhas ou pensamento mágico influenciando o comportamen­
to e inconsistentes com normas subculturais;
(e) suspeita ou ideias paranoides;
(f) ruminações obsessivas sem resistência interna, frequentemente com 
conteúdos dismorfofóbicos, sexuais ou agressivos;
F21
94
F20 — F29 ESQUIZOFRENIA, TRANSTORNOS ESQUIZOTÍPICO E DELIRANTES
(g) experiências perceptivas inusuais, incluindo somatossensoriais (corpo­
rais) ou outras ilusões, despersonalização ou desrealizaçao;
(h) pensamento vago, circunstancial, metafórico, superelaborado ou 
estereotipado, manifestado por um discurso estranho ou de outras for­
mas, sem incoerência grosseira;
(i) episódios quase psicóticos ocasionais e transitórios, com intensas ilu­
sões, alucinações auditivas ou outras e ideias deliroides,usualmente 
ocorrendo sem provocação externa.
O transtorno segue um curso crônico com flutuações de intensidade. Ocasio­
nalmente, ele evolui para esquizofrenia franca. Não há um início definido e 
sua evolução e curso são usualmente aqueles de um transtorno de persona­
lidade. E mais comum em indivíduos geneticamente aparentados com esqui­
zofrênicos e se acredita ser parte do "spectrum" genético da esquizofrenia.
Diretrizes diagnosticas
Essa rubrica diagnostica não é recomendada para uso geral, porque ela não 
é claramente demarcada, nem da esquizofrenia simples, nem dos transtor­
nos de personalidade esquizoide e paranoide. Se o termo é usado, três ou 
quatro dos aspectos típicos listados acima devem estar presentes, contínua 
e episodicamente, por pelo menos 2 anos. O indivíduo não deve nunca ter 
preenchido os critérios para esquizofrenia. Uma história de esquizofrenia 
em um parente de primeiro grau dá um peso adicional ao diagnóstico, mas 
não é um pré-requisito.
Inclui: esquizofrenia borderline 
esquizofrenia latente 
reação esquizofrênica latente 
esquizofrenia pré-psicótica 
esquizofrenia prodrômica 
esquizofrenia pseudoneurótica 
esquizofrenia pseudopsicopática 
transtorno de personalidade esquizotípica
Exclui: síndrome de Asperger (F84.5)
transtorno de personalidade esquizoide (F60.1)
Transtornos delirantes persistentes
Esse grupo inclui uma variedade de transtornos nos quais os delírios de 
longa duração constituem a única ou a mais conspícua característica clínica
95
TRANSTORNOS MENTAIS E DE COMPORTAMENTO
e os quais não podem ser classificados como orgânicos, esquizofrênicos ou 
afetivos. Eles são provavelmente heterogêneos e têm relações incertas com a 
esquizofrenia. A importância relativa de fatores genéticos, características de 
personalidade e circunstâncias de vida na sua gênese é incerta e provavel­
mente variável.
F22.0 Transtorno delirante
Esse grupo de transtornos é caracterizado pelo desenvolvimento de um 
delírio isolado ou de um conjunto de delírios relacionados entre si, que são 
usualmente persistentes e muitas vezes duram toda a vida. Os delírios são 
altamente variáveis no conteúdo. Frequentemente, eles são persecutórios, 
hipocondríacos ou grandiosos, mas podem estar relacionados com litígios, 
ciúmes, expressar a convicção que o corpo do indivíduo é disforme, que os 
outros pensam que ele cheira mal ou é homossexual. Outra psicopatologia 
está caracteristicamente ausente, mas podem estar presentes, de forma inter­
mitente, sintomas depressivos e podem se desenvolver alucinações olfativas 
e táteis, em alguns casos. Alucinações auditivas (vozes) claras e persistentes, 
sintomas esquizofrênicos, tais como delírios de controle e embotamento afe­
tivo marcante, e evidência de doença cerebral definitiva são todos incompa­
tíveis com esse diagnóstico. Contudo, alucinações auditivas transitórias ou 
ocasionais, particularmente em pacientes idosos, não excluem esse diagnós­
tico, desde que elas não sejam tipicamente esquizofrênicas e constituam ape­
nas uma pequena parte do quadro clínico global. O início é comumente na 
meia-idade, mas algumas vezes no começo da idade adulta, particularmente 
no caso de crenças de ter o corpo disforme. O conteúdo do delírio e o mo­
mento de sua emergência podem, muitas vezes, estar relacionados com as 
situações de vida do indivíduo, p. ex,, delírios persecutórios em membros de 
minorias. Excetuando-se as ações e atitudes diretamente relacionadas ao de­
lírio ou ao sistema delirante, o afeto, a fala e o comportamento são normais.
Diretrizes diagnósticos
Os delírios constituem a mais conspícua ou a única característica clínica.isles 
devem estar presentes por pelo menos 3 meses e serem claramente pessoais 
ao invés de subculturais. Sintomas depressivos ou mesmo um episódio de­
pressivo bem marcado (F32. ~ ) podem estar presentes de forma intermiten­
te, desde que o delírio persista em épocas quando não há perturbação do 
humor. Não deve haver evidência de doença cerebral nem, ou apenas ocasio­
nais, alucinações auditivas e nem história de sintomas esquizofrênicos (delí­
rios de controle, irradiação do pensamento, etc.).
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