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Dra. Bárbara M. S. Cruz Fisioterapeuta Doutora em Ciências Mestre em Ciências Pós-graduada em Fisioterapia em Terapia Intensiva Pós-graduanda em Fisioterapia Cardiorrespiratória MARCHA Fortaleza, 2017.1 MARCHA A deambulação humana ou marcha é um dos componentes básicos da função independente que é comumente afetado por doenças ou lesões. As intervenções fisioterapêuticas tem por objetivo restaurar ou melhorar o estado de deambulação do paciente. OBJETIVOS Identificar e descrever os desvios da marcha presentes ou tipicamente presentes em distúrbios específicos. Classificar a gravidade da incapacidade. Determinar a necessidade de dispositivos ou equipamentos de adaptação, auxiliares, ortóticos e de proteção ou de suporte. CICLO DA MARCHA Na caminhada normal: o ciclo começa quando o calcanhar do membro de referência faz contato com a superfície de apoio, e termina quando o calcanhar do mesmo membro faz contato novamente com o solo. CICLO DA MARCHA OBS: Em algumas marchas anormais, o calcanhar pode não ser a primeira parte do pé a fazer contato com o solo. CICLO DA MARCHA Dividido em: duas fases (apoio e balanço) e dois períodos de duplo apoio. CICLO DA MARCHA O tempo de duplo apoio refere-se aos dois intervalos em um ciclo da marcha no qual o peso do corpo é transferido de um pé para o outro, e tanto o pé direito quanto o esquerdo encontram-se em contato com o solo ao mesmo tempo. PASSO E PASSADA Qual a diferença? COMPRIMENTO DO PASSO É a distância desde o ponto de contato do calcanhar de um membro até o ponto de contato do calcanhar do membro oposto. COMPRIMENTO DA PASSADA É a distância do ponto de contato do calcanhar do membro até o ponto de contato do calcanhar do mesmo membro. OBS: O tempo da passada e do passo referem- se ao tempo necessário para completar uma passada e um passo respectivamente. CICLO DA MARCHA Na marcha normal a fase de apoio constitui 60% do ciclo da marcha Definida como o intervalo no qual o pé do membro de referência fica em contato com o solo. CICLO DA MARCHA Exemplo: Quando o MID for o membro de referência e estiver na fase de apoio o MIE estará na fase de balanço. Um único ciclo da marcha contém fases de apoio direita e esquerda. CICLO DA MARCHA Na marcha normal a fase de balanço constitui 40% do ciclo da marcha Definida como aquela porção na qual o membro de referência não faz contato com o solo. FASES DA MARCHA 1º fase de Apoio: -Contato do calcanhar; -Pé plano; -Apoio médio; -Saída do calcanhar; -Saída dos dedos. 2º fase de Balanço: -Aceleração; -Balanço Médio; -Desaceleração. Fase de apoio CONTATO DO CALCANHAR O início da fase de apoio quando o calcanhar ou outra parte do pé faz contato com o solo. PÉ PLANO (Contato Total) Ocorre imediatamente após o contato do calcanhar, quando a sola do pé faz contato com o solo. APOIO MÉDIO O ponto no qual o corpo passa diretamente por cima do membro de referência. SAÍDA DO CALCANHAR (apoio final) Quando o calcanhar do membro de referência deixa o solo. A saída do calcanhar ocorre antes do apoio final. SAÍDA DOS DEDOS (pré-balanço) O ponto depois da saída do calcanhar, quando somente os dedos do membro de referência encontram-se em contato com o solo. Fase de balanço ACELERAÇÃO (balanço inicial) A porção do balanço desde o ponto quando o membro de referência deixa o solo até a flexão máxima do joelho do mesmo membro. BALANÇO MÉDIO Porção da fase de balanço desde a flexão máxima de joelho até que o membro de referência passa diretamente abaixo do corpo. DESACELERAÇÃO (balanço terminal) A porção do balanço quando o membro de referência encontra-se desacelerando em preparo para o contato do calcanhar. TIPOS DE ANÁLISE DA MARCHA Cinemática: é usada para descrever padrões de movimento sem considerar as forças envolvidas na sua produção. Podem ser qualitativa e quantitativa. Cinética: é usada para determinar as forças envolvidas. CINEMÁTICA CINÉTICA ELETROMIOGRAFIA DINÂMICA ELETROMIOGRAFIA DINÂMICA TIPOS DE ANÁLISE DA MARCHA A análise Observacional da Marcha é o sistema de avaliação mais comumente usado por fisioterapeutas. Realizado envolvendo a análise a partir dos diversos segmentos do corpo: tornozelo e pé; joelho; quadril; pelve; tronco. Padrão normal Alinhamento Cabeça ereta Ombros ao mesmo nível Tronco ereto Tipos de marcha “anormais” Marcha escarvante: alteração ou paralisia do tibial anterior, nervo ciático poplíteo externo. Dinâmica: flexão exagerada de quadril e joelho ( para não arrastar o pé no chão) pé em flexão plantar. Marcha taloante ou tabética: alteração da sensibilidade proprioceptiva ou segmentar. Dinâmica: sem percepção palmo plantar, pisa forte no chão para poder escutar o som do pé tocante no chão. Marcha parkinsoniana ou pequenos passos: centro de gravidade causa rigidez muscular com padrão flexor Dinâmica: semi-flexão dos joelhos, onde o ante pé não acompanha o outro pé, são passadas curtas. Marcha helicoidal ou ceifante: déficit motor para flexores e adutores do quadril, joelho e tornozelo, lesão do 1° neurônio motor superior. Dinâmica: paciente joga a perna em abdução como se fosse uma hélice, por não conseguir a flexão de quadril, joelho e dorso flexão. Marcha atáxica: alteração do equilíbrio e coordenação e lesão cerebelar e suas vias. Dinâmica: marcha incoordenada, aumenta base de sustentação para aumentar o equilíbrio. Marcha anserina ou de pato: paralisia da musculatura pélvica ( glúteo médio). Dinâmica: desenvolve uma hiperlordose e joga o quadril para frente de um lado para o outro, comum nas distrofias musculares e luxação do quadril. A- Marcha cerebelar (ataxia) B- Marcha tabética (alteração de sensibilidade, pisa forte) C- Marcha espástica (PC) D- Marcha parkinsoniana E- Marcha escarvante (paralisia do nervo ciático)
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