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Projeto Biogeografia

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Título
O ciclo da Mamona e sua espacialidade na cidade de Campo Mourão
Proponentes
Marcelo J. G. Martins
Neumar Oliveira
Rodrigo Fernandes
Objetivos
Relacionar o cultivo da mamona com os aspectos sociais e econômicos na cidade de Campo Mourão.
Demonstrar a versatilidade e aplicabilidade da mamona como alternativa de cultivo em pequenas áreas.
Justificativa
	A mamona Ricinus communis L., teve relevante valor socioeconômico durante a década de 70 na região de Campo Mourão conforme figura 1 do jornal A Tribuna do Interior do ano de 1976. Após a geada de 1975 onde as plantações de café foram erradicadas em todo o Estado do Paraná, a mamona surgiu da ideia de um pioneiro e desbravador chamado Luiz Aguiar que fundou A “CARRAPATEIRA” (figura 1), comércio de compra e venda de sementes que vislumbrou, na cultura da mesma, a ocupação da mão de obra ociosa e sem perspectivas futuras para o sustento familiar, além do crescente mercado para os subprodutos dela retirados como, por exemplo, para fabricação de graxas e lubrificantes, tintas, vernizes, espumas e materiais plásticos para diversos fins. Derivados de óleo de mamona podem ser encontrados até em cosméticos e produtos alimentares. 
	Conforme relatos dados por pessoas entrevistadas pelos acadêmicos, que moravam na época na cidade de Campo Mourão e região da hoje denominada COMCAM, o interesse inicial pela procura das sementes para o plantio foi muito grande, uma vez que o valor pago pelo quilo do produto era bastante elevado (figura 2), atraindo os agricultores e assim empregando os trabalhadores rurais dessa região. Após uma procura crescente pelas sementes e pelo cultivo da mamona, começaram a serem difundidos na região outras culturas como, soja, trigo e milho e essas culturas tinham financiamento garantido pelo governo federal, que assim conseguiu uma maior adesão dos agricultores, diminuindo a procura pela mamona. Outro fator preponderante para queda e quase extinção da mamona, foi o baixo preço pago pelo quilo da mesma (figura3), o qual teve queda vertiginosa no país, fixando a produção na região nordeste do Brasil onde é cultivada até os dias atuais.
	Mas, por que se encontram tantas mamoneiras em nossa área urbana (figuras 4 e 5)? Conforme os relatos dos entrevistados a mamona continuo crescendo em pequenas áreas, mesmo sem os cuidados necessários para o seu cultivo e até os anos 80 muitos se aproveitaram da disponibilidade para colher algumas sacas de mamona e vendê-las para alguns poucos compradores, dando assim por alguns anos, uma pequena renda extra para as famílias da cidade e da região.
	 Outro dado importante elencado para o grande crescimento de espécies da mamona é “a condição ideal para cultivo de mamona inclui altitudes entre 300 e 1.500m, temperatura média entre 20 e 30ºC e chuvas anuais entre 500 e 1.500 mm” (EMBRAPA, 2017).
	Por esse projeto reunir dados e histórias de uma cidade, faz do mesmo, peça única e, com certeza, servirá de embasamento para que outros acadêmicos pesquisem fatos relevantes dos seus municípios, mesmo que a escassez de material se mostre como dificuldade em realizá-lo, mas os resultados esperados poderão contribuir para a memória da sua cidade, como também resgatar a importância socioeconômica de algumas espécies cultivadas em tempos anteriores. Tem sido muito gratificante realizar esse trabalho, pois a herança deixada pela cultura da mamona mostrou não somente a questão agrícola, como também, os interesses políticos que se encontravam nas entrelinhas da política nacional e consequentemente contaminando a política em todas as suas escalas.
Figura 1: Propaganda divulgando a venda de sementes para o plantio da mamona.
Fonte: Jornal A Tribuna do Interior, 1976
Figura 2: Notícia vinculando o ótimo valor de venda da mamona
Fonte: Jornal A Tribuna do Interior, 1976
Figura 3: No mesmo ano, a queda do valor de venda e a preocupação para obter um preço mínimo melhor para a mamona.
Fonte: Jornal A Tribuna do Interior.
Figura 4: Mamoneiras na área urbana de Campo Mourão ( Asa Leste).
Foto: Martins, Marcelo 2017
Figura 5: Mamoneiras na área urbana de Campo Mourão (Asa Oeste)
Foto: Martins, Marcelo 2017.
Fundamentação
A mamona é cientificamente denominada Ricinus communis L., é planta da família euphorbiáceas. No Brasil, conhece-se a mamona sob as denominações de mamoneira, rícino, carrapateira, bafureira, baga e palma-criste. É uma planta de hábito arbustivo, com diversas colorações de caule, folhas e racemos (cachos), podendo ou não possuir cera no caule e no pecíolo. Tem raízes laterais e uma raiz principal que pode atingir 1,50 m de profundidade. As variedades cultivadas no Brasil (figura 6) podem ser de porte anão ou baixo (até 1,60 m), médio (1,60 a 2,00 m) ou alto (acima de 2,00 m) (EMBRAPA 2017)
Figura 6: Cultivares de mamona desenvolvidas no Brasil
Fonte: http://www.cnpa.embrapa.br/produtos/mamona/cultivares.html
Há também variedades com frutos deiscentes (quando maduro se abrem, deixando cair as sementes) e indeiscentes. O fruto é uma cápsula com espinhos, com três divisões e uma semente em cada uma. A mamoneira desenvolveu-se nas regiões Sudeste, Sul e Nordeste do Brasil. Nas regiões Sudeste e Sul, para se garantir a competitividade com outros produtos concorrentes tornou-se necessário o desenvolvimento de técnicas que facilitassem a mecanização e o desenvolvimento de variedades mais rentáveis. Deste modo tornou-se possível cultivar variedades anãs eindeiscentes, cuja maturação ocorre aproximadamente ao mesmo tempo em todas as bagas. Isto permite colheita mecânica única anual.
No Nordeste a miscigenação de variedades provocou um hibridismo espontâneo, os frutos são deiscentes, requerendo múltiplas colheitas por ano, em operação manual. Mesmo sendo uma cultura tropical equatorial, seu cultivo tem sido intensificado fora até mesmo dos trópicos e subtrópicos. Nas regiões tropicais, equatoriais, geralmente cultivam-se variedades arbóreas e nas regiões subtropicais e temperadas, variedades anãs e precoces.
As sementes têm diferentes tamanhos, formatos e grande variabilidade de coloração 
(figura 6), e delas e extrai industrialmente um óleo de excelentes propriedades, de largo uso industrial( Rodrigues Filho, 2000).
Figura 7: Exemplo da diversidade de cores, tamanhos e tipos de semente de mamona.
Fonte: Arquivo Embrapa Algodão. 
O óleo é utilizado na indústria de cosméticos, na indústria automotiva, como componente de polímeros ou como lubrificante para motores de alta rotação e carburante de motores a diesel e como fluído hidráulico em aeronaves.
Na área medicinal a mamona possui propriedades medicinais tais como: vermífugo, emoliente cicatrizante (uso externo), purgante (uso interno), anticancerígeno e analgésico. Devido às suas propriedades, a mamona pode ser utilizada para combater parasitas intestinais e, no uso externo, é usado no combate a herpes, erupções, feridas, calvície, queimaduras e eczemas. As folhas da mamona podem ser utilizadas no tratamento de casos de hemorroidas; o óleo de rícino é usado para regular o intestino e como purgante; para casos de unhas descamadas e cutículas ressecadas; fortalecimento dos cabelos e para a prevenção de rugas.
Ao contrário de outras oleaginosas, soja, girassol, amendoim, entre outras, a mamona não é destinada à alimentação humana, consequentemente, sob o ponto de vista social, não haveria concorrência com tal mercado. Já a obtenção do biodiesel é feita pelo processo de transesterificação, no processo de transesterificação, para obtenção de biodiesel, os triglicerídeos presentes no óleo são transformados em moléculas menores de ésteres de ácido graxo (biodiesel) a partir de um agente transesterificante (álcool primário) e um catalisador (base ou ácido). A mamona é uma planta que possui um teor de óleo muito elevado (48-60%) nas sementes. As características de adaptabilidade da planta em diferentes ecossistemas e a possiblidade deseu cultivo em áreas marginais, e assim, a tornam importante alternativa tanto para cultivo em safra quanto em safrinha.
Apesar da semente da mamona conter uma proteína tóxica, a ricina, um alcaloide relativamente inofensivo, a ricinina é um fator alergênico (CBA – castor-bean allergen), os quais não são observados no óleo de mamona, mas devem ser desativados para o aproveitamento na alimentação animal, por possuírem alto teor de proteína bruta. Assim, o uso mais simples da torta de mamona é como adubo orgânico de alta qualidade, o qual tem, inclusive, efeito nematicida natural ( Savy Filho, A. et al., 1999). Para cada 100 kg de óleo de mamona extraído, produzem-se mais ou menos 130 kg de um importante subproduto denominado torta ou farelo de mamona, que é um excelente adubo orgânico, com teor médio de macronutrientes da ordem de 4,4% de nitrogênio, 1,8% de fósforo e 1,4% de potássio (Freire, 2001).
 No caso da cultura da mamona, por se tratar de uma espécie de ciclo vegetativo longo, de porte avantajado, com estrutura planofoliar, isto é, ramos e folhas horizontadas e sistema radicular secundário um tanto superficial, torna-se necessário escolher cultura consorte de porte pequeno, ciclo curto, com diferente capacidade de exploração do substrato ecológico.
Pode se afirmar assim, conforme exemplificado por vários autores, que a mamona se mostra uma cultura com várias finalidades; industriais, comerciais e medicinais tornando-a fonte de renda para as pequenas e grandes propriedades, e sendo possível consorciá-la com outras culturas, para uma melhor ocupação das terras disponíveis para o plantio. Aliado ao fato de sua rusticidade, a mamona não exige muitos cuidados em seu ciclo de crescimento
	
Caracterização da área de pesquisa
A área de pesquisa está situada na cidade de Campo Mourão, que está localizada na mesorregião Centro Ocidental Paranaense, nas seguintes coordenadas 24º’02"38"" de Latitude Sul e 52º22"40"" de Longitude Oeste do Meridiano de Greenwich, a uma altitude média de 630 metros sobre o nível do mar. O clima de Campo Mourão é classificado como Cfa: Clima subtropical úmido mesotérmico, com verões frescos e geadas frequentes com cinco a cada ano, com tendência de concentração das chuvas nos meses de verão, sem estação seca definida. Os índices pluviométricos apresentam-se em média entre 1.400mm e 1.500mm por ano.
O solo predominante é o latossolo roxo, de textura argilosa, profundo, muito fértil, de grande aptidão para sustentar intensa atividade agrícola. O município pertence à bacia hidrográfica do Rio Paraná, sendo seu rio mais importante o Rio Mourão, que atravessa o Município de sul a norte. A vazão deste rio, associada à topografia de seu vale, oferece o maior potencial hidrodinâmico do Município, explorado com a construção da Usina Mourão.
Outros rios importantes: Rio km 119 e Rio do Campo. Um dos principais rios é a Andorinha, um rio que fica próximo ao Conjunto Tropical II.
Figura 8: Mapa do Paraná com destaque ao município de Campo Mourão
Fonte: IBGE
Localização das áreas de pesquisa
Campo Mourão - Paraná
Figura 9: Localização dos pontos onde se encontram aglomerações de mamoneiras na área urbana de Campo Mourão.
Fonte:Google Earth Pro
Materiais e Métodos
	Para o desenvolvimento do projeto serão realizadas pesquisas bibliográficas sobre a espécie Ricinus communis L., nas mais diversas literaturas disponíveis, jornais da cidade de Campo Mourão e entrevistas com moradores da cidade.
	Serão feitos registros fotográficos em vários pontos da cidade (figura 9) para melhor explicar a espacialização e comparação com os locais anteriormente cultivados na cidade, e assim traçar um paralelo entre onde a mamona foi cultivada e aonde a mesma cresceu por motivos a serem analisados.
Metas
Apresentar o projeto em eventos científicos.
Compreender a dinâmica social e econômica através do cultivo de espécies, tendo como referência a mamona.
Obter uma boa avaliação durante o ano na disciplina.
Cronograma
	 Atividades
	M
	J
	J
	A
	S
	O
	N
	Aprovação do Projeto
	X
	
	
	
	
	
	
	Fichamento Bibliográfico
	
	X
	
	
	
	
	
	Atividade de Campo
	
	X
	
	
	
	
	
	Entrega do Primeiro Relatório
	
	
	X
	
	
	
	
Referências
Freire, R.M.M. Ricinoquímica. In: AZEVEDO, D. M. P. de; LIMA E. F.(Ed.). O agronegócio da mamona no Brasil. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2001. 295-335.
RODRIGUES FILHO, A. A cultura da mamona. Belo Horizonte: EMATER-MG, 2000. 20p. (Boletim técnico).
SAVY FILHO, A.; PAULO, E.M.; MARTINS, A. L. M.; GERIN, M. A. N. Variedades de mamona do Instituto Agronômico. Campina: Instituto Agronômico, 1999. 12 p. (Boletim Técnico, 183)
MONTEIRO, J.V. Produtividade da mamoneira ‘Al Guarany 2002’ (Ricinus communis L.) em função de diferentes arranjos populacionais, 2005. 89p. Tese (Doutorado em Agronomia) – Universidade Federal de Lavras, Minas Gerais, 2005.
Portal São Francisco. Disponível em:
<http://www.portalsaofrancisco.com.br/alimentos/mamona> Acesso em 07 de Maio de 2017.
Portal Agência Embrapa de Informação Tecnológica. Disponível em:
<http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/agroenergia/arvore/CONT000fj0847od02wyiv802hvm3juldruvi.html> Acesso em 09 de Maio de 2017.
Portal Sistema de Produção da Embrapa. Disponível em:
<https://www.spo.cnptia.embrapa.br/conteudo?p_p_id=conteudoportlet_WAR_sistemasdeproducaolf6_1ga1ceportlet&p_p_lifecycle=0&p_p_state=normal&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-2&p_p_col_count=1&p_r_p_-76293187_sistemaProducaoId=5701&p_r_p_-996514994_topicoId=6301> Acesso em 09 de Maio de 2017.
Portal Biodieselbr. Disponível em:
<https://www.biodieselbr.com/plantas/mamona/historia-mamona.htm#> Acesso em 13 de Maio de 2017.
Portal Embrapa Algodão. Disponível em:
<http://www.cnpa.embrapa.br/produtos/mamona/index.html> Acesso em 13 de Maio de 2017.
Portal da Prefeitura de Campo Mourão. Disponível em:
<http://pmcm.blz.com.br /> Acesso em 28 de Abril de 2017.

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