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DIREITO CONSTITUCIONAL I - CCJ0019 - SEMANA 1 
Descrição 
Caso - Tema: Classificação das constituições 
A Constituição de 1988 desenhou em seu texto um Estado de bem-estar social, consagrando princípios 
próprios do modelo liberal clássico de forma conjugada com outros, típicos do modelo socialista. Esse 
pluralismo principiológico se faz sentir ao longo de todo o texto constitucional, especialmente no art. 
170, CRFB, que adota a livre iniciativa como princípio da ordem econômica, sem desprezar, no 
entanto, o papel do Estado na regulação do mercado. Considerando tal constatação, responda: 
 
a) Como o pluralismo principiológico pode favorecer a estabilidade da CRFB/88? 
b) Diante de tal característica, como a doutrina classificaria a CRFB/88? 
 
Sugestão: 
(A) Essa conciliação de princípios liberais com princípios socialistas é capaz, num primeiro momento, 
de acomodar os anseios das diversas correntes sociais, favorecendo a ideia de uma democracia 
pluralista e, num segundo momento, propicia uma maior estabilidade da Constituição diante de 
possíveis mudanças – geralmente cíclicas – de ideologia no governo. Essas seriam as vantagens mais 
significativas dessa conciliação principiológica. 
 
(B) Quanto à classificação da Constituição, é de se ver que o critério utilizado é o ideológico. A 
doutrina distingue, então, as constituições simples das constituições compromissórias. As primeiras são 
aquelas que apresentam fidelidade a uma única linha ideológica, como poderiam servir de exemplo a 
Constituição dos Estados Unidos e a da antiga União Soviética. Já as constituições compromissórias 
são aquelas que flertam com as duas linhas ideológicas, formando um Estado do bem-estar social. 
Então, a nossa Constituição de 1988 é classificada como compromissória. 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL I - CCJ0019 - SEMANA 2 
 
Caso 1 – Tema: Aplicabilidades das normas constitucionais 
Numa audiência no Juizado Especial Cível, em cujo processo o autor pleiteava uma indenização por 
danos morais no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais), o advogado da empresa demandada, com 
amparo no art. 133 da Constituição da República, pleiteou a extinção do processo sem apreciação de 
mérito (CPC, art. 267, IV), sob o fundamento de que o advogado é essencial à administração da justiça. 
O autor, mesmo não tendo formação jurídica, ofereceu defesa alegando que a Lei n.º 9.099/95 lhe 
garantia a possibilidade de postular em juízo sem assistência de defensor técnico. Diante de tal 
hipótese, considerando a aplicabilidade do art. 133, CRFB, seria correto afirmar que a Lei n.º 9.099/95 
padece de vício de inconstitucionalidade? 
 
Desenvolvimento: Entender o artigo 133 quanto a sua aplicabilidade. 
... 
O artigo 133 é uma norma de eficácia contida e aplicabilidade imediata. Então ele é indispensável, 
agora se houver se lei dizendo que no caso ele é dispensável – então está tudo certo de acordo com a 
interpretação do artigo 133. Então a lei 9.099/85 não é inconstitucional nesse aspecto. Então conclui 
que o artigo 133 é uma norma de eficácia contida, aplicabilidade imediata, mas não integral. 
Gabarito. É simples concluir que o artigo 133 da CRFB, fazendo referência ao papel da legislação 
infraconstitucional, mas tendo elemento suficiente para viabilizar a sua aplicação direta, pelo menos no 
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que diz respeito a dispensabilidade do advogado para a justiça, deve ser classificado como uma norma 
de eficácia contida, significa dizer que apesar de auto aplicável o artigo 133 da CRFB, o 133 admite 
que a legislação infraconstitucional recepcione a regra da indispensabilidade, assim, não há qualquer 
violação com o referido dispositivo constitucional pela lei 9.099/85, considerando mais que a mesma 
amplia sensivelmente o acesso a justiça. 
 
Caso 2 – Tema: Recepção 
A Emenda Constitucional nº 1/69 permitia a criação, em sede de Lei infraconstitucional, de monopólios 
estatais. Com o advento da Constituição da República de 1988, a possibilidade de criação de 
monopólios por lei não foi mais contemplada. 
À luz da teoria da recepção, é possível sustentar a manutenção de monopólios estatais criados em sede 
infraconstitucional pelo ordenamento pretérito e não reproduzidos pela Constituição de 1988? 
 
Desenvolvimento: 
A questão está sendo debatida pelo STF na dpf n. 46 e diz respeito a manutenção pelos Correios no 
monopólio nos serviços postais que foi instituído pela lei 6.538 de 78. Retomado o julgamento da DPF 
proposta pela associação brasileira das empresas de distribuição – ABRAED e que se pretende a 
declaração da não recepção pela constituição de 88 da lei que institui o monopólio das atividades 
postais pela empresa brasileira de correios e telégrafos, os ministros Joaquim Barbosa e Cesar Peluso 
acompanharam os votos dos ministro Eros Graus, que abrindo a divergência julgou improcedente o 
pedido formulado ao fundamento de que os serviços postais constitui serviço público e não atividade 
econômica em sentido estrito – serviço prestado pela empresa de correios de privilégio, tendo sido 
então recepcionada a lei pela constituição de 88. É a tese que está vigorando para este caso. Não é um 
caso de descontituiconalizada de uma norma constitucional, mas é um caso de uma situação que havia 
amparo na outra constituição e na constituição atual ela é omissa. Então entendeu ele o que? Que 
apesar da omissão, não há nada que diga o contrario a proibição desse monopólio – então a lei seria 
considerada recepcionada. 
Votara pela procedência parcial do pedido os ministros Carlos Brito, que também considerando que o 
serviço postal é serviço público, ou seja, de prestação exclusiva por parte da União, ressalvou 
entretanto que a recepção da lei 6538 de 78, estaria restrita às atividades que impliquem comunicação 
privada e comunicação telegráfica, não alcando portanto as de caráter eminentemente mercantil e o 
Ministro Gilmar Mendes que declarava a não recepção somente nos artigos 42, 43, 44 e 45 da lei 
impugnada que tratam da criminalização da violação ao monopólio postal da União, dado o caráter 
aberto da disposição em afronta ao princípio da reserva legal estrita. 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL I - CCJ0019 - SEMANA 3 
 
Caso 1- Tema: Interpretação Constitucional 
Ronaldo, militar do exército, estava matriculado no Curso de Direito numa Universidade Particular de 
Pernambuco, quando foi transferido ex officio da Unidade sediada em Boa Viagem para a Unidade 
localizada no Município do Rio de Janeiro. 
Por conta do seu deslocamento e da necessidade de dar continuidade aos estudos na Cidade do Rio de 
Janeiro, o militar solicitou à Sub-reitoria de Graduação da UERJ, transferência do curso de Direito da 
referida Universidade Particular para o mesmo curso na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 
com base na Lei n° 9.536/97. 
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O pedido do militar foi indeferido pela Sub-reitora da UERJ, com fulcro no ato normativo interno desta 
Universidade (Deliberação n° 28/2000), o qual regula esta matéria, uma vez que a Universidade de 
origem do militar era uma instituição de ensino superior particular. 
 
O militar impetra mandado de segurança alegando, em sua defesa, os seguintes argumentos: 
I - que o seu direito está amparado pelo parágrafo único do artigo 49 da Lei Federal n° 
9536/97 – dispositivo este que regulamenta o parágrafo único da Lei Federal n° 9.394/96 (estabelece as 
diretrizes e bases da educação nacional); 
II - que a norma restritiva do art. 99 da Lei 8.112/90 (entidades congêneres) não se aplica aos 
militares; 
III - que o ato normativo n° 28/2000, no qual o sub-reitor se baseou para indeferir o pedido de 
transferência, “tem vício de ilegalidadea negativa de matrícula”, pois contraria o conteúdo da Lei nº 
9536/97, uma vez que a Lei federal não exige o caráter congênere entre instituições de ensino; 
 
Diante da situação acima descrita, questiona-se: qual a interpretação constitucional mais adequada 
para a solução deste conflito? 
 
Sugestão 1: A questão já foi examinada pelo STF na ADI Nº 3324 onde ficou decidido que para 
transferência entre instituições de ensino dever-se-à observar o caráter congênere das instituições de 
ensino sob pena de violação dos princípios da isonomia, impessoalidade e do mérito no acesso às 
Universidades Públicas. 
Aduza-se, por oportuno, que pela filtragem constitucional toda a ordem jurídica deve ser lida à luz da 
Constituição da República e passada pelo seu crivo. 
 
Caso 2- Tema: Princípio da razoabilidade 
O Estado do Tocantins publicou edital no Diário Oficial do Estado de concurso público para o 
preenchimento de vagas para o cargo de policial. Uma das provas é a realização de testes físicos e um 
dos testes exige que os candidatos façam a seguinte atividade: 
“Flexões abdominais: consiste em o candidato executar exercícios abdominais, por flexão de braços, 
deitado em decúbito ventral, em um maior número de repetições dentro de suas possibilidade, no 
período de um minuto, obedecendo à tabela de pontuação abaixo:...” 
 
Em função da redação incoerente do texto desse teste, o Estado publicou uma errata do edital no 
mesmo órgão oficial de imprensa, duas semanas antes de iniciarem as provas, com a seguinte redação: 
“Flexões abdominais: consiste em o candidato executar exercícios abdominais, por flexão de tronco, em 
decúbito dorsal em um maior número de repetições tocando os cotovelos nos joelhos ou coxas, no 
período de um minuto.” 
Como os candidatos já haviam se inscrito na prova no momento da percepção do equívoco da referida 
redação, muitos deles se consideraram surpreendidos, no dia da realização desse teste físico, pois não 
tomaram conhecimento da errata do edital. 
 
Alguns desses, que não conseguiram passar na prova de esforço físico, ingressaram com mandado de 
segurança com a alegação de que esse teste deve ser desconsiderado como critério de aprovação, pois 
foi incluído após as inscrições, apenas duas semanas antes do começo das provas e porque não foi 
publicado num jornal de grande circulação para que todos tivessem a chance de tomar conhecimento 
da modificação. Assim, alegam que houve ofensa ao princípio da razoabilidade. 
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A quem assiste razão no caso? Dê os fundamentos jurídicos cabíveis (fundamentos normativos, 
jurisprudenciais e doutrinários). 
 
Sugestão 2: Assiste razão ao Estado. Houve um simples erro material na redação, pois a flexão 
abdominal não pode ser efetuada com “flexão de braço”, o que não implicou em novo critério de 
avaliação. A Administração pública pode corrigir seus próprios atos e publicar a errata no Diário 
Oficial do Estado, que é o meio ordinário para dar efeito a seus atos junto à sociedade. Não há, por fim, 
ofensa ao princípio da razoabilidade justamente por ter sido mero erro material de redação, por não ter 
sido incluído novo critério de avaliação, por ter sido publicado com antecedência à realização das 
provas, por não haver qualquer justificativa que tornasse obrigatória a publicação em jornal de grande 
circulação e, principalmente por não ter fundamento a alegação de surpresa. (RE 390939/MA). 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL I - CCJ0019 - SEMANA 4 
 
Caso 1 – Tema: Cláusulas Pétreas ou Superconstitucionais 
 
Tramita no Congresso Nacional proposta de Emenda Constitucional convocando uma nova Revisão 
Constitucional nos moldes do artigo 3º da ADCT. A referida proposta de Emenda Constitucional prevê 
a realização de Referendo para a entrada em vigor dos dispositivos alterados pela Assembleia Revisora. 
É legítima tal proposta? 
 
Comentário: 
O que pode ser dito sobe a revisão constitucional de 1988. Quando nasce a constituição de 1988 
existiam duas formas de expressão do poder constituinte derivado ou reformador. Ou haveria a emenda 
constitucional de acordo com o art. 60, ou as emendas de revisão, que seriam feitas pela revisão 
constitucional. As emendas de revisão de acordo com o artigo 3 dos Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias - ADCT 
. Hoje é um tipo de norma que nos chamamos de normas de eficácia exaurida, ou seja, extinguiu-se em 
5 anos, ou seja, passou os 5 anos previstos, exauriu a eficácia, não gera mais efeito. Não poderá mais 
haver a revisão constitucional. Nesse caso, a única forma de exercício da expressão do poder 
constituinte recorrente, foi a emenda constitucional. 
 
O que é mais fácil fazer? Emenda de revisão constitucional ou emenda constitucional. 
A emenda de revisão é mais fácil de operar. - Para se fazer a emenda constitucional, é necessário que o 
processo passe pela duas casas do congresso com aprovação de no mínimo 60% - 3/5 da casa. Para se 
proceder a emenda de revisão é necessário a maioria do membros da casa (portanto menos de 3/5) e 
sessão unicameral. 
Obs.: As emendas constitucionais foram feita até 1994. 
Sendo assim, não existe mais a opção de se propor emenda constitucional com base nos artigo 3 da 
ADCT. Hoje só existe a possibilidade de emenda constitucional nos moldes do artigo 60. 
 
A pegadinha da questão é querer alterar o artigo 60 para tornar o 60 mais fácil. Ou seja, quer se 
propor uma revisão alterando o artigo 3 dizendo que se quer fazer uma revisão de novo, ou seja, 
prtende-se tornar o processo de alteração/revisão das normas constitucionais mais fácil, ou seja, dando 
mais opções para o poder constituinte derivado. O referendo entra na história para. Quem é limitado 
pode acabar com a própria limitação não. No entanto quem colocou a limitação – no caso o povo pode 
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acabar com a limitação. O povo é o poder constituinte originário. Dessa forma, é como se o povo desse 
a legitimidade para se proceder o poder constituinte derivado. 
Considerando que o artigo 60 é cláusula pétrea, ele não pode sofrer abolição e nem restrição. Ou seja, 
não se pode usar o próprio 60 para abolir o próprio 60. 
 
A questão é polêmica, e pode despertar o interesse dos alunos. A doutrina sustenta que a proposta em 
questão viola algumas cláusulas pétreas implícitas. No entanto, os Professores Diogo de Figueiredo 
Moreira Neto, Manoel Gonçalves Ferreira Filho e Jorge de Miranda, são favoráveis a esta 
possibilidade de realização de uma nova Revisão Constitucional. 
Esta questão pode render bons debates sobre a tensão existente entre Constitucionalismo e Democracia 
e o aspecto contra majoritário da Constituição. 
 
Obs. Constitucionalismo e Democracia e o aspecto contra majoritário da Constituição. - A democracia 
garante os direitos fundamentais das minorias. O objetivo é combater a ditadura da maioria. Dessa 
forma, não constituição estão elencados os direitos fundamentais que visam proteger as minorias. Desse 
sentido só pode haver emendas para ampliar os direitos fundamentais. 
 
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT - Tem natureza de norma constitucional, 
contendo regras para assegurar a harmonia da transição do regime constitucional anterior (1969) para 
o novo regime (1988), além de estabelecer regras de caráter meramente transitório, relacionadas com 
essa mudança, cuja eficácia jurídica é exaurida assim que ocorrer a situação prevista. 
 
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT - Tem natureza de norma 
constitucional, contendo regras para assegurar a harmonia da transição do regime constitucional 
anterior (1969) para o novo regime (1988), além de estabelecer regras de caráter meramentetransitório, relacionadas com essa mudança, cuja eficácia jurídica foi exaurida na situação prevista, ou 
seja, em 1994. As outras formas de propor emenda constitucional estão prevista no art. 60 da CRFB. 
Como fazer a revisão constitucional prevista nos ADCT é mais flexível do que as regras previstas no 
art. 60 da CRFB, o que se pretende é facilitar a possibilidade de alterar normas constitucionais de 
forma mais flexível. 
Conforme art. 60 para que a constituição seja emendada, a proposta será discutida e votada em 
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, 
três quintos dos votos dos respectivos membros. 
 
Para proceder a uma nova revisão nos moldes do art. 3º da ADCT é necessário a maioria dos 
membros da casa (portanto menos de 3/5) e sessão unicameral. 
O referendo proposto é para dar maior legitimidade a proposta, ou seja, quem é limitado pode 
acabar com a própria limitação não. No entanto quem colocou a limitação – no caso o povo pode 
acabar com a limitação. O povo é o poder constituinte originário. Dessa forma, é como se o povo desse 
a legitimidade para se proceder o poder constituinte derivado. 
Considerando que o artigo 60 é cláusula pétrea – cláusula que não podem ser modificadas -, ele 
não pode sofrer abolição e nem restrição. Ou seja, não se pode usar o próprio 60 para abolir o próprio 
60. 
Dessa forma, qualquer proposta de Emenda Constitucional convocando uma nova Revisão 
Constitucional nos moldes do artigo 3º da ADCT não é mais possível, vez que se trata de uma norma de 
eficácia exaurida. 
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O que pode ser dito sobe a revisão constitucional de 1988. Quando nasce a constituição de 1988 
existiam duas formas de expressão do poder constituinte derivado ou reformador. Ou haveria a emenda 
constitucional de acordo com o art. 60, ou as emendas de revisão, que seriam feitas pela revisão 
constitucional. As emendas de revisão de acordo com o artigo 3 dos Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias - ADCT 
 
Resposta caso 01 
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT - Tem natureza de norma 
constitucional, contendo regras para assegurar a harmonia da transição do regime constitucional 
anterior (1969) para o novo regime (1988), além de estabelecer regras de caráter meramente 
transitório, relacionadas com essa mudança, cuja eficácia jurídica foi exaurida na situação prevista, ou 
seja, em 1994. As outras formas de propor emenda constitucional estão prevista no art. 60 da CRFB. 
Como fazer a revisão constitucional prevista nos ADCT é mais flexível do que as regras previstas no 
art. 60 da CRFB, o que se pretende é facilitar a possibilidade de alterar normas constitucionais de 
forma mais flexível. 
Conforme art. 60 para que a constituição seja emendada, a proposta será discutida e votada em 
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, 
três quintos dos votos dos respectivos membros. 
Para proceder a uma nova revisão nos moldes do art. 3º da ADCT é necessário a maioria dos 
membros da casa (portanto menos de 3/5) e sessão unicameral. 
O referendo proposto é para dar maior legitimidade a proposta, ou seja, quem é limitado pode 
acabar com a própria limitação não. No entanto quem colocou a limitação – no caso o povo pode 
acabar com a limitação. O povo é o poder constituinte originário. Dessa forma, é como se o povo desse 
a legitimidade para se proceder o poder constituinte derivado. 
Considerando que o artigo 60 é cláusula pétrea – cláusula que não podem ser modificadas -, ele 
não pode sofrer abolição e nem restrição. Ou seja, não se pode usar o próprio 60 para abolir o próprio 
60. 
Dessa forma, qualquer proposta de Emenda Constitucional convocando uma nova Revisão 
Constitucional nos moldes do artigo 3º da ADCT não é mais possível, vez que se trata de uma norma de 
eficácia exaurida. 
 
Resposta caso 2 
Segundo a constituição: 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 
1998) 
 
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual 
período; 
 
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso 
público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para 
assumir cargo ou emprego, na carreira; 
 
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1) o implícito direito de ser recrutado segundo a ordem descendente de classificação de todos os 
aprovados (concurso é sistema de mérito pessoal) e durante o prazo de validade do respectivo edital de 
convocação (que é de 2 anos, prorrogável, apenas uma vez, por igual período); 
 
2) o explícito direito de precedência que os candidatos aprovados em concurso anterior têm sobre os 
candidatos aprovados em concurso imediatamente posterior, contanto que não-escoado o prazo daquele 
primeiro certame; ou seja, desde que ainda vigente o prazo inicial ou o prazo de prorrogação da 
primeira competição pública de provas, ou de provas e títulos. Mas ambos os direitos, acrescente-se, de 
existência condicionada ao querer discricionário da administração estatal quanto à conveniência e 
oportunidade do chamamento daqueles candidatos tidos por aprovados. O dispositivo estadual 
adversado, embora resultante de indiscutível atributo moralizador dos concursos públicos, vulnera os 
artigos 2º, 37, inciso IV, e 61, § 1º, inciso II, "c", da Constituição Federal de 1988. precedente: RE 
229.450, Rel. Min. Maurício Corrêa. 
 
Caso 2 - Tema: Poder Constituinte Decorrente 
 
A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, no exercício do Poder Constituinte Derivado 
Decorrente inseriu no texto da Constituição Estadual norma que assegurava aos candidatos aprovados 
em concurso público, dentro do número de vagas obrigatoriamente fixado no respectivo edital, o direito 
ao provimento no cargo no prazo máximo de cento e oitenta dias, contado da homologação do 
resultado. É Constitucional o artigo 77, VII da Constituição do Estado do Rio de Janeiro? 
 
Gabarito comentado: Ver art 37 da CRFB. Art. 37 ...... 
A constituição estabelece que o prazo de validade é de 2 anos, prorrogados por mais 2 anos. A 
constituição do Rio não pode estabelecer um prazo menor que o prazo determinado do prazo pela 
CRFB. 
 
1) o implícito direito de ser recrutado segundo a ordem descendente de classificação de todos os 
aprovados (concurso é sistema de mérito pessoal) e durante o prazo de validade do respectivo edital de 
convocação (que é de 2 anos, prorrogável, apenas uma vez, por igual período); 
 
2) o explícito direito de precedência que os candidatos aprovados em concurso anterior têm sobre os 
candidatos aprovados em concurso imediatamente posterior, contanto que não-escoado o prazo daquele 
primeiro certame; ou seja, desde que ainda vigente o prazo inicial ou o prazo de prorrogação da 
primeira competição pública de provas, ou de provas e títulos. Mas ambos os direitos, acrescente-se, de 
existência condicionada ao querer discricionário da administração estatal quanto à conveniência e 
oportunidade do chamamento daqueles candidatos tidos por aprovados. O dispositivo estadual 
adversado, embora resultante de indiscutível atributo moralizador dos concursos públicos, vulnera os 
artigos 2º, 37, inciso IV, e 61, § 1º, inciso II, "c", da Constituição Federal de 1988. precedente: RE 
229.450, Rel. Min. Maurício Corrêa. 
 
 
A matériajá foi examinada pelo STF, mas não custa trazer para o debate os votos vencidos do Ministro 
Sepúlveda Pertence, Celso Mello e Marco Aurélio. 
 
* STF - SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
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RE 229450 / RJ - RIO DE JANEIRO 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
Relator(a): Min. MAURÍCIO CORRÊA 
Julgamento: 10/02/2000 Órgão Julgador: Tribunal Pleno 
Publicação: DJ DATA-30-08-01 PP-00065 EMENT VOL-02041-04 PP-00683 
EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. ARTIGO 77, VII, DA 
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: NOMEAÇÃO DE CANDIDATO APROVADO 
EM CONCURSO PÚBLICO. PRAZO MÁXIMO CONTADO DA HOMOLOGAÇÃO DO RESULTADO 
DO CONCURSO PÚBLICO. INCONSTITUCIONALIDADE. 
 
1. Aprovação em concurso público. Direito subjetivo do candidato à nomeação, de acordo com a 
respectiva ordem de classificação e no prazo de sua validade. 2. Constituição do Estado do Rio de 
Janeiro, artigo 77, VII. Provimento de cargo público. Iniciativa reservada ao Chefe do Executivo para 
edição de leis que disponham sobre o regime jurídico dos servidores públicos. Ofensa ao princípio da 
separação dos poderes: Inconstitucionalidade formal. Recurso extraordinário conhecido e provido para 
cassar a segurança, declarando-se, incidenter tantum, a inconstitucionalidade do inciso VII do artigo 
77 da Constituição do Estado do Rio de Janeiro. 
 
* STF - ADIN - 2931, de 2003 - Decisão do Mérito: "Julgamento do Pleno - Procedente - Decisão: o 
Tribunal, por maioria, julgou procedente a ação para declarar a inconstitucionalidade do inciso VII do 
artigo 77 da Constituição do Estado do Rio de Janeiro, nos termos do voto do relator, vencidos os 
senhores Ministros Marco Aurélio, Celso de Mello e Sepúlveda Pertence. Votou o Presidente, Ministro 
Nelson Jobim. Ausente, justificadamente, o senhor Ministro Eros Grau. Plenário, 24.02.2005. 
 
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTIGO 77, INCISO VII, DA 
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. TEXTO NORMATIVO QUE ASSEGURA O 
DIREITO DE NOMEAÇÃO, DENTRO DO PRAZO DE CENTO E OITENTA DIAS, PARA TODO 
CANDIDATO QUE LOGRAR APROVAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO DE PROVAS, OU DE 
PROVAS DE TÍTULOS, DENTRO DO NÚMERO DE VAGAS OFERTADAS PELA ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA ESTADUAL E MUNICIPAL. O direito do candidato aprovado em concurso público de 
provas, ou de provas e títulos, ostenta duas dimensões: 
 
1) o implícito direito de ser recrutado segundo a ordem descendente de classificação de todos os 
aprovados (concurso é sistema de mérito pessoal) e durante o prazo de validade do respectivo edital de 
convocação (que é de 2 anos, prorrogável, apenas uma vez, por igual período); 
 
2) o explícito direito de precedência que os candidatos aprovados em concurso anterior têm sobre os 
candidatos aprovados em concurso imediatamente posterior, contanto que não-escoado o prazo daquele 
primeiro certame; ou seja, desde que ainda vigente o prazo inicial ou o prazo de prorrogação da 
primeira competição pública de provas, ou de provas e títulos. Mas ambos os direitos, acrescente-se, de 
existência condicionada ao querer discricionário da administração estatal quanto à conveniência e 
oportunidade do chamamento daqueles candidatos tidos por aprovados. O dispositivo estadual 
adversado, embora resultante de indiscutível atributo moralizador dos concursos públicos, vulnera os 
artigos 2º, 37, inciso IV, e 61, § 1º, inciso II, "c", da Constituição Federal de 1988. precedente: RE 
229.450, Rel. Min. Maurício Corrêa. Ação direta julgada procedente para declarar a 
inconstitucionalidade do inciso VII do artigo 77 da Constituição do Estado do Rio de Janeiro. 
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Em que pese a decisão proferida pelo STF, devem-se destacar os votos vencidos que não consideraram 
inconstitucionais as restrições impostas ao exercício da discricionariedade pelo Administrador Público. 
Ao impor tal restrição o Poder Constituinte Decorrente estava prestigiando outros valores 
constitucionais como a boa-fé e a confiança legítima dos candidatos aprovados e classificados. 
 
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o 
Judiciário. 
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras 
formas de discriminação. 
 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 
1998) 
 
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual 
período; 
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso 
público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para 
assumir cargo ou emprego, na carreira; 
 
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da 
Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao 
Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos 
cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição. 
§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que: 
 
II - disponham sobre: 
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento 
de sua remuneração; 
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e 
pessoal da administração dos Territórios; 
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e 
aposentadoria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998) 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL I - CCJ0019 - SEMANA 5 
 
Caso 1 - A União Brasileira de Artesãos, sociedade civil sem fins lucrativos, por decisão de sua 
diretoria determinou a exclusão de alguns de seus sócios sem garantia da ampla defesa e do 
contraditório. Entendendo que os direitos fundamentais assegurados pela Constituição não vinculam 
somente os poderes públicos, estando também direcionados à proteção dos particulares nas relações 
privadas, tais sócios buscam tutela jurisdicional no sentido de invalidar a referida decisão. Diante do 
que dispõe o art. 5º, XIX, CRFB, poderia o Poder Judiciário invalidar a decisão da diretoria da 
entidade? 
 
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Poderia o poder judiciário invalidar a decisão da entidade? Podeira. Porque? Um cidadão é obrigado 
respeitar o outro em relação ao direito fundamental?Sim. Os direitos fundamentais aplicam-se na s 
relações horizontais. Eficácia horizontal dos direitos fundamentais. Dessa forma, a autonomia da 
vontade fica limitada. Ninguém pode fazer o que bem entender. 
Gabarito 1: "Eficácia dos direitos fundamentais nas relações privadas. As violações a direitos 
fundamentais não ocorrem somente no âmbito das relações entre o cidadão e o Estado, mas igualmente 
nas relações travadas entre pessoas físicas e jurídicas de direito privado. Assim, os direitos 
fundamentais assegurados pela Constituição vinculam diretamente não apenas os poderes públicos, 
estando direcionados também à proteção dos particulares em face dos poderes privados. 
A ordem jurídico-constitucional brasileira não conferiu a qualquer associação civil a possibilidade de 
agir à revelia dos princípios inscritos nas leis e, em especial, dos postulados que têm por fundamento 
direto o próprio texto da Constituição da República, notadamente em tema de proteção às liberdades e 
garantias fundamentais. O espaço de autonomia privadagarantido pela Constituição às associações 
não está imune à incidência dos princípios constitucionais que asseguram o respeito aos direitos 
fundamentais de seus associados. 
 
A autonomia privada que encontra claras limitações de ordem jurídica, não pode ser exercida em 
detrimento ou com desrespeito aos direitos e garantias de terceiros, especialmente aqueles positivados 
em sede constitucional, pois a autonomia da vontade não confere aos particulares, no domínio de sua 
incidência e atuação, o poder de transgredir ou de ignorar as restrições postas e definidas pela própria 
Constituição, cuja eficácia e força normativa também se impõem, aos particulares, no âmbito de suas 
relações privadas, em tema de liberdades fundamentais." (RE 201.819, Rel. p/ o ac. Min. Gilmar 
Mendes, julgamento em 11-10-05, DJ de 27-10-06). 
 
Caso 2 – A ABRATI – Associação Brasileira das Empresas de Transporte Rodoviário Intermunicipal, 
Interestadual e Internacional de Passageiros - ajuizou Ação Direta de Inconstitucionalidade no 
Supremo Tribunal Federal onde pedia a declaração de inconstitucionalidade da Lei 8.899/1994. 
Tal norma assegura o direito ao passe livre às pessoas portadoras de deficiência, desde que 
comprovadamente carentes, no sistema de transporte coletivo interestadual. 
Segundo a ABRATI, a norma viola os seguintes dispositivos constitucionais: art. 1ª, IV; art. 5º, XXII; 
art. 170, II e art. 195, § 5º. Alega, em síntese, violação do direito de propriedade e da livre iniciativa, 
direitos fundamentais que devem ser protegidos pelo Supremo Tribunal Federal. 
Em parecer, o Procurador-Geral da República manifestou-se pela improcedência da ação, uma vez que 
a Constituição consagra como Direito Fundamental a proibição de discriminação e a norma em xeque 
procura realizar a efetiva inclusão social dos deficientes físicos com carências econômicas, razão pela 
qual, numa ponderação entre os direitos em conflitos estes deveriam prevalecer em detrimento do 
direito à propriedade. 
Analise o conflito acima, assinalando se a Lei 8.899/1994 deve realmente ser declarada 
inconstitucional. Para a solução deste caso procure utilizar a técnica da ponderação de interesses. 
 
Eles alegam que transportar pessoas que não podem pagar está invialbilizando o negócio, portanto 
atingindo a propriedade privada e atingindo também a livre iniciativa, que é direito de qualquer 
cidadão praticar da forma que bem entender-desde que seja dentro do previsto nas leis. E mais, se a 
seguridade social vem limitar o exercício da livre inciativa, a fonte de custeio tem que está determinada 
– de onde o dinheiro vai sair. A seguridade social que vais está no tripé previdência, saúde e assistência 
social é o grande direito social que objetiva proteger a sociedade contra as próprias mazelas humanas 
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e mazelas provenientes da sociedade. Mazelas humanas: A proteção contra a velhice. Quando velho, a 
capacidade da força de trabalho é reduzida. Manutenção contra as doenças. Proteção contra portar 
necessidades especiais. A seguridade social é feita para proteger a sociedade dos próprios risco 
inerentes a sociedade. A seguridade social é um direito. Observar o princípio constitucional da 
razoabilidade ou proporcionalidade – Esses princípios se dividem em três – a questão da necessidade, a 
questão da adequação e a questão da proporcionalidade em sentido estrito. Ou seja, toda a vez que o 
poder público – Legislativo, executivo e judiciário forem limitar um direito fundamental do cidadão, 
essa limitação tem que ser razoável ou proporcional. 
 – Isto porque ela tem que ser uma limitação necessária: Isso significa dizer que não há outro jeito 
diante do problema apresentado. A solução também além de ser necessária tem que ser adequada, isto 
é, dentre as diversas soluções possíveis, tem que procurar encontrar a melhor solução e tem que 
entender se ela é uma solução igualitária – proporcional em sentido estrito. Então tem que se fazer as 
seguintes perguntas: A limitação que estou impondo é necessária? É porque eu tenho que viabilizar a 
seguridade social. É adequada. Sim, porque eu não estou inviabilizando o negócio. Por exemplo, de 50 
vagas disponíveis em cada ônibus, estou solicitando 02.É razoável. É. Porque o mesmo critério está 
sendo estabelecido para todas as outras empresas do ramo.... 
Limitação versus ganho....A limitação de uns fornece um ganho maior para a maioria...... 
 
Gabarito 2: A ação foi julgada improcedente pelo Supremo Tribunal Federal, declarando-se 
constitucional o teor da norma impugnada. A maioria dos Ministros do Supremo compreendeu que a lei 
fornecia maior efetividade aos valores indicados no preâmbulo do Texto Constitucional de 1988, bem 
como aos princípios da solidariedade, constante no art. 3º da Constituição, e da dignidade da pessoa 
humana, expresso no art. 1º, III. Ademais não haveria violação à livre iniciativa, uma vez que o serviço 
de ônibus consiste em concessão do Poder Público, havendo liberdade de exploração nos limites da lei. 
 
O docente deverá ainda enfatizar que entre a proteção à livre atividade econômica e a garantia da 
dignidade da pessoa humana, neste caso concreto esta última deve prevalecer, fornecendo-se assim a 
máxima efetividade dos direitos fundamentais. 
Tal decisão de nossa Suprema Corte consta no Informativo nº 505 do STF, ao informar o resultado do 
julgamento da ADIN 2649. 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL I - CCJ0019 - SEMANA 6 
 
Caso 1 – A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro abriu edital para concurso público para o 
provimento de vagas para Primeiro-Tenente, médico e dentista, do seu quadro de oficiais de saúde. 
De acordo com as regras do edital seriam admitidos apenas candidatos do sexo masculino, uma vez que 
a Polícia Militar, por sua natureza de ser uma polícia de confronto, poderia diferenciar quanto ao 
gênero na contratação de seus oficiais. 
 
Inconformada com a restrição do edital, Alethéia Maria, dentista regularmente inscrita no CRO 
(Conselho Regional de Odontologia) e com mais de dez anos de experiência na área de saúde, procura 
seu escritório de advocacia em busca de uma orientação jurídica quanto à legalidade do edital da 
PMERJ. 
É constitucional a restrição imposta pelo edital do concurso? 
Está se fazendo claramente uma restrição ao sexo feminino, dizendo que esta profissão não pode ser 
exercida por mulher. Tal prática não é admitida pela constituição. 
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Sugestão 1: A exigência imposta pelo edital é inconstitucional. A discriminação aqui apresentada viola 
claramente os princípios da razoabilidade e da igualdade entre os sexos. O docente poderá apresentar 
aos alunos o quão irrazoável é exigir que os médicos e dentistas de uma instituição pública sejam 
apenas indivíduos do sexo masculino. 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL I - CCJ0019 – Caso concreto 7 
 
Num sábado à noite um cidadão recebe a visita de um Oficial de Justiça que havia se dirigido até sua 
residência com o fim de citar sua esposa, que se encontrava enferma e acamada. 
Preocupado com o estado de saúde de sua mulher, o cidadão não permitiu a entrada do Oficial de 
Justiça em sua casa, e quando este tentou ingressar forçosamente, foi repelido com um empurrão. 
Foi o cidadão então indiciado pelo crime de desobediência (art. 330, Código Penal). O Juiz de primeira 
instância o absolveu, entendendo ter o agente agido com inexigibilidade de conduta diversa, em face do 
exposto no art. 5º, XI da Constituição da República. 
No entanto, provendo apelo do Ministério Público, o Tribunal de Justiça reformou a decisão de 
primeiro grau, entendendo que o autor atuou com violência contra agente público competente que 
executava ordem com amparo legal. Ressaltouo Tribunal que o Oficial de Justiça encontrava-se de 
posse de mandado de citação que continha autorização expressa para cumprimento em domingo ou em 
dia útil, em horário diverso do estabelecido no caput do art. 172 do Código de Processo Civil, nos 
termos do § 2º deste mesmo artigo, condenando-o assim nas penas do crime de desobediência. 
 
Dessa decisão do Tribunal de Justiça o advogado interpôs Recurso Extraordinário, pedindo a reforma 
da decisão do TJ com o restabelecimento da sentença de 1º grau. Analise tecnicamente as 
possibilidades de sucesso desse recurso, conforme a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. 
 
Gabarito 2: Pode? É constitucional entrar na casa de alguém à noite ou ao domingo? 
Houve inegável violação ao preceito do art. 5º, XI da Carta da República. Tal dispositivo constitucional 
é claro ao afirmar que só se pode entrar forçosamente na casa de uma pessoa com ordem judicial 
durante o dia. Assim, se o mandado judicial possibilitava ao oficial efetuar a citação da ré na sua casa 
em qualquer horário é claro que isto não poderia se dar durante o horário noturno, sob pena de 
nulidade do ato por inconstitucionalidade. Desta forma não houve crime de desobediência e o Recurso 
Extraordinário deve prosperar. Este é o posicionamento de nossa Suprema Corte explicitado no 
julgamento do RE 460.880-4. 
A inviolabilidade do domicílio só é flexibilizada em três situações: 
1 – Só pode ingressar no domicílio com autorização do morador. Em qualquer horário. 
2 – Com mandado judicial durante o dia, ou seja, de 06:000 às 18:00 hs. 
3 - Depois desse horário, em flagrante delito ou para prestar socorro. 
 
Então a decisão tinha que ser provida 
 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL I - CCJ0019 - Caso concreto 08 
 
Soldado do Exército Brasileiro, indignado por ter uma remuneração inferior ao salário mínimo, fato 
que contrariaria o art. 7º, IV da CRFB/88, lhe procura para saber da constitucionalidade dessa 
remuneração inferior ao salário mínimo. Fundamente a sua resposta na doutrina e na jurisprudência. 
 
Gabarito 1: O aluno deve argumentar que apesar de aparentemente haver uma inconstitucionalidade, 
pois ninguém deveria auferir salário menor que o mínimo, o entendimento do STF acerca da questão é 
de que a Constituição não incluiu os praças iniciais como uma categoria que deveria receber salário 
mínimo. “Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo para 
as praças prestadoras de serviço militar inicial (Súmula Vinculante nº6)”. 
 
“Constitucional. Serviço militar obrigatório. Soldo. Valor inferior ao salário mínimo. Violação aos arts. 
1º, III, 5º, caput, e 7º, IV, da CF. Inocorrência. RE desprovido. A Constituição Federal não estendeu aos 
militares a garantia de remuneração não inferior ao salário mínimo, como o fez para outras categorias 
de trabalhadores. O regime a que submetem os militares não se confunde com aquele aplicável aos 
servidores civis, visto que têm direitos, garantias, prerrogativas e impedimentos próprios. Os cidadãos 
que prestam serviço militar obrigatório exercem um múnus público relacionado com a defesa da 
soberania da pátria. A obrigação do Estado quanto aos conscritos limita-se a fornecer-lhes as 
condições materiais para a adequada prestação do serviço militar obrigatório nas Forças Armadas.” 
(RE 570.177, Rel. Ricardo Lewandowski, julgamento em 30-4-08, DJE de 27- 6- 08). 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL I - CCJ0019 - Caso concreto 09 
 
Mulher grávida, que trabalha sob a regime de contratação temporária, lhe consulta como advogado 
trabalhista para saber se tem direito à licença maternidade. Fundamente a sua resposta na doutrina e 
na jurisprudência. 
 
Gabarito 2: O aluno deve argumentar que este direito social, que se traduz a um tratamento 
diferenciado ao gênero feminino, se aplica em qualquer forma contratual de trabalho. “A empregada 
sob regime de contratação temporária tem direito à licença-maternidade, nos termos do art. 7º, XVIII 
da Constituição e do art. 10, II, b do ADCT, especialmente quando celebra sucessivos contratos 
temporários com o mesmo empregador.” (RE 287.905, Rel. p/ o ac. Min. Joaquim Barbosa, julgamento 
em 28-6-05, DJ de 30-6-06). 
 
Para saber um pouco mais 
Mas certos tipos de ações, as que discutem a constitucionalidade dos temas, o como Ação Direta de 
Inconstitucionalidade (ADI) e a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), elas não 
geram prevenção. 
Ou seja, não é porque aquele assunto está com um ministro que ele receberá outros processos que chegarem 
sobre aquele tema, como habeas corpus ou mandados de segurança. E também se chegarem habeas corpus 
ou mandados de segurança primeiro, e depois a ADPF ou a ADI, ela também não vai para o ministro que 
está com o assunto. 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL I - CCJ0019 Título – Caso concreto 10 
 
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João da Silva Smith, filho de Ana Maria da Silva, brasileira, natural dos Estados Unidos da América, 
cometeu um homicídio em Nova York em 26 de janeiro de 2000. No dia 28 de janeiro de 2000 fugiu 
para o Brasil. Ao chegar aqui, João da Silva Smith opta pela nacionalidade brasileira na Justiça 
Federal de acordo com os artigos 12, I, c e 109, X da CRFB/88. No ano de 2001, antes de se concluir o 
processo de opção de nacionalidade, o governo norte-americano pede a extradição de João da Silva 
Smith ao Brasil pelo homicídio cometido em 2000. Pergunta-se: o Brasil vai extraditá-lo? Por quê? 
 
Sugestão de gabarito do caso 1: “Extradição: inadmissibilidade: extraditando que – por força de opção 
homologada pelo juízo competente – é brasileiro nato (Const., art. 12, I, c): extinção do processo de 
extradição, anteriormente suspenso enquanto pendia a opção da homologação judicial (...).” (Ext 880-
QO, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 18-3-04, DJ de 16-4-04). 
 
“Nacionalidade brasileira de quem, nascido no estrangeiro, é filho de pai ou mãe brasileiros, que não 
estivesse a serviço do Brasil: evolução constitucional e situação vigente. Na Constituição de 1946, até o 
termo final do prazo de opção – de quatro anos, contados da maioridade -, o indivíduo, na hipótese 
considerada, se considerava, para todos os efeitos, brasileiro nato sob a condição resolutiva de que não 
optasse a tempo pela nacionalidade pátria. Sob a Constituição de 1988, que passou a admitir a opção 
‘em qualquer tempo’ – antes e depois da ECR 3/94, que suprimiu também a exigência de que a 
residência no País fosse fixada antes da maioridade, altera-se o status do indivíduo entre a maioridade 
e a opção: essa, opção – liberada do termo final ao qual anteriormente subordinada -, deixa de ter a 
eficácia resolutiva que, antes, se lhe emprestava, para ganhar – desde que a maioridade a faça possível 
– a eficácia de condição suspensiva da nacionalidade brasileira, sem prejuízo – como é próprio das 
condições suspensivas -, de gerar efeitos ex tunc, uma vez realizada. 
 
A opção pela nacionalidade, embora potestativa, não é de forma livre: há de fazer-se em juízo, em 
processo de jurisdição voluntária, que finda com a sentença que homologa a opção e lhe determina a 
transcrição, uma vez acertados os requisitos objetivos e subjetivos dela. Antes que se complete o 
processo de opção, não há, pois, como considerá-lo brasileiro nato. (...) Pendente a nacionalidade 
brasileira do extraditando da homologação judicial ex tunc da opção já manifestada, suspende-se o 
processo extradicional (CPrCiv art. 265, IV, a)”. (AC 70-QO, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento 
em 25-9-03, DJ de 12-3-04). 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL I - CCJ0019 Título – Caso concreto 11 
 
Marco Fiori, italiano pelocritério do jus sanguinis e brasileiro pelo critério do jus soli, e domiciliado 
no Rio de Janeiro, viaja a Roma onde comete um furto de duas obras de arte e retorna ao Brasil. O 
governo italiano pede a sua extradição. Pergunta-se: o Supremo Tribunal Federal vai conceder a 
extradição? Por quê? 
 
Gabarito: “O processo remete ao complexo problema da extradição no caso da dupla nacionalidade, 
questão examinada pela Corte Internacional de Justiça no célebre caso Nottebohm. Naquele caso a 
Corte sustentou que na hipótese de dupla nacionalidade haveria uma prevalecente – a nacionalidade 
real e efetiva – identificada a partir de laços fáticos fortes entre a pessoa e o Estado. A falta de 
elementos concretos no presente processo inviabiliza qualquer solução sob esse enfoque.” (HC 83.450, 
Rel. p/ o ac. Min. Nelson Jobim, julgamento em 26-8-04, DJ de 4-3-05). 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL I - CCJ0019 Título – Caso concreto 12 
 
O Vice-Governador do Estado do Pará, eleito duas vezes para o cargo de Vice-Governador, sendo que 
no segundo mandato sucedeu o titular, consulta-lhe para saber se há possibilidade constitucional de se 
reeleger Governador. Fundamente a sua resposta na doutrina e na jurisprudência. 
Desenvolvimento 
 
Sugestão: “Vice-Governador eleito duas vezes para o cargo de Vice-Governador. No segundo mandato 
de vice, sucedeu ao titular. Certo que, no seu primeiro mandato de vice, teria substituído o governador. 
Possibilidade de reeleger-se ao cargo de governador, porque o exercício da titularidade do cargo dá-se 
mediante eleição ou por sucessão. Somente quando sucedeu o titular é que passou a exercer o seu 
primeiro mandato como titular do cargo. Inteligência do disposto no § 5º do art. 14 da Constituição 
Federal.” (RE 366.488, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 4-10-05, DJ de 28-10-05). 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL I - CCJ0019 Título Caso concreto 13 
 
A Emenda Constitucional No. 52/06, que entrou em vigor em março de 2006, alterou a redação do art. 
17, §1º, CRFB, para conferir aos partidos políticos plena autonomia para definir o regime de suas 
coligações eleitorais, extinguindo a chamada verticalização das coligações partidárias. Logo, a partir 
da referida reforma as coligações partidárias realizadas em âmbito nacional deixaram de ser 
obrigatórias em âmbito estadual, distrital ou municipal. Diante de tais circunstâncias, seria possível 
aplicar as novas regras ao pleito de outubro de 2006? Resposta fundamentada. 
 
Desenvolvimento 
"A inovação trazida pela EC 52/06 conferiu status constitucional à matéria até então integralmente 
regulamentada por legislação ordinária federal, provocando, assim, a perda da validade de qualquer 
restrição à plena autonomia das coligações partidárias no plano federal, estadual, distrital e municipal. 
Todavia, a utilização da nova regra às eleições gerais que se realizarão a menos de sete meses colide 
com o princípio da anterioridade eleitoral, disposto no art. 16 da CF, que busca evitar a utilização 
abusiva ou casuística do processo legislativo como instrumento de manipulação e de deformação do 
processo eleitoral (ADI 354, Rel. Min. Octavio Gallotti, DJ de 12-2-93). 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL I - CCJ0019 – Título – Caso concreto 14 
 
Referindo-se ao poder constituinte originário, o preâmbulo da Constituição dos Estados Unidos do 
Brasil, de 1937, dizia que o Presidente da República, “atendendo às legitimas aspirações do povo 
brasileiro à paz política e social (...)” e atendendo a outras circunstâncias, resolvia “assegurar à 
Nação a sua unidade, o respeito à sua honra e à sua independência, e ao povo brasileiro, sob um 
regime de paz política e social, as condições necessárias à sua segurança, ao seu bem-estar e à sua 
prosperidade, decretando a seguinte Constituição, que se cumprirá desde hoje em todo o Pais”. 
Considerando tal preâmbulo, como classificar a Carta, quanto à origem? Por quê? 
 
Desenvolvimento: Outorgada. A Constituição em apreço não foi elaborada por uma assembléia 
constituinte eleita popularmente para tal fim (em tal caso seria promulgada por essa assembléia); foi, 
ao contrário, imposta pelo titular do Poder. 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL I - CCJ0019 – Título – Caso concreto 15 
 
Questão Objetiva: 
As Constituições brasileiras se mostraram com avanços e retrocessos em relação aos direitos 
humanos. A esse respeito assinale a alternativa correta. 
 
(A) A Constituição de 1946 apresentou diversos retrocessos em relação aos direitos humanos, 
principalmente no tocante aos direitos sociais. 
(B) A Constituição de 1967 consolidou arbitrariedades decretadas nos Atos Institucionais, 
caracterizando diversos retrocessos em relação aos direitos humanos. 
(C) A Constituição de 1934 se revelou retrógrada ao ignorar normas de proteção social ao trabalhador. 
(D) A Constituição de 1969, mesmo incorporando as medidas dos Atos Institucionais, se revelou mais 
atenta aos direitos humanos que a Constituição de 1967. 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL I - CCJ0019 – Título – Caso concreto 16 
 
Descrição 
1- Acerca do conceito, dos elementos e da classificação da CF, do poder constituinte e da 
hermenêutica constitucional, assinale a opção correta: 
De acordo com o princípio da força normativa da constituição, defendida por Konrad Hesse, as 
normas jurídicas e a realidade devem ser consideradas em seu condicionamento recíproco: 
(A) norma constitucional não tem existência autônoma em face da realidade. Para ser aplicável, a CF 
deve ser conexa à realidade jurídica, social e política, não sendo apenas determinada pela realidade 
social, mas determinante em relação a ela. 
(B) Segundo Kelsen, a CF não passa de uma folha de papel, pois a CF real seria o somatório dos 
fatores reais do poder. Dessa forma, alterando-se essas forças, a CF não teria mais legitimidade. 
(C) A CF admite emenda constitucional por meio de iniciativa popular. 
(D) Segundo Pedro Lenza, os elementos limitativos da CF estão consubstanciados nas normas 
constitucionais destinadas a assegurar a solução de conflitos constitucionais, a defesa da Constituição, 
do Estado e das instituições democráticas. 
(E) Constituição rígida é aquela que não pode ser alterada. 
 
2- Com relação aos partidos políticos, ao alistamento, à eleição e aos direitos políticos, assinale a 
opção correta: 
(A) Considere que Petrônio tenha sido eleito e diplomado no cargo de prefeito de certo município no 
dia 1.º/1/2008. Nessa situação hipotética, o mandato eletivo de Petrônio poderá ser impugnado ante a 
justiça eleitoral, no prazo de 15 dias a contar da diplomação, por meio de ação instruída com provas de 
abuso do poder econômico, corrupção ou fraude. 
(B) Os partidos políticos adquirem personalidade jurídica com registro dos seus estatutos no Tribunal 
Superior Eleitoral. 
(C) É vedado aos estrangeiros, ainda que naturalizados brasileiros, o alistamento como eleitores. 
(D) Suponha que Pedro, deputado federal pelo estado X, seja filho do atual governador do mesmo 
estado. Nessa situação hipotética, Pedro é inelegível para concorrer à reeleição para um segundo 
mandato parlamentar pelo referido estado. 
(E) A condenação criminal com trânsito em julgado ensejará a perda dos direitos políticos do 
condenado. 
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3- Assinale a opção correta acerca do conceito, da classificação e dos elementos da constituição: 
(A) Segundo a doutrina, os elementos orgânicos da constituição são aqueles que limitam a ação dos 
poderes estatais, estabelecem as balizas do estado de direito e consubstanciam o rol dos direitos 
fundamentais. 
(B) No sentido sociológico, a constituição seria distinta da lei constitucional, poisrefletiria a decisão 
política fundamental do titular do poder constituinte, quanto à estrutura e aos órgãos do Estado, aos 
direitos individuais e à atuação democrática, enquanto leis constitucionais seriam todos os demais 
preceitos inseridos no documento, destituídos de decisão política fundamental. 
(C) Na acepção formal, terá natureza constitucional a norma que tenha sido introduzida na lei maior 
por meio de procedimento mais dificultoso do que o estabelecido para as normas infraconstitucionais, 
desde que seu conteúdo se refira a regras estruturais do Estado e seus fundamentos. 
(D) Considerando o conteúdo ideológico das constituições, a vigente Constituição brasileira é 
classificada como liberal ou negativa. 
(E) Quanto à correspondência com a realidade, ou critério ontológico, o processo de poder, nas 
constituições normativas, encontra-se de tal modo disciplinado que as relações políticas e os agentes do 
poder se subordinam às determinações de seu conteúdo e do seu controle procedimental. 
 
4- Julgue os itens subsequentes, relativos aos poderes constituintes originário e derivado: 
I - O poder constituinte originário não se esgota quando se edita uma constituição, razão pela qual é 
considerado um poder permanente. 
II - Respeitados os princípios estruturantes, é possível a ocorrência de mudanças na constituição, sem 
alteração em seu texto, pela atuação do denominado poder constituinte difuso. 
III - O STF admite a teoria da inconstitucionalidade superveniente de ato normativo editado antes da 
nova constituição e perante o novo paradigma estabelecido. 
IV - Pelo critério jurídico-formal, a manifestação do poder constituinte derivado decorrente mantém-se 
adstrita à atuação dos estados-membros para a elaboração de suas respectivas constituições, não se 
estendendo ao DF e aos municípios, que se organizam mediante lei orgânica. 
V - O poder constituinte originário pode autorizar a incidência do fenômeno da 
desconstitucionalização, segundo o qual as normas da constituição anterior, desde que compatíveis com 
a nova ordem constitucional, permanecem em vigor com status de norma infraconstitucional. 
 
Estão certos os itens: 
(A) I e V. 
(B) II e III. 
(C) I, III e IV. 
(D) I, II, IV e V. 
(E) II, III, IV e V. 
 
Gabarito 1: A; 2:A; 3:B; 4:B; 5: E; 6:D; 7:B; 8:A 
 
EXERCÍCIOS DE REVISÃO 
Relativamente aos direitos e garantias fundamentais, analise as afirmativas a seguir: 
 
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I. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e 
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade. 
II. São a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas, o direito de petição aos 
Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder e a obtenção de 
certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de 
interesse pessoal. 
III. São imprescritíveis os crimes de racismo, ação de grupos armados contra o Estado, tortura e 
terrorismo. 
IV. Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime hediondo 
praticado após a naturalização. 
Assinale: 
(A) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. X 
(B) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas. 
(C) se apenas as afirmativas III e IV estiverem corretas. 
(D) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas. 
 
Senador da República apresenta projeto de emenda constitucional, aduzindo ser necessário 
restringir a utilização do habeas corpus tendo em vista a necessidade de combater o crime 
organizado, notadamente aquele do colarinho branco, bem como os grupos armados que, pelo 
tráfico de drogas, aguçam a violência urbana. À luz das regras constitucionais em vigor, pode-se 
afirmar que: 
(A) o sistema constitucional proíbe a apresentação da emenda por ferir direitos individuais. x 
(B) situações de calamidade pública, aí incluída a social, permitem limitar quaisquer direitos, 
sendo completamente livre o constituinte derivado. 
(C) desde que a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, no exercício de suas 
atribuições regimentais, aprove o projeto, estará sanado qualquer eventual vício de 
inconstitucionalidade. 
(D) a emenda colide com a perspectiva republicana. 
 
João da Silva, cidadão brasileiro, tem um filho de sete anos e um enorme desejo pessoal de cursar uma 
faculdade de odontologia. Seu filho não conseguiu vaga em nenhuma escola pública para cursar o 1º 
ano do ensino fundamental, enquanto ele já foi reprovado cinco vezes no vestibular da única faculdade 
pública de seu estado, além de não possuir condições financeiras para arcar com as mensalidades de 
uma instituição privada. Inconformado com a situação, João decide ingressar com uma ação judicial a 
fim de obrigar o Estado a cumprir com o mandamento previsto no art. 205 da Constituição em relação 
ao seu filho e a ele próprio (“A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será 
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da 
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua educação para o trabalho”). Comente as 
chances de sucesso da empreitada de João, considerando a aplicabilidade dos direitos sociais. 
 
O aluno deve tratar da questão associada ao custo dos direitos em um panorama de escassez de 
recursos estatais. Mesmo consciente de que os direitos sociais não poderão ser plenamente 
reconhecidos como direitos subjetivos, o seu núcleo essencial deve sempre ser garantido pelo Estado 
(mínimo existencial). Em relação à educação, a própria Constituição estabelece o ensino fundamental 
como o núcleo essencial (art. 208, § 1º). Já o acesso ao ensino superior depende de comprovação do 
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mérito acadêmico (art. 208, V), ou seja, não há possibilidade de se assegurar judicialmente uma vaga 
em universidade pública. 
 
Manoel, trabalhador, está sem receber salários a 3 meses. Ingressa na Justiça do Trabalho pedindo sua 
rescisão contratual e suas verbas devidas. O magistrado defere os pedidos e ainda determina a prisão 
do empregador. Pergunta-se: Com base em que tese o magistrado poderia determinar a prisão do 
empregador? (valor até 2,5 pontos). 
 
O aluno deverá discutir a natureza alimentar do salário. 
 
Assinale a opção correta. 
(A) Pessoas jurídicas de direito público podem ser titulares de direitos fundamentais. x 
(B) As garantias constitucionais da ampla defesa e do devido processo legal têm aplicação exclusiva 
nos processos administrativos ou judiciais em que alguém se acha na condição de acusado de infração 
administrativa ou criminal. 
(C) A nacionalidade brasileira é condição necessária e suficiente para que se proponha aço popular 
visando à anulação de ato lesivo ao patrimônio público. 
(D) O princípio constitucional da presunção de inocência tornou inconstitucional toda a prisão que não 
encontre causa numa sentença penal transitada em julgado. 
 
Os direitos fundamentais possuem quatro dimensões básicas, que a doutrina de Bobbio consagrou como 
gerações de direito. Menciona-se o termo dimensão, pois se considera o alerta de Antonio Cançado 
Trindade para o reducionismo do termo geração, no sentido de que este fornece uma idéia de que os 
direitos nascem e morrem quando em verdade são indivisíveis e interdependentes, sobrevivendo com o 
passar do tempo. Impossível ter direito à liberdade sem direitos econômicos e sociais. Além disso, 
sempre se concebe o direitofundamental como detentor de uma garantia, embora alguns direitos já se 
revelem em si mesmos como tal. 
Acerca desse tema e considerando o texto acima, marque a alternativa correta. 
 
• São considerados direitos fundamentais de primeira geração os direitos civis e políticos, que 
correspondem, em um quadro histórico, à fase inicial do constitucionalismo no ocidente. X 
• Os direitos de primeira geração consagram a titularidade no indivíduo, porém não podem ser 
traduzidos em forma de oposição ao Estado, uma vez que são atributos da pessoa humana e não 
se enquadram na categoria de status negativus. 
• De acordo com a boa doutrina, a concepção de direitos fundamentais que contêm garantias 
institucionais de liberdade deve ser recebida com certa cautela, pois o direito de liberdade, ao 
contrário do que acontece com a propriedade, não está suscetível de institucionalização em 
termos de garantia. 
• O direito ao desenvolvimento, o direito à paz, o direito ao meio ambiente e o direito de 
propriedade ao patrimônio comum da humanidade podem ser considerados como direitos de 
segunda geração ou dimensão. 
 
Ainda a propósito dos direitos e deveres individuais, assinale a opção correta. 
(A) A garantia de que nenhuma pena ultrapassará a pessoa do condenado impede que a obrigação de 
reparar o dano e a decretação do perdimento dos bens em decorrência de ilícito penal sejam estendidas 
aos sucessores e contra eles executadas. 
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(B) A prática do racismo constitui crime inafiançável, imprescritível, insuscetível de graça ou anistia, 
sujeito à pena de detenção, nos termos da lei. 
(C) Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada 
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão 
equivalentes às emendas constitucionais. X 
(D) A vedação à identificação criminal do cidadão civilmente identificado tem caráter absoluto também 
em relação ao legislador, a quem a Constituição não conferiu qualquer ressalva. 
 
Determinada pessoa, portadora do vírus da AIDS, ajuizou ação pelo rito ordinário em face do 
Município de Varre e Sai (RJ), com o objetivo de obter do Poder Público local os remédios necessários 
à manutenção de sua saúde e de sua vida. Alegava a parte autora, em suma, que ao Estado, em 
qualquer esfera federativa, incumbe o dever de garantir a saúde da população, nos termos do art. 196 
da CRFB/1988. E mais: que a Lei n.º 9.313/1996 garantia-lhe, especificamente, o direito aos remédios 
para a preservação de sua vida. Em sede de defesa, além de outros pontos, argüiu a municipalidade o 
caráter meramente programático da norma contida no art. 196 da CRFB/1988, o que lhe retiraria a 
condição de norma jurídica, não se podendo, assim, extrair do referido dispositivo constitucional 
qualquer dever jurídico da Municipalidade. Na condição de magistrado, como você resolveria esse 
ponto específico da controvérsia sobre a eficácia das normas programáticas? 
 
O aluno deverá discutir a questão a luz do entendimento jurisprudencial da aplicabilidade das normas 
programáticas e dos princípios da reserva do possível e do mínimo existencial. 
 
Leia o texto abaixo: 
A partir da década de 1970, os princípios e conceitos dos direitos humanos — tanto civis e políticos 
como econômicos e sociais — emergem com o surgimento de novos atores durante a ditadura até 1985. 
(PINHEIRO, P. S. Transição política e não-estado de direito na República. In: SACHS, WILHEIM e 
PINHEIRO (Org.). Brasil: um século de transformações. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. p. 
290.) 
• Cite um exemplo de movimento que lutou por direitos civis ou políticos no Brasil, na década de 
1970 ou de 1980. 
O aluno poderá citar o movimento sindical, o movimento estudantil etc. 
 
• Cite três desafios econômicos enfrentados pelo Brasil na década de 1980. 
O aluno poderá citar a dependência do capital externo, a inflação desenfreada e o desemprego. 
 
Caso aula 18 
A Assembleia Legislativa de um estado da Federação aprovou projeto de decreto legislativo criando 
novo município, resultante de desmembramento de outro, tendo sido realizada posteriormente à 
aprovação do decreto consulta plebiscitária junto às populações diretamente interessadas. Foram, 
ainda, apresentados e publicados os estudos que comprovam a viabilidade do novo ente que se quer 
formar. 
Nessa situação hipotética, foram atendidos todos os requisitos constitucionais que permitam considerar 
criado o novo município? Justifique a sua resposta. 
1 - Nos termos da Constituição de 1988, o Estado federal brasileiro 
 
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a) é formado pela união indissolúvel dos estados e municípios e do Distrito Federal (DF), todos 
autônomos, sendo apenas a União detentora do atributo da soberania. 
b) adota um sistema de repartição de competências que enumera os poderes da União, define 
indicativamente os dos municípios e atribui os poderes remanescentes para os estados. 
c) destina à União, como ente central, competências de caráter exclusivo e privativo, restando aos 
estados, ao DF e aos municípios apenas o exercício de competências legislativas em caráter 
remanescente e suplementar. 
d) não admite que os municípios, mesmo de forma suplementar, possam legislar sobre as matérias que 
são objeto da legislação federal e estadual. 
2 - Assinale a opção correta acerca da disciplina constitucional dos municípios. 
 
a) A posse de prefeitos e vice-prefeitos ocorrerá no dia 15 de fevereiro do ano subsequente ao da 
eleição. 
b) Os municípios, que são dotados de autonomia, podem editar constituição própria. 
c) Compete privativamente aos municípios legislar sobre trânsito e transporte. 
d) É vedada a criação de tribunais de contas municipais. 
 
3 - Acerca do federalismo nacional, assinale a opção correta. 
 
a) A CF, ao extinguir os territórios federais até então existentes, vedou a criação de novos territórios. 
b) A CF não atribuiu ao território a chamada tríplice capacidade. 
c) Segundo preceitua a CF, são entes federativos os estados-membros, o DF, os municípios e os 
territórios federais. 
d) O DF não possui capacidade de auto administração visto que não organiza nem mantém suas 
próprias polícias 
 
Sugestão de gabarito do caso concreto: Não. Desde a edição da EC 15/1996, que alterou o art. 18, § 4º, 
CRFB/88, que trata da criação, incorporação, fusão e desmembramento de municípios, faz-se 
necessária a edição de uma Lei Complementar federal que disponha sobre o período em que será 
possível a criação do novo ente federativo. Com isso, a norma constitucional é classificada como sendo 
de eficácia limitada e, consequentemente, qualquer ato de criação de município posterior à edição da 
referida emenda (12.09.1996) será considerado inconstitucional. Ver, a respeito, a EC 57/2008, que 
ratificou os municípios irregularmente criados até 31.12.2006 e o julgamento das ADI 3316 e 3682 pelo 
STF. 
 
Gabarito 1: letra b; Gabarito 2: letra d. Gabarito 3: letra b. 
 
Caso concreto aula 19 
Caso concreto 1: No terreno das competências legislativas de trato concorrente, máxime nas matérias 
de direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico, o artigo 24 da Carta da 
República institui à União o estabelecimento das normas gerais, reservando aos estados a incumbência 
da regulamentação específica. Todavia, com base no inciso II do artigo 30, aos municípios compete 
suplementar a legislação federal e a estadual no que couber. 
 
Por conseguinte, na edição das leis urbanísticas municipais, tendo-se em consideração a vigência da 
Lei Federal nº 10.257/01 (Estatuto da Cidade) e das leis estaduais sobre a matéria,qual é a natureza 
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da competência exercida pelo poder local? Justifique sua resposta. 
 
Caso concreto 2: Em face da competência concorrente prevista na Constituição Federal, determinado 
estado da Federação editou lei que versa sobre educação e cultura. O Procurador-Geral da República 
ingressou com uma ação direta de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal alegando que a 
lei estadual não respeitava as normas estabelecidas pela Lei federal n.º 9.394/1996 (Lei de Diretrizes e 
Bases da Educação Nacional). 
 
Tomando por base o sistema de repartição de competências adotado pela Constituição, redija um texto 
sobre o exercício da competência concorrente pelos estados-membros e pela União, comentando qual o 
campo de atuação de cada um desses entes. De igual maneira, comente se a ação impetrada pelo 
Procurador-Geral da República é adequada, e se o mesmo tem legitimidade para propor a ação. 
 
QUESTÕES OBJETIVAS 
 
1 - Consoante disposição expressa da Constituição Federal, em matéria de competência legislativa, o 
Distrito Federal tem competência: 
 
a) privativa, para legislar sobre saúde e assistência pública. 
b) privativa, para legislar sobre produção e consumo. 
c) delegada, para legislar sobre registros públicos. 
d) concorrente, para legislar sobre orçamento e custas dos serviços forenses. 
 
2 - No que se refere às competências legislativas de caráter concorrente, assinale a opção correta: 
 
a) A competência da União para legislar sobre normas gerais e específicas não exclui a competência 
suplementar dos estados. 
b) A superveniência de lei federal sobre normas gerais derroga a lei estadual, no que lhe for 
contrária. 
c) Os estados não exercerão competência legislativa plena, mesmo inexistindo lei federal. 
d) A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, naquilo que 
lhe for contrária. 
 
Sugestão de gabarito do caso 1: O município terá competência de natureza suplementar, cabendo-lhe 
suprir os vazios e omissões dos legisladores federal e estadual, devendo obediência às normas 
expedidas por esses dois entes federativos e limitando-se a regulamentar assuntos de interesse local. 
 
Sugestão de gabarito do caso 2: No campo das competências concorrentes, compete à União editar as 
normas gerais sobre o tema e aos Estados editar a legislação suplementar, que irá especificar a 
legislação federal à luz de suas peculiaridades. Como afirma Uadi Lammêgo Bulos, “enquanto a 
União, no âmbito da competência concorrente, limita-se a estabelecer normas gerais (CF, art. 24, § 1º), 
os Estados e o Distrito elaboram leis específicas, voltadas para satisfazer os seus interesses regionais” 
(Curso de Direito Constitucional, 2ª ed., Saraiva, 2008, p. 782). 
Com relação à ADI impetrada pelo PGR, tratando-se de lei estadual, posterior à CRFB/88, verifica-se 
que foi corretamente proposta, tanto do ponto de vista do objeto (art. 102, I, a, CRFB/88) quanto da 
legitimidade ativa (art. 103, VI, CRFB/88). 
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Gabarito 1: letra d; Gabarito 2: letra d. 
 
Caso concreto aula 20 
Um governador de estado decidiu decretar intervenção em município situado no território de seu estado 
sob a alegação de que não foi aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e 
desenvolvimento do ensino, conforme exige a Constituição Federal. 
 
Diante dessa situação hipotética, discorra sobre a intervenção em municípios, respondendo às 
seguintes perguntas: 
 
a)A intervenção poderia se realizar pelo estado-membro, ou deveria ter sido decretada apenas pela 
União? 
b)É adequado dizer que a citada intervenção, para se concretizar, depende de prévia autorização 
judicial? 
c)Qual a forma pela qual a intervenção deverá se concretizar (resolução, decreto legislativo, decreto 
governamental, lei estadual ou lei federal, decisão judicial)? 
d)No caso apresentado, é necessário que o Poder Legislativo estadual aprecie o ato de intervenção? Se 
sua resposta for afirmativa, essa apreciação deve ser a priori ou a posteriori? 
 
1 - Não constitui causa de intervenção da União nos estados e no DF a necessidade de: 
a) garantir a aplicação do mínimo exigido da receita na segurança pública. 
b) manter a integridade nacional. 
c) prover a execução de ordem judicial. 
d) assegurar o princípio da autonomia municipal. 
 
2 - Assinale a opção correta quanto à disciplina sobre a intervenção federal: 
a) Se houver, por parte de estado-membro, ameaça ao livre exercício de qualquer dos poderes, o pedido 
de intervenção federal dependerá de requisição do STF. 
b) A União só poderá intervir nos estados após prévia anuência do Congresso Nacional. 
c) O estado só poderá intervir em seus municípios se a assembleia legislativa, por maioria absoluta, 
aprovar a decretação da intervenção. 
d) No caso de descumprimento, por algum estado-membro, dos princípios constitucionais sensíveis, a 
decretação de intervenção dependerá de provimento, pelo STF, de representação do procurador-geral 
da República. 
 
Sugestão de gabarito do caso concreto: 
a) Neste caso, deveria ser decretada pelo estado-membro, uma vez que a União somente pode intervir 
em municípios localizados em territórios federais, de acordo com o art. 35, caput, CRFB/88. 
b) No caso da intervenção dos estados-membros nos municípios, a intervenção será espontânea nas 
hipóteses do art. 35, I, II e III, CRFB/88 e provocada apenas na hipótese do art. 35, IV, CRFB/88. Neste 
caso, como se trata da previsão do art. 35, III, CRFB/88, não dependerá de prévia autorização judicial. 
c) A intervenção deve ser decretada por meio de Decreto governamental, nos termos do art. 36, § 1º, 
CRFB/88, notadamente por se inserir no âmbito da competência privativa do Chefe do Executivo (art. 
84, X, CRFB/88, aplicável pelo princípio da simetria – art. 25, caput – no plano estadual). 
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d) Em todas as hipóteses de intervenção o Poder Legislativo deve fazer o controle de sua decretação, 
que, neste caso (de intervenção espontânea), será feito a posteriori, no prazo de 24 horas, de acordo 
com o art. 36, § 1º, CRFB/88. 
 
Gabarito 1: letra a; Gabarito 2: letra d. 
 
Caso concreto aula 22 
Caso concreto 1: 
Durante o estado de sítio, o Presidente da República indicou um executor das medidas excepcionais. 
Este por sua vez exorbitou em seu poder, poderá o mesmo responder criminalmente? A União poderá 
ser condenada a pagar indenização por danos materiais e morais? 
 
Sugestão de gabarito do caso concreto 1: 
 Ainda que o estado de sítio represente uma situação de extraordinária excepcionalidade, que justifica, 
inclusive, a suspensão de algumas garantias constitucionais, tal como se extrai do disposto no art. 139 
da CRFB/88, é de se ver que em nenhum momento ficou autorizada a prática de tortura, que é vedada, 
sem exceções, pelo art. 5.º, III, da CRFB/88 e capitulada como crime pelo art. 1.º da Lei n.º 9.455/97, 
sendo insusceptível de graça, anistia ou indulto (CRFB/88, art. 5.º, XLIII). 
Dessa forma e com amparo específico no caput do art. 141 da CRFB/88, a resposta deve ser no sentido 
de que o executor das medidas deveria responder pelos crimes praticados, bem como a União, que era 
representada pelo referido agente, deveria arcar com a indenização pelos danos materiais e morais 
causados, o que também encontra amparo específico nos arts. 5.º, X e 37, § 6.º, ambos da CRFB/88. 
 
Caso concreto 2: 
Poderá num momento de estado de defesa o Estado obrigar um particular de forma graciosa fazer 
atendimento hospitalar? 
 
Sugestão de gabarito do caso concreto 2: 
 A medida liminar

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