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Caracterização da Sociedade Mineratória

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As condições para o desenvolvimento da mineração no Brasil foram dadas pelo processo de desbravamento do interior da colônia operado pelas denominadas Entradas e bandeiras, que consistiam em expedições armadas que saíam da Capitania de São Paulo rumo ao sertão, com o objetivo de apresar índios, destruir quilombos e encontrar metais preciosos. A exploração do ouro em Minas desencadeou uma grande onda migratória de portugueses e de pessoas de outras regiões da colônia no século XVII. A densidade populacional aumentou sobremaneira nessa região e aumentaria ainda mais com a presença dos escravos que, encarregados do trabalho braçal, passaram a compor a base da sociedade mineradora.
A maior parte da população de Minas era de escravos, africanos e crioulos, juntamente com libertos, quilombolas e livres. Essa população colaborou para transformar Minas em uma região violenta, palco de inúmeros e diversos crimes, devido aos maus tratos e diversas cobranças, impostas sobre aquela sociedade desprivilegiada. Com o crescimento populacional, especialmente de escrava e mestiça, a Coroa viu-se obrigada a desarmar os setores da sociedade, restringindo aos cativos, negros e mulatos o uso de qualquer arma, particularmente as de fogo. Mesmo desarmados, eles cometiam diversos crimes, como por exemplo, os crimes contra o Estado, que foram as tentativas de revoltas, foram aquelas que mais suscitaram medo. Crimes como contrabando foram problemas sem solução, eram temidos por envolverem todos os segmentos sociais. Essas inúmeras formas de resistência ao sistema escravista geraram um clima de constante insegurança. Também havia os crimes contra a ordem pública, esses eram palcos de transações ilícitas com objetos roubados, além de serem lugares de encontro de batuques e bailes, facilitando a generalização da “desordem”. Documentos deixam claro como o meio urbano, além de servir como esconderijo para os escravos fugidos, favorecia o contato entre. O movimento contínuo de escravos, muitas vezes armados de bastões, porretes, paus compridos e outras armas, demonstrava a falta de controle dos senhores sobre. A vadiagem constitui-se, também, em um crime a ordem pública, combatidas pelas autoridades e passível de aprisionamento. A ocupação do espaço público pelos escravos só não eram vistas como negativas quando estavam a trabalho, ou seja, desempenhando a função histórica ou papel social que lhes cabiam no escravismo, o de escravo. Ao contrário, ao ocupar o espaço urbano, não como escravos, mas como pessoa, que pensavam, sonhavam, faziam planos, constituía, para a percepção dos administradores, a manifestação de sua humanidade. A condição de ser escravo jamais era esquecida. O ex-escravo não era visto como livre, e esse status o acompanhava até a morte.
O escravo negro, ou mestiço, acaba por ser a o eixo principal da organização do trabalho e da dinâmica social. Imersos em um meio escravista que não se regia pela igualdade dos indivíduos perante a lei, os escravos sofriam com o alto grau de violência por parte dos senhores e tais ações eram regulamentadas por leis, alvarás e ordens régias, tendo em vista que, naquela sociedade, o princípio de ordem se sobrepunha ao princípio de justiça. A constituição da resistência contra essa exploração e violência, veio por meio dos quilombos, que eram comunidades formadas em sua grande maioria por escravos fugidos, isso significa que no interior do quilombo poderiam ser encontrados indivíduos livres, forros ou índios em convívio com os quilombolas. A estrutura interna de um quilombo era, de certa forma, ampla em relação a suas formas de abastecimento, utilizando de recursos/atividades como pesca, caça ou coleta de frutos ou até mesmo com a agricultura e criação de animais, tendo em vista que essa última fonte só era possível se o território onde o quilombo se estabeleceu fosse favorável. Os quilombolas usavam ouro e diamante para comprar os suprimentos que restavam como, por exemplo, pólvora, chumbo e aguardente. Outra forma de abastecimento era realizando saques à fazendas, das quais conseguiam alimentos e animais para criação. A presença da figura da mulher e da criança complementam a estrutura do quilombo. A figura feminina relacionava-se com o fato de que eram as transmissoras orais das crenças e tradições, assim como ocorria nas comunidades africanas e, geralmente, representavam o menor número devido ao tráfico masculino de escravos ser mais rentável e proveitoso para a colônia. Já no caso das crianças do quilombo é possível acreditar que não eram submetidas aos mesmos padrões da criança escrava, ou seja, elas não eram obrigadas a trabalhar desde muito cedo e, provavelmente, eram instruídas a respeito da escravidão e da sociedade escravista, afinal, era de extrema importância a criança identificar o inimigo que estava na origem dos quilombos. Ainda no sentido das relações do quilombo e a sociedade escravocrata, era necessário analisar as ligações existentes que possuíam mecanismos para ambos os lados, como no caso das redes de informações que se enraizavam entre as senzalas e os quilombos trazendo informações valiosas como avisar sobre a investida contra os quilombos. O Outro mecanismo era o escravo que não fugia, mas se mantinha infiltrado dentro da senzala e militava a favor dos quilombos, convencendo outros escravos a fugir e ingressarem na luta contra a escravidão. Os quilombolas se articulavam dentro dessas raízes de informações com os escravos urbanos em tentativas de desencadear movimentos contra a elite escravocrata colocando um fim a escravidão. 
Durante o século XVIII, o povoamento das Minas Gerais se deu pelo objetivo da exploração das minas de ouro e diamantes ali descobertos. A sociedade estabelecida era muito singular devido a vários aspectos, mais o principal deles, era a sua composição ser majoritariamente de homens. A falta de mulheres fez com que a prática do concubinato entre homens brancos e mulheres negras, escravas ou forras, se popularizassem. O que tornou a miscigenação muito maior comparada a outras regiões brasileiras. A característica mais peculiar do Distrito Diamantino, é que os forros, em sua grande maioria eram mulheres, que viram no concubinato uma forma de se inserir na sociedade e viver de forma digna. Mas também havia forras que acabaram no mundo da miséria e da fome, e outras para fugir desta realidade foram viver do comércio e da prostituição. Das que aderiram ao concubinato, a maioria alcançou a emancipação econômica e se tornaram tão prósperas quanto os seus antigos senhores. Pois, uma vez libertas tendiam a reproduzir o modo de vida do homem branco, o que garantia certa estabilidade social. Mas a ascensão destas mulheres era mais econômica do que social, pois o estigma da cor e da escravidão lhes acompanhava. Chica da Silva foi concubina do contratador de diamantes João Fernandes de Oliveira, e se tornou referência do concubinato entre homens brancos e mulheres negras. É válido ressaltar que a prática do concubinato não deve ser compreendida como reflexo de uma sociedade tolerante, pois os seus próprios companheiros eram os primeiros a condenar e a reproduzir práticas preconceituosas para comportamentos de outrem; Deve ser entendida apenas como meio de ascensão econômica. Apesar das vantagens econômicas que o concubinato oferecia, também era uma forma de exploração sexual, visto que as concubinas nunca chegariam ao status de esposa, pois o Estado Português não permitia o casamento de “desiguais”. Ao não legitimarem estas relações, os senhores garantiam que as concubinas não tivessem acesso aos seus patrimônios. Todas as testadoras adquiriram escravos logo após alcançarem a alforria, pois em uma sociedade hierárquica viver do trabalho manual era visto como uma situação indigna. Possuir escravos era além de uma condição de sobrevivência, auxiliava no acúmulo de bens. Os escravos de ganho eram fontes de renda inestimáveis, e através da posse desses escravos, essas mulheres puderam alcançar a prosperidade. A alforria era concedida por elas,muito raramente e especificamente para aqueles que se tinha afeto ou que lhes demonstrava fidelidade. 
Existiam dois modos de se comercializar nas Minas do século XVIII: as vendas fixas ou as vendas volantes. As vendeiras trabalhavam, ou eram donas, de lojas, tavernas e prostíbulos; já as “negras de tabuleiro”, encarregavam-se de vender quitutes ou quinquilharias.
Apesar de essa atividade ser importante para as mulheres em uma sociedade de extrema miséria, não era possível para a grande maioria se manter apenas com isso, assim, elas viam na prostituição uma alternativa acessível para que garantissem sua sobrevivência imediata. Essas mulheres estavam presentes em todos os lugares da capitania, principalmente nos centro urbanos - que recebia especialmente fluxo de pessoas em seus momentos de lazer -; e podiam ser até mesmo mulheres casadas, filhas, cunhada, entre outras. Para a prática do meretrício, se utilizavam, sobretudo das “casas de alcouce” - A prostituição tem um aumento de casos, tornando-se expediente quase obrigatório para as mulheres, quando ocorre a decadência da mineração, mas essencialmente com a implantação, por parte da Metrópole, da cobrança fiscal conhecida como “capitação e censo das indústrias” - espécie de versão do quinto aperfeiçoada, pois agora todos os escravos, mesmo que não trabalhassem com a extração, deveriam pagar o imposto; além dos crioulos, forros e estabelecimentos comerciais. Por mais que o número de forras fosse superior ao de escravas como meretrizes, estas também eram muito utilizadas por seus senhores para o ganho de dinheiro, seja cobrando jornais altos para que além do comércio precisassem se prostituir para paga-los; seja as utilizando como atrativo para seu comércio; seja empregando-as como reprodutoras de novos escravos - casos que ocorriam quando o tráfico negreiro passava por dificuldades -; ou como mulheres obrigadas a se deitar com eles próprios ou seus filhos.
As Irmandades ou Ordens Terceiras eram responsáveis pelas questões religiosas. Pertencer a uma dessas Irmandades era essencial, para a organização e identificação dos homens nos núcleos urbanos que iam se constituindo nas Minas Gerais. Elas não eram exclusivas dos brancos, mas reuniam também negros e pardos, então, eram reflexos das estratificações raciais e sociais locais. 
Essas irmandades também serviam para o reconhecimento dos lugares sociais de cada um no seio da comunidade e eram locais para exercício de uma série de direitos, inclusive o de ser enterrado. Fazer parte delas foi à forma que muitas negras encontraram de garantir seu espaço na sociedade mineira do século XVIII. À hora da morte era o último momento, para se garantir que fossem feitos as reflexões ritos, através disso deveria permitir o perdão e a salvação da alma. Associar-se a irmandade garantiam-se vários sufrágios na hora da morte.
. A promiscuidade das senzalas, o predomínio de homens entre os cativos, a submissão de todos à vontade senhorial, eram motivos que reforçaram a crença na impossibilidade da família escrava. No final da década de 70 surgem os primeiros estudos sobre a família escrava, mas ele se inicia com a relação da escravidão com o casamento, depois passa a abranger mais amplamente apreendendo o convívio familiar e a comunidade escrava. Vai além da instituição e alcançam mães, pais solteiros e viúvos (as) convivendo com seus filhos e outros arranjos. Finalmente, estão sendo incorporadas novas abordagens à questão da família escrava como parentesco ritual (criado no momento do batismo, entre padrinho e afilhado e entre compadres) e a economia doméstica do cativo. Por volta de uma década após a descoberta de ouro em Catas Altas do Mato Dentro, iniciam-se os registros de batismos, casamentos e óbitos. Com esses primeiros registros é possível apreender as diversas formas que família escrava podia assumir. Dessa forma, por meio dos registros de batismos percebe-se indiretamente a presença da família escrava que desde as primeiras décadas do século XVIII apresenta o batismo de filhos entre escravos e senhores, escravos e escravos e entre escravos e forros. Até 1760, os registros continham apenas 20% dos casos de filhos legítimos, que eram filhos de pais casados perante a igreja católica, a partir dessa data ocorre um progressivo aumento desses filhos legítimos. A estabilização da economia aurífera e a família escrava, portanto, o que marca a população escrava à medida que se afasta dos anos formativos da economia mineradora é o “abrasileiramento”, ao lado da contínua reiteração de suas origens africanas. Assim, proporcionalmente nascem cada vez mais escravos, mas eles são em larga medida filhos de africanos. Portanto, são escravos que estão a poucas gerações de suas raízes africanas. Para tal estudo é importante ressaltar que o autor fez pesquisas por meio de listas nominativas de habitantes, registros de batismos, casamentos e óbitos da paróquia de Catas Altas do Mato Dentro que foi selecionada por conta de ser uma região típica da região de Minas no Século XVIII por conta de sua abundância em ouro e precoce trabalho com a agricultura tendo seus registros paroquiais bem conservados a fim de pesquisa. Sendo assim, a família escrava atingiu um patamar de elemento estrutural do escravismo brasileiro assumindo diversas formas, multifacetadas e complexas. A estrutura familiar esteve presente na formação de gerações sucessivas de cativos. Além disso, havia inúmeros canais entre os escravos e os livres pobres, muitos deles afrodescendentes que moldaram a família também entre os livres. 
O termo “novíssimo” (fins últimos dos homens e do universo) ainda era usado pelos dogmáticos na época moderna. A partir do século XIX foi criada uma nova denominação que é a “escatologia” (último). Segundo a perspectiva bíblica, os novíssimos dizem respeito aos destinos dos homens. O purgatório não era incluso, não gozava de grande relevo. O padre Manoel Bernardes contempla o purgatório e também o limbo, que era o lugar reservado para crianças mortas sem o batismo e os justos que vieram antes da vinda de Cristo. A morte para o homem religioso, não era apenas um aspecto da vida cotidiana, é investida de sentidos privilegiados, pois abre as portas para a eternidade e a reconciliação com o divino.
O juízo particular aprecia os valores individuais de cada homem. O juízo universal é a valorização das ações de todos os homens para o transcurso da história humana. Sendo assim, o juízo é o novíssimo com mais sutileza de interpretação. 
	No catolicismo barroco, a mentalidade religiosa se prendeu ao julgamento particular, por isso, eram comuns na proximidade da morte e particularmente na agonia, os arrependimentos que eram convertidos em doações para ordens religiosas, órfãos, confrarias, pobres, alforrias de escravo (se tornou frequente) e a solicitação expressiva de montante de missas pelas almas, para diminuir o tempo de estado no purgatório. Em um momento de abalo e divisão da Igreja devido à propagação de ideias reformistas, esta se preocupou em manter a rigidez dos dogmas e passou a exigir coerência de seus fiéis para com a doutrina. Existiam diversas vertentes religiosas, das quais se destacam a Mística (própria de Carmelitas), a penitente (própria de franciscanos), e a militante (própria de Jesuítas). A mística emprega uma especial atenção à autodisciplina, devoção em orações, e privações aos prazeres mundanos; Já a vertente penitencial, própria dos franciscanos, utilizava de jejuns, vigílias, cilícios (uma túnica, cinto ou cordão de crina, que se trazia sobre a pele para mortificação ou penitência), inibição de sexo e todo tipo de punições à carne como forma de purificação, sendo esta, muito importante para eles já que se denominavam sucessores de Adão e Eva. Tais viagens propiciavam muito a morte heroica desses "soldados da fé", previamente preparados para sofrer todo tipo de represaria nos lugares que visitavam e quase sempre morte. Pode-se dizer que o martírio é a característica mais evidente na vertente militante,tanto que foi representado na arte com veemência e de certa forma incentivando a audácia do religioso. A “MORTE DO JUSTO” E A “MORTE DO PECADOR” Diversos casos de iconografia da morte e sua representação dentro da religiosidade foram marcados com um ressurgimento no século XIX, tendo como demonstração de sabedoria e profundidade o ato de refletir sobre a transição pós-morte para o mundo espiritual. A arte era uma das formas de representação dos auto-juízos se concretizando e levando a alma do indivíduo retratado para seu destino, seja ele bom (o céu) ou ruim (o purgatório e inferno). A visão geral da mentalidade barroca resultou em obras com o intuito de contemplar o julgamento final e suas consequências. O paraíso é um dos elementos que constitui o último novíssimo, ele é reservado para as almas que se purificam no fogo do purgatório e também para aqueles que são tão puros de coração, que logo após a morte já são acolhidos no seio do senhor.
O céu para os cristãos é a luz imprescindível à vida, é a companhia de Deus, sabedoria eterna, bondade imensa, é a meta para o cristão. Ir para o céu é viver eternamente feliz.
Existiam dois tipos de festas: as eclesiásticas e as da monarquia distante: Festas Eclesiásticas: Celebrações voltadas para a adoração ao Triunfo Eucarístico, cultos aos santos e recepção do rei de Portugal, e as festas da Monarquia Distante: Celebrações em memória da morte do rei, com o objetivo de manter viva a presença de um regente. Trechos mostram a profunda tristeza pela morte do rei, a ‘’sombra’’ de um monarca que, mesmo que ausente, era lembrado. Na colônia, também se celebravam nascimentos e casamentos. 
As festas celebradas na colônia eram semelhantes às da metrópole. Elas tinham sentido monárquico e religioso, com o objetivo de cultuar os santos e a riqueza obtida nas minas, porém também tinham um valor significativo quando apareciam conflitos internos entre as irmandades, pois cada irmandade tornava a sua celebração e o seu desfile mais ornamental e barroco, com mais ouro. Todos os detalhes do ritual barroco de celebração da morte tinham como objetivo exaltar a monarquia e renovar sentimentos de luto, tristeza e comoção nos colonos, fazendo sentir a morte do rei. Diminuindo em escala simbólica a distância física que separava do soberano morto.
O Arcadismo no Brasil apontando os valores estéticos das principais obras de cada poeta estudado, identificando os diferentes sentimentos e expressões de um movimento separatista, que viria a ser a Inconfidência Mineira. Esses poetas e vários outros membros envolvidos, organizaram um levante contra a derrama do ouro (confisco dos bens de quem não podia pagar o quinto) em minas e queriam se tornar um Estado independente, que para Alvernga Peixoto os europeus estavam “chupando toda a substância da Colônia” através da cobrança excessiva de impostos regidos pela coroa. Por muito tempo as obras desses poetas mineiros estudado, não foram vistas como uma produção política, algo contra certas medidas do Estado, pelo fato do uso excessivo de metáforas, “até o momento em que, indiciados como ‘réus de majestade’, foram presos e condenados” por conspiração e traição à coroa portuguesa. A passagem do Barroco para o Arcadismo foi um processo estilístico na História da arte no século XVIII.
Pode-se concluir que a capacidade de ler e escrever, a posse de livros e de bibliotecas nas Minas Coloniais era moldada de acordo com o caráter da sociedade, estando concentradas nas mãos de uma pequena parcela branca, livre, masculina e proprietária.
No caso das bibliotecas, essa concentração era ainda mais gritante, estando entre os profissionais que necessitavam de livros para exercer sua profissão.
Essa concentração levou a população e até os agentes de justiça a se valerem da leitura oral para aplacar os limites da disseminação de livros na colônia. Além de um costume, escrivães e outros profissionais eram obrigados a ler documentos em voz alta diante de câmaras, como acontecia em Mariana.
Essa concentração também se deu dentro da mesma elite, estando refletida na posse de livros que iam além da religião ou da profissão, como obras Ilustradas e/ou proibidas, que pensassem o homem, a natureza, a divindade, assim como o próprio Estado.

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