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[IC – 348 – QUÍMICA GERAL PROF. ANTONIO GERSON BERNARDO DA CRUZ] 169 SOLUÇÕES E SUAS PROPRIEDADES FÍSICAS Classificação das Misturas • Misturas tem duas características que a define: Apresentam composição variável e mantem certas características dos seus componentes. • Misturas Heterogêneas são aquelas nas quais a mistura não é uniforme tendo regiões de diferentes composições, isto é, existem fronteiras observáveis entre os componentes. (ex. gelo-água, poeira no ar). • Misturas Homogêneas são aquelas nas quais a mistura é uniforme e composição constante; Não existem fronteiras observáveis pois as substâncias são intermiscíveis no nível molecular. (ex. Sal-água, açúcar-água, ar). A natureza tende a favorecer a formação de misturas homogêneas - energeticamente favorável; o Soluções contém partículas individuais (íons átomos ou moléculas) com diâmetros na faixa de 0,1−2 nm. Soluções são transparentes. (ex.: sal água, açúcar água, gasolina, ar) o Coloides contém partículas (macromoléculas ou agregados moleculares) com diâmetro na faixa de 2–500 nm. São normalmente opacos. (ex.: leite, nevoeiro, sabão em água). § A principal diferença entre solução e coloide reside no tamanho das partículas. o Suspensões são misturas tendo partículas grandes; Não são totalmente homogêneas, pois as partículas podem ser separadas por decantação e são visíveis com microscópios (ex.: sangue, aerossol). Soluções • Frequentemente descrevemos soluções em termos de uma substância dissolvida em outra, o soluto se dissolve no solvente. Normalmente, o solvente é o componente mais abundante componente em uma dada solução. • Quando soluto e solvente apresentam o mesmo estado, o solvente é o componente presente em maior percentagem; • Soluções aquosas tem a água como solvente, e um sólido, líquido ou gás como soluto. Tabela - Exemplos de soluções Estado da solução Estado d solvente Estado do soluto exemplo Gás Líquido Líquido Líquido Sólido Sólido Sólido Gás Líquido Líquido Líquido Sólido Sólido Sólido Gás Gás Liquido Sólido Gás Líquido Sólido Ar Oxigênio na água Álcool em água Sal na água Hidrogênio no Pd Mercúrio na prata Prata no ouro • Ligas são soluções sólidas que contém metais tanto como soluto quanto solvente; • Amálgamas são ligas em que Hg é um dos componentes; [IC – 348 – QUÍMICA GERAL PROF. ANTONIO GERSON BERNARDO DA CRUZ] 170 Solubilidade • Quando uma substância (soluto) se dissolve em uma outra (solvente) se diz que esta é solúvel; o sal é solúvel em água; o bromo é solúvel em cloreto de metileno; • Quando uma substância não se dissolve em outra se diz que esta é insolúvel; o O óleo é insolúvel em água; • A solubilidade (S) de um soluto é a máxima quantidade que se dissolve em uma quantidade fixa de um solvente em particular a uma dada temperatura. • Diferentes solutos tem diferentes solubilidades. o A solubilidade do cloreto de sódio é S = 39,12 g/100 mL de água a 100 oC. enquanto para o cloreto de prata S= 0,0021 g/100 mL de água a 100 oC. • Do cotidiano, sabe-se que alguns solventes conseguem dissolver alguns solutos e outros não. • A solubilidade de uma substância em outra depende de dois fatores: o Da tendência natural para a mistura; o Dos tipos de forças atrativas intermoleculares. § Substâncias com tipos similares de forças intermoleculares dissolvem uma a outra; • Semelhante dissolve semelhante. • A solubilidade de uma substância em outra varia também com a temperatura e a pressão Um pouco de Termodinâmica • Entalpia (H) é a medida da variação de energia em um sistema. • A variação da entalpia (∆H) em uma reação consiste na diferença dada pela entalpia final, ou entalpia dos produtos, pela entalpia inicial, que é a entalpia dos reagentes (HP – HR). o Em reações exotérmicas em que há liberação de calor, a energia total do sistema diminuirá. § A entalpia dos produtos será menor que a entalpia dos reagentes (HP < HR), portanto, a variação da entalpia será negativa (∆H < 0). o Em reações endotérmicas em que há absorção de calor, a energia total do sistema aumentará. § A entalpia dos produtos será maior que a entalpia dos reagentes (HP > HR), portanto, a variação da entalpia será positiva (∆H > 0). • Entropia (S) é a medida da quantidade de aleatoriedade molecular ou desordem em um sistema. (unidades J/K). • A entropia depende de outras propriedades do sistema, como por exemplo, da temperatura ou do volume. o Quanto maior o valor de S, maior a desordem das partículas do sistema; o A maioria dos sistemas tendem a tornar-se naturalmente desordenados com o tempo; • Energia livre de Gibbs G, representa a energia disponível no sistema para realização de trabalho ou simplesmente um método de medição do trabalho máximo realizado durante um processo. o ΔG < 0 espontâneo; ΔG > 0 não espontâneo; ΔG = 0 equilíbrio. o Processos espontâneos tendem a ser exotérmicos (ΔH < 0) e com aumento na desordem (ΔS > 0). o Processos não espontâneos tendem a ser endotérmicos (ΔH > 0) e com diminuição na desordem (ΔS < 0). [IC – 348 – QUÍMICA GERAL PROF. ANTONIO GERSON BERNARDO DA CRUZ] 171 Tendência Natural para a mistura – Entropia • Durante o curso vimos muitos sistemas químicos tendem a baixar sua energia potencial. • A formação de uma solução não necessariamente baixará a energia potencial dos seus constituintes. Um claro exemplo disso é a formação de uma solução de dois gases ideais. Ao se misturarem mas cada um mantém sua energia potencial inalterada. • A tendência a se misturar está relacionado com um conceito chamado de entropia (S). • Um gás a qualquer temperatura acima de 0 K tem energia cinética devido ao movimento dos seus átomo. • Quando um gás ideal está confinado em seu compartimento individual , sua energia cinética também está confinada neste compartimento. Porém, quando os gases se misturam, cada gás, com sua energia cinética, se espalha por uma grande volume. Portanto, uma mistura de dois gases tem maior energia de dispersão ou maior entropia do que os componentes separados. • Solução de dois gases ocorrem devido a tendência natural de um sistema de se tornar mais e mais desordenado com o tempo (entropia). Forças intermoleculares no processo de dissolução • Sabe-se que na ausência de forças intermoleculares, duas substâncias se misturaram espontaneamente formando uma solução homogênea. • Sólidos líquidos e gases exibem um número de tipos diferentes de forças intermoleculares. Dependendo da exata natureza das forças no soluto e solvente, estas forças promoverão ou evitarão a formação de uma solução. • Existem forças intermoleculares: (a) As partículas de soluto e solvente (b) As partículas do solvente (c) as partículas do soluto. • O fator determinante para se formar uma solução é a energia relativa das forças intermoleculares dentro soluto e entre o soluto e o solvente. • Se as forças intermoleculares de atração são do mesmo tipo e de igual magnitude, o soluto e o solvente se misturam aleatoriamente formando uma mistura homogênea ou solução; • As interações soluto - solvente devem superar as forças atrativas que mantém as partículas de soluto unidas; o Processo endotérmico; • Devem superar algumas das forças atrativas solvente - solvente o Processo endotérmico; • Pelo menos parte da energia para que isso ocorra advémdo surgimento de novas formas de interação atrativas soluto - solvente; o Processo exotérmico; Interações solvente-solvente Interações solvente-soluto Interações soluto-soluto Solução [IC – 348 – QUÍMICA GERAL PROF. ANTONIO GERSON BERNARDO DA CRUZ] 172 Tabela - Interações relativas na formação de uma solução Interações solvente-soluto > Interações solvente-solvente + soluto-soluto Forma-se solução Interações solvente-soluto = Interações solvente-solvente + soluto-soluto Forma-se solução Interações solvente-soluto < Interações solvente-solvente + soluto-soluto A solução pode ou não se formar dependendo da disparidade relativa* * Diferença entre as duas espécies. • Quando as atrações soluto-solvente são mais fracas do que a soma das atrações entre soluto-soluto e solvente-solvente, a solução se formará apenas se a diferença de energia é pequena o suficiente para ser superada pela entropia. Entalpia de solução (ΔHsoln) e a energética da formação das soluções • Assim como ocorre variação de energia associado com uma reação química, variação similar ocorre quando a cerca da formação de uma solução dependendo das interações relativas entre partículas de soluto e solvente. • Na formação de algumas soluções, calor é liberado para a vizinhança (processo exotérmico) bem como em outros casos o calor é absorvido (processo endotérmico). • A variação de entalpia que ocorre quando um soluto se dissolve em um solvente é a entalpia de solução, ΔHsoln (ou calor de solução); • A variação de entropia que ocorre quando um soluto se dissolve é a entropia de solução, ΔSsoln; • Variações de entropia são normalmente positivas devido ao aumento da desordem molecular durante a dissolução. • Pode-se entender a energética associada à formação de uma solução prevendo que o processo ocorra em três etapas, cada uma associada a uma variação de entalpia. 1. Separação das partículas do soluto em seus constituintes: Esta etapa requer energia para superar as atrações que mantém as partículas de soluto unidas – endotérmico; soluto(agregado) + calor → soluto(separado) ΔHsol > 0 2. Separar as partículas do solvente uma das outras de modo a gerar espaço para alocar as partículas de soluto. Este processo também é endotérmico necessitando de energia para superar as forças intermoleculares entre as partículas do solvente – endotérmico; solvente(agregado) + calor → solvente(separado) ΔHsolv > 0 [IC – 348 – QUÍMICA GERAL PROF. ANTONIO GERSON BERNARDO DA CRUZ] 173 3. Soluto e solvente se misturam. As partículas são atraídas umas pelas outras. Nesta etapa energia é liberada à medida que partículas do soluto interagem com as partículas do solvente através de forças intermoleculares – exotérmico soluto(separado) + solvente(separado) → solução + calor ΔHmix < 0 • A variação de entalpia global, ΔHsoln, depende do valor relativo do somatório destes três processos; ΔHsoln = ΔHsol + ΔHsolv + ΔHmix • Como o primeiro termo é o segundo termo são > 0 e o terceiro termo é < 0, a magnitude do ΔHsoln vai depender da magnitude dos termos individuais. a) Se a energia para romper as forças de atração entre as partículas do soluto e do solvente (ΔHsol + ΔHsolv) é menor do que a energia liberada na formação de novas interações entre o soluto e o solvente (ΔHmix), então o processo será exotérmico (ΔHsoln < 0). Neste caso tanto a tendência a para menor energia e para maior entropia leva a formação da solução. b) Se a energia para romper as forças de atração entre as partículas do soluto e do solvente (ΔHsol + ΔHsolv) é maior do que a energia liberada na formação de novas interações entre o soluto e o solvente(ΔHmix), então o processo será endotérmico (ΔHsoln > 0). Contanto que o ΔHsoln não seja muito grande, a tendência para a maior entropia irá levar a formação da solução, caso contrário, se o ΔHsoln for muito grande, a solução não se formará. c) Se a energia para romper as forças de atração entre as partículas do soluto e do solvente (ΔHsol + ΔHsolv) é aproximadamente igual à energia liberada na formação de Solvente separado Soluto separado (2) Separando as partículas de solvente (2) Separando as partículas de soluto (3) Mistura das partículas de soluto e solvente SoluçãoProcesso global exotérmico Solvente agregado Soluto separado Solvente agregado Soluto agregado Solvente separado Soluto separado (2) Separando as partículas de solvente (2) Separando as partículas de soluto (3) Mistura das partículas de soluto e solvente Solvente agregado Soluto separado Processo global endotérmico Solução Solvente agregado Soluto agregado (a) (b) [IC – 348 – QUÍMICA GERAL PROF. ANTONIO GERSON BERNARDO DA CRUZ] 174 novas interações entre o soluto e o solvente (ΔHmix) então ΔHsoln = 0. A formação da solução dependerá do aumento da entropia à medida que a energia do sistema permanece praticamente constante. O calor de hidratação, ΔHhid • Para soluções aquosas iônicas, a energia fornecida para superar as atrações entre as moléculas de água e a energia liberada ao formar atrações entre as moléculas de água e os íons é combinada em um termo chamado de calor de hidratação, ΔHhid, que é a variação de entalpia que ocorre quando um mol de íons gasosos são dissolvidos em água. • Para a dissolução de um composto iônico em água o termo ΔHsol é grande e altamente positivo devido pois deve superar as forças de ligação iônica no cristal e ΔHsolv é grande e positiva pois deve-se superar as ligações de hidrogênio na água. O ΔHmix é grande e negativo pois o tipo de interação resultante do íon com o dipolo da água é muito forte. • O calor de hidratação combina os termos ΔHsolv e ΔHmix deste modo, os termos endotérmicos e exotérmicos praticamente se cancelam. • O calor de solução para a dissolução do NaCl, por exemplo é dado como: NaCl(s) → Na+(g) + Cl-(g) ΔHsol = 786 kJ/mol H2O(l) + Na+(g) + Cl-(g) → Na+(aq) + Cl-(aq) ΔHhid = ΔHsolv + ΔHmix = -783kJ/mol ΔHsoln = 786 kJ/mol – 783 kJ/mol = 3 kJ/mol • O AHsol representa a energia necessária para separar o soluto em seus íons constituintes e pode ser representada pelo negativo da energia de rede ΔHlat (ΔHsol = - ΔHlat); • Neste caso, a entalpia de solução global depende das magnitudes relativas do ΔHsol e ΔHhid: 1. |ΔHsol| < |ΔHhid| - A quantidade de energia necessária para separar o soluto é menor do que a energia liberada quando os íons são hidratados. ΔHsoln < 0 e o processo é exotérmico; 𝐿𝑖𝐵𝑟(!) → 𝐿𝑖(!")! + 𝐵𝑟(!")! Δ𝐻!"#$ = −48,78 𝑘𝐽/𝑚𝑜𝑙 2. |ΔHsol| > |ΔHhid| - A quantidade de energia necessária para separar o soluto é maior do que a energia liberada quando os íons são hidratados. ΔHsoln > 0 e o processo é endotérmico (se a solução se formar). 𝑁𝐻!𝑁𝑂!(!) → 𝑁𝐻!(!")! + 𝑁𝑂!(!")! Δ𝐻!"#$ = +25,67 𝑘𝐽/𝑚𝑜𝑙 3. |ΔHsol| ≈ |ΔHhid| - A quantidade de energia necessária para separar o soluto é aproximadamente igual a a energia liberada quando os íons são hidratados. ΔHsoln ≈ 0 e o processo nem é significativamente endotérmico ou exotérmico. 𝑁𝑎𝐶𝑙(!) → 𝑁𝑎(!")! + 𝐶𝑙(!")! ∆𝐻!"#$ = +3,88 𝑘𝐽/𝑚𝑜𝑙 Equilíbrio em solução e os fatores que afetam a solubilidade • A dissolução de um soluto em um solvente é um processo de equilíbrio semelhante ao processo de equilíbrio em uma mudançade fase. • NO processo de dissolução do cloreto de sódio em água, por exemplo, Inicialmente as moléculas solvatam rapidamente os íons sódio e cloreto. Reduzindo a quantidade de cloreto de sódio sólido na água enquanto a concentração do sal dissolvido aumenta na água. Com o aumento da concentração de cloreto de sódio na solução, este começa a se redepositar como cloreto de sódio sólido. [IC – 348 – QUÍMICA GERAL PROF. ANTONIO GERSON BERNARDO DA CRUZ] 175 • No início a velocidade de dissolução supera velocidade de deposição e rapidamente, partículas do soluto podem começar a se recombinarem para formar novamente moléculas de soluto. O soluto continua a se dissolver • Com o aumento da concentração de cloreto de sódio na solução, eventualmente a velocidade de dissolução se iguala à velocidade de deposição atingindo um equilíbrio dinâmico. • NaCl(s) D Na+(aq) + Cl-(aq) • Uma solução em que o equilíbrio dinâmico entre soluto e solvente é atingido é chamada de solução saturada. • A adição de mais soluto a uma solução saturada não resulta na dissolução do soluto; • Se a solução contém menos soluto do que a quantidade exigida no equilíbrio, diz-se que é uma solução não insaturada. • A adição de mais soluto a uma solução insaturada resulta na dissolução do soluto; • Em um dado momento, a concentração de cloreto de sódio na solução atinge um ponto crítico e a velocidade de deposição excede a velocidade de dissolução. • Sob certas circunstâncias, pode se formar uma solução supersaturada, contendo quantidades de soluto maior do que no equilíbrio. • São instáveis e o excesso de soluto normalmente precipita na solução. • Em alguns casos, se deixada sem perturbação, uma solução supersaturada pode existir por um longo período de tempo. Fatores que afetam a solubilidade Efeito da Temperatura • A solubilidade de um sólido em água é altamente dependente da temperatura. • Para a maioria dos sólidos, a solubilidade tende a aumentar com o aumento da temperatura; o Ocorre quando ΔHsol é endotérmico; • Algumas vezes, a solubilidade diminui quando a temperatura aumenta • As curvas de solubilidade podem ser usadas para prever se uma solução com uma dada quantidade de um soluto em particular dissolvido em água é saturado ( na linha), não saturada (abaixo da linha) ou supersaturada (acima da linha); • A solubilidade de gases da maioria dos gases em água diminui com o aumento da temperatura; • À medida que aquece a água, bolhas se formam devido a diminuição da solubilidade dos gases dissolvidos na água. • O ΔHsol é exotérmico pois não é necessário superar forças de atração soluto-soluto; • Uma das consequências do efeito da temperatura na solubilidade dos gases é a poluição térmica: [IC – 348 – QUÍMICA GERAL PROF. ANTONIO GERSON BERNARDO DA CRUZ] 176 • se a água dos lagos se aquece muito, o O2 se torna menos solúvel e fica indisponível para os animais. Efeito da pressão • A solubilidade de um gás em um líquido é uma função da pressão do gás; • Quanto maior a pressão, mais próximas as moléculas de gás estarão do solvente e maior a chance da molécula de gás atingir a superfície e entrar na solução; o Teoria cinética molecular. • Quanto maior for a pressão, maior a solubilidade; • Quanto menor a pressão, menor a quantidade de moléculas de gás próximas ao solvente e menor a solubilidade. • A relação quantitativa entre a solubilidade de um gás e a pressão é dado pela lei de Henry; • A solubilidade de um gás é diretamente proporcional à pressão do gás na solução; • onde Sgás é a solubilidade de um gás, kH é a constante de Henry e P é a pressão parcial do gás. • Uma aplicação da lei de Henry é na fabricação de bebidas gaseificadas. o As bebidas carbonadas são engarrafadas com uma pressão parcial de CO2 próximas de 5 atm é milhares de vezes maior do que a pressão parcial de CO2 na atmosfera. § Ao abrirmos a garrafa, a pressão parcial de CO2 diminui e a solubilidade do CO2 também diminui e as bolhas de CO2 escapam da solução. Concentração das soluções • Como uma mistura, ao contrário de um composto químico, tem sua composição variável, as quantidades relativas das substancias em uma solução devem ser especificadas. Os termos qualitativos diluído e concentrados são frequentemente usados para descrever uma solução. • Deve-se definir a composição de uma solução de modo mais preciso para se efetuar cálculos. • Concentração de uma solução representa a medida da quantidade de soluto em uma dada quantidade de solução; • No capítulo anterior descrevemos a concentração de uma solução em termos da molaridade, ou numero de mols de soluto por litro de solução. • Outras maneiras de descrever a concentração são: Molalidade (m), • Representa a relação entre o número de mols de soluto por quilograma de solvente (mols/kg). A molalidade é independente da temperatura, uma vez que é definida em termos de massas e não de volumes; • A molalidade é muito útil quando se deve comparar concentrações em diferentes temperaturas. Sgás = kHP molalidade= mols de soluto quilograma de solvente [IC – 348 – QUÍMICA GERAL PROF. ANTONIO GERSON BERNARDO DA CRUZ] 177 Partes por massa e partes por volume • Às vezes é conveniente descrever a concentração em termos de razões mássicas. • Uma concentração em partes por massa é a razão de massa de soluto por massa da solução multiplicado por um fator multiplicador: • A unidade particular que determina o tamanho do fator multiplicador, depende da concentração da solução. • A porcentagem em massa, tem fator multiplicador 100 e representa a quantidade de massa do soluto por cada 100 gramas da solução; • Se uma dada solução é 0,9% em massa, então há 0,9 gramas de soluto em cada 100 gramas de solução, ou 0,9 kg soluto em cada 100 kg de solução; • Para soluções mais diluídas deve-se descrever a concentração como partes por milhão (ppm) que requer um fator multiplicador de 106 ou partes por bilhão (ppb) que requer um fator multiplicador de 109. • As relações de partes por massa são independentes da temperatura. • Às vezes as concentrações são descritas em termos da razão de volumes, especialmente para soluções em que tanto o soluto quanto o solvente são líquidos. • Uma concentração de partes por volume representa a razão entre o volume de soluto pelo volume de solução, multiplicado por um fator multiplicador. • O uso do fator multiplicador é análogo ao que foi descrito para concentrações em partes por massa. Fração molar (χ) • Para aplicações em que a a razão entre soluo e solvente pode variar muito, a melhor maneira de se expressar a concentração é através da relação entre a quantidade de soluto (em mols) pela quantidade de soluto e solvente (em mols). Esta razão é chamada de fração molar do soluto (χsoluto) • A fração molar do solvente é dada por (χsolvente) = 1- χsoluto • A fração molar é adimensional; • A porcentagem molar é o percentual de mols de um componente em mols totais de todos os componentes em uma solução: porcentagem por massa= massa de soluto massa da solução x fator multiplicador ppm= massa de soluto massa da solução x 106 ppb= massa de soluto massa da solução x 109 porcentagem por volume = volume de soluto volume da solução x fator multiplicador χsoluto = quantidade de soluto (em mols) quantidadetotal de soluto e solvente (em mols) = nsoluto nsoluto + nsolvente mol%= χsoluto x 100% [IC – 348 – QUÍMICA GERAL PROF. ANTONIO GERSON BERNARDO DA CRUZ] 178 Propriedades coligativas das soluções • As propriedades coligativas são propriedades que dependem do número de partículas na solução mas não dependem da natureza das partículas em solução. • Depende da concentração mas não se as partículas são átomos, moléculas ou íons; Abaixamento da pressão de vapor • Em um recipiente aberto, as moléculas de vapor em geral se vaporizam mais rápido do que se condensam de modo que a velocidade de vaporização é maior do que a velocidade de condensação; o Líquidos que evaporam rápido são conhecidos como líquidos voláteis; • No entanto, em um recipiente fechado, o vapor não se distribuir indefinidamente de modo que em um dado momento as velocidades de vaporização e condensação se igualam; o As quantidades de vapor e líquidos não mudam; • A evaporação e a condensação ainda ocorrem, mas por serem processos inversos, não há aumento ou diminuição global de líquido ou vapor no recipiente; • Quando dois processos opostos alcançam a mesma velocidade diz-se não haver ganho ou perda de material, estando o processo em equilíbrio dinâmico; • A pressão exercida por um vapor quando se encontra em equilíbrio dinâmico com a fase líquida é chamada de pressão de vapor; • Quanto mais fracas forem as forças atrativas entre as moléculas, mais e mais moléculas passarão para a fase de vapor; • Quanto mais fracas forem as forças atrativas, maior será a pressão de vapor; o Mais volátil será o líquido; • Todo líquido exerce uma pressão de vapor característica; • Quando um soluto não volátil (pressão de vapor nula) é dissolvido em um líquido, a pressão de vapor exercida pelo líquido diminui. • A lei de Raoult estabelece que a diferença entre a pressão de vapor de um solvente puro e a pressão de vapor da solução depende da concentração do soluto na solução. • Para uma solução com mais de um componente, χsoluto = 1 - χsoluto a lei de Raoult pode ser reescrita como: • A redução na pressão de vapor, ΔP, é diretamente proporcional à concentração do soluto expresso na forma da fração molar. • O entendimento do fenômeno de abaixamento da pressão de vapor está associado com o nível de ordenamento nos estados da matéria; o No estado líquidos as espécies encontra-se mais ordenadas, e apresentam baixa entropia; o As moléculas em um gás apresentam baixíssimo ordenamento, consequentemente alta entropia. Psolução = χsolventePsolvente 0 Psolução = 1− χsoluto( )Psolvente0 Psolvente 0 − Psolução( ) = χsolutoPsolvente0 ΔP = χsolutoPsolvente 0 Pressão de vapor [IC – 348 – QUÍMICA GERAL PROF. ANTONIO GERSON BERNARDO DA CRUZ] 179 o As moléculas gasosas tem uma forte tendência de sair de um estado de baixa para alta entropia; § Moléculas de solvente saí da fase líquida para a fase vapor • Ao se adicionar um soluto ao líquido, este quebra o ordenamento do líquido aumentando sua entropia; o A solução tem maior entropia do que o líquido puro. • Como a diferença de entropia entre a fase líquida e a fase vapor é menor, as moléculas diminuem sua tendência em deixar a solução em direção a fase vapor, resultando em uma menor pressão de vapor exercida pelo solvente. • Quanto menor for esta diferença entre a entropia da solução e da fase vapor, menor será a tendência das moléculas em escapara da solução e ir para fase vapor e consequentemente menor a pressão de vapor. Lei de Raoult para solutos voláteis • Quando os dois componentes da solução são voláteis, a pressão de vapor da solução será dada pelo somatório das pressões parciais individuais exercidas pelos componentes da solução segundo a lei de Raoult: • A pressão total é dada pela lei das pressões parciais de Dalton: • Uma solução que segue a lei de Raoult para todas as concentrações de soluto e solvente é chamada de solução ideal com o conceito similar aos dos gases ideais. • A pressão de vapor de cada componente da solução é dado pela lei de Raoult ao longo de toda a faixa de composição da solução. • em soluções ideais, as interações soluto-solvente resultantes são iguais à soma das interações soluto-soluto e solvente-solvente rompidas (a). • Se as interações soluto-solvente são mais fortes ou mais fracas do que as interações rompidas, a solução é não ideal e a pressão de vapor não segue a lei de Raoult; o Se as interações soluto-solvente são mais fortes do que as interações soluto- soluto + solvente-solvente, a pressão de vapor total da solução será menor do que o previsto pela lei de Raoult pois as pressões de vapor do soluto e do solvente são mais baixas do que o ideal (b); o Se interações soluto-solvente são mais fracos do que o soluto-soluto + solvente-solvente, a pressão de vapor total da solução será maior do que o previsto pela lei de Raoult (c); PA = χAPA 0 PB = χBPB 0 Ptotal = χAPA 0 + χBPB 0 (a) Solução ideal (c) Interações soluto-solvente fracas(b) Interações soluto-solvente fortes [IC – 348 – QUÍMICA GERAL PROF. ANTONIO GERSON BERNARDO DA CRUZ] 180 Soluto iônico e pressão de vapor • De acordo com a Lei de Raoult, o efeito de soluto na pressão de vapor simplesmente depende do número de partículas de soluto. Quando compostos iônicos se dissolvem na água, eles se dissociam - de modo que o número de partículas de soluto é um múltiplo do número de moles de unidades de fórmula. O efeito dos compostos iônicos na pressão de vapor de água é aumentado pela dissociação; • uma vez que NaCl se dissocia em dois íons Na+ e Cl-, um mol de NaCl reduz a pressão do vapor de água duas vezes mais que faria 1 mol de sacarose, C12H22O11, moléculas. Elevação do ponto de ebulição • O ponto de ebulição de uma substância é a temperatura na qual sua pressão de vapor se iguala a pressão externa. • Como a adição de um soluto não volátil afeta a pressão de vapor de uma solução, este também afeta o ponto de ebulição da solução relativo ao do líquido puro. • O diagrama de fases da água mostra que com a adição de um soluto não-volátil a temperatura e pressão de vapor na solução é mais baixa do que aquela em relação ao líquido puro, de modo a curva de líquido-vapor para a solução encontra-se abaixo daquela para o solvente puro. • Consequentemente, a curva em da solução (em vermelho) intercepta a linha horizontal que marca P = 1 atm a uma temperatura mais elevada do que o ponto normal de ebulição do solvente puro. • Mais temperatura é necessária para que a pressão de vapor do solvente se iguale à pressão atmosférica. • A elevação do ponto de ebulição (ΔTb) é definida como a diferença entre o ponto de ebulição da solução (Tb) e o ponto de ebulição do solvente(Tb0): • Como Tb > Tb0, ΔTb é proporcional a concentração, expressa em molalidade (m), do soluto na solução. ΔTb = Kb m • onde Kb é a constante molal de elevação do ponto de ebulição e tem unidades de oC/ m; Abaixamento do ponto de congelamento • Em lugares de clima muito frio é comum ter estradas e calçadas "salgadas" no inverno. o A aplicação de um sal, tal como NaCl ou CaCl2, derrete o gelo (ou impede a sua formação) através da redução do ponto de congelamento da água. • No diagrama de fases da água observa-se que a adição de um soluto não volátil desloca a fronteira da fase sólido-líquidopara esquerda. o A linha vermelha que intercepta a linha horizontal a 1 atm a uma temperatura mais baixa do que o ponto de congelamento do líquido puro. • O abaixamento do ponto de congelamento (ΔTf) é definido como a diferença entre o ponto de congelamento do solvente puro e o ponto de congelamento da solução: ΔTb =Tb −Tb 0 Solução Solvente puro Solução Sólido Líquido Gás Ponto de fusão da solução Ponto de fusão do solvente Ponto de ebulição do solvente Ponto de ebulição da solução Temperatura Pr es sã o 1 atm [IC – 348 – QUÍMICA GERAL PROF. ANTONIO GERSON BERNARDO DA CRUZ] 181 • Como Tf0 > Tf, ΔTf é positivo. • A variação na temperatura é proporcional à concentração molal da solução: ΔTf = Kf m • onde Kf é a constante molal de abaixamento do ponto de congelamento e tem unidades de oC/m; • A elevação no ponto de ebulição e o abaixamento do ponto de congelamento podem ser explicados em termos de diferenças de entropia. o O congelamento envolve uma transição de um estado de maior para menor entropia de modo que é necessário remover energia do sistema pois a solução tem desordem maior do que o solvente puro, portanto há uma grande diferença de entropia entre a solução e o sólido do que há entre o solvente puro e o sólido. o Maior diferença de entropia implica em maior quantidade de energia que deve ser removida para que ocorra a transição líquido-sólido ocorra. § A solução congela em uma temperatura inferior aquela do líquido puro. • A elevação do ponto de ebulição só ocorre quando se adiciona um soluto não volátil, no entanto, o abaixamento do ponto de congelamento ocorre independentemente se o soluto é volátil ou não. Osmose • Muitos processos químicos e biológicos dependem da osmose, definida como a passagem seletiva de moléculas de solvente através de uma membrana porosa de uma solução mais diluída para uma mais concentrada. • Da figura, o compartimento do lado esquerdo do aparelho contém solvente puro, o compartimento a direita contém uma solução feita com o mesmo solvente. o Os dois compartimentos são separados por uma membrana semipermeável, que permite a passagem de moléculas de solvente, mas bloqueia a passagem de moléculas de soluto. • No início, os níveis de líquido nos dois tubos são iguais com passar do tempo, o nível no tubo direito sobe continuando a aumentar até que o equilíbrio seja atingido. A partir deste ponto nenhuma variação é observada. • A pressão osmótica (π ) de uma solução é a pressão necessária para parar o fluxo de osmose. o Pode ser medida diretamente a partir da diferença entre os níveis finais de líquidos. • A pressão osmótica (π ) de uma solução é diretamente proporcional à concentração expressa em molaridade, de soluto na da solução: π = M R T • onde R é a constante dos gases (0,08206 L.atm/K.mol) e T é a temperatura em kelvin. A pressão osmótica é expressa em atm. • Uma solução isosmótica (isotônica) tem a mesma pressão osmótica que a solução no interior da célula - como resultado, não há fluxo de água para dentro ou para fora da célula. ΔTf =Tf 0 −Tf [IC – 348 – QUÍMICA GERAL PROF. ANTONIO GERSON BERNARDO DA CRUZ] 182 • Uma solução hiposmótica tem uma pressão osmótica menor do que a solução no interior da célula - como um resultado, se desenvolve um fluxo de água para dentro da célula, fazendo com que a célula inche. • Uma solução hiperosmótica tem uma pressão osmótica mais elevada do que a solução no interior da célula - como resultado, se desenvolve um fluxo de água para fora da célula, fazendo com que a célula murche. Propriedades coligativas de soluções de eletrólitos fortes • Como já visto, eletrólitos sofrem dissociação quando dissolvidos em água, sendo necessário considerá-los separadamente. Vimos que quando NaCl se dissolve em água, ele se dissocia em Na+(aq) e Cl-(aq). o Para cada mol de NaCl dissolvido, temos dois mols de íons em solução. • Desta forma, para cada mol de CaCl2 dissolvido, temos três moles de íons em solução. o Quando uma unidade de fórmula do CaCl2 se dissolve, temos três íons: uma Ca2+(aq) e dois ions Cl-(aq) íons. Propriedades coligativas dependem apenas do número de partículas dissolvidas, não do tipo de partículas. • Significa que, uma solução de 0,1 m de NaCl exibirá um abaixamento do ponto de congelamento duas vezes a de uma solução 0,1 M de um não-eletrólito, tal como a sacarose. Do mesmo modo, espera-se uma solução 0,1 M de CaCl2 diminuir o ponto de congelamento da água três vezes mais do que uma solução de sacarose a 0,1 m. • Para ter em conta este efeito, se introduz e define uma quantidade chamada fator de van't Hoff (i), que é dada por: • Como um mol de NaCl produz 2 mols de partículas em solução, espera-se que o fator de van’t Hoff seja exatamente 2; o Este valor para o fator só se observa em soluções muito diluídas. • O fator de van’t Hoff se aproxima do valor esperado apenas para soluções com diluição infinita (concentração tendendo a zero). Por que o fator de van’t Hoff esperado não se igual ao medido? o A razão pela qual o fator de van’t Hoff não é exatamente igual ao valor esperado é que alguns íons tendem efetivamente a formar pares em solução. Idealmente espera-se que os íons se dissociem completamente em solução (a). o Na verdade, no entanto, a dissociação não é completa - em algum momento, alguns cátions se combinam com seus respectivos ânions, reduzindo levemente o número de partículas em solução (b). Solução hiposmótica Solução isosmótica Solução hiperosmótica i = número de mols partículas em solução após a dissociação número mol de fórmulas unitárias dissolvidas na solução [IC – 348 – QUÍMICA GERAL PROF. ANTONIO GERSON BERNARDO DA CRUZ] 183 • Para o cálculo das propriedades coligativas em soluções iônicas usa-se o fator de van’t Hoff em cada uma das seguintes equações: ΔTb = i Kb m ΔTf = i Kf m π = i M R T Tabela - Valores calculados e medidos para o fator de van’t Hoff de soluções 0,05 M de eletrólito a 25 oC Eletrólito i (calculado) i (medido) Sacarose* 1 1.0 HCl 2 1.9 NaCl 2 1.9 MgSO4 2 1.3 MgCl2 3 2.7 FeCl3 4 3.4 * a sacarose é um conhecido não eletrólito e só está listada aqui para comparação Coloides • As soluções discutidas até agora são verdadeiras misturas homogêneas. • Se juntarmos areia fina a um copo de água e agitar as partículas de areia são suspensas no início, mas gradualmente se depositam no fundo do copo (mistura heterogênea). • Entre os dois extremos de uma mistura homogênea e heterogênea há um estado intermediário chamado de uma suspensão coloidal, ou simplesmente, um coloide. o Um coloide é uma dispersão de partículas de uma substância ao longo de outra substância onde as partículas são muito maiores do que as moléculas de soluto normais, na faixa de 10-3 - 10-6 pm. o Além disso, uma suspensão coloidal não possui a homogeneidade de uma solução verdadeira. • Os coloides podem ainda ser classificados como aerossóis (líquido ou sólido disperso em gás), espumas (gás disperso num líquido ou sólido), emulsões (líquido disperso num outro líquido), sóis (sólido disperso num líquido ou num outro sólido), e géis (líquido disperso em forma de um sólido). Tabela - Alguns tipos comuns de coloides Fase dispersa Meio de dispersão tipo exemplos Sólido Sólido sol Argila, sílica coloidal, ouro coloidal LíquidoGás Líquido Líquido Emulsão Espuma Óleo em água, leite, maionese Espuma de sabão e detergentes Sólido Líquido Gás Gás Gás Sólido Aerossol Aerossol Sol sólido Ar com poeira, fumaça Nevoeiro, névoa Vidro rubi, gemas naturais e sintéticas, diamante negro Líquido Gás Sólido Sólido Emulsão sólida Espuma sólida Opala, pérola Pedra polmes, lava e cinza vulcânica • Uma forma de distinguir uma solução a partir de um coloide é através do efeito Tyndall. o Quando um feixe de luz passa através de um coloide, ele é espalhado pela fase dispersa. o Tal dispersão não é observado com as soluções verdadeiras, pois as moléculas de soluto são muito pequenas para interagir com a luz visível. ΔP = iχsolutoPsolvente 0 [IC – 348 – QUÍMICA GERAL PROF. ANTONIO GERSON BERNARDO DA CRUZ] 184 • Um coloide hidrofóbico normalmente não se estabilizaria em água, pois as partículas se agregariam, como gotículas de óleo em água se fundindo para formar uma película na superfície na superfície. • Eles podem ser estabilizadas pela adsorção de íons na sua superfície. • O material que se deposita na superfície é adsorvido, enquanto que o material que passa para o interior é absorvido. Os íons adsorvidos são hidrofílicos e podem interagir com a água para estabilizar o coloide (a). • A adsorção de íons deixa as partículas coloidais carregadas, de modo que a repulsão eletrostática impede que se aglomerem (b). • As partículas do solo em rios e correntes são partículas hidrofóbicas que são estabilizadas desta maneira. o Quando a água do rio entra no mar, as cargas nas as partículas dispersas são neutralizadas pelo meio de elevada salinidade. Com as cargas em sua superfície neutralizadas, as partículas não se repelem entre si e se agregam para formar a lama que é vista na foz do rio. • Outra forma coloides hidrofóbicos podem ser estabilizadas está pela presença de outros grupos hidrofílicos nas suas superfícies. • O estearato de sódio, uma molécula de sabão, tem um grupo polar de um lado, muitas vezes chamada a "cabeça", e um longa "cauda" de hidrocarbonetos que é apolar. • A cauda de hidrocarbonetos é facilmente solúvel em substâncias oleosas apolares, enquanto que o grupo iônico COO- permanece fora da superfície oleosa. Quando moléculas de sabão suficientes tenham cercado a gota de óleo todo o sistema torna-se estabilizado em água pois a parte exterior está agora altamente hidrofílica. • Esta é a forma como as substâncias gordurosas são removidas pela ação do sabão. • O processo de estabilização de um coloide é chamado de emulsificação, e uma substância utilizada para tal estabilização é chamado um emulsionante ou um agente emulsionante. Partícula coloidal Partícula coloidalRepulsão (a) (b)
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