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O PODER JUDICIÁRIO E AS DEMANDAS SOCIAIS E REFLEXÕES SOBRE O SERVIÇO SOCIAL E OS LIMITES DA APLICAÇÃO DO DIREITO.

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IBES- INSTITUTO BAHIANO DE ENSINO SUPERIOR
CURSO: BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL
PATRÍCIA ANASTÁCIA DIAS DE BRITO
O PODER JUDICIÁRIO E AS DEMANDAS SOCIAIS E REFLEXÕES SOBRE O SERVIÇO SOCIAL E OS LIMITES DA APLICAÇÃO DO DIREITO.
Salvador 2017.
IBES- INSTITUTO BAHIANO DE ENSINO SUPERIOR
CURSO: BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL
O PODER JUDICIÁRIO E AS DEMANDAS SOCIAIS E REFLEXÕES SOBRE O SERVIÇO SOCIAL E OS LIMITES DA APLICAÇÃO DO DIREITO.
Trabalho apresentado como
requisito parcial para aprovação na
disciplina de Direito Constitucional
em Serviço Social na IBES,
para a professor Cristian Patric.
Salvador 2017
O PODER JUDICIÁRIO E AS DEMANDAS SOCIAIS
O Estado liberal e o Estado intervencionista
O poder judiciário constitui-se em um dos poderes do Estado, sendo eles o executivo, legislativo e judiciário. O que regulamenta o funcionamento do Estado é o constitucionalismo caracterizado por uma constituição escrita, onde ocorre os limites de seu poder e os direitos dos cidadãos. Visa garantir que os interesses da população das várias classes sociais sejam realizados, evitando a concentração de poder político em poucas mãos.
É nesse embasamento do Estado liberal democrático de direitos que se desenvolve a ação do poder judiciário.No período áureo (1800-1914) a tutela legal dos direitos individuais era restrita somente aos proprietários, a função do poder judiciário era de preservar a propriedade privada, assegurar os direitos fundamentais, protegendo os cidadãos dos abusos do poder do Estado. 
Na segunda metade do século XIX e no início do século XX, ocorreu o enfraquecimento dos argumentos liberais, pois houve o crescimento do operariado, obrigando a burguesia a reconhecer direitos políticos e sociais cada vez mais amplos. Com o grande aumento populacional, agrava-se as necessidades do próprio capital, crescendo a exclusão social, econômica e política.
Os conflitos sociais, a tensão entre classes na sociedade contemporânea tornam-se ocultos e acabam o objetivo de intervenção do poder judiciário. Diante dos cortes dos gastos públicos, o poder judiciário se encontra num nó, pois se vê as voltas com os limites do Estado de garantir a população as leis conquistadas.Atualmente mesmo sendo criticado a questão de acesso de todos os cidadãos à justiça, é o modelo que representa maior parte dos governos dos países ocidentais de economia capitalista.
O Estado neoliberal e a exclusão social
Com a crise dos anos 70 criada em um regime de acumulação rígida, o capital recorreu a outro regime de acumulação (a acumulação flexível). Onde se buscava mais força de trabalho, de forma mais barata, desfazer o trabalho fixo, redução dos tributos, desfazer o Welfare State, buscando a manutenção do próprio capital. Com novos concorrentes o sistema fordista-keynesiano começou a dar sinais de esgotamento, os capitais mundialmente globalizados começaram a dominar o mundo, impedindo que os governos exerçam controle sobre as políticas econômicas e sociais internas.
Como consequência, há um enorme incremento do trabalho terceirizado, ou seja, trabalhadores temporários e com o aumento do desemprego o endividamento público aumentou.Com o encolhimento do Estado houve a redução de investimentos em serviços sociais. Então as políticas neoliberais, tornam-se uma grande saída para a crise no capitalismo na contemporaneidade. As mesmas se opõem ao Estado de Bem Estar Social, acarretando a quebra do modelo de Estado intervencionista. O precário sistema público não dá conta de responder todas as questões de pobreza e exclusão social.
O Poder Judiciário enfrentando a crise contemporânea 
O Poder Judiciário é obrigado a assumir funções inéditas e incompatíveis com a estrutura típica do Estado liberal. O Estado perde sua autonomia em função do capital e o Poder Judiciário se vê comprometido no seu poder de decisão. Parte do Estado vive a mesma crise e possui dificuldades de garantir tais direitos, onde gera conflitos que ameaçam a preservação do próprio sistema.
Na prática o Poder Judiciário não vem exigindo do Executivo o cumprimento de suas funções, nem tenta evitar a degradação dos serviços essenciais. Este poder se tornou incompetente para resolver os conflitos, não cumprindo sua função básica do Estado. O judiciário no entanto continua tratando (Questão Social) como se fossem problemas individuais, no máximo de grupos excluídos ou alguns particulares. Não enfrenta o poder executivo trazendo pra si a responsabilidade de conflitos sociais.
O Poder Judiciário e o tratamento dado às demandas sociais 
Encontra-se estabelecida na Constituição Federal de 1988, a atual constituição não alterou essa organização dos poderes do Estado e manteve-se a essa estrutura do Poder Judiciário.
O juizado de menores Paulista serviu de modelo para a consolidação do ECA (Estatuto da criança e do adolescente), onde atua no artigo 98. O ECA introduziu vários avanços, como a ampliação do acesso de crianças e jovens em escolas, nos ensinos fundamental e médio; a criação de Conselhos Tutelares e de Varas da Infância e Juventude; a instituição de programas de enfrentamento à exploração sexual e ao trabalho infantil.Estabeleceu obrigações dos familiares e dos poderes públicos e formas de responsabilização de gestores públicos e de familiares que não cumprem suas obrigações. 
REFLEXÕES SOBRE O SERVIÇO SOCIAL E OS LIMITES DA APLICAÇÃO DO DIREITO
INTRODUÇÃO
A luta pelos direitos sociais é bastante importante, desde do movimento de reconceituação na América Latina. Nas últimas décadas os assistentes sociais encontram referências à justiça social aos direitos sociais, aos direitos humanos, entre outros. Entretanto no que se diz respeito a inspiração neotomista estes ainda tem influência sobre os direitos sociais e outros aspectos do serviço social, por ter uma ideia de justiça enviada por Deus, do que uma justiça construída pelo homem. Na sua forma de leis, foi identificado com o Estado autocrático e como um instrumento de coerção. A ideia de justiça permanecia como fundamento ético da profissão.
Em referência aos marxistas sobre a prática dos profissionais nos primeiros anos o movimento de reconceituação na luta contra a ditadura militar era possível visualizar algum tipo de prática profissional engajada nos movimentos.
No segundo momento a luta pela democratização substitui a ditadura, pois os movimentos alcançam legalidade, como os sindicatos, partidos políticos por exemplo não institucionalizado perde a sua razão de ser. Na ação política dos assistentes sociais houve avanços na área de legislação social, o direito na forma de leis, torna-se um instrumento de defesa de cidadania. Entretanto os limites são poucos compreendidos pelos assistentes sociais, por sua inspiração neotomista que se mantém forte na categoria profissional. É fundamental aproximar os assistentes sociais do debate acerca de Direito, na sua natureza, sua doutrina, seus limites e possibilidades de aplicação na sociedade capitalista.
O MUNDO GLOBALIZADO E OS LIMITES DA APLICAÇÃO DAS LEIS
Na crise global da sociedade contemporânea os trajetos formulados pelos trabalhadores para superar o capitalismo se mostraram inoperantes para resistir a crise do capital. Os partidos de esquerda buscam adequar-se aos limites do modelo econômico do grande capital internacional feito em monopólios. Nesse modo de concentração de renda da hegemonia do capital a exclusão social se torna maior. No neoliberalismo ocorre os movimentos de ressurgimento da social-democracia light, representada por Tony Blair, na Inglaterra, tem como ideia a luta pelos direitos de cidadania e pela democratização da sociedade em todos as classes. No Brasil como em toda América Latina o neoliberalismo
vem corroendo as bases sociais que sustentam a democracia e a garantia dos direitos de cidadania. Os programas de estabilização monetária promovem endividamento generalizado, aumento da divida pública e empobrecimento da população. Os próprios governos social-democrática neoliberal são compelidos a reproduzir essa política econômica sob pena de isolamento ao mercado global e sanções econômicas dos países centrais, o que coloca em risco qualquer tentativa de manutenção ou ampliação dos direitos conquistados. A luta pela democratização da sociedade é uma necessidade para garantir um mínimo de vida civilizada e avanços de novos patamares. No Brasil no início dos 80 a luta ganhou expressão com o amplo movimento pelo fim da ditadura militar, nesse período o neoliberalismo veio ganhando expressão em todo o mundo. O movimento que se forjou aqui reivindicava ao mesmo tempo o fim da opressão da política e a ampliação dos direitos e de cidadania com investimentos na área social. Abriu espaços para uma maior expressão criando canais para ação de massas como greves, manifestações, passeatas e também denúncias aos órgãos competentes como processos e tentativas de alterações na legislação.
O movimento criou um novo período na história brasileira, inaugurando a Constituição de 1988, os debates foram intensos e criaram expectativas positivas organizados pela população. Apresentou-se na forma de síntese possível dessas posições na época, no entanto, esconder as contradições e conflitos entre os interesses econômicos e sociais em nossa sociedade. 
Então o que se conseguia ver de avanços no sentido de direitos e garantias civis foi resultado da pressão popular. No ponto de vista político o Brasil seguiu a tendência de levar ao poder governos que se apresentam como de inspiração social-democrata. No primeiro caso tivemos um período de economia marcado pela recessão, cortes nos gastos públicos e privatização com Fernando Henrique Cardoso, no caso de Luiz Inácio da Silva, apesar do pouco tempo, tudo indica que a reversão do quadro vai ser dificílimo. No ponto de vista institucional, o período da Constituição de 1988 foi marcado por alguns avanços na ampliação e das garantias dos direitos de cidadania. 
A luta constante e observações sobre as ações do governo são sempre necessárias para não perder um direito constitucionalmente assegurado. Esse movimento é a expressão sinuosa e contraditória da luta de classes. Mesmo sem hegemonia, no interior dos três poderes que constituem o Estado, encontramos aqueles que buscam realizar ações sintonizadas com o Estado de Direito.A ação desses segmentos que agem a partir do interior do Estado tem utilizado como referência a carta constitucional, a Lei fundamental do Estado, e como instrumentos as ações judiciais. Cabe ao Poder Judiciário interpretar a Lei maior, definindo quem, como e quando esta é desrespeitada e quais sansões cabem a quem o fizer. Estes setores encarnam um importante movimento de resistência.
O Poder Judiciário é pouco estudado, compreender sua ação são essenciais para estabelecermos os reais limites do Estado de Direito e à ação política na garantia de interesses da classe trabalhadora.
Sua compreensão é de fundamental importância.As consequências das transformações mundiais que sobrepõem mecanismos transnacionais como O Fundo Monetário Internacional ou a Organização Mundial do comércio, aos interesses nacionais estabelecidos na Carta Constitucional, estão levando o Poder Judiciário no Brasil, assim como em outros países periféricos, a uma crise de identidade. As leis, os códigos, as regras e as normas estabelecidas, que devem ser seguidos pelos cidadãos de um Estado-nação, são perpassados por determinantes da economia globalizada. Este fenômeno reduz a autonomia, a autoridade e o equilíbrio dos três poderes do Estado moderno, tal como foi concebido. No caso do Poder Judiciário, consequentemente, reduz a sua capacidade de colocar em prática esse sistema de normas.Sistemas paralelos de normas são criados e legitimados por organismos que detém o poder, com o consentimento dos legisladores que apelam para a desconstitucionalização. O crescimento da demanda parece estar marcado por um sentimento de credibilidade na Lei. Talvez não no Poder Judiciário em si, mas na Constituição, nas conquistas de direitos garantidos por esta. A população acorre ao Judiciário em busca de seus direitos. O acesso à justiça foi ampliado pela Constituição a segmentos antes excluídos, como famílias, idosos, deficientes físicos, índios, homossexuais. A estrutura do Poder Judiciário é visível. As reformas e construções de edifícios para abrigar Fóruns, a criação de Tribunais Especiais como o de pequenas causas, as experiências de tribunais de conciliação, a ampliação dos serviços técnicos especializados como os das Varas de Infância e Juventude. Esta situação extrapola a realidade brasileira, de nação capitalista periférica, dependente e de desenvolvimento industrial tardio. Dada a natureza global do fenômeno neoliberal e o aprofundamento da crise econômica mundial com o esgotamento dos mercados, é de se esperar que essa modalidade de rebatimentos no Poder Judiciário amplie o seu espectro de ação e afete cada vez um maior número de países ao redor do mundo.
CONCLUSÃO 
Um Estado regido por leis estabelecidas com a participação do conjunto de sociedade é necessariamente democrático “Rousseau”. Por sua vez Max Weber pra ele o poder legal é aquele que adquire legitimidade quando segue regras estabelecidas. Assim a legitimidade das democracias parlamentares modernas está assentada no fato de que a elaboração das leis estaria desvinculada de sua aplicação e execução. Para Marx o Direito é essencialmente epifenomenal, parte da superestrutura, um reflexo das concepções, das necessidades e dos interesses de uma classe dominante, produzida pelo desenvolvimento das forças produtivas e das relações de produção que constituem a base econômica do desenvolvimento social. Para Agnes Heller o direito regula principalmente a distribuição dos bens produzidos pela sociedade; regula além disso, as formas de contato entre os homens com base nos critérios de “lícito” e “ilícito”. Desse modo é garantido, em última instância, o poder de uma classe, de um extrato, de uma camada dominante. O direito é por princípio um fenômeno de alienação, na medida em que sua aparição como esfera autônoma está ligada à aparição de um Estado separado dos homens. Ao mesmo tempo, o direito, reduzindo as ações “ao que é lícito” e “ao que é ilícito”, é algo intrinsecamente formal. Quanto mais desenvolvido é o direito, tanto mais formal é, o grau máximo é alcançado neste campo pelo direito burguês, o qual proíbe igualmente o rico e o pobre de dormir embaixo das pontes. 
Concluindo Marx e de Engels sobre o direito impuseram que as possibilidades de existência de alguma forma de direito que não estivesse vinculada com a dominação e a alienação dos homens e portanto que possibilitasse a democracia radical e a liberdade da humanidade. Para Evgeni Pachukanis a transição para o comunismo evoluído não se apresenta, segundo Marx, como uma passagem para novas formas jurídicas mas como um aniquilamento da forma jurídica enquanto tal, como uma libertação face a esta herança da época burguesa destinada a sobreviver à própria burguesia. Com essas ideias a questão não se coloca na corrosão do Direito, mas na impossibilidade da lei ser um mecanismo de expressão da vontade da maioria das pessoas e portanto da impossibilidade do modelo ideal de sociedade burguesa, democrática, baseada no Direito positivo e na divisão dos poderes de ser efetivamente democrática no mundo da economia globalizada.Acredito que em um futuro não tão distante as pessoas de todas as classes possuam seus direitos como já garantidos no ART 5 º. Com finalidade de diminuir as desigualdades sociais: saúde, educação, trabalho, lazer, segurança, proteção à maternidade e à infância, assistência aos
desamparados e moradia.

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