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Locação de Imóvel para Secretaria de Segurança Pública

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SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO
PROCESSO N. XX/2017- PGE-SP
INTERESSADO: Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo
ASSUNTO: Consulta acerca de locação de prédio para funcionamento da secretaria de Segurança Pública
PARECER N. 01/2017-PGE
ADMINISTRATIVO. LOCAÇÃO DE IMOVEL. DISPENSA DE LICITAÇÃO. CONSULTA.
Locação de imóvel para funcionamento da Secretaria de Segurança Pública através de dispensa de licitação está de acordo com a Lei nº 8.666/93.
	
Senhor Procurador Geral
Trata-se de consulta formulada pelo titular da pasta da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Senhor Leonardo Di Caprio, sobre o procedimento adequado para celebração de contrato de locação de imóvel para funcionamento da secretaria supracitada. O requerente pretende saber se é cabível contratação direta ou se é necessário licitar. Para isto, juntou a consulta o laudo de avaliação do imóvel, justificativa de contratação e documentos de propriedade do imóvel cedido pelo próprio locador. 
Conforme o disposto no inciso XXI do art. 37 da Constituição Federal, in verbis:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
(...)
XXI –Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensável à garantia do cumprimento das obrigações; (g/n).
Via de regra, a contratação de obras, serviços, compras e alienações pela Administração Pública serão realizadas via licitação pública, no entanto, o art. 24 da Lei nº 8.666/93, menciona um rol taxativo de casos em que o processo licitatório em si é dispensável, conforme leitura abaixo:
Art. 24. É dispensável a licitação:
(...)
X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao serviço público, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia;
Ainda nesse sentido, o Parecer nº. 1/2013/CPLC/DEPCONSU/PGF/AGU, nos autos 00407.001847/2013-61 dispõe que “A aquisição ou locação de imóveis pela Administração Pública, desde que atendidos alguns requisitos, está prevista como caso de licitação dispensável. Na linha do que ensina a doutrina, significa dizer que, quando possível o certame, faculta-se a contratação direta com base no art. 24, X, da Lei 8.666/93. ”
Nesse mesmo entendimento Sylvia Zanella Di Pietro nos ensina, que “na dispensa, há possibilidade de competição que justifique a licitação; de forma que a lei faculta a dispensa, que fica inserida na competência discricionária da Administração Pública”.
 Ocorre dispensa de licitação, quando há a possibilidade de competição. Entretanto, algumas razões justificam a não realização da competição em nome do interesse público. Em via de regra, a dispensa é uma faculdade que a lei atribui sobre a Administração.
Vale-se dizer que a dispensa de licitação para a realização de contratação direta não significa o descumprimento dos princípios intrínsecos que orientam a atuação administrativa, pois cabe a Administração seguir um procedimento administrativo determinado quais sejam:
a) necessidade e adequação do imóvel para desempenho das atividades administrativas; 
b) avaliação prévia e, 
c) compatibilidade do preço do aluguel com os parâmetros do mercado.
Tendo em vista que o laudo de avaliação do imóvel, a justificativa de contratação e documentos de propriedade do imóvel cedidos pelo pretenso locador, foram apresentados, assim dispõe o artigo 26 da Lei n. 8.666/93:
Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17 e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o retardamento previsto no final do parágrafo único do art. 8o desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos. (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)
Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento, previsto neste artigo, será instruído, no que couber, com os seguintes elementos:
	I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa, quando for o caso;
II - razão da escolha do fornecedor ou executante;
III - justificativa do preço.
IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens serão alocados. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998).
Da análise fundada nos artigos 24, X, e 26 do parágrafo único, II da Lei nº 8.666/93, depreende-se que a locação de imóvel depende de comprovação de que o imóvel escolhido é o único a satisfazer as necessidades de instalação e localização da Administração e em determinada localidade. Portanto, ao realizar a contratação direta com base na dispensa de licitação, a Administração Pública deve respeitar o princípio da motivação dos atos administrativos.
Nesse mesmo entendimento, segue a seguinte decisão do TCU no Acórdão n° 1.512/2004:
“A afronta à norma se deu (...) porque os gestores não foram capazes de comprovar que o imóvel selecionado detinha características excepcionais de instalação e localização que fossem condicionantes para sua escolha. Com efeito, para que os requisitos estabelecidos pelo referido dispositivo legal sejam satisfeitos, não basta apenas que se identifique um imóvel que atenda às necessidades da Administração, mas que se encontre aquele que as satisfaça com tamanha adequação, que justifique a não realização da licitação. Em outras palavras, ‘a ausência de licitação deriva da impossibilidade de o interesse público ser satisfeito através de outro imóvel, que não aquele selecionado. As características do imóvel (tais como localização, dimensão, edificação, destinação etc.) são relevantes, de modo que a Administração não tem outra escolha”. (g/n)
Seguindo ainda com esse mesmo entendimento o doutrinador Jessé Torres menciona:
“Em princípio, a Administração compra ou loca mediante licitação..., tais e tantas podem ser as contingências do mercado, variáveis no tempo e no espaço, a viabilizarem a competição. Mas se a operação tiver por alvo imóvel que atenda a necessidades específicas cumuladas de instalação e localização do serviço, a área de competição pode estreitar-se de modo a ensejar a dispensa... Nestas circunstancias, e somente nelas, a Administração comprará ou locará diretamente, inclusive para que não se frustre a finalidade a acudir” (Comentários à Lei das Licitações e Contratações da Administração Pública, 5a Edição, pág. 277).
Diante ao que foi exposto, desde que sejam observadas as prescrições legais específicas à locação de imóvel pela Administração Pública, entende-se legal a locação direta de acordo com os artigos 24 incisos X e o 26 do parágrafo único inciso II da Lei n. 8.666/93, por meio do procedimento de dispensa de licitação.
É o parecer, que se submete à deliberação superior.
Manaus, 12 de abril de 2017.
Diego Magalhães de Andrade
Advogado
Douglas Miranda
Advogado
Jaqueline Carla Ferrasso
Advogada
Wagner Moreira Shimoda
Advogado

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