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Direito do trabalho - questões e respostas.

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1) Qual a diferença entre  Acordo Coletivo e Convenção Coletiva de Trabalho? O acordo coletivo é um pacto celebrado entre uma ou mais de uma empresa e o sindicato da categoria professional a respeito de condições de trabalho (§ 1º do Art. 611 da CLT). A convenção coletiva é um pacto firmado entre dois ou mais sindicatos (estando de um lado o sindicato patronal e do outro o sindicato profissional) a respeito de condições de trabalho para a categoria.  
  
  
2) Cite 15 exemplos de benefícios criados por esses instrumentos e 2 formas de redução de direitos: piso salarial; reajuste salarial; banco de horas; turnos de revezamento (12 horas); vale alimentação; plano de saúde; cesta básica; lanche; auxílio creche; plano odontológico; estabilidade pré aposentadoria; 14º, 15º, 16º ou 17º salário por ano; abono salarial; plano de previdência; bolsa auxílio para estudo; participação nos lucros e resultados. Podem reduzir a carga horaria ou salário dos empregados com objetivo de superar uma crise no mercado de trabalho e evitar demissões. 
  
  
3) Qual o conceito de empregador e empregado e quais são os elementos que caracterizam a relação de emprego? Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregado, sob a dependência deste e mediante salário (Art. 3º CLT). Considera-se empregado a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços (Art. 2º CLT). Características: pessoa física; pessoalidade; subordinação; remuneração; não-eventualidade. 
  
  
4) Após a contratação do empregado quanto tempo o empregador tem para assinar a carteira de trabalho? Quais anotações devem ser feitas na Carteira de Trabalho? O prazo terá o prazo de 48 horas, após recebimento, para realizar anotações, como data da admissão, a remuneração, e as condições especiais e demais informações importantes caso seja necessário (Art. 29 CLT). 
  
  
5) No Contrato de Experiência e no Contrato Temporário é necessária a assinatura da carteira de trabalho? De quanto tempo é o contrato de experiência? Pode ser prorrogado? Quais os direitos do trabalhador que trabalha em um contrato de experiência? Sim, ambos deverão constar assinatura na CTPS, o contrato de experiência é de até 90 dias e pode ser prorrogado, contanto que não passe deste prazo. Os direitos de quem está no contrato de experiência são os mesmos de trabalhadores regulares da CLT. 
  
  
7) Quais as diferenças entre empregado público, empregado de empresa privada, servidor público efetivo e servidor público que ocupa cargo de confiança/comissão? O empregado público e o empregado de empresa privada são regidos pela CLT, comtemplam os mesmo direitos e são julgados pela Justiça do Trabalho (JT, TRT, TST). O servidor público e quem ocupa cargo de confiança (CC) são regidos por estatuto próprio (municipal, estadual e federal), sendo julgados pelo Direito Administrativo. 
  
  
8) Servidor público e empregado público recolhem INSS? Sim, ambos recolhem INSS. 
  
  
9) Cite o conceito e exemplo prático para cada Princípio do Direito do Trabalho. Princípio da Primazia da realidade e Princípio da Aplicação da Norma mais Favorável. Princípio da Primazia da realidade: No Direito do Trabalho vale mais o fato do que aquilo que consta nos documentos formais, na prática, num caso de reconhecimento de vinculo trabalhista, por exemplo, descrição da função exercida e depoimentos de colegas de serviço, valem mais do que as anotações que constam na CTPS. Princípio da Aplicação da Norma mais Favorável: “havendo pluralidade de normas, com vigência simultânea, aplicáveis à mesma situação jurídica, deve-se optar pela mais favorável ao trabalhador” (in Principiologia do direito do trabalho. Luiz de Pinheiro Pedreira da Silva. São Paulo: LTr, 1999), por exemplo, a lei do mínimo nacional, lei do mínimo estadual e convenção coletiva da categoria, nesse caso será aplicado o maior salário. 
  
  
10) Descreva as características da prescrição trabalhista e suas exceções: Na Justiça do Trabalho a prescrição ocorre em 2 anos após o término do contrato de trabalho, podendo ser cobrado os 5 anos anteriores ao ajuizamento da ação. Como na área trabalhista a prescrição é matéria de defesa, deverá ser suscitada pela reclamada sob pena de a reclamante pegar todo o período, inclusive o tempo que ultrapassa os 5 anos. 
Exceções: No caso de aviso prévio indenizado, o tempo do aviso será considerado como período trabalhado para todos os fins, inclusive prazo prescricional; Ações que tenham por objeto comprovação de tempo de serviço junto a Previdência Social; Não ocorre prescrição contra os menores de 18 anos; Férias do 6º anos anterior ao ajuizamento da ação, tendo em vista que o período concessivo de férias fica dentro do prazo em que não ocorre a prescrição. 
  
  
11) Quais são as formas e fundamentos de responsabilização dos empregadores no Grupo de Empresas, no trabalho terceirizado e nas obras públicas e privadas? Cite um exemplo prático para cada caso; Na terceirização da mão-de-obra, a forma de responsabilização é a  responsabilidade solidária, situação em que a sociedade empresária que contrata o serviço terceirizado responde subsidiariamente pelas obrigações não cumpridas pela empresa responsável pela contratação do empregado. Essa responsabilidade se justifica, pois apesar de não ser o contratante direto do empregado, a empresa que utiliza da terceirização se beneficia da mão-de-obra do trabalhador terceirizado, devendo então arcar com os riscos de sua atividade, dentro da terceirização um bom exemplo são empresas fabricantes de calçados, que terceirizar a produção de couro ou material sintético, usado para acabamento. Sempre que uma ou mais empresas, embora tendo, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas (parágrafo 2º do artigo 2º da CLT). O responsável solidário, integrante do grupo econômico, que não participou da relação processual como reclamado e que, portanto, não consta no título executivo judicial como devedor, não pode ser sujeito passivo na execução. 
  
  
12) Quando a empresa está falida e não tem bens para garantir o pagamento das verbas trabalhistas decorrentes de processo judicial, o que é possível fazer para cobrar os direitos do empregado? O empregado precisa juntar todos os documentos que comprove vinculo empregatício com a empresa falida e procurar um advogado para entrar com uma ação trabalhista. A empresa que decretou a falência tem como prioridade o pagamento dos valores trabalhistas. Essa ação pode levar de seis meses a 5 anos na Justiça do Trabalho. 
  
  
13) Quais as fontes de Direito do Trabalho? É publico ou privado? Heterônomas: Constituição Federal; Consolidação das Leis do Trabalho; Decretos; Sentença Normativa; Regulamento da empresa (unilateral). Autônomas: Costume, convenção e acordo coletivo, regulamento da empresa (bilateral), contrato de trabalho. O Direito do Trabalho é misto, com normas de teor público, que visa garantir os direitos mínimos dos trabalhadores ante o empregador (elo mais fraco da ligação) e normas de teor privado, que tratam exclusivamente da relação entre empregado e empregador. 
  
  
14) Cite exemplo de 1 súmula do Tribunal Superior do Trabalho sobre horas extras e 2 Súmulas do TRT4, que tratem sobre dano moral. Súmula 291 TST – Horas extras. Habitualidade. Supressão. Indenização. A supressão total ou parcial, pelo empregador, de serviço suplementar prestado com habitualidade, durante pelo menos 1 (um) ano, assegura ao empregado o direito à indenização correspondente ao valor de 1 (um) mês das horas suprimidas, total ou parcialmente, para cada ano ou fração igual ou superior a 6 (seis) meses de prestação de serviço
acima da jornada normal. O cálculo observará a média  das horas suplementares nos últimos 12 (doze) meses anteriores à mudança, multiplicada pelo valor da hora extra do dia da supressão. Redação dada pela Res. 174/2011, DJ 27.05.2011.  
Súmula TRT4 – Súmula nº 54 – Juros de mora. Indenização por dano moral. Os juros de mora sobre a indenização por dano moral incidem a partir da data do ajuizamento da ação, aplicando-se a regra do art. 883 da CLT. 
Resolução Administrativa Nº 12/2012 Disponibilizada no DEJT dias 03, 04 e 05 de outubro de 2012, considerada publicada dias 04, 05 e 08 de outubro de 2012. 
Precedentes: 0067700-36.2005.5.04.0404 (AP); 0204400-15.2007.5.04.0512 (RO); 0096900-44.2007.5.04.0008 (AP); 0010100-44.2007.5.04.0030 (RO). 
  
Súmula TRT4 - Súmula nº 104 – Atraso reiterado no pagamento de salários. Dano Moral. Indenização devida. O atraso reiterado no pagamento dos salários gera presunção de dano moral indenizável ao empregado. 
Resolução Administrativa nº 49/2016 Disponibilizada no DEJT dias 04, 05 e 06 de outubro de 2016, considerada publicada dias 05, 06 e 07 de outubro de 2016. Acórdão Proc. TRT nº 0007872-11.2015.5.04.0000 IUJ. Precedentes: 0000643-17.2014.5.04.0232 (RO); 0022282-61.2013.5.04.0221 (RO); 0020700-25.2015.5.04.0231 (RO). 
  
  
  
15) Qual o limite de jornada diário e semanal? É possível banco de horas entre empregado e empregador diretamente na empresa? É possível que o empregado faça jornada de 12 x 36 sem intervalo e sem ganhar horas extras? É possível que o empregador faça um sistema de compensação de carga horária com o empregado diretamente na empresa? A legislação estabelece, salvo em casos especiais, que a jornada de trabalho é de 8 horas diárias e de 44 horas semanais. Sim, é possível que haja banco de horas em uma decisão entre empregado e empregador, visando flexibilidade no controle de horas dos empregados. Se permitido em acordo ou convenção coletiva a jornada 12x36 é possível, e passível de não pagamento de horas extras, pois o empregado recebe o “beneficio” do descanso de 36 horas. Porem deve-se observar o máximo de 12 horas trabalhadas ininterruptamente, caso contrario, o excedente será considerado hora extra. O art. 59 §2º CLT, dispõe que por força de acordo ou convenção coletiva poderá ser dispensado o acréscimo de salario se o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não exceda ( no período de um ano), à soma das jornadas semanais previstas, nem ultrapasse o máximo de 10 horas diárias. 
  
  
16) Quais são os direitos garantidos na Constituição Federal aos empregados?  De acordo com o art. 7º da Constituição Federal, são direito dos trabalhadores urbanos e rurais:  I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos; II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;  III - fundo de garantia do tempo de serviço; IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;  V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho; VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;  VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;  VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;  IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;  X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;  XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei; XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei; XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;  XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;  XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;  XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal;  XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;  XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias;  XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;  XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;  XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;  XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;  XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;  XXIV - aposentadoria;  XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas;  XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;  XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;  XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;  XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;  XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência;  XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos; XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso. Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social. 
  
  
  
17) Qual a diferença entre Dano Moral, Assédio Moral e Assédio Sexual? O dano moral caracteriza-se como a ofensa ou violação dos bens de ordem moral de uma pessoa, tais sejam o que se referem à sua liberdade, à sua honra, à sua saúde (mental ou física), à sua imagem. Já o assédio moral é a prática ou o ato de expor o empregado a situações humilhantes (como xingamentos em frente dos outros empregados), exigir metas inatingíveis, negar folgas e emendas de feriado quando outros empregados são dispensados, agir com rigor excessivo ou colocar "apelidos" constrangedores no empregado são alguns exemplos que podem configurar o assédio moral.  São atitudes que, repetidas com frequência, tornam insustentável a permanência do empregado no emprego, causando danos psicológicos e até físicos, como doenças devido ao estresse causado pelo assédio. O assédio sexual é crime definido por Lei Federal 10224/01
e se caracteriza pelo ato praticado por superior hierárquico, que usa de sua posição para obter favores sexuais dos subordinados. Possui três características principais, como constrangimento ilícito, finalidade especial e relação vertical descendente.

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