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IMUNIDADE MATERIAIS DO DIREITO PENAL BRASILEIRO

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IMUNIDADE MATERIAIS DO DIREITO PENAL BRASILEIRO
As imunidades penais estão elencadas no Capítulo VIII do Código Penal brasileiro de 1940, mais precisamente nos artigos 181 a 183, :
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo:
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido em prejuízo:
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa;
II - ao estranho que participa do crime.
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
As imunidades penais, absolutas ou relativas, previstas no Capítulo VIII do Código Penal brasileiro, são causas extintivas da punibilidade e/ou objetivas de procedibilidade. Tendo em vista a ampla proteção cedida à harmonia e solidariedade familiar, o Direito Penal não pune aqueles crimes praticados, sem violência, em detrimento de parentes próximos (cônjuge, filho, irmãos, etc...). Há necessidade de ser crime patrimonial.
 1.O que é imunidade penal absoluta (escusa absolutória)?
As hipóteses de imunidades absolutas, também denominadas de escusas absolutórias, estão previstas no art. 181 do Código Penal. Sendo denominadas também condições negativas de punibilidade (Bittencourt) ou escusa absolutória.
Imunidades absolutas são condições negativas de punibilidade ou causa pessoal de exclusão da pena que o legislador, por razões de política criminal, houve por bem afastar a punibilidade de determinadas pessoas. Ressalta-se que muito embora o crime não seja punível, ele permanece presente
As imunidades penais absolutas incidem nos crimes praticados entre cônjuges, na constância da sociedade conjugal, e entre ascendentes e/ou descendentes. 
Essas imunidades impedem a propositura da ação penal.
Também relacionada a essa imunidade ela não excluí a licitude, sendo púnivel enventuais estranhos que participarem do fato criminoso.
Cônjuge: O crime deve ocorrer enquanto se mantém a sociedade conjugal (mesmo que separados de fato). Se o casamento se der após, ou se o casal já estiver judicialmente separado ou divorciado, não há isenção
Estende-se para quem mantém união estável (comprovado)
Ascendente ou Descendente: Se o crime patrimonial tiver como autor ascendente ou descendente da vítima, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural, o agente será isento de pena. As escusas não se estendem aos parentes por afinidade e na linha transversal (sogro, cunhado, madrasta, tio, sobrinho, etc.).
Por fim, ressalta-se que para a incidência da imunidade, ou escusa, não basta a alegação do parentesco, este deve ser demonstrado através de provas idôneas
2. Quais as consequências das imunidades penais relativas nas ações penais? 
Essa hipóteses de imunidade relativas estão tratados no art. 182 do Código Penal. Elas, ao contrário da imunidade absoluta, não constitue causa de exclusão da punibilidade, mas condições objetivas de procedibilidade
As imunidades relativas tornam os crimes de ação penal pública incondicionada em condicionada à representação do ofendido.
Cônjuge judicialmente separado: O fato criminoso deve ocorrer entre partes que sejam separadas judicialmente. No entanto, se já tenha havido o divórcio, declaração de nulidade ou anulação de casamento anteriores ao fato, não prevalecerá a imunidade
Irmão legítimo ou ilegítimo: Se as partes forem irmãos, legítimos ou ilegítimos, a ação penal ficará subordinada à representação da vítima.
Ressalta-se que a Constituição Federal de 88, no § 6.º, do art. 227, proíbe quaisquer discriminação relativas à filiação. Irmãos legítimos ou ilegítimos possuem os mesmos direitos e deveres.
Tio ou sobrinho, com quem o agente coabite: Desde que coabitem, havendo prática de crime patrimonial entre tio e sobrinho ou vice-versa, incidirá a imunidade relativa. No entanto, a coabitação transitória afasta a incidência
3. Em quais casos não se aplica as imunidades materiais penais no Direito Brasileiro?
Elencados no artigo 182 do Código Penal, há hipóteses em que não serão aplicadas as imunidades mesmo sendo irmãos, casados, etc. sendo elas:
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa;
II - ao estranho que participa do crime.
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.

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