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Trabalho de TC - TAIPA

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UNIVERSIDADE PAULISTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEMINÁRIO DE TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO 
SISTEMA CONSTRUTIVO – TAIPA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SOROCABA, SP 
2017 
 
 
Alisson Pires da cruz C10619-4 
Anderson Key Watanabe C07BAJ-3 
Cesar Aparecido Arf da Silva T415837 
Felipe Conti Nunes B338EB-6 
Jeferson Cristiano Morais C62FEC-0 
Larissa Sales da Silva C146BI-9 
Lazaro de Castro Filho C08527-8 
Luana Rodrigues Santana B244G-7 
Marissa Lorena Lataliza A685FG-2 
Mauro Fernando Nunes B89IHH-0 
Wellington Rodrigues de Araújo C27993-5 
 
 
 
 
 
 
 
SEMINÁRIO DE TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO 
SISTEMA CONSTRUTIVO – TAIPA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Seminário de Tecnologia da Construção – 
Sistema Construtivo para obtenção de parte 
da nota do Primeiro Bimestre de 2017. 
 
Orientadora: Prof.ª Sandra Lanças 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SOROCABA, SP 
2017 
 
 
Alisson Pires da cruz C106194 
Anderson Key Watanabe C07baj3 
Cesar Aparecido Arf da Silva T415837 
Felipe Conti Nunes B338eb6 
Jeferson Cristiano Morais C62fec-0 
Larissa Sales da Silva C146BI9 
Lazaro de Castro Filho C08527-8 
Luana Rodrigues B244G-7 
Marissa Lorena Lataliza A685FG2 
Mauro Fernando Nunes B89IHH0 
Wellington Rodrigues de Araújo C279935 
 
 
 
 
 
SEMINÁRIO DE TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO 
SISTEMA CONSTRUTIVO – TAIPA 
 
 
 
 
 
 
 
Seminário de Tecnologia da Construção – 
Sistema Construtivo para obtenção de parte 
da nota do Primeiro Bimestre de 2017. 
 
Orientadora: Prof.ª Sandra Lanças 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
_______________________/__/___ 
Prof.ª Sandra Lanças 
Universidade Paulista – UNIP 
 
 
 
 
SOROCABA, SP 
2017 
 
 
RESUMO 
 
 
 
A terra crua, enquanto material de construção, é utilizada pelos homens há 
milhares de anos, continuando hoje em dia a ser uma das formas mais 
disseminadas de edificar habitações a nível Mundial. A construção em taipa, tendo 
sido utilizada ao longo dos séculos em construções militares e em habitações. Face 
à necessidade da preservação e reabilitação do património construído, quer ao nível 
monumental, quer de simples domicílios particulares, e a necessidade de garantir a 
segurança da construção nova, como eventual alternativa ecologicamente 
responsável ao uso dos materiais atualmente hegemónicos, urge caracterizar o 
comportamento estrutural da taipa. 
 Com este trabalho, pretendemos de forma simples apresentar a historia e o 
sistema construtivo do tipo Taipa, certos de que a construção em terra, ao permitir 
despertar conhecimentos vernaculares, enriquecendo-os com saberes e tecnologias 
atuais, pode proporcionar uma construção ecologicamente mais sustentável, 
respeitadora dos valores socioculturais e com uma dimensão verdadeiramente 
humana. 
 
 
Palavra Chave: Técnicas construtivas, arquitetura de terra, taipas, Construção, pau a 
pique 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
 
Crude earth, as building material, has been used by men for thousands of 
years, continuing today to be one of the most widespread ways of building housing 
worldwide. The construction in taipa has been used throughout the centuries in 
military constructions and in dwellings. Given the need for preservation and 
rehabilitation of the built heritage, both monumental and simple private homes, and 
the need to ensure the safety of new construction, as an alternative ecologically 
responsible to the use of currently hegemonic materials, it is urgent to characterize 
structural behavior Of the mud. 
 With this work, we intend in a simple way to present the history and the 
constructive system of the Taipa type, certain that construction on land, by allowing 
awakening vernacular knowledge, enriching them with current knowledge and 
technologies, can provide an ecologically more sustainable construction, Respectful 
of sociocultural values and with a truly human dimension. 
 
 
Key-Words: Constructive techniques, earth architecture, taipas, Construction, stick to 
the heap 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................07 
2. TAIPAS: A ARQUITETURA DE TERRA...............................................................08 
3. CARACTERÍSTICAS DA TERRA EMPREGADA EM CONSTRUÇÕES 
DE TAIPA...................................................................................................................09 
3.1 Vantagens...........................................................................................................09 
3.2 Desvantagens.....................................................................................................09 
4. SISTEMA CONSTRUTIVO....................................................................................11 
4.1 Taipa de Mão.......................................................................................................11 
4.2 Taipa de Pilão.....................................................................................................13 
5. - MOSTEIRO DE SÃO BENTO (SOROCABA).....................................................17 
5.1 - Restauração Mosteiro de São Bento..............................................................18 
6. CONCLUSÃO........................................................................................................21 
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................22 
 
7 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
Atualmente são encontradas técnicas construtivas utilizando a terra como 
matéria prima principal em várias regiões do Brasil. Nas regiões Nordeste e Norte as 
taipas de mão são empregadas nas habitações para a população de baixa renda. 
Apresentam características diferentes, em função das especificidades locais, mas há 
muito preconceito contra essa técnica, devido à forma rudimentar como é edificada. 
Essas paredes acabam apresentando muitas trincas e rachaduras e abrigam 
insetos, como o barbeiro, que é o responsável pela proliferação do mal de Chagas. 
Outras técnicas construtivas à base da terra são utilizadas atualmente no Brasil, 
como o adobe (tijolo cru) e os blocos ou tijolos de solo cimento, porém essas 
técnicas não são abordadas neste trabalho. 
 
8 
 
2. TAIPAS: A ARQUITETURA DE TERRA 
 
A terra como matéria-prima na elevação de alvenarias, de abóbadas e de 
outros elementos construtivos tem sido empregada desde o período pré-histórico. 
Na Turquia, na Assíria e em outros lugares no Oriente Médio foram encontradas 
construções com terra apiloada ou moldada, datando de entre 9000 e 5000 a.C. 
(Minke, 2001). No Egito antigo os adobes de terra crua, assentados com finas 
camadas de areia, eram utilizados na edificação de fortificações e residências, e 
uma espécie de argamassa feita de argila e areia era material de preenchimento de 
lajes de cobertura estruturadas com troncos roliços. As muralhas da China também 
foram edificadas com argila apiloada entre alvenarias duplas de pedra. 
O termo taipa, genericamente empregado, significa a utilização de solo, argila 
ou terra como matéria-prima básica de construção. A origem, provavelmente árabe 
do vocábulo, entrou para a língua portuguesa por influência mourisca. 
As referências do uso das taipas em Portugal são registradas pelos escritores 
desde a presença romana e traduz sempre o uso da terra como o componente mais 
importante. A região de Portugal que mais utilizou a taipa é a do Algarve. 
Na França o processo construtivo que utilizou terra é conhecido como "maçonnerie 
de pisé" ou "pisé" ou "terrepisé" que se assemelha à taipa de pilão e uma outra 
técnica que emprega solo e palha seca é denominada de "torchis" e resiste mais a 
rachaduras por conter uma trama que dá maior resistência contra movimentações. 
Os negros trazidos ao Brasil também conheciam processos construtivos que 
utilizavam a terra, algumas tribos empregavam estruturas preenchidas com barro, 
que apresentavam similaridades com as técnicas de algumas tribos brasileiras. O 
adobe também era conhecido dos africanos. Portanto, durante o início da 
colonização brasileira, todas as culturas componentes dominavam técnicas 
construtivas que utilizavam a terra como matéria-prima. A taipa executada no Brasil 
Colonial pode ser dividida em dois grandes grupos: a de pilão e a demão. 
 
9 
 
3. CARACTERÍSTICAS DA TERRA EMPREGADA EM CONSTRUÇÕES DE TAIPA 
 
 
São empregados vários termos na língua portuguesa, como argila, barro, terra 
e solo, mas todos como sinônimos. Como material de construção, a terra apresenta 
algumas características que todo construtor tem que conhecer antes de iniciar 
qualquer estudo ou mesmo ensaio, para utilizá-lo. 
Baseado em Minke (2001). Pode-se observar que as construções com a terra 
como a matéria-prima básica apresentam vantagens e desvantagens em relação a 
outros materiais clássicos de construção: 
 
3.1 Vantagens: 
 A terra crua regula a umidade ambiental: o barro possui a capacidade de 
absorver e perder mais rapidamente a umidade que os demais materiais de 
construção; 
 A terra armazena calor: como outros materiais densos como as alvenarias de 
pedra, o barro armazena o calor durante sua exposição aos raios solares e perde-o 
lentamente quando a temperatura externa estiver baixa; 
 As construções com terra crua economizam muita energia e diminuem a 
contaminação ambiental. As construções com terra praticamente não contaminam o 
ambiente, pois para prepará-Ias necessita-se de 1 a 2% da energia despendida com 
uma construção similar com concreto armado ou tijolos cozidos; 
 O processo é totalmente reciclável: as construções com solo podem ser 
demolidas e reaproveitadas múltiplas vezes. Basta fragmentar e voltar ao processo 
de preparo da massa de terra. 
 
 
3.2 Desvantagens: 
 
 Não é um material de construção padronizado: sua composição depende das 
características geológicas e climáticas da região. Podem variar composição, 
resistências mecânicas, cores, texturas e comportamento. Para avaliar essas 
características são necessários ensaios que indicam as providências corretivas para 
corrigi-Ias com aditivos. 
10 
 
 É permeável: as construções com terra crua são permeáveis e estão mais 
suscetíveis às águas, sejam pluviais, do solo ou de instalações. Para sanar esse 
problema é necessária a proteção dos elementos construtivos: seja com detalhes 
arquitetônicos ou com materiais e camadas impermeáveis. 
 Há retração: o solo sofre deformações significativas durante a secagem, 
gerando fissuras e trincas. 
 
 
11 
 
4. SISTEMA CONSTRUTIVO 
 
4.1 – Taipa de Mão 
 
Pau-a-pique, taipa de sebe, taipa de mão, barro armado ou taipa de sopapo, 
são diversos nomes para um dos sistemas mais utilizados tanto nos tempos da 
colônia como ainda hoje em construções rurais, devido a suas qualidades – 
baixíssimo custo (todos os materiais são naturais), resistência e durabilidade. 
Conhecido dos indígenas e dos negros africanos, utilizado no Nordeste, nos 
Massapés e em Minas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 01 - Construção em pau-a-pique rustica. 
 
Na sua versão mais depurada, consiste em uma estrutura mestra de peças de 
madeira, cuja seção pode variar 50 x 50 cm, 40 x 40 cm até 20 x 20 cm composta de 
esteios – peças verticais enterradas no solo, baldrames – peças horizontais 
inferiores, e frechais – peças horizontais superiores. Os esteios tem comprimento de 
até 15 m, dos quais 2 a 4 m são enterrados. 
12 
 
 
Fig. 02 – Construção em pau-a-pique apurada. Detalhe. Imagem SANTOS, 1951 
 
A parte extrema dos esteios, que ficava enterrada não era afeiçoada em seção 
quadrada, mantendo a forma roliça das árvores. Era popularmente denominada 
nabo. As madeiras preferidas era a Aroeira ou Braúna. Os baldrames era ligados 
aos esteios por sambladuras tipo rabo-de-andorinha. Entre os esteios e os frechais 
eram então colocados paus roliços verticais (paus-a-pique), de aproximadamente 10 
cm de diâmetro. A este eram ligados horizontalmente outros mais finos, compondo 
uma malha quadrangular, em apenas um dos lados ou nos dois lados. Esta trama 
era amarrada com cordões de seda, linho, cânhamo ou buriti. Feita a trama, o barro 
era jogado e apertado com as mãos, daí o nome de sopapo. 
 
Fig. 03 – Elementos de estrutura em pau-a-pique apurada. Imagem SANTOS, 1951 
13 
 
 
No caso de paredes muito altas, utilizam-se peças intermediárias entre o 
baldrame e o frechal, denominadas madres. Sob os baldrames estão os socos, o 
espaço preenchido com alvenaria, funcionando apenas para vedação. Para reforço 
do baldrame, entre este e o solo, pode-se colocar peças de madeira, denominadas 
burros. 
Paulo Santos nos informa de diversas igrejas de Minas construídas por esta técnica: 
Santa Rita e Nossa Senhora do Ó, em Sabará, Matriz de Nossa Senhora da 
Conceição, em Catas Altas, Nossa Senhora das Mercês, em Mariana, Nossa 
Senhora das Mercês e Perdões em Ouro Preto. 
Era a técnica muito utilizada também para divisórias internas, sobretudo nos 
pavimentos elevados, em construções cujas paredes externas eram de taipa de 
pilão. 
 
4.2 – Taipa de Pilão 
A taipa de pilão foi o material mais empregado nas construções coloniais no 
Brasil, devido, sobretudo à abundância de matéria prima – o barro vermelho, à 
relativa facilidade de execução, à satisfatória durabilidade e às excelentes condições 
de proteção que oferece quando recebem manutenção adequada. É uma técnica de 
origem mourisca praticada pelos portugueses e espanhóis desde tempos 
imemoriais, conhecida também pelos negros africanos. Era de uso comum na 
Europa, até meados do século XIX. Na França recebia o nome de pisé. 
 
Fig. 04 – Taipal e pilão. Imagem BARDOU, 1981, p. 19 
14 
 
A técnica consiste em amassar com um pilão o barro colocado em formas de 
madeira, os taipais, semelhantes às formas de concreto utilizadas hoje. Os taipais 
têm somente os elementos laterais, e são estruturados por tábuas e montantes de 
madeira, fixados por meio de cunhas, em baixo, e um torniquete em cima. Suas 
dimensões são de aproximadamente 1,0 m de altura por 3,0 a 4,0 m lateralmente, e 
têm a espessura final da parede, 0,6 m a 1 m. Após a secagem, o taipal é 
desmontado e deslocado para a posição vizinha. E assim sucessivamente. 
 
Fig. 05 – Execução da taipa de pilão. Imagem BARDOU, 1981, p. 20. 
 
 
Os critérios de escolha do barro não se conservaram plenamente, de vez que 
dependia de tradição oral e ficou perdida no tempo. Sabe-se que, semelhante ao 
adobe, deve ser uma mistura bem dosada de argila e areia e alguma fibra vegetal, 
crina de animal ou mesmo estrume. Podia-se também misturar óleo de baleia, que 
“conferia uma resistência extraordinária”. O barro é colocado em pequenas 
quantidades, em camadas sucessivas de aproximadamente 20 cm, que se reduzem 
a 10 ou 15 cm depois de comprimidas. 
A secagem durava de 4 a 6 meses, findos os quais as paredes poderiam receber 
revestimento, geralmente argamassa de cal e areia, que lhe aumentava a 
resistência. A esta argamassa era, às vezes acrescentada “bosta de vaca”. O 
resultado era uma argamassa capaz de resistir “à mais forte e duradoura chuva”. 
Como a parede nãopodia receber água de chuva, alguma providências eram 
tomadas, entre elas o uso de grandes beirais e a elevação acima do terreno com 
alvenaria de pedra. Paulo Santos nos fala de “uma construção existente em Cabo 
Frio, datando de pelo menos três séculos”, de taipa de pilão, cuja resistência é tão 
grande, “a ponto de se assemelhar ao nosso concreto” Uma variante do sistema, 
15 
 
chamado formigão, consiste em misturar à massa de barro pedras miúdas e pedras 
maiores (pedras de mão). 
A taipa de pilão foi mais utilizada nas regiões de São Paulo e Goiás. Em Minas, a 
encontramos em igrejas mais antigas e em residências. Nas cadeias, quando não 
era possível sua execução com pedra e cal, a taipa era reforçada com 
engradamento de madeira, nas paredes e nos pisos. 
 
 
Fig. 06 – Taipa de pilão reforçada com madeira, utilizada nas cadeias. Fonte BARRETO, P. 
 
Um dos maiores problemas detectados com as construções em taipa é a erosão que 
elas apresentam na presença de água tanto do subsolo quanto da superfície ou da 
chuva. Quando protegida contra as intempéries, a taipa possui muita durabilidade, 
que pode ultrapassar três séculos, como, por exemplo, a das casas bandeiristas 
paulistas. 
Uma das patologias mais presentes nestas construções é o sulco, acompanhando o 
nível do solo externo, deixado pelo escoamento de águas pluviais. Esse fato justifica 
a utilização de grandes beirais na arquitetura tradicional de taipa. 
Pelo mesmo motivo, as construções em taipa costumavam ser edificadas sobre um 
patamar, o que impedia a agressão das águas oriundas de enxurradas. 
Após a execução da cobertura e com a taipa se apresentando seca o suficiente para 
aderência, executavam-se os revestimentos com terra, areia e estrume de animais, e 
quando possível com a cal (antes das construções de caieiras a cal mais empregada 
no Brasil era a cal de sambaquis ou de ostreiras). 
Essa técnica predominou na arquitetura paulista do período colonial devido à 
dificuldade de obtenção de pedra nos campos de Piratininga, pois as jazidas se 
encontram a profundidades que só por meio de sondagens são detectadas. Mas as 
16 
 
taipas também são encontradas em outras regiões, como, por exemplo, em Goiás e 
Minas Gerais. 
A partir de 1850 os tijolos maciços começam a aparecer em construções paulistas, 
e no município de São Paulo foi criada uma campanha pública para se evitar as 
construções de taipa devido às constantes enchentes que a cidade sofria e ao risco 
de desmoronamentos das construções de terra. 
Segundo Schmidt (1946), a taipa de pilão entrou em decadência a partir de 1940, 
porque o tijolo maciço comum apresenta maior rapidez de construção e é executado 
a custos menores. A mão-de-obra, formada por taipeiros, começa a desaparecer, 
dando lugar aos pedreiros, cuja formação profissional é mais rápida. 
 
17 
 
5. - MOSTEIRO DE SÃO BENTO (SOROCABA) 
 
O Mosteiro de São Bento de Sorocaba foi fundado em 21 de abril de 1660, 
por doação de sesmaria efetuada pelo bandeirante Baltasar Fernandes, fundador de 
Sorocaba, à Ordem Beneditina do Mosteiro de Parnaíba. Antes mesmo que 
Sorocaba fosse elevada à categoria de Vila, em 3 de março de 1661, os Beneditinos 
já estavam presentes na região. Vieram para tomar posse o Frei Anselmo da 
Anunciação e Frei Mauro. Baltazar Fernandes queria um progresso rápido para a 
nascente Vila e para isso trouxe os beneditinos. Eles então teriam terras e poderiam 
distribuir aos pobres. Os Beneditinos seriam os professores de seus filhos, 
ensinando-lhes canto e latim, permitindo-lhes a ser 'Homens Bons'. Também 
prestariam assistência religiosa tal como casamentos, batizados, assistência a 
moribundos, além doze missas anuais e mais uma no dia do orago, como exigência 
de Baltasar Fernandes em troca da doação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 07 - Mosteiro de São Bento de Sorocaba - Fotografia de 1924 
 
 
A cidade de Sorocaba teve sua fundação em 1654, e cresceu a partir do entorno do 
Mosteiro de São Bento e sua Igreja. Sorocaba é a única localidade do Brasil que 
nasceu e se desenvolveu em torno de um mosteiro, isso na Europa e no oriente não 
era algo de raro. O mosteiro situa-se no Largo de São Bento, no início da Rua de 
São Bento, no centro de Sorocaba. No portal de entrada da igreja há a seguinte 
inscrição: Operi Dei Nihil Praeponatur, ou seja, "Nada se anteponha à obra de 
Deus”. 
18 
 
O Mosteiro de São Bento representa um marco histórico dos mais importantes ao 
Município de Sorocaba, e também à comunidade Beneditina, ao Estado de São 
Paulo, ao Brasil, e à história monástica e patrimonial mundial. Trata-se de um dos 
poucos exemplares de edificação monástica, ainda original, em todo o mundo e, 
desde sua fundação, em 1660, com a presença ininterrupta de monges beneditinos. 
Vem sendo totalmente restaurado e com a manutenção da presença beneditina, 
nunca interrompida. O pai do Bandeirante sorocabano Pascoal Moreira Cabral está 
sepultado no Mosteiro de São Bento. No mosteiro também residiu inicialmente o 
empreendedor europeu Luís Mateus Maylasky, fundador da Estrada de Ferro 
Sorocabana. O prédio é um dos bens tombados pelo Conselho de Defesa do 
Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico – CONDEPHAAT. 
 
5.1 - Restauração Mosteiro de São Bento 
 
A igreja de Santana foi erguida em taipa de pilão, em 1660, foi a primeira de 
Sorocaba. Durante o processo de restauração, algumas descobertas 
surpreenderam. Enquanto retiravam o reboco de uma parede, os pedreiros notaram 
que o material era diferente nesse trecho. O chão de pedra fóssil será coberto com 
madeira. A pedido do monge, eles continuaram a remover o barro da parede, até 
que encontraram um buraco. Era o respiro da igreja, uma espécie de ar 
condicionado do século 21. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 08 - Arquitetos Wilma e Paulo do escritório Vila Nova Artigas, 
responsáveis pelo trabalho de restauro da Taipa de Pilão. 
19 
 
 
Figura 09 - Trabalho de restauro da Taipa de Pilão 
 
 
Figura 10 - Trabalho de restauro da Taipa de Pilão 
 
A obra de restauro depende sempre, porém, da ajuda da comunidade e dos fiéis. A 
Associação Amigos de São Bento, formada por um grupo de voluntários 
interessados na restauração, ano a ano vem lutando para dar continuidade ao 
minucioso trabalho. Na realidade, antes que ela começasse efetivamente, houve 
necessidade de se construir aos fundos do Complexo uma nova Hospedaria, para 
que os dormitórios e a parte residencial do velho Mosteiro pudesse ser liberada para 
as obras. Em 2005, foi concluída também a restauração do casarão da esquina do 
largo de São Bento com a rua Dr. Artur Martins, por muitos anos ocupado pela 
Polícia Militar, hoje abrigando o Espaço São Bento, centro cultural do Mosteiro. 
"Mantemos o restauro com doações, inclusive por captação através de incentivos 
20 
 
fiscais através da Lei Rouanet, do Ministério da Cultura", comenta dom José Carlos, 
lembrando que essa lei beneficia pessoas físicas e jurídicas, tanto pela perspectiva 
do Programa Nacional de Apoio à Cultura, quanto pela perspectiva do incentivo 
fiscal. 
Figura 11 – Faixada em Restauro do Mosteiro de São Bento em Sorocaba 
 
 
 
 
21 
 
6. CONCLUSÃO 
 
A utilização da terra como matéria-prima existe há mais de cinco mil anos e 
com tendências diferentes, dependendo das condicionantes locais e históricas, e 
continuará sendo, devido ao baixo impacto ambiental provocado por esse material, 
que consegue ser abundante e nobre ao mesmo tempo. 
O lar feito de terra, como se formasse uma caverna que brota do chão,resiste ao 
tempo, mantido mais pela condição de pobreza do que como alternativa 
arquitetônica. O saber fazer, que um dia foi transmitido para as varias gerações pela 
oralidade, está se perdendo com o tempo. A falta de técnica está fazendo dessas 
construções a moradia temporária que ficou tão permanente quanto a condição de 
pobreza. O mais que se quer é erradicar, mudar para uma casa de tijolo, sustentável 
e limpa. Para pessoas pobres que moram no mesmo chão de onde brota riqueza 
traduzida em frutas, é sinal de redenção e principalmente, dignidade. 
 
22 
 
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
SCHMIDT, Carlos Borges. Construções de taipa: alguns aspectos de seu emprego e 
da sua técnica. São Paulo: Secretaria da Agricultura, 1946. 
PISANI, Maria Augusta Justi. Taipas: a arquitetura de terra. Sinergia-Revista do 
Centro Federal de Educação Tecnológica de São Paulo, São Paulo, v. 5, n. 1, 2004. 
http://historiaartebrasileira.blogspot.com.br/2009/08/tecnicas-construtivas-taipa-e-
adobe.html Acesso em: 15/03/2017. 
http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/regional/casa-de-taipa-
expressa-cultura-1.58511- Acesso em 16/03/2017. 
https://coisasdaarquitetura.wordpress.com/2010/09/06/tecnicas-construtivas-do-
periodo-colonial-i/ - Acesso em 16/03/2017. 
https://www.mosteirosaobentodesorocaba.com.br/index.php?option=com_zoom&Ite
mid=40 - Acesso em 26/03/2017

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