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Feudalismo na Idade Média

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Feudalismo
Campinas, sp
2014
Feudalismo
1 - História
Foi um sistema de organização econômica, política e social baseado nas relações servo-contratuais (servis). Tem suas origens na decadência do Império Romano. Predominou na Europa durante a Idade Média. Segundo o teórico escocês do iluminismo, Lord Kames, o feudalismo é geralmente precedido pelo nomadismo� e em certas zonas do mundo pode ser sucedido pelo capitalismo. Os senhores feudais conseguiam as terras porque o rei dava-as para eles. Os camponeses cuidavam da agropecuária dos feudos e em troca recebiam o direito à um pedaço de terra para morar e também estavam protegidos dos bárbaros.
Quando os servos iam para o manso senhorial, atravessando a ponte, tinham que pagar um pedágio, exceto quando iam cuidar das terras do Senhor Feudal. Com a decadência e a destruição do Império Romano do Ocidente, por volta do século V (de 401 a 500 d.C.), como conseqüência das inúmeras invasões dos povos bárbaros (germânicos) e das más políticas econômicas dos imperadores, várias regiões da Europa passaram a apresentar baixa densidade populacional e baixo desenvolvimento urbano. Isso ocorria devido às mortes provocadas pelas guerras, às doenças e à insegurança existentes logo após o fim do Império Romano. 
A partir do século V, entra-se na chamada Idade Média, mas o sistema feudal (Feudalismo) somente passa a vigorar em alguns países da Europa Ocidental a partir do século IX, aproximadamente.
O esfacelamento do Império Romano do Ocidente e as invasões bárbaras que estavam em diversas regiões da Europa favoreceram sensivelmente as mudanças econômicas e sociais que vão sendo introduzidas, principalmente na Europa Ocidental, e que alteram completamente o sistema de propriedade e de produção característicos da antigüidade. Essas mudanças acabam revelando um novo sistema econômico, político e social que veio a se chamar Feudalismo. 
O Feudalismo não coincide com o início da Idade Média (século V d.C.), porque esse sistema começa a ser delineado alguns séculos antes do início dessa etapa histórica (mais precisamente, durante o início do século IV), consolidando-se definitivamente ao término do Império Carolíngeo�, no século IX d.C.
Resumindo, com a decadência do Império Romano e as invasões bárbaras, os nobres romanos começaram a se afastar das cidades levando consigo camponeses (com medo de serem saqueados ou escravizados). Já na Idade Média, com vários povos bárbaros dominando a Europa Medieval, foi impossível unirem-se entre si e entre os descendentes de nobres romanos, que eram donos de pequenos agrupamentos de terra. E com as reformas culturais ocorridas nesse meio-tempo, começou a surgir a idéia de uma nova economia: o feudalismo. Portanto, as características gerais do feudalismo são: poder descentralizado (nas mãos dos senhores feudais), economia baseada na agricultura e utilização do trabalho dos servos. 
Alguns autores escrevem ainda que a Europa iniciou uma profunda reestruturação, marcada por descentralização do poder, ruralização� e emprego de mão-de-obra servil. Com começo e fim graduais, o sistema feudal tem sua origem mais bem situada na França setentrional dos séculos IX e X e seu desaparecimento no século XVI. 	
Apesar de constituir um sistema fechado, que chega ao fim com a revisão de quase todos os seus valores pelo Renascimento, o feudalismo é um dos alicerces do Estado ocidental moderno. Os grandes conselhos de reis e de seus feudatários são os ancestrais diretos dos modernos parlamentos. 	
O feudalismo desenvolveu-se num longo período, que engloba a crise do Império Romano a partir do século III, a formação dos Reinos Bárbaros e a desagregação do Império Carolíngeo no século IX. 
 A formação do feudalismo, na Europa Ocidental, envolveu uma série de elementos estruturais, de origem romana e germânica, associados aos fatores conjunturais, num longo período, que engloba a crise do Império Romano a partir do século III, a formação dos Reinos Bárbaros e a desagregação do Império Carolíngeo no século IX.	
2 - A formação do feudalismo
Os feudos tinham a grande influência da igreja em suas vidas. Os germânicos, que foram chamados de bárbaros, ocuparam a Europa Ocidental e para lá levaram seus hábitos, costumes e leis. Ao longo do período entre os séculos V e IX ocorreu a transição entre o Antigo Escravismo e o Feudalismo. Nesse período, o comércio, já decadente desde a crise do Império Romano do Ocidente, declina ainda mais, em função dos ataques de sarracenos (árabes), magiares (húngaros) e vikings (nórdicos), naquilo que foi denominado de Novas Invasões. As cidades desapareceram ou reduziram suas atividades. Apenas as cidades italianas, como Veneza e Génova, mantém o comércio a longa distância através do mar Mediterrâneo. A economia é agrária, voltada para o consumo. A autoridade central esfacelou-se� e, na mesma proporção, consolidou-se uma transferência de soberanias, privatizando-se forças militares locais e regionais, a instituição e arrecadação de tributos, a aplicação da justiça, etc.
O Feudalismo vem da fusão de duas culturas: a Germânica e a Romana. O elemento principal da cultura Germânica era o Comitatus�, de onde surge a vassalagem. O elemento principal da cultura Romana era o Colonato�.
No Mediterrâneo oriental, o Império Romano do Oriente teve continuidade com o nome de Império Bizantino, que desenvolveu um intenso comércio e só desapareceu no século XV, quando sua capital, Constantinopla (hoje Istambul) , foi ocupada pelos turcos. Surgiu também no Oriente um outro império, o Império Árabe, Muçulmano ou Islâmico, que tem sua origem na Arábia no século VII, e se expandiu para o Oriente, ocupando a Pérsia e a Síria, e para o Ocidente, ocupando o Egito e outros países do norte da África, chegando até a Península Ibérica, na Europa. O Império Árabe também desenvolveu intensa atividade comercial.
3 – A Sociedade
A sociedade feudal era composta por três grupos sociais com status fixo: o clero, a nobreza e os camponeses. Apresentava pouca ascensão social e quase não existia mobilidade social (a Igreja foi uma forma de promoção, de mobilidade).
O clero tinha como função oficial rezar. Na prática, exercia grande poder político sobre uma sociedade bastante religiosa, onde o conceito de separação entre a religião e a política era desconhecida. Mantinham a ordem da sociedade evitando, por meio de persuasão e criação de justificativas religiosas, revoltas e contratações camponesas. 
A nobreza (também conhecidas como senhores feudais) tinha como principal função guerrear, além de exercer considerável poder político sobre as demais classes. O Rei lhes cedia terras e estes lhe juravam ajuda militar (relações de suserania� e vassalagem�). 
Em outras palavras, na camada superior, os guerreiros - pode-se perceber uma diferença entre nobres e cavaleiros, sendo que os primeiros descendem das principais famílias do período carolíngeo, enquanto que os demais se tornaram proprietários rurais a partir da concessão de extensões de terras oferecidas pelos nobres. Essa relação era bastante comum, fortalecia os laços entre os membros da elite, mesmo por que os cavaleiros se tornavam vassalos e ao mesmo tempo procuravam imitar o comportamento da nobreza tradicional, adotando sua moral e seus valores. Com o passar do tempo a diferenciação entre nobres e cavaleiros foi desaparecendo; preservou-se, no entanto a relação de suserania e vassalagem.	
Esta relação é eventual, pode existir ou não, dependendo da vontade ou da necessidade das partes, que são sempre dois senhores feudal; ou seja, é uma relação social que envolve membros da mesma camada social, a elite medieval. O termo feudo originariamente significava “benefício”, algo concedido a outro, e que normalmente era terra, daí sua utilização como sinônimo da “propriedade senhorial”. Suserano é o senhor que concede o benefício, enquanto que vassalo é o senhorque recebe o benefício. Esta relação, na verdade bastante complexa, tornou-se fundamental durante a Idade Média e serviu para preservar os privilégios da elite e materializava-se a partir de três atos: a homenagem, a investidura e o juramento de fidelidade. Normalmente o suserano era um grande proprietário rural e que pretende aumentar seu exército e capacidade guerreira, enquanto o vassalo é um homem que necessita de terras e camponeses.
Os servos da gleba constituíam a maior parte da população camponesa, eles eram presos à terra e sofriam intensa exploração, eram obrigados a prestarem serviços à nobreza e a pagar-lhes diversos tributos em troca da permissão de uso da terra e de proteção militar. Embora geralmente se considere que a vida dos camponeses fosse miserável, a palavra "escravo" seria imprópria. Para receberem direito à moradia nas terras de seus senhores, assim como entre nobres e reis, juravam-lhe fidelidade e trabalho. 
Há uma relação direta entre autoridade e posse da terra. O vassalo, ou subordinado, oferece ao senhor, ou suserano, fidelidade e trabalho em troca de proteção e de um lugar no sistema de produção. Os camponeses, que trabalham nas terras dos senhores feudais, são os responsáveis por toda a atividade produtiva do feudo. Além de produzir para seu sustento, deve obrigações a seu senhor, como a corvéia�, que consiste no trabalho gratuito e obrigatório durante três dias da semana. Devem também impostos, que são pagos em produtos ou dinheiro. Os senhores feudais formam a nobreza rural e têm poder para fazer os servos e os camponeses livres cumprirem as normas vigentes. Vive em castelos fortificados, a melhor representação de seu poder civil e militar. Os cavaleiros armados garantem o domínio do senhorio sobre a terra. 
A sociedade feudal era estática (com pouca mobilidade social) e hierarquizada. A nobreza feudal (cavaleiros, condes, duques, viscondes) era detentora de terras e arrecadava impostos dos camponeses. O clero (membros da Igreja Católica) tinha um grande poder, pois era responsável pela proteção espiritual da sociedade. Era isento de impostos e arrecadava o dízimo. A terceira camada da sociedade era formada pelos servos (camponeses) e pequenos artesãos. 
     Utilizando os conceitos predominantes hoje, podemos dizer que, o trabalho, o esforço, a competência e etc., eram características que não podiam alterar a condição social de um homem.	
    O senhor era o proprietário dos meios de produção, enquanto os servos representavam a grande massa de camponeses que produziam a riqueza social. Porém podiam existir outras situações: a mais importante era o clérigo. Afinal o clero é uma classe social ou não?	
    O clero possuía grande importância no mundo feudal, cumprindo um papel específico em termos de religião, de formação social, moral e ideológica. No entanto esse papel do clero é definido pela hierarquia da Igreja, quer dizer, pelo Alto Clero, que por sua vez é formado por membros da nobreza feudal. Originariamente o clero não é uma classe social, pois seus membros ou são de origem senhorial (alto clero) ou servil (baixo clero).
	A maioria dos livros de história retrata a divisão desta sociedade segundo as palavras do Bispo Adalberon de Leon: “na sociedade alguns rezam, outros guerreiam e outros trabalham, onde todos formam um conjunto inseparável e o trabalho de uns permite o trabalho dos outros dois e cada qual por sua vez presta seu apoio aos outros” Para o bispo, o conjunto de servos é “uma raça de infelizes que nada podem obter sem sofrimento”.
Percebe-se o discurso da Igreja como uma tentativa de interpretar a situação social e ao mesmo tempo justificá-la, preservando-a. Nesta sociedade, cada camada tem sua função e, portanto deve obedecê-la como vontade divina.
4 - O poder	
No mundo feudal não existiu uma estrutura de poder centralizada. Não existe a noção de Estado ou mesmo de nação. Portanto consideramos o poder como localizado, ou seja, existente em cada feudo. Apesar da autonomia na administração da justiça em cada feudo, existiam dois elementos limitadores do poder senhorial. O primeiro é a própria ordem vassálica, onde o vassalo deve fidelidade a seu suserano; o segundo é a influência da Igreja Católica, única instituição centralizada, que ditava as normas de comportamento social na época, fazendo com que as leis obedecessem aos costumes e à “vontade de Deus”. Dessa forma a vida quase não possuía variação de um feudo para outro.
É importante visualizar a figura do rei durante o feudalismo, como suserano-mor, no entanto sem poder efetivo devido à própria relação de suserania e a tendência á auto-suficiência
5 – A Economia no Feudalismo	
A economia feudal possuía base agrária, ou seja, a agricultura era a atividade responsável por gerar a riqueza social naquele momento. Ao mesmo tempo, outras atividades se desenvolviam, em menor escala, no sentido de complementar a primeira e suprir necessidades básicas e imediatas de parcela da sociedade. A pecuária, a mineração, a produção artesanal e mesmo o comércio eram atividades que existiam, de forma secundária.
Como a agricultura era a atividade mais importante, a terra era o meio de produção fundamental. Ter terra significava a possibilidade de possuir riquezas (como na maioria das sociedades antigas e medievais), por isso preservou-se a caráter estamental (status) da sociedade. Os proprietários rurais eram denominados Senhores Feudais, enquanto que os trabalhadores camponeses eram denominados servos.	
O feudo era a unidade produtiva básica. Imaginar o feudo é algo complexo, pois ele podia apresentar muitas variações, desde vastas regiões onde encontramos vilas e cidades em seu interior, como grandes “fazendas” ou mesmo pequenas porções de terra. Para tentarmos perceber o desenvolvimento socioeconômico do período, o melhor é imaginarmos o feudo como uma grande propriedade rural. O território do feudo era dividido normalmente em três partes: O Domínio, terra comum e manso servil
O Domínio é a parte da terra reservada exclusivamente ao senhor feudal (em cujo interior se eregia um castelo fortificado) e trabalhada pelo servo,. A produção deste território destina-se apenas ao senhor feudal. Normalmente o servo trabalha para o senhor feudal, nessa porção de terra ou mesmo no castelo, por um período de três dias, sendo essa obrigação denominada corvéia.
Terra comum e a parte da terra de uso comum. Matas e pastos que podem ser utilizadas tanto pelo senhor feudal como pelos servos. É o local de onde retiram-se lenha ou madeira para as construções, e onde pastam os animais.	
Manso servil era a parte destinada aos servos. O manso é dividido em lotes (glebas) e cada servo tem direito a um lote. Em vários feudos o lote que cabe a um servo não é contínuo, ou seja, a terra de vários servos são subdivididas e umas intercaladas nas outras. De toda a produção do servo em seu lote, metade da produção destina-se ao senhor feudal, caracterizando uma obrigação denominada talha�.	
Esse sistema se caracteriza pela exploração do trabalho servil, responsável por toda a produção. O servo não é considerado um escravo, porém não é um trabalhados livre. O que determina a condição servil é seu vínculo com a terra, ou seja, o servo esta preso a terra. Ao receber um lote de terra para viver e trabalhar, e ao receber (teoricamente) proteção, o servo esta forçado a trabalhar sempre para o mesmo senhor feudal, não podendo abandonar a terra. Essa relação definiu-se lentamente desde a crise do Império Romano com a formação do colonato.	
Além da corvéia e da talha, obrigações mais importantes devidas pelo servo ao senhor, existiam outras obrigações que eram responsáveis por retirar dos servos praticamente tudo o que produzia.	Tradicionalmente a economia foi considerada natural, de subsistência e desmonetarizada. Natural por que se baseavam em trocas diretas, produtos por produto e diretamente entre os produtores, não havendo, portanto um grupo de intermediários (comerciantes); ainda de subsistência porque produzia em quantidade e variedade pequena, além de não contar com a mentalidade de lucro, que exigiria a produção de excedentes; desmonetarizada por não se utilizar de qualquer tipo de moeda, sendo que havia a troca de produto por produto (escambo�).	
Apesar de podermos enxergar essa situação básica, cabem algumas considerações: o comércio sempre existiu, apesar de irregular e de intensidade muito variável. Algumas mercadorias eram necessárias em todos os feudos, mas encontradas apenas em algumas regiões, como por exemplo, o sal ou mesmo o ferro. Além desse comércio de produtos considerados fundamentais, havia o comércio com o oriente, de especiarias ou mesmo de tecidos, consumidos por uma parcela da nobreza (senhores feudais) e pelo alto clero. Apesar de bastante restrito, esse comércio já era realizado pelos venezianos.	
Mesmo o servo participava de um pequeno comércio, ao levar produtos excedentes agrícolas para a feira da cidade, onde obtinha artesanato urbano, promovendo uma tímida integração entre campo e cidade. “a pequena produtividade fazia com que qualquer acidente natural (chuvas em excesso ou em falta, pragas) ou humano (guerras, trabalho inadequado ou insuficiente) provocasse períodos de escassez”. Nesse sentido havia uma tendência a auto-suficiência, uma preocupação por parte dos senhores feudal em possuir uma estrutura que pudesse provê-lo nessas situações.
Devido ao caráter expropriador do sistema feudal, o servo não se sentia estimulado a aumentar a produção com inovações tecnológicas, uma vez que tudo que produzia de excedente era tomado pelo senhor. Por isso, o desenvolvimento técnico foi pequeno, limitando aumentos de produtividade. A principal técnica adoptada foi a de rotação trienal de culturas, que evitava o esgotamento do solo, mantendo a fertilidade da terra.
Para o economista anarco-capitalista Hans Hermann Hoppe, como os feudos são supostamente propriedade do Estado (neste caso, representado pelos senhores feudais), feudalismo é, conseqüentemente, considerado por ele como sendo uma forma de socialismo, o socialismo aristocrático.
	Resumindo nota-se que o feudo constitui a unidade territorial da economia feudal. Caracteriza-se pela auto-suficiência econômica e pela ausência quase total do comércio e de intercâmbios monetários. A produção é predominantemente agropastoril, voltada para a subsistência, e as trocas são feitas com produtos, não com dinheiro. As cidades deixam de serem centros econômicos, os ofícios e o artesanato passam a ser realizados nos próprios castelos.	
5.1 - Tributos e Impostos da época
As principais obrigações dos servos consistiam em:
Corvéia: trabalho compulsório nas terras do senhor em alguns dias da semana; 
Talha: Parte da produção do servo deveria ser entregue ao nobre 
Banalidade: tributo cobrado pelo uso de instrumentos ou bens do feudo, como o moinho, o forno, o celeiro, as pontes; 
Capitação: imposto pago por cada membro da família (por cabeça); 
Tostão de Pedro ou dízimo: 10% da produção do servo era pago à Igreja, utilizado para a manutenção da capela local; 
Censo: tributo que os vilões (pessoas livres, vila) deviam pagar, em dinheiro, para a nobreza; 
Taxa de Justiça: os servos e os vilões deviam pagar para serem julgados no tribunal do nobre; 
Formariage: quando o nobre resolvia se casar , todo servo era obrigado a pagar uma taxa para ajudar no casamento, era também válida para quando um parente do nobre iria casar. 
Mão Morta: Era o pagamento de uma taxa para permanecer no feudo da família servil, em caso do falecimento do pai da família. 
Muitas cidades européias da Idade Média tornaram-se livres das relações servis e do predomínio dos nobres. Essas cidades chamavam-se burgos. Por motivos políticos, os "burgueses" (habitantes dos burgos) recebiam freqüentemente o apoio dos reis, que muitas vezes estavam em conflito com os nobres. Na língua alemã, o ditado Stadtluft macht frei (O ar da cidade liberta) ilustra este fenômeno. Em Bruges, por exemplo, conta-se que uma certa vez um servo escapou da comitiva do conde de Flandres e fugiu por entre a multidão. Ao tentar reagir e ordenar que perseguissem o fugitivo, o conde foi vaiado pelos "burgueses" e obrigado a sair da cidade, em defesa do servo, que se tornou livre deste modo.
6 - Influência da Igreja	 
	A Igreja Católica integra-se ao sistema feudal por meio dos mosteiros, que reproduzem a estrutura dos feudos. Transforma-se também em grande proprietária feudal, detém poder político e econômico e exerce forte controle sobre a produção científica e cultural da época.
Na Idade Média, a Igreja Católica dominava o cenário religioso. Detentora do poder espiritual, a Igreja influenciava o modo de pensar, a psicologia e as formas de comportamento na Idade Média. A igreja também tinha grande poder econômico, pois possuía terras em grande quantidade, e até mesmo servos trabalhando. Os monges viviam em mosteiros e eram responsáveis pela proteção espiritual da sociedade. Passavam grande parte do tempo rezando e copiando livros e a bíblia.
7 - Ascensão e queda do sistema
O feudalismo europeu apresenta, portanto, fases bem diversas entre o século IX, quando os pequenos agricultores são impelidos a se proteger dos inimigos junto aos castelos, e o século XIII, quando o mundo feudal conhece seu apogeu, para declinar a seguir.
No século X, o sistema ainda está em formação e os laços feudais unem apenas os proprietários rurais e os antigos altos funcionários Carolíngeos. Entre os camponeses ainda há numerosos grupos livres, com propriedades independentes. A hierarquia social não apresenta a rigidez que a caracterizaria posteriormente, e a ética feudal não está plenamente estabelecida.
Entretanto, a partir do ano 1000, até cerca de 1150, o Feudalismo entra em ascensão. O sistema define seus elementos básicos. A exploração camponesa torna-se intensa, concentrada em certas regiões superpovoadas, deixando áreas extensas de espaços vazios. Surgem novas técnicas de cultivo, novas formas de utilização dos animais e das carroças. Com as inovações no campo, a produção agrícola teve um aumento significativo e surgiu a necessidade de comercialização dos produtos excedentes, então a partir do século XI, também há um renascimento do comércio e um aumento da circulação monetária, o que valoriza a importância social das cidades e suas comunas. E, com as Cruzadas, esboça-se uma abertura para o mundo, quebrando-se o isolamento do feudo. Com o restabelecimento do comércio com o Oriente próximo e o desenvolvimento das grandes cidades, começam a ser minadas as bases da organização feudal, na medida em que aumenta a demanda de produtos agrícolas para o abastecimento da população urbana. Isso eleva o preço dessas mercadorias, permitindo aos camponeses maiores fundos para a compra de sua liberdade. Não que os servos fossem escravos; com o excedente produzido, poderiam comprar de seus senhores lotes de terras e, assim, deixar de cumprir suas obrigações junto ao senhor feudal. É claro que esta situação poderia gerar problemas já que, bem ou mal, o servo vivia protegido dentro do feudo. A solução encontrada, quando não se tornavam comerciantes, eram morar em burgos, dominados por outros tipos de senhores, desta vez, comerciais. Ao mesmo tempo, a expansão do comércio cria novas oportunidades de trabalho, atraindo os camponeses para as cidades.
Esses acontecimentos, aliados à formação dos exércitos profissionais — o Rei, agora, não dependeria mais dos serviços militares prestados por seus vassalos —, à insurreição� camponesa, à peste, à falta de alimentos decorrente do aumento populacional e baixa produtividade agrária, contribuíram para o declínio do feudalismo europeu. Na França, nos Países Baixos e na Itália, seu desaparecimento começa a se manifestar no final do século XIII. Na Alemanha e na Inglaterra, entretanto, ele ainda permanece mais tempo, extinguindo-se totalmente na Europa ocidental por volta de 1500. Em partes da Europa central e oriental,porém, alguns remanescentes resistiram até meados do século XX, como, por exemplo, a Rússia, que só viria a se libertar dos resquícios feudais com a Revolução de 1917.
Confirmando tudo aquilo visto até aqui, e confirmando que a crise do feudalismo Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Feudalismo"deu-se durante o século XIV, através de uma grave crise econômica e social que atingiu a vida do homem medieval. Este processo de crise culminou definitivamente com a desagregação da sociedade feudal, marcando a fase de transição da Idade Média à Idade Moderna. 
	Os fatores que desencadearam a grande crise do século XIV foram vários, dentre os quais devemos destacar aqueles que, na opinião de muitos historiadores, compõem a chamada "trilogia�" da crise feudal: a fome, a peste e as guerras. 
O final da Baixa Idade Média é marcado, portanto, por um período de acentuada e generalizada crise, composta por vários fatores de origem econômica e social que assolaram a Europa. 	
Primeiramente, com relação à fome, é preciso ressaltar que a estagnação das técnicas agrícolas somada ao crescimento demográfico gerou um enorme desequilíbrio entre a produção e o consumo. A falta de alimentos fez com que o solo fosse mais utilizado, comprometendo ainda mais sua produtividade e agravando a escassez de alimentos. Ou seja, em virtude do uso constante, a terra perde sua qualidade, causando o empobrecimento cada vez maior da atividade agrícola. 	
A esse quadro de saturação da economia agrícola, alguns historiadores acrescem fatores de natureza geográfica para apontar as razões que desencadearam a grande fome do século XIV. Acredita-se que, nesse período, houve uma repentina mudança no clima europeu, que o tornou mais úmido e frio, dificultando o trabalho e a produção agrícola. 
Além desses aspectos, o historiador Philippe Wolf acrescenta ainda que: “O problema de subsistência na Europa é explicado pelas más condições de armazenagem que provocavam perdas consideráveis, por apodrecimento do trigo, por extensão de diversas doenças que o tornavam impróprio ao consumo e, finalmente, pelos hábitos alimentares demasiado uniformes (o milho, por exemplo, ainda não era conhecido, nem tampouco a batata, que mais tarde terão um papel importante na alimentação). Uma colheita fraca bastava para ameaçar o equilíbrio entre a oferta e a procura; duas seguidas inevitavelmente provocavam a fome".
Nota Importante: vejamos a seguir mais alguns textos sobre o feudalismo 
A Crise Romana 
A partir do século III a crise do Império romano tornou-se intensa e manifestou-se principalmente nas cidades, através das lutas sociais, da retração do comércio e das invasões bárbaras. Esses elementos estimularam um processo de ruralização, envolvendo tanto as elites como a massa plebéia, determinando o desenvolvimento de uma nova estrutura sócio econômica, baseada nas Vilae (núcleo de comercialização) e no colonato.	
    	As transformações da estrutura produtiva desenvolveram-se principalmente nos séculos IV e V e ocorreram também mesmo nas regiões onde se fixaram os povos bárbaros, que, de uma forma geral, tenderam a se organizar seguindo a nova tendência do Império, com uma economia rural, aprofundando o processo de fragmentação.
    	Em meio à crise, as Vilae tenderam a se transformar no núcleo básico da economia. A grande propriedade rural passou a diversificar a produção de gêneros agrícolas, além da criação de animais e da produção artesanal, deixando de produzir para o mercado, atendendo suas próprias necessidades.	
Foi dentro deste contexto que se desenvolveu o colonato, novo sistema de trabalho, que atendia aos interesses dos grandes proprietários rurais ao substituir o trabalho escravo, aos interesses do Estado, que preservava uma fonte de arrecadação tributária e mesmo aos interesses da plebe, que migrando para as áreas rurais, encontrava trabalho.
O Colono 
	O colono é o trabalhador rural, colocado agora em uma nova situação. Nas regiões próximas à Roma a origem do colono é o antigo plebeu ou ainda o ex-escravo, enquanto nas áreas mais afastadas é normalmente o homem de origem bárbara, que, ao abandonar o nomadismo e a guerra é fixado à terra	
    	O colono é um homem livre por não ser escravo, porém está preso à terra. 
A grande propriedade passou a dividir-se em duas grandes partes, ambas trabalhadas pelo colono; uma utilizada exclusivamente pelo proprietário, a outra dividida entre os colonos. Cada colono tinha a posse de seu lote de terra, não podendo abandoná-lo e nem ser expulso dele, devendo trabalhar na terra do senhor e entregar parte da produção de seu lote.	
	Dessa maneira percebe-se que a estrutura fundiária desenvolve-se de uma maneira que pode ser considerada como embrionária da economia feudal	
    	É importante notar que durante todo o período de gestação do feudalismo ainda serão encontrados escravos na Europa, porém em pequena quantidade e com importância cada vez mais reduzida.	
 As Invasões Bárbaras 
Os povos “bárbaros”, ao ocuparem parte das terras do Império Romano, contribuíram com o processo de ruralização e com a fragmentação do poder, no entanto assimilaram aspectos da organização sócio econômica romana, fazendo com que os membros da tribo se tornassem pequenos proprietários ou rendeiros e, com o passar do tempo, cada vez mais dependentes dos grandes proprietários rurais, antigos líderes tribais.
    	O colapso do “Mundo Romano” possibilitou o desenvolvimento de diversos reinos de origem bárbara na Europa, destacando-se o Reino dos Francos, formado no final do século V, a partir da união de diversas tribos francas sob a autoridade de Clóvis. 
    	A aliança das tribos, assim como a aliança de Clóvis com a Igreja Católica impulsionou o processo de conquistas territoriais, que se estendeu até o século IX e foi responsável pela consolidação do “beneficium”, que transformaria a elite militar em elite agrária.	
   	O “Beneficium” era uma instituição bárbara, a partir da qual o chefe tribal concedia certos benefícios a seus subordinados, em troca de serviços e principalmente de fidelidade. Em um período de crise generalizada, marcada pela retração do comércio, da economia monetária e pela ruralização, a terra tornou-se o bem mais valioso e passou a ser doada pelos reis para os seus principais comandantes.	
 
O Império Carolíngeo 
Durante o reinado de Carlos Magno, a autoridade real havia se fortalecido, freando momentaneamente as tendências descentralizadoras. Como explicar então a formação do feudalismo, se o poder real é fortalecido? Primeiro a centralização deve ser vista dentro do quadro de conquistas da época, comandadas pelo rei, reforçando sua autoridade, mas ao mesmo tempo, preservando o beneficium. Com o Estado centralizado, a cobrança das obrigações baseadas na fidelidade ainda é eficiente e essa função é destinada aos “Missi Dominici” (enviados do rei). Segundo, a Igreja Católica já era uma importante instituição, que, ao apoiar as conquistas do rei, referenda sua autoridade e poder, ao mesmo tempo em que interfere nas relações sociais, como demonstra o “Juramento de Fidelidade” instituição de origem bárbara que passou a ser realizada sob “os olhos de Deus” legitimando-a como representativa de sua vontade.
    	No entanto é importante perceber as contradições existentes nesse processo: a Igreja construiu sua própria autoridade e como grande proprietária rural tendeu, em vários momentos, a desvincular-se do poder central.	
 
As Relações de Suserania e Vassalagem 
As relações de subordinação desenvolveram-se desde o século V, no entanto foi durante o reinado de Carlos Magno que tomaram sua forma mais desenvolvida. O incentivo aos laços de vassalagem num primeiro momento fortalecia o poder real, pois direta ou indiretamente estendia-se a toda a sociedade, no entanto, com o passar do tempo o resultado tornou-se oposto na medida em que as relações pessoais foram reforçadas, diminuindo, portanto a importância do Estado.	
As Principais Guerras no Feudalismo 	
	Duranteo feudalismo aconteceram algumas guerras, a principal delas foi encorajada pela Igreja Católica com o desejo de libertar a terra santa das mãos dos infiéis, essa guerra é conhecida como as cruzadas.
As Guerras na Idade Média 	
	A guerra no tempo do feudalismo era uma das principais formas de obter poder. Os senhores feudais envolviam-se em guerras para aumentar suas terras e poder. Os cavaleiros formavam a base dos exércitos medievais. Corajosos, leais e equipados com escudos, elmos e espadas, representavam o que havia de mais nobre no período medieval.
    
Transformações da sociedade feudal (séculos XII e XIII) na Europa Ocidental: A Europa procura conquistar territórios no Oriente, por meio das Cruzadas. As antigas cidades européias começam a renascer. Desenvolve-se o comércio. A sociedade feudal começa a se transformar.
Daí em diante tem inicio na Europa o que ficou conhecido como:
Mercantilismo
� N� HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Nomadismo" \o "Nomadismo" �omadismo� = gênero de vida nômade; caráter nômade.
� � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_Magno" \o "Carlos Magno" �Império Carolíngeo� = Imperador Carlos Magno (carlovíngio = 1 Referente à segunda dinastia dos reis dos francos, de que o mais famoso foi Carlos Magno. Reinaram de 751 a 987. 2 Do tempo de Carlos Magno. Var: carolíngio, Carolino). 
� Ruralização = Transferência de elementos culturais característicos de sociedades rurais, para o meio urbano.
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� Esfacelar = Arruinar, estragar, Desfazer-se, corromper-se (instituição, privilégio etc.).
� Comitatus = Estado de sujeição ou submissão; Escravos. 
� Colonato = Estado de colono, Instituição de colonos.
� Suserania = Qualidade e Poder de suserano, Território onde o suserano domina. (Como um Rei)
� Vassalagem = 1 Condição ou estado de vassalo; 2 Tributo a que era obrigado o vassalo perante o senhor feudal de quem dependia; preito, homenagem, tributo, obediência; 3 Estado de sujeição ou submissão; 4 O conjunto das condições ou cláusulas inerentes a esse estado; 5 Grande número de vassalos.
� Corvéia = 1 Trabalho gratuito que o camponês devia a seu amo ou ao Estado. 2 Tarefa fatigante.
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� Talha = 1. Espécie de tributo ou derrama. 2. Salário. 3. Vara com diferentes golpes para marcar a soma do imposto devido, quando os cobradores não sabiam escrever.
� Escambo = Troca de bens ou serviços sem intermediação do dinheiro.
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� Insurreição = 1 Ato ou efeito de se insurgir; sublevação, revolta. 2 Oposição ou reação vigorosa.
�Trilogia = 1 Conjunto de três obras trágicas de um mesmo autor apresentadas em concurso nos jogos solenes. 2 Qualquer obra ou poema dividido em três partes; 3 Peça científica ou literária em três partes; tríade, trindade, trio.
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