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TRABALHO EM GRUPO ED VI - Resenha de Peça de Teatro Musical

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TRABALHO EM GRUPO – TG 
Licenciatura em Artes Visuais 
Estudos Disciplinares VI 
Prof. Bruno César dos Santos 
 
 
 
 
RESENHA CRÍTICA DA PEÇA DE TEATRO MUSICAL “HAIR” 
 
 
 
 
SANDRA APARECIDA DOS SANTOS KECEK – 1607212 
 
 
 
 
CAMPOS DO JORDÃO – SP 
2017 
 
 
SANDRA APARECIDA DOS SANTOS KECEK 
 
 
 
 
 
RESENHA CRÍTICA DA PEÇA DE TEATRO MUSICAL “HAIR” 
 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado à Universidade 
Paulista – UNIP INTERATIVA, referente 
ao curso de Licenciatura em Artes Visuais, 
como um dos requisitos para avaliação em 
Estudos Disciplinares VI. 
Orientador: Prof. Bruno César dos Santos 
 
 
 
 
 
 
 
CAMPOS DO JORDÃO – SP 
2017 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................4 
2. OBJETIVOS........................................................................................................................5 
3. A HISTÓRIA E A TEMÁTICA DO MUSICAL “HAIR”..............................................5 
4. RESENHA CRÍTICA DA PEÇA DE TEATRO MUSICAL “HAIR”...........................7 
 4.1. Ficha técnica................................................................................................................7 
 4.2. Os Atores-Cantores-Dançarinos................................................................................8 
 4.3. Os “Reis dos Musicais”...............................................................................................8 
 4.4. O Musical ....................................................................................................................9 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................................13 
 REFERÊNCIAS...............................................................................................................14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 Em outubro de 1967, com música de Galt Macdermot e letras e libreto de James Rado e 
Gerome Ragni, estreia off-Broadway, em Nova York a peça de teatro musical “Hair: The 
American Tribal Love-Rock Musical”, ou simplesmente o musical “Hair”. Tratava-se de uma 
peça teatral que estabeleceria novos parâmetros dentro da cultura dos musicais, criando o “rock 
musical”, e provocaria controvérsias ao tratar de temas como valores morais, sexualidade, uso 
de drogas e nudez de maneira livre e irreverente. 
 Nos anos que se seguem o musical “Hair” passa a integrar o roteiro Broadway e teve 
várias montagens, tanto nos EUA como em outras partes do mundo, inclusive no Brasil em 
1970, em São Paulo, com direção de Ademar Guerra e versão de Renata Palottini. A montagem 
brasileira também enfrentou críticas, tanto da esquerda como dos militares que governavam o 
país na época. Martin Cesar Feijó, em artigo para Revista Trama Interdisciplinar, explica: 
 
Hair chegou a ser acusada de “reacionária” e “alienante”. A 
esquerda, armada, festiva ou reformista, não via com bons olhos 
aquele “modismo” importado do “imperialismo norte 
americano”. A direita, que estava no governo por meio de uma 
ditadura militar, também não aceitava aquela “bandalheira” de 
hippies drogados. (FEIJÓ, 2011, p.90). 
 
 Em 2010, uma nova montagem da peça musical “Hair” foi apresentada em palcos 
brasileiros, com produção da Aventura entretenimento, direção de Charles Möeller e versão de 
Claudio Botelho. Muito mais vibrante e colorida a nova produção se enquadra muito mais no 
estilo mainstream de grandes espetáculos do que no off-Broadway, o que corrobora a predileção 
do cenário de produções de musicais brasileiro por um teatro musical de franquia, reproduzido 
a partir da Broadway, em detrimento de uma produção tipicamente brasileira. 
 O presente trabalho buscou analisar a peça de teatro musical “Hair”, apresentada em 2010 
no Teatro Oi Casagrande, Rio de Janeiro, através de uma observação crítica de seus vários 
aspectos artísticos, como a estética, a encenação, as músicas e a coreografia. 
 
5 
 
2. OBJETIVOS 
 
 Elaborar textualmente uma resenha crítica da peça de teatro musical “Hair”, analisando, 
conceituando e contextualizando os personagens, o tema, o elenco, o enredo, o estilo, o figurino, 
a cenografia, a trilha sonora e a direção. 
 
3. A HISTÓRIA E A TEMÁTICA DO MUSICAL “HAIR” 
 
 A história da “tribo” de “Hair”, um grupo de hippies cabeludos que levam uma vida 
boêmia em Nova York, teve inspiração em personagens que os autores, James Rado e Gerome 
Ragni, encontravam pela rua, em pessoas que eles conheciam e na imaginação fértil dos 
mesmos. Os personagens principais “Claude” e “Berger” são autobiográficos, “Claude” seria 
Rado, um romântico pensativo, e “Berger” seria Ragni, um extrovertido. 
 O enredo narra o cotidiano de "Claude", de seu amigo "Berger", de sua amiga "Sheila" e 
de outros amigos hippies. Jovens de comportamento libertário e lúdico que tentam equilibrar 
suas jovens vidas, amores e sexo livre com a rebelião pessoal contra seus pais e a sociedade 
conservadora norte-americana. Criticam e desafiam o modelo de sociedade capitalista, 
tecnocrata e individualista através de uma vida comunitária, defendendo o pacifismo, o amor 
livre e o uso de alucinógenos. Usam roupas coloridas e enfeitadas e cabelos longos 
desalinhados. O eixo central gira em torno de "Claude" que precisa decidir entre rasgar seu 
cartão de alistamento, como seus amigos fizeram, ou ceder à pressão de seus pais (e 
da América conservadora) e servir no Vietnã, negando seus princípios pacifistas e arriscando 
sua vida. 
 São muitos os temas, referências e simbolismos tratados em “Hair”. Várias das cenas e 
canções da peça tratam de temas raciais, como nas músicas "Colored Spade" e "Black 
Boys/White Boys". O pacifismo é explorado em diversas canções e sequências da peça, como 
em "Three-Five-Zero-Zero" que fala dos horrores da guerra durante a viagem lisérgica de 
“Claude”, durante o Segundo Ato. Referências religiosas aparecem tanto abertamente quanto 
simbolicamente durante a peça. Uma infinidade de símbolos religiosos, ocidentais e orientais, 
mostra uma dimensão mística pessoal além dos domínios das religiões instituídas. “Claude” 
torna-se uma clássica figura de Cristo em vários momentos, há alusões textuais a “Claude” 
6 
 
sendo crucificado e ao final ele é escolhido para dar sua vida pelos outros, e “Berger” é visto 
como uma representação de João Batista, preparando o caminho para “Claude”. 
 Músicas como "Good Morning Starshine" e "Aquarius" mostram o interesse da 
contracultura dos anos 60 na Astrologia e nos conceitos cósmicos. Há também muitas alusões 
às peças de Willian Shakespeare, especialmente “Romeu e Julieta” e “Hamlet”, algumas vezes 
usando material lírico diretamente de Shakespeare. A letra da música "What a Piece of Work 
Is Man" é retirada da segunda cena do Segundo Ato de Hamlet. O simbolismo aparece na última 
cena, quando Claude surge entre seus amigos na forma um espírito fantasmagórico em uniforme 
militar, numa referência irônica à uma cena anterior, e diz: "Eu sei porque eu quero ser 
invisível". 
 Outros temas polêmicos foram tratados em “Hair”, como nudez, liberdade sexual e uso 
de drogas. A breve e famosa cena de nudez ao final do Primeiro Ato foi objeto de grande 
controvérsia em todos os lugares onde a peça foi encenada. “Hair” glorifica abertamente a 
liberdade sexual, durante a canção "Sodomy", “Woof” exorta a todos "participarem da 
completa orgiado Kama Sutra”. Perto do fim do Segundo Ato, os membros da tribo mostram 
suas tendências ao amor livre quando discutem sobre quem vai dormir com quem naquela noite. 
“Woof” tem uma grande atração por Mick Jagger e uma cena de abraço a três entre “Claude”, 
“Berger” e “Sheila”, acaba com os dois homens se beijando. Várias drogas ilegais são usadas 
pelos personagens durante o musical, especialmente um alucinógeno durante a sequência 
da viagem lisérgica de Claude. A “tribo” tem preferência por alucinógenos e drogas de 
“expansão da mente”, em detrimento de depressivos e anfetaminas. A canção "Hashish" fala de 
uma lista de drogas farmacêuticas, legais e ilegais, 
como álcool, cocaína, LSD, ópio e clorpromazina, usada como psicotrópico. 
 “Hair” desafiou muitas das normas da sociedade ocidental vigentes em 1968. O nome do 
musical, que deriva de uma pintura do artista da Pop Art Jim Dine, que mostra um pente e 
alguns fios de cabelo, foi o símbolo mais evidente dos hippies: cabelos longos e descuidados, 
principalmente nos rapazes, em uma época em que os homens deveriam ter seus cabelos 
cortados curtos. Era uma reação às restrições da civilização e seu consumismo e uma opção 
pelo naturalismo. O musical causou muitas controvérsias desde que surgiu nos palcos, 
influenciando o teatro musical norte-americano nos anos 70, as artes de uma maneira geral, e 
tornando-se, até os dias atuais, referencial de uma época de contestações e mudanças de 
costumes da sociedade. 
7 
 
4. RESENHA CRÍTICA DA PEÇA DE TEATRO MUSICAL “HAIR” 
 
 4.1. Ficha Técnica 
 
 Produção: Aventura Entretenimento 
 Texto: Gerome Ragni e James Rado 
 Letra: Gerome Ragni e James Rado 
 Música: Galt MacDermot 
 Direção: Charles Möeller 
 Versão brasileira: Claudio Botelho 
 Cenário: Rogério Falcão 
 Coreografia: Alonso Barros 
 Direção Musical: Marcelo Castro 
 Figurino: Marcelo Pies 
 Iluminação: Paulo Cesar Medeiros 
 Elenco: 
 Hugo Bonemer (Claude), Igor Rickli (Berger), Carolina Puntel (Sheila), Leticia Colin 
(Jeanie), Marcel Octavio (Woof), Karin Hils (Dionne), Tatih Köhler (Crissy), Danilo Timm 
(Margareth/Tribo), Reynaldo Machado (Hud), Fernando Rocha (Hubert / Pai Claude), Esdras 
de Lucia (Tribo), Kotoe Karasawa (Tribo), Pedro Caetano de Lima (Tribo), Julia Gorman 
(Tribo), Luciana Bollina (Tribo), Emerson Espíndola (Tribo), Sérgio Dalcin (Tribo), Mariana 
Gallindo (Tribo), Jana Amorim (Tribo), Marcelo Pires (Tribo), Conrado Helt (Tribo), Renan 
Mattos (Tribo), Aline Wirley (Tribo), Luana Zenun (Tribo), César Mello (Tribo), Ditto Leite 
(Tribo), Bruna Guerin (Tribo/Mãe Claude), Felipe Magga (Tribo). 
 
 
8 
 
 4.2. Os Atores-Cantores-Dançarinos 
 
 Com um elenco de 30 atores-cantores-dançarinos, dentre eles alguns nomes conhecidos 
da nova safra de atores, selecionados em cerca de 700 audições, “Hair” apostou em uma tribo 
que inspirasse juventude e mostrasse preparação para cantar, dançar e representar, atributos 
essenciais para participações em musicais. As atrizes Letícia Colin, que participou de novelas 
na Globo e na Record, Karen Hils, ex-integrante do grupo Rouge e os atores Hugo Bonemer e 
Igor Rickli, foram alguns dos destaques do musical. 
 
 4.3. Os “Reis dos Musicais” 
 
 Charles Möeller e Claudio Botelho formam a dupla de criadores/produtores de musicais 
mais profícua do cenário teatral atual brasileiro. Charles Möeller é ator, autor teatral, diretor 
teatral, cenógrafo, figurinista, autor e diretor de tv. Claudio Botelho é ator, diretor, cantor, 
versionista, compositor e tradutor. Tanto em carreira solo, como ao lado de outros produtores, 
criaram nos últimos 20 anos cerca de 34 espetáculos com estilos distintos, como biografia, 
revista e jukebox, classificados por eles mesmos como teatro musical. Desde incursões por uma 
dramaturgia própria até encenações que se resumem em reproduções de espetáculos made in 
Broadway, no qual se pode estabelecer a máxima do ‘dar ao público o que o público quer’, a 
dupla tem no currículo grandes sucessos de público e crítica, como “Avenida Q” (2009), “A 
Noviça Rebelde” (2008) e “Sweet Charity” (2006). Suas produções geralmente trazem uma 
grande figura televisiva em destaque, uma celebridade reconhecida, o que garante um gancho 
para atrair público. Ambos, em suas carreiras, ganharam diversos prêmios por seus trabalhos 
em musicais, como “Prêmio Bibi Ferreira”, “ Prêmio APCA” e “Prêmio Shell”. 
 
 
 
 
 
9 
 
 4.4. O MUSICAL 
 
 
Fonte: http://www.blogsoestado.com/pedrosobrinho/files/2010/11/hair3.jpg 
 
When the moon is in the Seventh 
House 
And Jupiter aligns with Mars 
Then peace will guide the planets 
And love will steer the stars 
 
This is the dawning of the age of 
Aquarius 
The age of Aquarius 
Aquarius! 
Aquarius! 
(Aquarius – Hair) 
 
 
10 
 
 O Musical “Hair”, apresentado no Teatro Oi Casagrande, em 2010, com um elenco de 30 
atores-cantores-dançarino, dentre eles Hugo Bonemer, Igor Rickli, Carolina Puntel, Leticia 
Colin e Karin Hils, conta a história de um grupo de hippies na Nova York dos anos 60, e mostra 
o cenário efevercente da contracultura americana. Trata-se da remontagem da peça homônima 
que estreou off-Broadway em 1967, com música de Galt MacDermot e letras e libreto de James 
Rado e Gerome Ragni, e que, na época, provocou muitas controvérsias. 
 Os produtores apostaram numa “tribo” de jovens atores, com alguns nomes já conhecidos 
do público, com talento para canto e dança, além da interpretação teatral, o que garantiu, além 
de uma maior identificação com a audiência, um tom alegre, irreverente e descontraído num 
espetáculo com muita energia. 
 A peça de teatro musical “Hair” é um típico Americam Musical, mas precisamente um 
rock-musical onde os temas são tratados ora com dramaticidade, ora com humor. O enredo gira 
em torno de um grupo de hippies, ou “tribo”, como se auto denominam, que vive em uma 
comunidade em Nova York. Eles têm princípios pacifístas, pregam o amor livre, fazem uso de 
alucinógenos para a expansão da consciência, contestam e desafiam o status social vigente com 
seu comportamento libertário e suas roupas coloridas e seus cabelos longos e desarrumados. A 
trama principal gira em torno de “Claude”, um dos jovens da “tribo” que é convocado para 
servir no Vietnan e vive o conflito de ter que decidir entre seus ideiais pacifistas e os deveres 
impostos, tanto pelos seus pais como pela sociedade. O Conflito se estende ao grupo de hippies, 
que é liderado por “Berger”, amigo de “Claude”, fazendo com que questões como preconceito, 
segregação, autoritarismo, capitalismo, guerra e ambientalismo sejam debatidas. 
 Os personagens contam suas histórias através de diálogos e músicas que falam sobre 
drogas, sexo sem compromisso, relações interraciais, segregação racial, militares, polícia, 
propriedade privada, família tradicional burguesa e pacifismo, se apropriando de referências e 
iconografias religiosas, astrológicas e filosóficas orientais. Também há alusões a simbolismos 
literários shakespearianos para marcar o estado de espírito de certos personagens. 
 O figurinista Marcelo Pies conseguiu caracterizar muito bem os personagens em seus 
trajes hippies, com calças jeans boca de sino, vestidos longos, batas coloridas, sobretudos, 
sandálias de dedo e botas de couro, típicos da época. Os adereços como colares, pulseiras, 
bandanas e penas, complementaram a profusão de cores do visual da “tribo”. Os trajes “caretas” 
dos personagens de fora da “tribo” ajudam a reforçar o contraste ideológicoda trama. 
 
11 
 
 
Fonte: http://ig-wp-colunistas.s3.amazonaws.com/aplausobrasil/wp-
content/uploads/2012/01/hairfoto_Guga_Melgar_15__1.jpg 
 
 O cenário de Rogério Falcão ambienta perfeitamente a trama passada nos anos da 
contracultura. Parece um galpão abandonado. No palco estão estruturas de canos em forma de 
andaimes com escadas e patamares em vários níveis, que os atores usam em suas performances. 
Grandes ventiladores industriais e tambores de aço com imagens pintadas de John Lennon, 
Janis Joplin, Jimi Hendrix e Jim Morrisson compõe o visual. Também, ao fundo, uma parede 
com grandes vitraux iluminados em estilo gótico que faz lembrar uma igreja. O piso do palco é 
pintado com grandes flores coloridas que se estende pelas escadas que dão acesso à plateia. 
Num canto ao fundo está instalada a banda que acompanha o musical, do outro lado está uma 
kombi, pintada no estilo Flower Power, que dá um ar de psicodélico ao cenário. 
 Os elementos cenográficos como os cartazes de protestos, bandeira americana, lanternas 
e flores ajudam na caracterização do enredo. A boa iluminação de Paulo Cesar Medeiros 
contribuiu muito na composição das cenas de maior dramaticidade, como na seguência da 
viagem alucinógêna de “Claude”, e marcou momentos importantes do espetáculo. 
 
12 
 
 
Fonte: https://tudosobremusicais.files.wordpress.com/2011/06/hair-brasil-20101.jpg 
 
 A atuação dos atores ultrapassa os limites do palco, e promove uma interação com a 
plateia, nem sempre confortável, porém divertida. O deslocamento dos atores se dá por todos 
os lados do teatro conferindo uma boa dinâmica ao espetáculo. Hugo Bonemer (Claude) e Igor 
Rickli (Berger) se destacam em suas atuações e têm uma interação harmoniosa no palco, 
enquanto Leticia Colin (Jeanie) com sua grávida “paz e amor” traz humor e leveza em suas 
cenas. No entanto, Carolina Puntel (Sheila), aparece apagada perto do trio cheio de energia. No 
mais, pode-se dizer que toda a “tribo” teve uma atuação vibrante e apaixonada, com destaque 
para Karen Hils (Dionne), excelente em seus solos. 
 A coreografia bem marcada de Alonso Barros, com gestos amplos e soltos, reforça o tom 
libertário da peça e se encaixa perfeitamente com a trilha sonora. As letras, traduzidas por 
Claudio Botelho, trazem fluência na narrativa, facilitando a compreensão dos temas. A direção 
de Charles Möeller priorizou a união de vozes, o que resultou num espetáculo vibrante , no 
estilo Broadway, feito para hipnotizar a plateia. 
 Apesar de já passados quase 40 anos desde a estreia de “Hair”, sua temática contestadora 
permanece atual. Os dilemas e anseios abordados na peça continuam a ser discutidos e 
reavaliados pela sociedade, e as novas gerações podem se identificar com os ideais de uma 
“tribo” que buscava por novos caminhos, o que para muitos pode ser discutível, apenas viver 
livremente em paz e amor. Então, let the sunshine in. 
13 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 Apesar de toda a aura mítica que se estabeleceu ao longo de quase 40 anos com relação 
ao musical “Hair”, de seu enredo retratar um movimento social e cultural bastante específico, 
a contracultura, e do contexto sócio cultural atual se valer de sua estética, muitas vezes, apenas 
como caricatura, vale lembrar que suas questões juvenis continuam atuais. São dilemas que 
qualquer jovem ao redor do mundo enfrenta. Seguir seus ideais ou se ajustar ao sistema imposto 
pela família e sociedade? Eis a questão que todos enfrentam em determinada fase da vida. 
 Também não se pode esquecer que temas como sexualidade, drogas, guerra, meio 
ambiente, liberdade comportamental e religiosa, entre outros, são temas que ainda hoje 
provocam discussões acaloradas. “Hair” serve não apenas como conhecimento histórico de uma 
época de grandes transformações da sociedade, mas também como reflexão sobre o 
comportamento humano diante dessas transformações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 REFERÊNCIAS 
 
ESTEVES, G. S. A Broadway não é Aqui. Teatro Musical no Brasil e do Brasil: Uma 
diferença a se Estudar. São Paulo, 2014. Disponível em: < https://casperlibero.edu.br/wp-
content/uploads/2015/03/GERSON-DA-SILVA-ESTEVES.pdf >. Acesso em: 18 de maio de 
2017. 
ESTEVES, G. S. 2º Seminário Comunicação, Cultura e Sociedade do Espetáculo. A Broadway 
não é Aqui. Teatro Musical no Brasil e do Brasil: Uma diferença a se Estudar. Faculdade 
Cásper Líbero, outubro de 2013. Disponível em: 
<https://sociedadedoespetaculodotcom2.files.wordpress.com/2014/08/gerson-
esteves_seminc3a1rio_2013.pdf>. Acesso em: 18 de maio de 2017. 
MÖELLER E BOTELHO. Biografias Individuais. Charles Möeller e Caudio Botelho. 2017. 
Disponível em:< http://www.moellerbotelho.com.br/index.php/mb/historia>. Acesso em: 21 de 
maio de 2017. 
REVISTA NURES. Ensaio: Hair: “Paz e Amor!”. Albuquerque, l., M., B. Núcleo de Estudos 
Religião e Sociedade. PUC, 2009. Disponível em: 
<http://www.pucsp.br/nures/Revista12/nures12_Leila.pdf.>. Acesso em: 20 de maio de 2017. 
REVISTA TRAMA INTERDISCIPLINAR. Artigo: Hair 40 Anos Depois – Uma Viagem 
Pessoal – FEIJÓ, M. C. 2011. Disponível em: 
<file:///C:/Users/sony/Documents/Artigos,%20textos%20e%20livros-
texto/Hair%2040%20anos%20depois.pdf>. Acesso em: 20 de maio de 2017. 
YOUTUBE. Hair – Completo. 2016. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=vCJAabp0_UU&list=PLalpIuC3XRAPZj_EB9RokfW-
rzBC4z3NE&index=4>. Acesso em 18 de maio de 2017. 
WIKIHOW. Artigo: Como Escrever Resenhas Críticas de Peças de Teatro. Disponível em: 
<http://pt.wikihow.com/Escrever-Resenhas-Cr%C3%ADticas-de-Pe%C3%A7as-de-Teatro>. 
Acesso em 18 de maio de 2017. 
WIKIPÉDIA. Artigo: Hair (musical). Agosto, 2016. Disponível em: 
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Hair_(musical)>. Acesso em 21 de maio de 2017. 
15 
 
VAGALUME. Letra: Aquarius – Hair. Disponível em: 
<https://www.vagalume.com.br/hair/aquarius.html>. Acesso em 24 de maio de 2017.

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