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Empresarial I - capacidade e desempedimento.docx Empresarial I Art. 972, CC O individuo, para exercer a atividade econômica, ele precisa ser dotado de 2 atributos: - ser capaz - ser desimpedido OBS.: Mesmo sendo incapaz, não há impedimento para o individuo pode exercer a atividade econômica. O empresário, pessoa física, assume a titularidade da organização empresarial sozinho, de forma solitária, ou seja, não há erro de tal individuo ter subordinado a si mão-de-obra para o exercício da atividade econômica. Fator de produção é o elemento necessário para realização do empreendimento. A mão-de-obra faz parte dessa parte. Empresário individual é aquele que assume o risco do empreendimento, aquele que dá o comando, mas que descentraliza as funções. Ele está isolado no plano da titularidade. Empresa é o objeto, é a própria atividade econômica. Empresário é o agente. A titularidade do empreendimento não é exclusiva de pessoa física, mas também pode ser assumida por uma pessoa jurídica. Capacidade da Pessoa Jurídica A pessoa jurídica também precisa ter capacidade e desimpedimento para o exercício da atividade econômica. A pessoa jurídica é uma entidade capaz (art. 45, caput CC). “Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.” Sociedade é uma dimensão onde indivíduos estão vinculados para o exercício da atividade econômica. A criação da pessoa jurídica se inicia através de um documento chamado de contrato social ou estatuto que são levados ao órgão de registro. Assim que o registro é deferido, nasce a pessoa jurídica. Isto é, a criação da PJ nasce com a inscrição dos seus atos constitutivos. A PJ também possui direitos e deveres. OBS.: Diferente da PF, a PJ já possui capacidade desde o inicio de sua criação, ou seja, ela não passa por uma fase de incapacidade para depois se tornar capaz. A PJ possui capacidade de direito (segundo seus atos constitutivos) e de fato (plenitude da capacidade, ou seja, ela precisa de uma pessoa concreta, real, vinda do seio da sociedade). O sócio que realiza a capacidade de fato de uma PJ chama-se sócio administrador. Ex.: a assinatura e carimbo na carteira de trabalho é do administrador e não da pessoa jurídica. OBS.: É controverso dizer que o sócio administrador é um representante da pessoa jurídica, pois isso denota incapacidade da pessoa jurídica. Logo, o sócio administrador é visto com a PJ personificada, embora, em termos legais, ele é tratado como representante da PJ. OBS.: O sócio administrador não necessariamente precisa ser o sócio majoritário, isto é, ele precisa ser apenas sócio, independente de o sócio ser majoritário ou minoritário. Capacidade do sócio Existe a possibilidade de um sócio assumir ou prosseguir na sociedade pela qualidade de incapaz? Segundo o doutrinador Rubens Requião, o incapaz poderia admitido ou permanecer na sociedade, desde que três condições fossem atendidas: - ser representado ou assistido - não assumir o posto de sócio administrador - que o capital precisa ser integralizado (investimento dos sócios). O art. 974, CC traz o princípio da preservação da empresa. Isto estendeu-se para os sócios também. Um sócio pode deixar seu posto de sócio para seu herdeiro incapaz? SIM, desde essas condições supracitadas sejam respeitadas. Trespasse - Trata-se de um contrato oneroso de alienação/transferência do estabelecimento empresarial. Nota-se que a condição de eficácia perante terceiros é o registro do contrato de trespasse na Junta Comercial e a sua posterior publicação. O trespasse acarreta a transferência do conjunto de bens organizados pelo alienante ao adquirente, para que este, no lugar do primeiro, prossiga com a exploração da atividade empresarial. Ao assumir a posição de empresário, o adquirente deve arcar com todos os contratos celebrados pelo alienante, por força da atividade exercida. Um sócio que está em coma manter-se em cargo social? SIM, desde essas condições supracitadas sejam respeitadas. OBS.: O sócio incapaz pode ser excluído da sociedade por iniciativa dos demais sócios, de acordo com art. 1030, CC. Porém, essa exclusão só pode ser feita por via judicial. Impedimento É um estado de incompatibilidade. Ele pode ser capaz, porém pode não ter aptidão ou autorização especifica para exercer a função. OBS.: A fonte do impedimento é a lei, o sistema legal. Hipóteses de impedimento - art. 117, X, Lei 8.112/90: o servidor público não pode ser empresário individual, nem administrador de Pessoa Jurídica. Porém ele pode ser sócio, investidor. - Magistrados não podem administrar Pessoa Jurídica. - Decreto 1.001/69: Militares da ativa não podem administrar Pessoa Jurídica. - art. 977, CC: os cônjuges só podem ser sócios se não forem casados em dois regimes patrimoniais: Regime da comunhão universal ou Regime separação obrigatória. - art. 222, CF: estrangeiros não podem ser titulares de empresas de comunicação (canais de TV, canais de rádio aberta, revistas, jornais, entre outros) O indivíduo naturalizado há mais de 10 anos, ele pode realizar o exercício da função. Caso o estrangeiro seja sócio, ele não pode ter uma participação superior a ¼ da membresia dos sócios, não pode ser administrador. - art. 102, lei 11.101/05: o falido (empresário que passou por uma crise financeira) não pode exercer a atividade econômica. OBS.: No período entre a sentença decretatória (sentença que instaura o processo falimentar) até a última sentença do processo de falência (sentença extintiva das obrigações), o impedimento tem vigor. Após esse período o falido está liberado para exercer a atividade econômica novamente. OBS.: o falido pode se sustentar como empregado, mas não pode exercer a atividade econômica. Empresarial I - Incapacidade relativa e absoluta.docx Para um empresário poder exercer a atividade econômica, é necessário que ele possua alguns elementos, elencados no art. 972, CC. São esses elementos: - capacidade - desimpedimento Capacidade de fato – naturalmente (à partir dos 18 anos) ou legalmente (emancipação, mínimo de 16 anos) Pessoa Jurídica também é dotada de capacidade. A Pessoa Jurídica é uma entidade legal, abstrata, intangível, porém existente. A Pessoa Jurídica nasce após o seu registro, segundo o art. 45, CF. Existência legal da pessoa jurídica significa que, para o direito, a Pessoa Jurídica existe, contendo direitos e deveres. Incapacidade superveniente: atribuída ao individuo que exerce a atividade econômica. Art. 974, CC – o incapaz pode, por meio de representante ou assistente, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança. Representante/Assistente Capaz incapaz Art. 974, §1º, CC – é exigido uma autorização judicial para o exercício da atividade econômica prosseguir. Figuras de proteção de incapaz: tutor (para menores) e curador (para maiores). OBS.: a representação ou assistência do curador estão diretamente ligadas ao tipo de incapacidade do empresário, se é relativa ou absoluta. Casos de incapacidade – art. 3º CC/ art. 1767, CC. A incapacidade pode ser absoluta (coma) ou relativa (pródigo). Representação é um poder de predominância do individuo sobre o incapaz absoluto, ou seja, quem pratica o ato não é o representado e sim o representante. Assistência é uma corroboração, ou seja, o assistente está ao lado do incapaz relativo. Neste caso, o incapaz relativo tem poder de decisão. OBS.: cabe a um juiz avaliar a incapacidade, se relativa ou absoluta, e nomear o representante e assistente. OBS.: o representante ou assistente não pode ser sócio administrador. O empresário, ainda que incapaz, é o titular do exercício da atividade econômica. Este empresário é chamado, pela doutrina, de empresário anômalo. A limitação de responsabilidade é um benefício, possível, dado ao empresário anômalo. É a percepção de que no patrimônio do empresário anômalo, existe uma massa de bens inacessível aos credores, chamada também de bens indisponíveis. Os bens indisponíveis são os bens que o empresário anômalo possuía antes de se tornar incapaz, se estes não tiverem ligação com o exercício de sua atividade econômica. OBS.: Na impossibilidade dos pais prosseguirem com a atividade econômica, o incapaz continua a exercer e dar prosseguimento a atividade. Empresarial I - Organização da atividade econômica.docx Organização da atividade econômica Art. 966, CC - Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Existem noções econômicas dispostos em lei. Fatores de produção: elemento humano e capital (bens) É necessária a delegação da mão-de-obra para haver uma estrutura organizada. OBS.: o vinculo de subordinação é apreciado de forma específica pelo Direito do Trabalho. Existem bens materiais (local físico) e imateriais (internet). FRASE – o empresário não é o que ele faz e sim como ele faz. Ex.: vendedor de água de coco. OBS.: a atividade econômica não é desempenhada/explorada exclusivamente por empresários. Diferenças entre entidades empresariais e não-empresariais: - empresariais: regime específico (empresarial), incidência do instituto da falência e instituto recuperação. - não-empresariais: regime geral (civil), não incidência do instituto da falência e instituto recuperação. Personagens que estão fora do regime empresarial Art. 966, P.Ú., CC – “Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores...” Obs.: Mesmo que exerçam a função de forma profissional e organizada, não são considerados empresários. - Profissão intelectual – ele realiza o objeto, pois ele detém o conhecimento ou a habilidade (mecânico de bicicleta, pedreiro). - De natureza científica – indivíduos que necessitam de conhecimento prévio ao exercício da profissão (advogado, médico, contador). - De natureza literária - - De natureza artística – Art. 966, P.Ú., CC “...salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.” Retorno a regra Empresarial I - Registro.docx Consequências da violação em relação ao impedido. - servidor publico: possibilidade de demissão (art. 120, lei 8.112/90) - falido: crime (art. 177, lei 11.101/05) Consequências da violação em relação ao terceiro (art. 973, CC) - o ato praticado é plenamente perfeito. A legislação protege o terceiro que contratou o impedido, tendo conhecimento ou não. Registro empresarial Art. 967, CC O registro é obrigatório para ser um empresário regular. Chama-se empresário irregular o empresário sem registro, que não possui prerrogativas legais. Registro é um ato jurídico especifico, realizado por autoridade notarial com o objetivo de ganhar o atributo da publicidade (de ordem pública, que todos tenham acesso). Por ser um ato jurídico, ele tem a pretensão de constituir, alterar e extinguir direitos. Lei 6015/76 – lei dos registros públicos (LRP) – ela define e estrutura todo o sistema notarial de registro que nós conhecemos. O órgão de registro que tem competência pra tratar das questões empresariais é a Junta Comercial. Ela é regida por lei própria (lei 8.934/94 – lei dos registros públicos empresariais) Só existe apenas uma Junta Comercial por estado, sendo fixada sempre na capital do estado. É uma autarquia federal. A Junta Comercial pode fazer parcerias com as prefeituras, para facilitar e desburocratizar um pouco, mas apenas ela que realiza o registro. Todas as informações colhidas nas JC vão para um órgão federal chamado DREI (Departamento de Registro de Empresa e Integração). O DREI é um órgão de fiscalização, supervisão, uniformização. SINREM (Sistema Nacional de Registro de Empresa). Os indivíduos que se registram no RCPJ (Registro Civil das Pessoas Jurídicas) são as entidades não-empresarias (contabilistas, médicos). O DREI se comunica com as Juntas Comerciais são através de atos administrativos normativos, chamadas de instruções normativas. Caso seja violado um direito liquido e certo, o mandado de segurança é o remédio constitucional adequado para se opor aos exageros de determinada autoridade. O mandado de segurança pode ser impetrado onde? Na Justiça Federal. Modalidades de registro Existem 3 modalidades de registro: - matricula: ato dedicado à atos para-empresariais (leiloeiros públicos, tradutores públicos) - arquivamento: retém informações empresariais (endereços, funções, sócios) - autenticação: tem a ver com registro de documentos empresariais (livros específicos ou livros empresariais). OBS.: no modelo “autenticação” os balanços não ficam retidos na Junta. Eles são analisados, selados, e devolvidos ao empresário. No modelo “arquivamento” ela retém a informação para que qualquer um que queira a informação tenha acesso a ela. OBS.: Marcas, patente são registradas no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) e registram apenas os bens imateriais do empresário. Exame de formalidade – é a verificação de pressupostos legais (art.40, lei 8.934/94). É uma apreciação documental, ou seja, é uma avaliação dentro de um “checklist” pré-estabelecido que, visa verificar se pra produzir tal efeito, os documentos necessários foram apresentados. Ele também vai observar os atos (assinaturas). Essa análise é feita por um examinador da Junta Comercial. O art. 35, lei 8.934/94 elenca as atividades que não podem ser registradas. Os vícios podem ser sanável (corrigível) ou insanável (incorrigível). Consequências do registro - O indivíduo está pronto para a contratação com o Poder Público (art. 28, lei 8.666/93); - só pode requerer a recuperação (requerimento de auxilio ao judiciário) o empresário registrado; - requerimento de falência de outrem (do credor para com o devedor) (art. 97, IV, §1º, lei 11.101/05). OBS.: o individuo que se submete a falência não precisa ser registrado, mas o que pleiteia a falência precisa ser registrado. Art. 178, lei 11.101/05 – omissão de documentos empresariais, ausência de autenticação são crimes falimentares. O empresário irregular sempre comete esse crime.
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