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Farmacobotânica Nadghia Leite Curso de Farmácia IV Semestre Farmacobotânica Nadghia Leite 2 Cronograma de aula: Unidade 1: Farmacobotânica e sua importância Plantas como matéria prima para produção de medicamentos: os metabólitos secundários Características de estudos farmacológicos e fitoquímicos Seleção de plantas para estudo farmacológico: proteção dos aspectos culturais tradicionais, e da biodiversidade; biopirataria e propriedade intelectual. Nomes vulgares e científicos de plantas. Conceitos farmacognósticos de droga vegetal, fitoterápico, fitoterapia, principio ativo, marcador químico, matéria prima vegetal. Identificação de drogas vegetais e seu significado para o controle de qualidade. 2 Farmacobotânica 3 Unidade 2: Sistemática Vegetal Importância da Sistemática Vegetal para o Farmacêutico Sistema de classificação e suas características taxonômicas Conceito de espécie Os 4 principais filos vegetais e suas características diagnósticas As Monocotyledoneae e Eudicotyledoneae: características diagnósticas Unidade 3: Métodos de análise da qualidade de drogas vegetais Amostragem Autenticação da droga vegetal por morfologia comparada Análise de pureza: matéria orgânica estranha, sujidade e teor de umidade Procedimentos fundamentais de microtécnica vegetal: coleta e cortes à mão livre Preparo de material para microscopia Análise de pó Microscopia óptica Farmacobotânica 4 Unidade 4: Célula vegetal Parede celular Protoplasma Inclusões celulares Unidade 5: Histologia vegetal Meristemas primários e secundários; crescimento primário e secundário Sistema dérmico Sistema fundamental Sistema condutor Células e tecidos secretores 5 Unidade 6: Análise macro e micro de plantas medicinais Raiz de Monocotyledoneae e Eudicotyledoneae Caule de Monocotyledoneae e Eudicotyledoneae Folha de Monocotyledoneae e Eudicotyledoneae Flor de Monocotyledoneae e Eudicotyledoneae Fruto e Semente de Monocotyledoneae e Eudicotyledoneae Aulas práticas de laboratório: Confecção de lâmina de tecido vegetal Confecção de exsicatas Análise de lâminas de cel./tecidos (raiz e caule) Análise de lâminas de cel./tecidos (folha) Análise de lâminas de cel./tecidos (flor) Análise de lâminas de cel./tecidos (fruto e semente) Farmacobotânica Farmacobotânica 6 Introdução: Termo farmacognosia: origem em 1815, por Seyder (médico alemão) PHARMACONGNOSIS Pharmacon = droga, medicamento ou veneno Gnosis = estudo Aplica-se atualmente ao estudo de drogas de origem vegetal (farmacobotânica) e animal (farmacozoologia) “...ciência que trata da história, conservação, identificação, avaliação e emprego das drogas...” Farmacobotânica 7 Importância para a farmácia Reconhecer e utilizar os conceitos nos estudos que envolvam plantas medicinais Relacionar as plantas com efeitos farmacológicos, tóxicos e obtenção de substâncias bioativas Identificar fatores relacionar à preservação da flora medicinal e dos aspectos históricos e culturas envolvidos 8 Definições: Etnobotânica: estudo da relação da sociedade com o uso de plantas. Planta medicinal: planta utilizada de forma tradicional, com finalidade terapêutica. Droga vegetal: planta medicinal ou suas partes, após processo de coleta, estabilização e secagem, podendo ser integra, triturada ou pulverizada. Derivado de droga vegetal: produto de extração da matéria prima vegetal, ou seja: extrato, tintura, óleo, cera, exsudato, suco e outros. 9 Definições: Matéria prima vegetal: planta medicinal fresca, droga vegetal ou derivados de droga vegetal. Compreende os estágios pelos quais passa a planta medicinal até a elaboração do fitoterápico. Fitoterápico: é todo medicamento obtido exclusivamente com matéria-prima vegetal. É caracterizado pelo conhecimento de sua eficácia e segurança, de sua reprodutibilidade e constância de sua qualidade. Princípio ativo do fitoterápico: substância, ou classe de compostos, quimicamente caracterizada, cuja ação farmacológica é conhecida e responsável, total ou parcialmente, pelos efeitos terapêuticos do fitoterápico. 10 Para caracterização do fitoterápico utiliza-se a farmacopéia brasileira ou monografia produzida pelo fabricante. 11 Uso de Plantas Medicinais Tratado médico (3.700 a C.) - Shen Wung Os egípcios, 1.500 a. C. Os sumérios da Mesopotâmia possuíam receitas valiosas, que só eram conhecidas por sábios e feiticeiros. Na Índia 1.000 a. C. o uso de ervas era bastante difundido. Histórico do uso de plantas medicinais (poderes mágicos, teoria das assinaturas, propriedades químicas). Inicialmente a Botânica era considerada um ramo da medicina China – 3000 a.C cultivo de plantas medicinais Egípcios - fabricação de remédios a partir de plantas Ìndia – canela, sândalo e cardomomo ( é usado para designar diversas espécies em três gêneros da família do gengibre. ) Nesses tempos, as plantas eram muitas vezes escolhidas por seu cheiro, acreditavam que certos aromas afugentavam os espíritos das enfermidades. Histórico do uso de plantas medicinais (poderes mágicos, teoria das assinaturas, propriedades químicas). Grécia (Hipócrates) – “Pai da Medicina”, reuniu em sua o-bra "Corpus Hipocratium" a síntese dos conhecimentos médicos de seu tempo, indicando para cada enfermidade o remédio vegetal e o tratamento. Árabes (Avicena) – distiguiram a medicina de famacêutica Histórico do uso de plantas medicinais (poderes mágicos, teoria das assinaturas, propriedades químicas). Alquimistas – “teoria da assinatura dos corpos” Paracelso – esmímulo da resistência do corpo através de remédios naturais, usando remédios naturais e procurando atingir o máximo de capacidade de cura do próprio doente. Samuel Hahneman – bases da homeopatia Até o século XVI, os tratados de Botânica, então denominados “herbários”, consideram as plantas por suas virtudes medicinais. BREVE HISTÓRICO SOBRE O USO DE PLANTAS MEDICINAIS Comprovação da atividade biológica de plantas; Isolamento de princípios ativos de plantas (morfina, salicina,...); Síntese química; Modificações moleculares; Século XIX Desenvolvimento da ciência BREVE HISTÓRICO SOBRE O USO DE PLANTAS MEDICINAIS Apesar do desenvolvimento científico, o arsenal terapêutico era constituído, principalmente, pelas plantas medicinais (ex. FB I, 1926). SÉCULO XX Indústria farmacêutica INÍCIO FITOTERAPIA FORTALECIDA 1940... DECLÍNIO DA FITOTERAPIA (O uso das ervas ficou mais restrito e cresceu o uso dos medicamentos obtidos através de processos químicos industriais.) BREVE HISTÓRICO SOBRE O USO DE PLANTAS MEDICINAIS SÉCULO XX Disseminou-se o conceito que as plantas eram ineficazes. Falar em fitoterapia nos anos 50 – 70 era penetrar em áreas desacreditadas, sujeitas ao ridículo. Chegava-se ao “fundo do poço” quanto a credibilidade e aceitação das plantas, e um ponto extremo de consumo e “culto” ao medicamento sintético. 1950-70 Toxicidade da Talidomida (1961) Medicamentos sintéticos “caros” Contra-cultura: “Onda verde” Incentivo dos órgãos governamentais 1970-80 RETORNO DA FITOTERAPIA DESVIOS DO RETORNO BREVE HISTÓRICO SOBRE O USO DE PLANTAS MEDICINAIS BREVE HISTÓRICO SOBRE O USO DE PLANTAS MEDICINAIS Uso indiscriminado: PROD. NATURAL NÃO FAZ MAL !!!! Mistura dos Tratamentos Alternativos Oportunismo do mercado – PRODUTOS DE MÁ QUALIDADE Irregularidades frente ao MS Fraudes Adulterações DESVIOS DO RETORNO BREVE HISTÓRICO SOBRE O USO DE PLANTAS MEDICINAIS ACIDENTES TÓXICOS COM PLANTAS MEDICINAIS CONFREI - Symphytum officinale – Alantoínas Contusões, machucados, esfolamentos, ferimentos (sem lesão, ferida não aberta, artrose.) TOXICOLOGIA - irritação no fígado e estômago e problemas hepáticos. FOLHA DE FIGO – Ficus carica - psoraleno- furocumarinas. TOXICOLOGIA – queimaduras por exposição ao sol. 22 Uso de Plantas Medicinais No Brasil, o conhecimento das propriedades de plantas medicinais é uma das maiores riquezas da cultura indígena, Mais de 25% dos medicamentos são de origem vegetal. As plantas medicinais Princípios ativos Ação farmacológica ou terapêutica. 23 Quimiotaxonomia e Quimiossistemática Quimiotaxonomia - utilização de características químicas das espécies para classificação e caracterização. Exemplo: estudo de alcalóides em espécies das famílias: Apocynaceae, Rubiaceae ou Loganiaceae. Quimiossistemática - como ferramenta de busca de substâncias ativas. Estudo de espécies em famílias potencialmente ricas em plantas medicinais. Ex.: gênero Papaver sominferun e Papaver rhoeas Alexandre F Neves 24 ópio 24 Quimiotaxonomia e Quimiossistemática 25 Papaver rhoeas Papaver sominferum 26 Formas farmacêuticas utilizadas para fitoterápicos: cataplasmas (preparação de uma espécie de pomada para uso externo, de uso tópico); decocção (fervura para dissolução das substâncias através de ação prolongada da água ou calor); inalação (combinação de vapor d’água com substâncias voláteis das plantas aromáticas); infusão (modo tradicional de preparação dos chás); maceração (a substância vegetal fica em contato com álcool, óleo, água ou outro líquido para dissolver o princípio ativo) ; 27 sumos ou sucos (espremidos em pano, triturados em liquidificador ou pilão, podendo ser adicionada água ou não); vinhos medicinais (preparações para dissolver as substâncias vegetais em vinho puro); poções (soluções onde são agregados xaropes, tinturas, extratos ou outros ingredientes); torrefação (utilizando-se o fogo para retirar a água e modificar algumas propriedades da planta); ungüento e pomadas (preparado através da mistura do suco, tintura ou chá da planta medicinal com vaselina ou lanolina). xarope (preparações dissolvendo-se a substância da planta em açúcar e água aquecidos, obtendo-se o ponto de fio). 28 A fitoquímica: Estuda os princípios ativos de drogas vegetais Metabólitos Secundários Proteção: contra ataques de insetos e herbívoros, contra a radiação ultravioleta, contra doenças, etc. Possuem atividade biológica 28 29 Objetivo Extração, Isolamento, Purificação e Determinação da estrutura química dos constituintes Princípios ativos vegetais: Alcaloides, cumarinas, esteróides, flavonóides, glicosídeos cardioativos, lignanas, óleos essenciais, saponinas, triterpenos, entre outros 29 30 Extração, isolamento e purificação Cromatografia de adsorção em coluna Cromatografia de partição Cromatografia de exclusão molecular Cromatografia em camada delgada cromatografia gasosa (CG), cromatografia líquida (CL) e cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas (CG-EM/GC-MS), cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas (CL-EM / LC-MS) cromatografia líquida de alta eficiência acoplada a detector de arranjo de diodo (CLAE-DAD / HPLC-DAD). 30 31 O que é BIOPROSPECÇÃO? É um método ou uma forma de localizar, avaliar e explorar a diversidade de vida existente em determinado local legalmente. Objetivo Buscar de recursos genéticos e bioquímicos para fins comerciais. 32 Biopirataria Apropriação injusta Fiscalização Governo Federal Ministério do Meio Ambiente Ministério do Meio Ambiente, Departamento de Polícia Federal, Agência Brasileira de Inteligência Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis Termo de Cooperação 32 33 Manejo e Conservação da flora no uso com plantas medicinais. O objetivo da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos que visa: “garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso sustentável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional”. 34 Legislação: RENISUS - Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS. Espécies vegetais de interesse ao SUS e ao Ministério da Saúde A finalidade da RENISUS Subsidiar o desenvolvimento de toda cadeia produtiva relacionadas à regulamentação, cultivo, manejo, produção, comercialização e dispensação de plantas medicinais e fitoterápicos. Orientar estudos e pesquisas que possam subsidiar a elaboração da RENAFITO (Relação Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos), o desenvolvimento e a inovação na área de plantas medicinais e fitoterápicos. A Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS), é constituída de espécies vegetais com potencial de avançar nas etapas da cadeia produtiva e de gerar produtos de interesse ao Sistema Único de Saúde (SUS) e ao Ministério da Sáude. As espécies vegetais foram pré-selecionadas por regiões que referenciavam seu uso por indicações e de acordo com as categorias do Código Internacional de Doenças (CID-10). Essa parte inicial do trabalho foi realizada por técnicos da ANVISA e do Ministério da Saúde (MS), profissionais de serviços e pesquisadores da área de plantas medicinais e fitoterápicos, vinculados à área da saúde, representando as diversas regiões brasileiras. 34 35 Legislação: RENAME - Relação Nacional de Medicamentos Essenciais É uma lista dos medicamentos para combater as doenças mais comuns que atingem a população brasileira. Os estados e os municípios utilizam a Rename para elaborar suas listas de assistência farmacêutica básica. A Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS), é constituída de espécies vegetais com potencial de avançar nas etapas da cadeia produtiva e de gerar produtos de interesse ao Sistema Único de Saúde (SUS) e ao Ministério da Sáude. As espécies vegetais foram pré-selecionadas por regiões que referenciavam seu uso por indicações e de acordo com as categorias do Código Internacional de Doenças (CID-10). Essa parte inicial do trabalho foi realizada por técnicos da ANVISA e do Ministério da Saúde (MS), profissionais de serviços e pesquisadores da área de plantas medicinais e fitoterápicos, vinculados à área da saúde, representando as diversas regiões brasileiras. 35 36 O Ministério da Saúde possui atualmente uma lista com 71 nomes de plantas medicinais de interesse do Sistema Único de Saúde (SUS): Achillea millefolium – mil-folhas, novalgina. Allium sativum – Alho Aloe spp – Babosa. Cordia spp – Erva-Baleeira, Eucalyptus globulus – Eucalipto, Eucaliptos. Malva sylvestris – Malva Ocimum gratissimum – Alfavaca. 37 Legislação: PORTARIA Nº 2.982/2009 Aprova as normas de execução e de financiamento da Assistência Farmacêutica na Atenção Básica. RDC 71/2009 Tornar os rótulos de medicamentos mais claros e úteis para a sociedade. RDC 10/2010 Resolução para notificação de drogas vegetais RESOLUÇÃO - RDC Nº 17/2010 Dispõe sobre as Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos. 38 RDC 71/2009 Tornar os rótulos de medicamentos mais claros e úteis para a 39 40 41 42 43 RDC 10/2010 Resolução para notificação de drogas vegetais 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 Buscar na RDC 10/2010 as definições dos seguintes termos: Droga vegetal, Matéria prima vegetal, Chá, Marcador químico, Fitoterápico Obs.: Relacione os termos e explique a aplicação de cada um. Exercício
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