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Excipientes e Adjuvantes farmacotécnicos Prof. Me. Rafael de Carvalho Mendes Juazeiro do Norte 2017 INTRODUÇÃO - São agentes não medicinais com funções variadas e específicas, que são combinados aos P.A. para se obter as diversas formas farmacêuticas; -Apesar de não possuírem ações terapêuticas, são de fundamental importância para a eficácia do medicamento. Conceitos Solubilizam Suspendem Espessam Diluem Emulsificam Conservam Colorem Flavorizam Estabilizam -Farmacologicamente e toxicologicamente inativo - Inerte em relação ao fármaco - Compatível com outros ingredientes da formulação - Incolor e insípido - Alta fluidez - Alta compressibilidade - Baixo custo - Bem caracterizado - Fácil armazenagem - Reprodutibilidade lote a lote - Performance consistente com a formulação Característica ideais de um excipiente INTRODUÇÃO Classificados como: INTRODUÇÃO Diluentes Lubrificantes Aglutinantes Desagregantes Molhantes Antioxidantes Tampões Preservantes Diluentes Permitem a obtenção de comprimidos ou o enchimento de cápsulas, com volumes adequados. Diferentes naturezas (solúvel, insolúvel ou mista ) Lactose, Amido, Manitol, Celulose microcristalina, Óxido de magnésio. INTRODUÇÃO Adsorver ou formar complexos com o fármaco. Tetraciclina x Carbonato de cálcio Apresentar incompatibilidades com os demais componentes da fórmula. Diminuir a dissolução. Interagir com o involucro Não devem Aglutinantes INTRODUÇÃO Usados para promover adesão das partículas durante a granulação e compressão de formas farmacêuticas sólidas. Goma arábica, ácido algínico, CMC-Na, metilcelulose, polvidona (PVP), metilcelulose e outros. Desagregantes INTRODUÇÃO Empregados para acelerar a desintegração e/ou a dissolução da forma farmacêutica nos fluídos biológicos. Amido, alginato de sódio, CMC-Na, celulose microcristalina glicolato sódico de amido, crospovidona e outros. Agentes molhantes INTRODUÇÃO Substâncias adicionadas com a finalidade de diminuir a tensão superficial na interface sólido/líquido. Age diminuindo o ângulo contato entre a água e as partículas sólidas, aumentando a molhabilidade das partículas facilitando a dissolução. Lauril sulfato de sódio (LSS), docusato sódico, polissorbatos 20, 60, 80 (Tweens®). Antioxidantes INTRODUÇÃO Proteger a formulação de qualquer processo oxidativo. BHT, BHA, alfa-tocoferol, bissulfito de sódio, ácido ascórbico, EDTA dissódico. Agentes tamponantes INTRODUÇÃO Usado para fornecer às formulações, resistência contra variações de pH. Melhoram estabilidade. Tampão citrato, tampão fosfato, tampão borato Agentes de revestimento INTRODUÇÃO - Empregados para revestir comprimidos, grânulos, cápsulas ou pellets com o propósito de proteger o fármaco contra decomposição pelo oxigênio atmosférico e umidade. Para mascarar odor ou sabor desagradável. Para evitar a degradação do fármaco no suco gástrico e obter liberação em meio entérico. Derivados da celulose (metil ou etilcelulose, hidroxipropilmetilcelulose, acetato de celulose). - Prevenir o crescimento de bactérias. Timerosal, cloreto de benzalcônio Conservantes antimicrobianos INTRODUÇÃO Agentes quelantes INTRODUÇÃO - Formam complexos estáveis com metais. - Complexar metais pesados em preparações líquidas ou semi-sólidas que catalizam reações oxidativas. Ex: EDTA-Na CONSIDERAÇÕES SOBRE ALGUNS ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS Flavorizar, edulcorar e colorir uma preparação farmacêutica para administração oral é fator preponderante à adesão terapêutica pelo paciente, especialmente o pediátrico. Portanto, o farmacêutico tem como desafio desenvolver técnicas e recursos para realizar a combinação harmônica dos aditivos flavorizantes (aromas), edulcorantes e corantes. Porém, antes é importante a compreensão da psicofisiologia envolvida na percepção dos sabores. INTRODUÇÃO Aspectos do Paladar Sabor - receptores de paladar - proteínas localizadas na superfície dos botões gustativos Três tipos de papilas - Circunvaladas - Fungiformes - Filiformes INTRODUÇÃO LÍNGUA HUMANA INTRODUÇÃO - Sabor ácido está relacionado com substâncias ácidas como o ácido cítrico - Sabor salgado é causado por compostos inorgânicos ou de baixo peso molecular - Sabor amargo está relacionado com compostos de origem orgânica como alcalóides e substâncias com cadeias longas que possuem nitrogênio - Sabor doce está relacionado com compostos com muitas hidroxilas e baixo peso molecular como a sacarose e o manitol INTRODUÇÃO CRITÉRIOS PARA PREPARAÇÃO DE FORMA FARMACÊUTICA PALATÁVEL - Imediata identificação do sabor - Desenvolvimento rápido e completo da sensação de sabor - Sensação bucal aceitável - Curta sensação de sabor residual - Não existência de sensações desagradáveis INTRODUÇÃO CONSIDERAÇÕES GERAIS - Flavorização é empírica Crianças Identidade com doce Não aceitam bem o amargo Aceitam frutais, melado, frutas vermelhas e baunilha Adulto Cítricos Chocolate Café INTRODUÇÃO IMPORTANTE Flavorização pode criar problemas Crianças Intoxicação Adulto Falsa percepção de potência do medicamento Muitos associam o sabor amargo com potência INTRODUÇÃO TÉCNICAS DE FLAVORIZAÇÃO 1) Combinação - A técnica de combinação compreende o uso de características comuns entre o sabor e o fármaco. - Por exemplo, o uso do sabor de frutas pode ser combinado com o sabor azedo/ácido (sabor de laranja associado ao ácido ascórbico). INTRODUÇÃO - Formulações antiácidas líquidas podem receber o sabor de menta - Sabor amargo pode ser minimizado pela adição de flavorizantes com sabor salgado, doce ou ácido - A adição de cloreto de sódio pode melhorar a palatabilidade, reduzindo o gosto amargo 2) Mascaramento Utilização de um sabor mais intenso - tratamentos longos Ex. o salicilato de metila, por possuir um cheiro muito forte, pode mascarar outros sabores ou sobressair-se em relação a muitos produtos INTRODUÇÃO 3) Física Redução do sabor desagradável - precipitação do fármaco por alteração do pH e preparação de suspensão Trocar o veículo Usar um veículo viscoso - reduz o contato com papilas gustativas Óleos podem ser emulsificados - emulsão de óleo de fígado de bacalhau Frio e calor reduzem o sabor desagradável Forma farmacêutica efervescente - reduz sabor desagradável INTRODUÇÃO 3) Química - os métodos químicos incluem absorção e complexação do princípio ativo, resultando na perda das características de sabores indesejáveis. Benzoato de metronidazol é mais palatável que sua base 4) Fisiológica Uso de agentes dessensibilizantes Mentol, óleo essencial de menta, capsaicina INTRODUÇÃO SABOR AMARGO: o maior desafio!!!! Fatores que afetam a percepção do amargo: -veículo utilizado, viscosidade, temperatura, fluxo da saliva etc. Interação entre sabores Supressão do amargo com aumento da intensidade do doce Mascaramento do amargo com o salgado Acidulantes em baixas concentrações Redução do amargo com uma substância menos amarga Veículo Redução do amargor da cafeína quando administrada com a cafeína Característica hidrofóbica do solvente - reduziu a concentração salivar INTRODUÇÃO Viscosidade Aumento da viscosidade - redução da percepção do amargo Temperatura Aumento ou redução da temperatura - reduzem o amargo Irritantes químicos orais Mascaramento do amargo Etanol Potencializa o sabor amargo INTRODUÇÃO Status salivar Substância tenha acesso aos receptores salivares > solubilizada em meio aquoso Algumas substâncias amargas aumentam a salivação Idade Sensibilidade ao amargo reduz com a idade INTRODUÇÃO Flavorizantes para mascarar sabores desagradáveis Antibióticos - cereja, abacaxi, morango + baunilha Anti-histamínicos - cereja Descongestionantes e expectorantes - framboesa INTRODUÇÃO Agentes corretores e evidenciadores do paladar Substância Usoe aplicação Óleo de cravo (1a 3%) Preparações odontológicas Óleoessencial laranja Amargo, barbitúricos Mentol Suspensões orais 0,003% Amargo,dessensibilizantedo paladar Cloreto de sódio 0,3 a 0,5% Supressão do amargo INTRODUÇÃO – EXEMPLO: FLAVORIZANTES Óleo de eucalipto Óleo volátil obtido de Eucalyptus globulus 70% de cineol e outros compostos como o pineno, pinocarvona Líquido incolor ou amarelo pálido, com característica aromática, sabor picante, pungente e refrescante INTRODUÇÃO CORANTES Atóxicos Inativos Apenas usar corantes certificados para uso em medicamentos Corantes Luz Agentes oxidantes Valor pH Ácido FD&Cazul Boa Pobre 4,9-5,6 Moderada FD&C verde Boa Pobre 4,2-5,8 Boa FD&Camarelo #6 Boa Moderada 7,3 Boa INTRODUÇÃO (FD&C – Food, Drug and Cosmetics Administration). CORANTES NATURAIS Amarelo: Curcuma e vitamina B12 Vermelho: carmim, colchonilha Verde: clorofila Alaranjado: betacaroteno INTRODUÇÃO ANTIOXIDANTES Oxidação - decomposição da matéria-prima Perda da função Ar, luz, calor, pH - agentes que desencadeiam o processo Antioxidantes - preservam a formulação Uso adequado dos antioxidantes INTRODUÇÃO Antioxidantes para sistemas aquosos Ácido ascórbico Bisulfito de sódio Metabissulfito de sódio Tiossulfato de sódio Ditionito de sódio Antioxidantes para sistemas oleosos Ascorbil palmitato Butilhidroxianisol Butilhidroxitolueno Propilgalato Alfa-tocoferol INTRODUÇÃO CONSERVANTES INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO CONSERVAÇÃO DE PREPARAÇÕES COSMÉTICAS EFICÁCIA DO SISTEMA CONSERVANTE Espectro de atividade antimicrobiano Conservante escolhido Faixa pH formulação EDULCORANTES Grande quantidade em uso Influenciam a viscosidade do veículo Podem retardar a velocidade de dissolução de alguns fármacos Xarope de milho, sorbitol, manitol, etc INTRODUÇÃO QUALIDADE DE EXCIPIENTES - SÓLIDO Mais complexo de fazer controle que o fármaco Precisa ser avaliados propriedades físicas, físico-químicas e biofarmacêuticas Técnicas: RMN, espectroscopia no infravermelho > estrutura molecular Calorimetria > estabilidade e compatibilidade Testes isotérmicos > avaliação de higroscopia Difração de raios-x > estrutura de cristais INTRODUÇÃO COMPONENTES DAS FORMULAÇÕES Fármaco Excipiente Processo de preparação Embalagem primária Componentes influenciam diretamente no produto acabado INTRODUÇÃO Propriedadedos Excipientes Parâmetros de qualidadeinfluenciados Tamanho e forma da partícula Uniformidadede peso e conteúdo, desintegração e dissolução Estrutura cristalina Uniformidadede peso e conteúdo, peso, dureza, desintegração e dissolução Hidratação Estabilidadefísica e química, desintegração e dissolução INTRODUÇÃO INTERAÇÕES ENTRE FÁRMACOS E EXCIPIENTES Excipiente constitui maior massa no produto manipulado Embora inertes, possuem grupos funcionais Podem conter impurezas ou formar produtos de degradação Fonte de contaminação microbiana Interações são mais frequentes entre o ingrediente ativo e o excipiente INTRODUÇÃO Interação Física Modifica a velocidade de dissolução ou uniformidade de dose de uma formulação sólida Celulose microcristalina adsorveu o cloridrato de enandolina > ocasionou liberação incompleta do fármaco Estearato de cloranfenicol e a sílica coloidal quando triturados juntos, causam transformação no cloranfenicol INTRODUÇÃO Interação Química Interações entre cargas iônicas Excipientes solúveis e ionizáveis podem gerar íons de cargas opostas que interagem com ingredientes ativos ionizáveis levando a formação de compostos insolúveis Alginato de sódio e carboximetilcelulose quando dissolvidos em água formam ânions; acrescentar fármacos que tenham íons positivos, causa precipitação INTRODUÇÃO Interações envolvendo doação de hidrogênio Povidona é imcompatível com lanzoprazol e atenolol > carbonila é o responsável pelas reações de degradação INTRODUÇÃO Reações com lactose Lactose é muito higroscópica Ficou demonstrado que pode reagir com compostos contendo aminas primárias ou secundárias Fluoxetina reage mais com a lactose que com o amido Toxicidade dos excipientes Em geral não são tóxicos Poucos registros Cefaléias e convulsões induzidas pelo aspartame Dor abdominal induzida por lactose (intolerantes) Broncoespasmo em crianças asmáticas após inalação de medicamentos contendo sulfitos BHA e BHT - cancerígenos em altas doses INTRODUÇÃO
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