Buscar

Julgadores, Vítimas e Instituições de Exclusão

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Julgadores, Vítimas e Instituições de Exclusão
FACULDADE DE TEOLOGIA,FILOSOFIA E CIENCIAS HUMANAS GAMALIEL- (FATEFIG)
Docente: Elaine 
Discentes: Andréia Salém, Andresa Brito, Letícia Siqueira, Ludmila do Carmo, Mateus Soeiro, Marcos Souza
 Thacila Phaloma.
Turma: 17 DIREITO
1- Julgadores, vítimas e instituições de exclusão
1.1- O desafio de julgar
1.2- A influência da emoção
1.3- Efeitos do Social
1.4- Testemunho
2- A Vítima
2.1- Vitimologia
2.2- Tipologia
SUMÁRIO
2.3- Afinal, Vítima, porquê?
2.4- As vítimas eternas
2.5- Violência Conjugal
2.6- Violência Sexual
2.7- Vitimização e vitimização sexual
2.8- Após a ocorrência
2.9- Mídia e Vítima: inimiga ou aliada
3- As Instituições de Exclusão
3.1- Um breve olhar social
3.2- A arquitetura e o espírito
3.3- Linguagem: a recriação do indivíduo
3.4- O novo campo de forças: o poder do grupo
3.5- As antigas fronteiras: limitações às trocas
3.6- Valores, crenças e esquemas de pensamentos. 
1.Julgadores
Julgam:
Juízes e jurados
Os que acusam e os que defendem
Os que opinam
Todos trabalham mais com a realidade dos relatos do que com os fatos
Ludmila do Carmo
 1.1 O desafio de julgar
 “O Art.1.181 do CPC- O interditando será citado para, em dia designado, comparecer perante o juiz, que o examinará, interrogando-o minuciosamente acerca de sua vida, negócios, bens e do mais que lhe parecer necessário para ajuizar do seu estado mental, reduzidas a auto as perguntas e respostas.”
Para o que pergunta, exigem-se conhecimentos sobre técnicas de entrevista:
Dominar os procedimentos de entrevistas
Estabelecer sintonia emocional com o entrevistado
Ludmila do Carmo
Quando existe sintonia emocional, o entrevistador:
1-Percebe e interpreta sinais do estado de tensão do indivíduo;
2-Identifica as informações relevantes para entender o percurso histórico dos acontecimentos;
3-Ajusta a linguagem;
4-Identifica esquemas de pensamento do entrevistado;
5-Compreende a idade de desenvolvimento mental do entrevistado.
Ludmila do Carmo
O Desafio de Julgar
O entrevistador deve, estar atento a fatores que contribuem para desviar a atenção, tais como:
Cansaço físico
Mecanismos psicológicos de defesa
Perda de atenção
Atenção seletiva
Discriminação de determinados detalhes
Esquecimento ou desconsideração de detalhes
Pensamentos automáticos
Crenças arraigadas
Esquemas de pensamento.
Ludmila do Carmo
O Desafio de Julgar
1.2 A influência da emoção
O desafio é emocionar-se sem se contaminar pelas emoções próprias e dos participantes
A contaminação pela emoção pode impedir o exercício da neutralidade
Deixar-se dominar pela emoção significa comprometer percepção, atenção, pensamento e memória.
Ludmila do Carmo
1.3 Efeitos do social
O grande desafio de quem julga consiste em se abstrair do social.
Os valores sociais exercem forte influência sobre as pessoas.
Thacila Phaloma
1.5 O Testemunho
Inexatidão de depoimento por tendência afetiva:
Identificação emocional da testemunha com a vítima ou com o réu
Valores e princípios presentes no julgamento e que se sobrepõem à questão em si (justiça, verdade)
Preconceitos originados da condição social, do comportamento, da aparência de uma ou outra parte, capazes de provocar distorções no pensamento (demonstração de riqueza, beleza, cor, sexualidade, etc)
Falsas crenças em relação ao que a vítima ou réu praticam
Thacila Phaloma
1.5 O Testemunho
A inexatidão de depoimentos também acontece por motivos técnicos: deficiências nos sentidos, desconhecimento no assunto (achar que ouviu um grito)
São valiosos os depoimentos de especialistas
Conhecimento do funcionamento das funções superiores é sempre de grande utilidade para quem interroga (temporalidade)
Thacila Phaloma
2 A Vítima
A vítima sofre, com frequência, um severo impacto psicológico que se acrescenta ao dano material ou físico provocado pelo delito.
Mateus Soeiro
2.1 Vitimologia
É a ciência que estuda a vítima sob os pontos de vista psicológico e social, na busca do diagnóstico e da terapêutica do crime, bem como a proteção individual e geral da vítima.
Constituem interesses da vitimologia:
Prevenção do delito;
Desenvolvimento metodológico-instrumental;
Formulação de propostas de criação e reformulação de políticas sociais;
Desenvolvimento continuado do modelo de Justiça Penal.
Mateus Soeiro
2.2 Tipologia
Segundo Beniamin Mendelsohn (Romênia,1900-Israel,1998) aplica-se a seguinte classificação vitimológica:
Vítima completamente inocente;
Vítima menos culpada que o delinquente;
Vítima tão culpada quanto o delinquente;
Vítima mais culpada que o delinquente;
Vítima unicamente culpada.
Mateus Soeiro
2.3 Afinal, vítima por quê?
A situações que paira a pergunta: o que leva a vítima a se expor? Possivelmente , a investigação de ganhos secundários.
Ganhos secundários:
Constituem recompensas, reais ou imaginárias, às custas de sofrimentos também reais ou imaginários. O psiquismo aceita estes em troca daqueles, fazendo um jogo inconsciente nem sempre compreendido pelos observadores.
Mateus Soeiro
2.4 As vítimas eternas
Constante litígio pode ser instrumento de manter união. 
Vítimas eternas encontram, no que as prejudica, a motivação para seguir em frente.
O conflito faz parte de sua maneira de ser e constitui eficaz mecanismo psicológico de defesa contra outros dramas do psiquismo que, sem eles, se tornariam insuportáveis (ocupariam o lugar da figura em suas percepções). 
Andréia Salém
2.5 Violência Conjugal
Permanece encoberta na maior parte dos casos, possivelmente por desconhecimento por um ou ambos os cônjuges de que determinados comportamentos configuram violência conjugal.
Quando a violência física faz parte do contexto familiar, possivelmente será detectada na escola, no trabalho, no culto 
 religioso, locais em que terceiros notam sinais que a denunciam.
Já a violência psicológica dificilmente será percebida por terceiros.
Ainda que a vítima tenha consciência, é fato corriqueiro que não deixe o lar.
 - A vítima crônica 
Andréia Salém
2.5 Violência Conjugal
Ganho secundário se acentua quando o agressor manifesta sentimentos de culpa por seus comportamentos e promove momentos de reconciliação e expiação.
Em geral o homem é classificado como agressor, mas muitas vezes é vítima, especialmente de violência psicológica.
Andréia Salém
2.5 Violência Conjugal
A violência conjugal estritamente psicológica é de difícil identificação porque:
Não tem início repentino, dificilmente se inicia por um evento isolado.
Vai sendo apreendida pouco a pouco pelos participantes, um ou outro pode não se dar conta de que ela acontece.
Com o passar do tempo, há duplo condicionamento: tanto do dar como do receber a violência psicológica; ritual de sarcasmos, ofensas e desprezo mútuo.
Não é incomum que os filhos se tornem a munição dessa troca de fogo emocional.
Andréia Salém
2.6 Violência Sexual
Violação física e psíquica das mais severas, suas consequências agravam-se pelo fato de trazer implicações que ultrapassam os limites do indivíduo para incluir o grupo social.
Consequências:
A pessoa pode enfrentar dificuldades de ajustamento sexual (repulsa ao contato íntimo com pessoas de outro sexo, derivação para a homossexualidade, repulsa para à prática de relações sexuais). Os transtornos psíquicos podem não aparentar relação com o fato originador, porque o psiquismo adota mecanismos psicológicos de defesa para excluir do consciente aquilo que lhe parece insuportável .
Andréia Salém
Consequências:
Dificuldades de adaptação afetiva.
Dificuldades para estabelecimento de relacionamento interpessoal.
Impedimento ao exercício saudável da sexualidade.
Vítimas de incesto.
Vítimas de pedofilia.
Andréia Salém
2.6 Violência Sexual
A difícil recuperação da vítima
Incesto: ruptura com o agressor?
Permanência em
instituições grandes e fechadas não é recomendável
Necessidade de suporte psicoterapêutico especializado(centros de atendimento especializado).
Andréia Salém
2.7 Vitimização e vitimização sexual
Vitimização
Processo complexo pelo qual alguém se torna ou é eleito a tornar-se um objeto-alvo da violência por parte de outrem.
Implica uma rede de ações e/ou omissões, interligadas por interesses, ideologias e motivações conscientes ou inconscientes.
Exemplos de vitimização:
Pais, em nome da educação, acabam por estabelecer limites excessivos para os filhos.
A família elege um integrante como a “ovelha negra”; sobre ele recai a culpa e pouco a pouco assume o papel de vítima.
Determinado grupo é apontado como ovelha negra e passa a ser o depositário de toda a culpa social.
Andresa Brito
2.7.1 Vitimização
Mais presente em crianças e idosos;
Pode ser predominantemente física ou psicológica;
Vitimização física: negligência e maus tratos, podendo instalar-se paulatinamente
Negligência em alimentação
Negligência em higiene
Maus tratos: castigos e agressões, que provoca ferimentos como fraturas, hematomas, queimaduras
Perda gradativa de discriminação para o sofrimento e suas consequências
Vitimização psicológica: pessoa depreciada do ponto de vista afetivo, por negligência ou rejeição
Síndrome de Estocolmo
Andresa Brito
2.7.2 Vitimização Sexual
Vitimização sexual:
Pessoa desempenha papel de objeto de gratificação sexual do adulto;
Jogo perverso, baseado em relação de poder;
Combina aspectos físicos e psicológicos;
Os procedimentos podem seguir um crescente de aproveitamento da vítima.
Andresa Brito
2.7.3 Coisificação da vítima
As famílias apresentam nítida dificuldade de identificar o que acontece; ignoram os sinais.
Ocultação dos sinais
Negar o significado; barganhar: o pedido para não contar a ninguém para evitar retaliações.
Com o enfraquecimento do elo entre crianças e progenitores, em muitas situações o incesto ocupa papel de estabilizador nas famílias.
Andresa Brito
2.7.3 Coisificação da vítima
O drama de quem recebe a falsa acusação de violência sexual, ficando sujeito a transtornos:
Psicológicos: raiva, ansiedade, estado depressivo, redução da autoestima, transtornos de sono e outros.
Sociais: manifestação de comportamentos evitativos; rejeição pelos amigos e conhecidos.
Familiares: afastamento da criança, de outros filhos, do cônjuge; proibição legal de realizar visitas.
Andresa Brito
2.8 Após a ocorrência
Insensibilidade e falta de cuidados de muitos médicos no exame de corpo de delito
Despreparo de médicos, psiquiatras e psicólogos: conversam com a vítima sem considerar a angústia em que se encontram.
Autoestima diminuída: recomenda-se acompanhamento psicológico e multidisciplinar.
Andresa Brito
2.9 Mídia e Vítima: inimiga ou aliada?
Meios de comunicação muitas vezes criam ou reforçam a percepção que a população tem do crime e o papel que a sociedade atribui à vítima.
Em geral o espaço dedicado ao criminoso é maior do que o da vítima.
Divulgação sensacionalista contribui para a banalização do crime e da vítima.
Revitimização pela mídia.
Andresa Brito
3 As Instituições de Exclusão
São aquelas criadas, mantidas e desenvolvidas para separar, da sociedade maior, grupos de indivíduos cujos comportamentos possíveis ou manifestos não condizem com as normas predominantes.
Letícia Siqueira
3.1 Um breve olhar social
O crime produz sentimentos de vingança pública
A lei surge para dirigir, limitar: ao mesmo tempo em que castiga, poupa o criminoso da cegueira que o ódio impõe
Sociedade percebe tais instituições de diversas formas: piedade, raiva, medo, indignação, curiosidade, aversão
Letícia Siqueira
3.2 A arquitetura e o espírito 
As instituições são, em primeiro, edificações. Os espíritos dos que nelas se encontram refletem, em alguma medida sua arquitetura.
Novo espaço= Nova figura.
 Um dos elementos notáveis nesse processo é a linguagem.
Letícia Siqueira
3.3 Linguagem: a recriação do indivíduo
O indivíduo leva para a Instituição sua linguagem, construída na rua, no trabalho e no lar ;
Fenômenos marcantes de Aquisição de Linguagem : 
 -A incorporação de inúmeros vocábulos até então desconhecidos;
 - A construção de novos tipos de pensamentos.
Letícia Siqueira
3.4 O novo campo de forças: o poder do grupo
No interior do sistema de exclusão, que tira o indivíduo de uma sociedade e coloca-o em outra, modifica-se radicalmente o campo de forças.
Admitindo-se a opção pelo grupo de colegas, surgem as forças que contribuem para:
-Manter o indivíduo no grupo;
-Assegurar a transformação de linguagem;
-Estabelecer a liderança.
Marcos Souza
3.4 O novo campo de forças: o poder do grupo
Forças Notáveis:
A força do líder: Alimentada pelo grupo. Seu poder devida de várias fontes. Três delas destacam-se -> a economia, a física e o carisma.
A força da coesão: O aumento da coesão com do grupo fortalece a liderança, e com isso, se estabelece um mecanismo de feedback.
Pertencer a um campo de forças traz consequências importantes, como:
O indivíduo assume a linguagem do grupo;
O indivíduo passa a compartilhar os valores do grupo;
As expectativas alteram-se para se tornar condizentes com os objetivos do líder ou do grupo;
Modifica-se a estrutura de crenças.
Marcos Souza
3.4 O novo campo de forças: o poder do grupo
Participam outros atores:
Os familiares;
Amigos e interessados nos excluídos;
Os que trabalham na Instituição.
Instituições com seus mecanismos de repressão e socialização 
 X 
 Os excluídos, com seus valores e objetivos próprios
Marcos Souza
3.5 As antigas fronteiras: limitações às trocas
O indivíduo está dentro, porém, as fronteiras do antigo sistema em que se acomodava avançam além dos muros, para incluir seus familiares e amigos.
Distanciamento psíquico, resultante da transformação das pessoas que permanecem fora das Instituições:
Marcos Souza
 Crianças desenvolvem-se e mudam radicalmente;
Um idoso cheio de energia;
Os eventos do ciclo vital se sucedem;
O cônjuge assume novas responsabilidades e compromissos, e ainda que se mantenha fiel, adquire nova visão de mundo que afeta suas crenças e comportamentos.
3.5 As antigas fronteiras: limitações às trocas
O que se encontra externo pode idealizar o interno e vice-versa; o ideal, um dia, sofrerá o impacto do real.
 - Síndrome de readaptação 
 Risco do rompimento unilateral da fronteira;
 - O que fica transforma seu subsistema e busca outras soluções para uma nova visão de mundo; o que foi retirado fica à mercê dessa decisão e, quando retornar ao sistema anterior, encontrará, talvez, fronteiras pouco ou menos permeáveis e reativas ao seu re-ingresso.
Marcos Souza
3.6 Valores, crenças e esquemas de pensamento
Independentemente de suas crenças, os esquemas de pensamento sofrerão transformações inevitáveis porque os estímulos proveniente do ambiente serão modificados.
O dano ao esquema de domínio pessoal segue uma trajetória que pode ser descrita:
 - ao ser escolhido à instituição de exclusão, o indivíduo perde a chance de manter-se reconhecido como especialista naquilo que conhecia;
 - associado a esse fato, o indivíduo perde o domínio do uso do tempo;
 - à perda de perícia o indivíduo adiciona a compreensão da inutilidade de seus conhecimentos anteriores;
 - de maneira geral, desaparece o espaço privado e este tem que ser reconstruído com artifícios psicológicos;
 - quanto maior for essa perda, tanto mais os valores, crenças e esquemas de pensamento serão os do grupo.
Marcos Souza
3.6 Valores, crenças e esquemas de pensamento
Preservação do domínio dos sentimentos é o que se solicita das instituições.
O objetivo maior que pode dirigir uma Instituição de Exclusão é tornar-se desnecessária ou, no mínimo, superar seu grande dilema: uniformizar ou criar individualidades, com respeito à subjetividade
de cada um.
Aquele que, em uma primeira vez, chegou anônimo, retorna etiquetado, socialmente rotulado; espera-se que atue para confirmar o rótulo.
Marcos Souza
Conclusão
Vítimas, delinquentes e todos os que julgam, direta ou indiretamente , recebem criteriosa análise de suas participações nos processos jurídicos e nas instituições de exclusão, por meio das quais separam-se pessoas do convívio social.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais