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Semiologia II - Nervos Cranianos

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Semiologia II
Nervos cranianos
I – Nervo olfatório (sensitivo)
Origem: encéfalo
Teste: tampar uma narina do paciente, e aproximar o cheiro da outra narina. (Oferecer cheiros como café, chocolate, canela... não pode ser cheiros fortes como éter, entre outros.)
→ pode sugerir Parkinson
Alterações que podem ser encontradas: 
- Anosmia: paciente não sente cheiro
- Hiposmia: paciente sente pouco cheiro
- Hiperosmia: paciente sente muito mais cheiro de um lado do que do outro
- Parosmia: paciente tem percepção errada do estímulo (sente cheiro de outra coisa e não da que está realmente cheirando)
- Cacosmia: paciente sente cheiro desagradável sem estímulo (ex: sinusite purulenta)
II – Nervo óptico (sensitivo)
Origem: encéfalo 
Teste de acuidade visual: coloca-se o quadro Snellen a 6 metros do paciente, e ele lê as linhas. Se ele ler com nitidez, sua acuidade visual está normal.
Teste de campo visual: tampa-se um olho do paciente e ele olha para mão do médico posicionada no campo visual do paciente, o médico mexe as mãos a fim de testar se o paciente vê no campo visual dele. 
Lesões do nervo óptico: 
- Hemianopsia homônima: lesiona o mesmo lado (lesão do trato)
- Hemianopsia heterônima: lesiona lados diferentes (lesão de quiasma)
→ Fundo de olho: 
	- Papiledema (não tem contorno de papila, contorno borrado): hipertensão craniana
	- Palidez no fundo de olho: atrofia do nervo óptico
III – Nervo oculomotor, IV – Nervo troclear e VI – Nervo Abducente
Todos relacionados a movimentação do globo ocular, sendo que:
- o III é responsável pelos músculos reto medial, reto superior, reto inferior, elevador da pálpebra superior e oblíquo inferior. Ou seja, se lesionar esse nervo, o olho “apontará” para fora, para a parte mais lateral, formando um estrabismo divergente. O nervo III também é responsável pela miose e por levantar a pálpebra, ou seja, nervo lesionado o olho ficara em midríase e a pálpebra ficara caída (ptose palpebral)
- o VI é responsável por inervar o músculo reto lateral, ou seja, se lesar esse nervo, o olho tenderá a “apontar” para dentro, formando um estrabismo convergente. 
- A lesão do nervo IV vai impedir o paciente de olhar para baixo sem virar a cabeça. Por exemplo, o paciente terá dificuldade de descer uma escada por não conseguir virar o olho para baixo. 
(Tudo no corpo é equilíbrio, se temos um músculo de cada lado para manter nosso olho reto, e o músculo medial para de funcionar, só o músculo lateral vai fazer seu papel, “puxando” o olho para seu lado e não terá o outro lado para balancear. Isso também ocorre no caso da ptose palpebral e da miose. Se não temos como fazer a miose, ficaremos em midríase constante, se não temos o músculo para levantar a pálpebra, ela ficará caída).
OBS: diabético pode apresentar ptose palpebral e midríase, mas não é problema no nervo. Se estabilizar a glicemia, os sintomas desaparecem.
Síndrome de Horner: 
Ptose palpebral
Midríase
Enoftalmia (afundamento do globo ocular)
Anidrose (ausência de suor, o paciente transpira só de um lado da face)
V – Nervo trigêmeo (sensitivo na face, motor na mastigação)
Origem: ponte 
Ramos: oftálmico, maxilar, mandibular.
Teste: verificar se o paciente contrai o músculo masseter igualmente nos dois lados e se a boca abre centralizada.
Em caso de lesão, a mandíbula abre desviada para o lado bom, hipoanestesia ou anestesia da face.
VII – Nervo facial
Origem: ponte
Lesão: alteração do paladar no lado comprometido e paralisia do lado afetado, lado comprometido caído.
Sinal de Bell: ao fechar o olho, o paciente deixa uma parte da esclera aparecendo. Isso sugere lesão periférica do nervo causada por vírus. Se a lesão durar por mais de 10 dias, a causa não é viral e precisa ser investigada.
Síndrome de Hamsay-hunt:
Paralisia facial periférica associada a otite (herpes zoster)
Tem sinal de bell
VIII – Nervo vestíbulo-coclear
Equilibrio: 
Teste de Romberg: paciente fica em pé, com os braços ao longo do corpo e de olhos fechados para avaliar o equilíbrio. O paciente cai para o lado afetado. Em caso de problema na propriocepção, o paciente cai para vários lados.
Audição: 
Teste de Rinner: O teste de Rinne compara a percepção dos sons transmitidos pelo ar ou através da condução óssea. É realizado ao se colocar um diapasão no processo mastoide até que o som não seja mais ouvido pelo paciente. Em seguida, após o paciente confirmar que não escutou mais o som, o diapasão é colocado imediatamente ao lado do ouvido a ser testado. Num exame normal, o som é audível quando o diapasão é colocado ao lado do ouvido.
Teste de Weber: No teste de Weber um diapasão é batido e o tronco do bastão é colocado no topo do crânio do paciente - em igual distância das orelhas do paciente
	- Perda auditiva condutiva unilateral: Um paciente com perda auditiva condutiva unilateral deve ouvir o diapasão com mais intensidade no lado da orelha afetada. Isto acontece porque o problema de condução mascara o barulho do ambiente da sala, ao passo que a orelha interna que funciona bem recebe o som através dos ossos do crânio, gerando a percepção do som se torna mais intenso do que o da orelha não-afetada.
	- Perda auditiva neurossensorial: Um paciente com uma perda auditiva neurossensorial unilateral escutaria o som mais intensamente na orelha não-afetada, porque a orelha afetada é menos efetiva em absorver o som mesmo que ele seja transmitido diretamente por condução para o ouvido interno.
IX – Nervo Glossofaríngeo e X – Nervo Vago
IX → inerva o palato, faringe superior e reflexo do engasgo (via eferente)
X → faringe inferior, pregas vocais, reflexo do engasgo (via aferente) 
São examinados juntos, pois, ambos inervam a cavidade oral, faringe. 
Teste: utiliza-se uma lanterna e um abaixador de língua, o paciente abre a boca e diz “aaaa...”, se a úvula não estiver centralizada, o nervo foi lesionado. A úvula desvia para o lado bom (sinal da cortina). Também se encosta o abaixador na úvula para avaliar o reflexo do engasgo, se o paciente não fizer ânsia, há alguma lesão. 
Alterações: 
- Disfagia: dificuldade para engolir
- Disfonia: alteração ou enfraquecimento da voz, rouquidão 
XI – Nervo Acessório
Teste: pedir ao paciente que movimento o ombro e pescoço (que são áreas inervadas por esse nervo), colocar contra resistência para ver se tem força
XII – Nervo Hipoglosso
Inervação da língua.
Alterações: 
- Disfagia (dificuldade para engolir)
- Disartria (distúrbio na articulação da fala)
- Atrofia e desvio da língua 
- Fasciculações da língua (contração muscular pequena, local, momentânea e involuntária)
- Atrofia da língua com desvio para o lado paralisado

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