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USO DA URÉIA NA ALIMENTAÇÃO DE BOVINOS

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USO DA URÉIA NA ALIMENTAÇÃO DE GADO DE CORTE 
 Os gastos com alimentação são muito altos na produção animal, e é necessários sempre buscar alternativas para isso, a uréia é um exemplo, pois ela tem a função de fornecer nitrogênio na forma não proteica, a fim de reduzir a quantidade de proteína verdadeira na dieta, que é a parte mais cara da ração.
 Seu uso começou durante a 1ªGM (1914 – 1918), na Alemanha, pela dificuldade de obtenção dos alimentos proteicos convencionais, onde faltava farelo de soja para alimentar os animais. 
 Destaca-se como fonte de nitrogênio não-proteico, sendo bastante utilizada na alimentação de ruminante, importante pois à medida que o farelo de soja tem 45 % de PB, a uréia tem 280% de PB, pois tem 45% de nitrogênio, sendo mais barata em reais por unidade de proteína, uma vez que no rúmen é convertida a aminoácidos.
- Baixa aceitabilidade - Alta solubilidade - Alta toxicidade
 METABOLISMO DA URÉIA 
 Os microrganismos do rúmen têm a capacidade de transformar o nitrogênio da dieta, em aminoácidos e portanto em proteína de boa qualidade, porém esta capacidade das bactérias para utilizarem o nitrogênio não proteico (NNP) vai depender da quantidade e do nível de degradação da energia fornecida e da capacidade de crescimento da população de microrganismos 
 As bactérias preferem sintetizar proteína a partir de aa já prontos, porém dentre elas as celuloliticas tem maior capacidade de usar a ureia comparada as aminolíticas.
 Quando a ureia alcança o rúmen, ela é rapidamente desdobrada em NH3 e CO2 pela enzima urease, produzida pelas bactérias e a NH3 é utilizada para a síntese de sua proteína microbiana juntamente com uma fonte de energia (celulose das forragens ou amido do milho)
 A proteína microbiana é degradada no abomaso e absorvida no ID
 O fígado também sintetiza ureia (ciclo da ureia), a qual parte volta ao rúmen pela saliva e parte é excretada pela urina.
FATORES NECESSÁRIOS AO USO 
● Exista proteína verdadeira na dieta
● Boa fonte de carboidratos de rápida fermentação/ degradação no rúmen, fundamental, pois se não há energia as bactérias não usam a NH3.Esta fonte de carboidratos deve fornecer energia de forma sincronizada com a ureia (muito solúvel, produz amônia muito rápido). Ao fornecer ureia, a absorção é alta e rápida, sendo que em 2h toda ela já foi convertida em NH3, deve existir então uma fonte de CHO de mesma característica, sendo que:
Carboidratos estruturais (celulose e hemicelulose) não são adequados, pois são lentamente digeridos.
Carboidratos não estruturais são indicados, sendo que o amido (milho) é bom, liberando energia proporcionalmente à uréia, porém a sacarose da cana-de-açucar e melaço é extremamente rápida, mais prontamente disponíveis, se adequando melhor
● Adição de fonte de enxofre (S) a uréia para a síntese de aminoácidos sulfurados (cistina, cisteína e metionina) no rúmen, na relação N:S entre os limites de 10:1 a 15:1 .Ou seja relação ureia: sulfato de amônia ( 9:1) 
 - Fontes de S : sulfato de cálcio (17% de S) e sulfato de amônio (24% de S)
● Usar a quantidade correta, até 2,5% da MS do concentrado, para dietas com até 50% de concentrado
● Parcelar o fornecimento (2-3x/dia)
● Homogeneizar corretamente a mistura a ser fornecida
● Realizar um período de adaptação, a fim de que a flora ruminal se adapte, multiplicando as bactérias que utilizam à ureia, o ideal é que seja feita em 3 semanas. Na primeira 1/3 do volume final, na segunda 2/3 e na terceira o total desejado
A ureia em excesso no sangue, irá se distribuir por todos os órgãos podendo causar alterações. No útero maiores quantidades de ureia aumentam o pH o qual interfere, reduzindo a nidação, implantação do embrião no útero.
As concentrações refletem-se nas fezes, urina e principalmente no leite.
Excessos de ureia no leite podem significar duas coisas:
Excesso de proteína bruta na dieta (17%normal), a qual não é totalmente utilizada pelas bactérias
Baixa quantidade de carboidratos fermentáveis, o que faz com que falte energia e as bactéria não utilizem corretamente a uréia e proteina
INTOXICAÇÃO POR URÉIA
Em casos em que as medidas necessárias não foram adotadas e houve ingestão excessiva de uréia, pode ocorrer intoxicação (pouco CHO, não misturou, um animal comeu mais, não adaptou, etc). É importante lembrar que a amônia/uréia é básica, e portanto irá levar a um quadro de alcalose ruminal.
Sinais Clinicos:
● Agitação ●Salivação em excesso ●Falta de coordenação ●Tremores musculares 
● Micção e defecação freqüentes ● Respiração ofegante ●Timpanismo 
 *há uma tentativa de eliminar a ureia na saliva, urina e fezes
Tratamento: 10 a 12 litros solução de vinagre comercial (ácido),não pode ser puro, para reduzir o pH ruminal, pois quanto mais básico o pH, maior a hidrolise de ureia e absorção de amônia, assim evita-se pelo menos a absorção de mais dela. Não puxe a língua do animal para dar o vinagre, com isso, se evita que o vinagre vá para o pulmão do animal e o asfixie. 
 SISTEMAS DE ALIMENTAÇÃO COM UREIA
 Sal Mineral + Ureia 
Importante para época da seca, porém é fundamental que haja disponibilidade de matéria seca (3.500 kg de MS/ha), mesmo que seja pasto com alto teor de lignina e celulose.
 O que acontece é que o pasto tem redução de proteína na seca, porém a quantidade de energia é sempre a mesma (um pouco menos disponível apenas), pela menor quantidade de conteúdo celular. Caso a PB da dieta seja menor que 7% para a multiplicação bacteriana. É importante então fornecer ureia, como fonte de proteína.
 A ureia é amarga, pouco palatável, assim é necessário usar palatabilizantes (melaço, farelo de arroz, farelo de milho).
Exemplo desta mistura: 40% ureia + 50% sal mineral + 10% fubá (BAIXO CONSUMO)
 IMPORTANTE ·
●Mistura bem homogeneizada;
●Boa dimensão (5 a 10 cm por animal) e distribuição dos cochos e em locais estratégicos (próximos de bebedouros e cobertos, ligeiramente inclinados, com furos nas extremidades, para evitar que a chuva molhe a mistura e a água se acumule nos cochos- chuva empedra, animal não come).
●Colocar a mistura nos cochos no mínimo duas vezes por semana, sem enchê-los muito (reduz desperdício, maior contato com os animais, por estar mais vezes tratando)
●Não deixar faltar mistura para os animais, caso contrário, os animais terão que ser adaptados à mistura novamente ·
●Não fornecer a mistura a animais em jejum, famintos, cansados ou depauperados; ·
●Deve-se conhecer o consumo médio da mistura por animal, para, se necessário, intervir no fornecimento de algum dos componentes da mistura.
●Parcelamento reduz a toxicidade
 MISTURA MÚLTIPLA 
A mistura múltipla (também chamado de sal proteinado) é uma associação de uréia, minerais, fontes de proteína verdadeira, energia e sal comum. Tem milho, soja, sulfato de amônio, sal e uréia. Feita de forma balanceada, para suplementar ruminantes nas épocas de seca e das águas, em substituição ao sal mineral, porém com um consumo maior: 300 kg de peso vivo deveria consumir 300 g de sal proteinado por dia. (recomendação: época seca) 
 Neste o animal consome de 400g até 1 Kg aproximadamente, sendo que o ganho geralmente equivale a metade da quantidade de mistura fornecida (800g/dia de consumo e GPD de 400g). A partir de certa quantidade, será concentrado (ex: 4Kg), no qual não irá compensar financeiramente, pois o animal deixará de aproveitar o pasto e apenas consumirá concentrado. Ganho de 300-400 g na seca é o ideal.
Sal mineral já esta incluso na mistura
Mesmas recomendações que o sal mineral + uréia
Uréia e sal limitam o consumo !
URÉIA + CANA-DE-AÇÚCARUréia não deve ultrapassar 2,5% da MS dos concentrados
 A cana é vantajosa pela elevada produção por hectare (mais de 120 t/ha) em uma única colheita e exatamente no período de baixa disponibilidade de pasto, ela dispensa qualquer processo de conservação (o ideal é cortar em um dia e triturarno outro, pode fazer silagem), possui elevado conteúdo de sacarose (fonte de carboidrato não estrutural) no colmo, mantendo um bom valor nutritivo por um período de tempo.
Entretanto possui baixo teor de proteína, e assim a associação com uréia é vantajosa.
 Adição de 1 kg de uréia para cada 100 kg de cana-de-açúcar (peso fresco), o teor de PB na forragem é aumentado de 2-3% para 10-12% na MS. Adicionar enxofre também.
Para fornecer, primeiro preparo da mistura uréia e fonte de enxofre (9:1), faz a colheita da cana-de-açúcar (corte no dia anterior) e mistura-os, sendo que misturar a ureia em água facilita o processo. 1KG de uréia em 4L de agua.
RECOMENDAÇÕES 
- Usar variedades de cana-de-açúcar produtivas, com altos teores de açúcar; 
- Após a colheita, não estocar a cana por mais de dois dias;
- Efetuar a picagem da cana no momento de fornecer aos animais;
 - Usar uréia mais fonte de enxofre nas dosagens recomendadas
 - Limpar os cochos todos os dias e eliminar sobras do dia anterior;
 - Manter água e sal mineral à disposição dos animais, à vontade;
 - Misturar uniformemente a uréia + fonte de enxofre à cana picada, para evitar riscos de intoxicação; 
- Cochos : 0,6-0,7 m animal 
CAPIM PICADO + URÉIA 
Quando se trata de capim de corte (picado), deve-se empregar a metade da dose recomendada para a cana-de-açúcar. Não tem resultado tão satisfatório, pois o capim tem pouco carboidrato não estrutural/solúvel, portanto dificulta o uso/absorção da uréia, convertendo-a a proteína
SILAGEM + URÉIA 
Adicionada no momento de ensilagem, se o teor de matéria seca da forragem a ser ensilada, situar-se em torno de 30% a 35%, sendo mais indicado para silagem de milho e sorgo. 
 Para a silagem de capim-elefante, não se recomenda o uso de uréia, pois seria necessário desidratá-lo até 45% de matéria seca, o que é difícil de ser realizado na fazenda. Ter enxofre.Para cada 1 Kg de uréia na dieta, retira-se 7 Kg de farelo de soja.
 *aa essenciais
A uréia pode ser agrícola ou pecuária (esta é menos contaminada com nitrito e nitrato, mais pura), e ainda existe a uréia protegida/ de baixa degradação, a qual tem solubilidade mais baixa, liberando amônia mais lentamente, o que diminui o risco de intoxicação.
A preferencia bacteriana é por CNE (amido), portanto se aumentar muito a quantidade de CNE na dieta, os CE acabam sendo deixados de lado, não sendo aproveitados, pois é uma energia menos disponível. Entretanto CNE em pequenas quantidades aumentam a digestibilidade de CE (fibra - celulose e hemic.)

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