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O instituto da responsabilidade civil no Código Civil de 2002

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O instituto da responsabilidade civil no Código Civil de 2002
Samuel Henderson Pereira Lopes
 
 
   
 
Resumo: O presente artigo cientifico, aborda de maneira clara e concisa o tema da responsabilidade civil, que hoje é um dos assuntos mais importantes do Direito contemporâneo. O trabalho irá estudar de maneira mais especificada, os tipos de responsabilidade existentes na nossa legislação, bem como suas espécies, destacando-se a reparação por danos materiais e tão comentado Dano moral, enfrentando suas nuances e dificuldades, alem é claro da sua aplicação e quantificação.
Palavras-chave: 1-responsabilidade civil 2-reparação 3-dano moral 4-dano material.
INTRODUÇÃO
O código civil de 2002, veio tratar o tema da responsabilidade civil com bem mais intensidade do que o código de 1916, embora sem a amplitude desejável, consolidou a matéria e foi determinante para sua aplicação nos juízos nacionais.
Juntamente com a Constituição consolidou o denominado dano moral, difundindo seu uso e aplicação, já a muito tempo reclamados pela doutrina e jurisprudência.
Ordinariamente tratou do tema primeiramente na parte geral do código civil, em seu art. 186:
“Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”[1]
A responsabilidade civil, busca a partir de um ato ilícito(regra) ou ilícito, restaurar um equilíbrio moral e patrimonial desfeito, tutelando a pertinência de um bem.
Assim, a responsabilidade civil decorre normalmente de um ato ilícito violador do direito, no entanto, poderá haver responsabilidade civil decorrente de ato licito, desde que haja expressa previsão legal.
É objetivo da responsabilidade civil, restituir o dano por completo, sendo hoje dominante o principio da restitutio in integrum, ou seja, a reposição completa da vitima a situação anterior a lesão, por meio de uma reconstituição natural, buscando uma situação material correspondente ou por uma indenização mais próxima possível o valor do prejuízo.
Por se tratar de violação de regras de direito privado, a obrigação de reparar o dano é uma sanção civil, cujo objetivo é o interesse particular, que é por natureza compensatória, abrangendo relações contratuais ou extracontratuais, licitas ou ilícitas.
Assim, tem a responsabilidade civil basicamente duas funções:
- garantir o direito do lesado a segurança;
- servir como sanção civil de natureza compensatória, mediante a reparação do dano causado a vítima, punindo o lesante e desestimulando a pratica de atos lesivos.
Este trabalho, tem por objetivo abordar o tema da responsabilidade civil sob várias nuances, estudando principalmente os tipos de responsabilidade, as espécies de responsabilidade e seu tratamento dado no Código Civil de 2002 e na Constituição Federal.
1 HISTÓRICO DA RESPONSABILIDADE CIVIL
Nos primórdios das civilizações predominava o sistema da vingança coletiva, que se caracterizava pela vingança da comunidade e desproporcional ao autor da conduta lesante.
Após esse período, evoluiu-se para uma reação individual, privada, principalmente sob o fundamento da lei de Talião, com o dito, olho por olho, dente por dente.
Nesse período a responsabilidade era objetiva, ou seja, não dependia de culpa, apresentando-se apenas como uma reação ao lesado contra a causa aparente do dano.
Com o advento das legislações da Roma antiga, esse sistema muda, principalmente com a lei das XII tabúas, nascendo a responsabilidade subjetiva, com a reparação do dano através da pecúnia, impondo-se contra o patrimônio do lesante, o ônus da reparação.
Nessa época , desconhecia-se a classe de direito(direitos individuais e personalidade), desta feita a proteção da personalidade era assegurada pela actio injuriarum. No entanto, essa proteção não atingia todas as pessoas, visto que o escravo não possuía a honra civil, pois como não gozava de liberdade, não tinha a qualidade jurídica de pessoa, podendo suportar qualquer injuria, e somente em casos extremamente graves, quando a lesão atingisse indiretamente seu próprio dono, é poderia configurar a injuria.
Ressalte-se, que até esse momento, a legislação da Roma Antiga não havia feito a distinção entre a sanção penal e sanção civil, na medida que, ambas se confundiam.
Pablo Stoze afirma que a edição da Lex Aquilia, foi um marco na evolução histórica da responsabilidade civil, pois sua importância foi tão grande que deu nome a nova designação da responsabilidade civil delitual ou extracontratual.
Somente na idade média, foi idealizado a distinção técnica entre dolo e culpa stricto sensu, aquela oriunda da imprudência, negligência ou imperícia.
Já no século XVIII, a responsabilidade civil também evolui em relação ao seu fundamento, baseando-se não apenas da culpa do agente, hipótese que será subjetiva, alcançando situações de risco, caso em que será objetiva, independente de culpa, determinada em algumas situações previstas em lei.
Venosa:
“Acrescente-se que o instituto da responsabilidade civil é algo contemporâneo, pois surge pela primeira vez no final do século XVIII, no âmbito do direito revolucionário francês. Sua primeira formulação expressa esta no código civil Francês, espalhando-se daí para todas as codificações anteriores”[2].
Insere-se que o instituto da responsabilidade civil, mesmo de natureza recente, tem se desenvolvido muito rapidamente, principalmente no último século, de modo que o dever de indenizar ampliou-se de maneira considerável, abarcando um maior numero de situações, recompondo o dano.
2 RESPONSABILIDADE PENAL x RESPONSABILIDADE CIVIL
A pessoa humana tem plena liberdade para atuar, a seu livre-arbitrio, fazendo tudo aquilo que a lei não proíbe. O exercício dessa liberdade conferida pela ordem jurídica importa na produção de relações e situações jurídicas suscitadoras de efeitos na esfera jurídica alheia.
Por vezes, esses efeitos se manifestam sob a forma de injúria contratual, quando o dever violado se funda no contrato, ou injuria extracontratual ou aquiliana, quando decorre da lei.
Dependendo dos valores sociais envolvidos, o bem vulnerado pela ação reclamará sanção penal ou civil. Se a valoração social da conduta for vultosa, essa responsabilização constituirar-se em violação a ordem penal, que é sempre numerus clausus, reclamando a adequação da ação a uma figura típica prevista em lei penal, conduta típica, cuja sanção normalmente é a pena de privação de liberdade.
Venosa, ressalta outra particularidade da diferença entre a responsabilidade civil e a responsabilidade penal:
“O direito penal apensas considera a responsabilidade direta, isto é, do causador do dano ou da ofensa, do transgressor da norma. O Direito Penal pune somente perante a culpa ou o dolo. No Direito Penal, a noção de punição de terceiro não participante da conduta é, em principio, completamente afastada no direito moderno, embora doutrinas modernas já acenem com revisão desse conceito, principalmente em crimes ecológicos.”[3]
Em análise, constata-se que o direito penal só considera relevante a sua causa, as condutas ensejadas de dolo ou culpa, ou seja, a vontade livre e consciente de produzir um resultado ou a negligencia, imprudência e imperícia para a formação da culpa. Ao contrário o direito civil encarrega-se de abarcar outras condutas desde que essas causem prejuízo a outrem.
Para o Direito Penal, a ação é considerada um ato anti-social de grande gravidade, pois pode desequilibrar a harmonia e o equilíbrio da ordem social, por atingir bens jurídicos relevantes como a vida e a integridade física.
 Quando este dever decorre do principio geral de ordem social de respeito a esfera jurídica alheia, resultando tais violações em prejuízo a terceiro, o autor fica responsável pela reparação civil, de cunho moral ou material.
Bittar, faz um paralelo entre a responsabilidade civil e penal:
“A reparação representa meio indireto de desenvolver-se o equilíbrio as relações privadas, obrigando-se o responsável a agir, ou a disporde seu patrimônio para a satisfação do direito dos prejudicados. Já a pena corresponde a submissão pessoal e física do agente, para a restauração da normalidade social  violada com o delito, pois o “principio que governa toda essa matéria é o do neminem laedere – um dos princípios gerais  do direito  - consoante o qual a ninguém se deve lesar, cujos efeitos em concreto se espraiam pelos dois citados planos, em função do interesse violado ( de pessoa, ou de pessoas, de um lado; da sociedade ou da coletividade, de outro ) e conforme a técnica própria dos ramos do direito que a regem, a saber: a) Direito civil (para as violações privadas) e b) o Direito penal (para a repressão pública)”[4]. 
Neste aspecto, a responsabilidade civil, visa preservar as repercussões do delito civil no âmbito do patrimônio econômico ou moral da pessoa atingida pela atuação anti-juridica, que não perverte nem ameaça a segurança social.
Como escopo, este trabalho, irá abordar o tema da responsabilidade aquiliana, ou seja extra-contratual, além de tecer um comentário acerca da responsabilidade objetiva, sob a ótica do código civil brasileiro.
3 CONCEITO DE RESPONSABILIDADE CIVIL.
O conceito de responsabilidade civil não é unânime, no entanto Maria Helena Diniz conceitua como:
“A responsabilidade civil é a aplicação de medidas que obriguem uma pessoa  a reparar dano moral ou patrimonial causado a terceiros, em razão de ato por ela mesma praticado, por pessoa por quem ela responde, por alguma coisa a ela pertencente ou de simples imposição legal.”[5]
   O ato ilícito constitui assim violação à lei ou contrato, é ato material (ato ou omissão), portanto, delito civil ou criminal. O Código Civil de 2002, define ato ilícito como ação ou omissão voluntária, negligência, ou imprudência que viola direito ou causa prejuízo a outrem. Deste ato antijurídico, decorre a responsabilidade ao agente que o praticou, ou seja, a responsabilidade é uma conseqüência da prática do ato ilícito. Esta pode ser legal, quando é imposta por lei, caso o ato jurídico seja decorrente de violação da lei, ou contratual, se decorre de convenção entre as partes.
 A responsabilidade é então a obrigação de dar, fazer ou não fazer alguma coisa, de ressarcir ou reparar danos, de suportar sanções penais, exprimindo sempre a obrigação de responder por alguma coisa.
Portanto, a responsabilidade é o dever contraído pelo causador da ameaça de dano (dano consubstanciado), de assumir perante a esfera pública, seja judicial ou extrajudicialmente, o prejuízo decorrente de seus atos. Responsabilidade civil é a obrigação que o agente tem de ressarcir e reparar os danos ou prejuízos causados injustamente a outrem.
Essa obrigação quase sempre acarreta um ônus ao agente do dano, mediante indenização, podendo recair sobre o sujeito passivo da relação originária ou sobre algum terceiro.
Quando a responsabilidade decorre de ato próprio, é chamada de  responsabilidade direta, quando decorre de ato ou fato alheio a sua vontade, mas de algum modo sob sua proteção ou vigilancia é denominada indireta. Pode-se então dizer que responsabilidade civil é a obrigação de compor o prejuízo ou dano, originado por ato do próprio agente (direta) ou ato ou fato sob o qual tutelava (indireta), e ainda que sua obrigação deve ser assumida diante do Poder Judiciário.
4 CLASSIFICAÇÃO DAS ESPECIES DE RESPONSABILIDADE CIVIL
A responsabilidade civil quanto ao fato gerador pode ser contratual, se oriunda de inexecução de negócio jurídico bilateral ou unilateral. Resulta assim de ilícito contratual, ou seja, de falta de adimplemento ou de mora no cumprimento de qualquer obrigação. É violação a norma contratual, estabelecida e convencionada entre as partes.
Um exemplo típico, é a da contratação de um artista para realização de um show, e caso o artista não faça o show como convencionado, a regra é a existência de uma multa, a ser paga pela parte que der causa ao descumprimento.
A responsabilidade quanto ao fato gerador poderá ser também extracontratual ou aquiliana, se resultante do inadimplemento normativo, com a conseqüente prática de um ato ilícito por pessoa capaz ou incapaz. Ë fonte dessa obrigação a inobservância da lei, ou melhor, a lesão a um direito, sem prévio convencionamento entre as partes.
5 TEORIA DA CULPA- RESPONSABILIDADE SUBJETIVA.
A corrente tradicional, tem na responsabilidade civil subjetiva, a base de sua doutrina, exigindo que na espécie o prejudicado prove além do dano, a infração ao dever legal, o vínculo de causalidade, a existência da culpa do sujeito passivo da relação jurídica, ou seja, aquele que prejudica é o único responsável pelo dano.
A responsabilidade subjetiva esta inserida dentro da doutrina de culpa, pois depende da comprovação pelo lesado, da vulneração de norma preexistente e nexo causal entre o dano e a antijuridicidade da conduta do agente.
Sobre a responsabilidade subjetiva, Bittar afirma:
“A noção de responsabilidade civil, dentro da doutrina subjetiva, é o principio segundo o qual cada um responde pela própria culpa – unuscuique sua culpa nocet. Por se caracterizar em fato constitutivo do direito a pretensão reparatória, caberá ao autor, sempre, o ônus da prova de tal culpa do réu.
Todavia, há situações em que o ordenamento jurídico atribui a responsabilidade civil a alguém por dano que não foi causado diretamente por ele, mas sim por um terceiro com quem mantém algum tipo de relação jurídica.
Nesses casos, trata-se de responsabilidade civil indireta, em que o elemento culpa não é desprezado, mas sim presumido, em função do dever geral de vigilância a que esta obrigado o réu”[6].
Como o lesado nem sempre consegue provar esses elementos, dificultando a formação do convencimento do juiz, a conseqüência para a vitima é que a mesma remanesce não indenizada, posto se admita que foi efetivamente lesada.  Aliais, o grande problema do direito em todos os tempos esta na dificuldade da comprovação das alegações em juízo.
A responsabilidade civil fundada na culpa tradicional não satisfaz e não dá resposta segura à solução de numerosos casos. A exigência da vítima de provar o erro de conduta do agente deixa o lesado sem reparação em grande número de casos. Com esta conotação, a responsabilidade, segundo a corrente objetivista, deve surgir exclusivamente do fato. É esta, atualmente, a conotação adotada.
É fundada na ação ou omissão relevante decorrente de um ato ilícito praticado pelo agente causador do dano. Sua justificativa esta na culpa ou dolo por ação ou omissão, lesiva a determinada pessoa. Desta forma, indispensável para a reparação a prova da culpa do causador do dano.
A culpa poderá ter gradação , sendo grave, quando dolosamente, ou quando houver negligência extrema do agente, não prevendo aquilo que era previsível ao homem comum.
A culpa leve ocorrerá quando a lesão de direito puder se evitada com a atenção ordinária, ou a adoção de diligencias próprias.
A culpa levíssima, é aquela em que a atenção devida é de uma pessoa com especial habilidade e conhecimento singular.
A gradação da culpa serve para ajudar o interprete da lei a aplica-la de maneira mais técnica, adequando o grau de culpa ao valor da indenização.
6 TEORIA DO RISCO – RESPONSABILIDADE OBJETIVA.
A base doutrinária da teoria objetiva tem início no século passado a partir dos estudos do criminalista alemão Karl Biding que no exame ciêntifico da responsabilidade penal, aprofundou o tema também na ótica da responsabilidade civil, tendo identificado, no estudo do código prussiano (1974) e do código austriaco (1811), a repercussão, na esfera cível, de atos que não configuravam delitos criminais pela ausência do elemento de culpa.[7]
Ë a responsabilidade sem culpa, caracterizada como a violação de um dever contratual ou extracontratual, independente de culpa, sendo assim objetiva, baseando-se na atividade licita ou no risco com o intuito de permitir ao lesado, devido a dificuldade da prova da culpa, a obtenção de meio a reparar os danos experimentados.
Por essa teoria, mesmoque sem culpa, o agente deve ressarcir o prejuízo causado, por que sua responsabilidade é imposta por uma previsão pela lei. Trata-se de obrigação legal, numerus clausus, que requer sempre uma hipótese prevista na lei.
A responsabilidade fundada no risco, consiste assim, na obrigação de indenizar o dano produzido por atividade exercida no interesse do agente e sob seu controle, sem que haja qualquer indagação sobre o comportamento do lesante, fixando-se no elemento objetivo, isto é, na relação de causalidade entre o dano e a conduta.
Venosa se refere ao tema, afirmando que nesta fase de responsabilidade civil pós-modernidade, o que se leva em conta é a potencialidade de ocasionar danos ; a atividade ou conduta do agente que resulta por si só na exposição a um perigo.[8]
Nestes casos a obrigação de indenizar é imposta a lei a certas pessoas independente da pratica de ato ilícito.
É exemplo desse tipo de responsabilidade na lei brasileira o da responsabilidade do hoteleiro pelo furto de valores praticado por empregados contra hospedes e do banco que paga cheque falsificado.
Entre outras hipóteses, a responsabilidade sem culpa ou objetiva, fundada na teoria do risco se apresenta no Brasil nos seguintes casos, entre as quais: lei de estradas de ferro(lei n- 2.681 de 1912); o código brasileiro do ar ( decreto-lei n- 318, de 1967); lei sobre transporte marítimo (decreto-lei n- 116, de 1967); o código da mineração (decreto lei 277, de 1967).
Este tipo de responsabilidade, embora prevista em lei, deve ser ter sua aplicação técnica, buscando sempre reparar o dano e equilibrar o patrimônio do lesado, sem no entanto tornar inviável a vida econômica do lesante
6.1 RISCO PROVEITO
A  teoria do risco proveito “ principio ubi emolumentum, íbis ius”isto é, a pessoa que se aproveitar dos riscos ocasionados deverá arcar com suas conseqüências.
Esse tipo de responsabilidade começa a ganhar maior importância e estudo na doutrina, pois aumentou sua área de incidência, englobando maiores responsáveis pelos danos, de beneficiários da indenização e de fatos que ensejam a responsabilidade civil.
São pressupostos desse tipo de responsabilidade civil:
- a existência de uma ação, comissiva ou omissiva, qualificada juridicamente, podendo o ato ser licito ou ilícito.
- a ocorrência de um dano moral ou patrimonial causado a vítima por ato comissivo ou omissivo do agente ou de terceiro por quem o imputado responde, ou por um fato de animal ou coisa a ele vinculada. A responsabilidade civil pressupõe um dano, que deve ser certo e determinado.
- nexo de causalidade entre o dano e a ação, ou seja, o vínculo entre a ação e o dano(violação ao direito).
A teoria do risco proveito só se justifica desde que haja proveito/benefício para o agente causador do dano, porquanto, se o proveito é a razão de ser justificativa de arcar o agente com os riscos, na sua ausência deixa de ter fundamento a teoria, e a consequente responsabilização.
7 ESPÉCIES DE DANO
7.1 DANO MORAL
Diz o brocado jurídico, “ a honra e a vida se equiparam” ( Honoris causa et vita aequiparantur).
Antes da Constituição de 1988, o tema da reparação do dano moral ainda era muito controverso sendo poucos os doutrinadores a sustentar tal possibilidade. No tocante a Jurisprudência, somente em 1976, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, em decisão pioneira, assegurou que “ o dano moral é indenizável, tanto quanto o patrimonial”.[9]
Desta feita, o dano moral, para se consolidar no direito nacional teve que enfrentar uma verdadeira batalha, culminando por se explicitar normativamente na Constituição de 1988.
 Ademais, o referido tema teve que enfrentar a máxima de que não é possível compensar a dor moral com dinheiro, tese esta que foi sustentada pelos primeiros doutrinadores contrários a tal possibilidade.
 Passados essa fase, passemos a definir as espécies de dano moral. Yussef Said Cahail, citando Orlando Gomes.
“Afirmando que a lesão ao direito personalíssimo ocorre em duas hipótese. Assim, o atentado ao direito à honra e boa fama de alguém pode determinar prejuízos na órbita patrimonial do ofendido ou causar apenas sofrimento moral. A expressão dano moral deve ser reservada exclusivamente para designar o agravo que não produz qualquer efeito patrimonial. Se há conseqüências de ordem patrimonial, ainda que mediante repercussão, o dano deixa de ser extrapatrimonial”.”[10]
Carlos Bittar, citado por Yussef Said Cahail, afirma:
“qualificam-se como morais os danos em razão de esfera da subjetividade, ou do plano valorativo da pessoa na sociedade, em que repercute o fato violador, havendo-se como tais aqueles que atingem os aspectos mais íntimos da personalidade humana ( o da intimidade e da consideração pessoal), ou da própria  valoração da pessoa no meio em que vive e atua ( o da reputação ou da consideração pessoal).”[11]
Caio Mário:
“assevera que a idéia de reparação, no plano patrimonial, tem o valor de um correspectivo e liga-se a própria noção de patrimônio. Verificado que a conduta antijurídica do agente provocou-lhe  uma diminuição, a indenização traz o sentido de restaurar, de restabelecer o equilíbrio e de reintegrar-lhe a cota correspondente do prejuízo. Para a fixação do valor da reparação do dano moral, não será esta a idéia força. Não é assente na noção de contrapartida, pois que o prejuízo moral não é suscetível de avaliação em sentido estrito. Conseguintemente, hão de distinguir-se as duas figuras, da indenização do prejuízo material e da reparação do dano moral; a primeira é reintegração pecuniária ou ressarcimento stricto sensu, ao passo que a segunda é sanção civil direta ao ofensor ou reparação da ofensa, e por isto mesmo, liquida-se na proporção da lesão sofrida.”[12]
Um dos assuntos mais intrigantes do direto atual, mormente sua aplicação nos tribunais pátrios, é o da justa indenização a vitima. Questiona-se qual o mecanismo utilizado pelo magistrado para garantir ao lesado uma justa indenização?
No tocante a reparação por dano material, essa resposta não é das mais complexas, visto que por ser um dano patrimonial direto, suscetível de apreciação, a mensuração pelo juiz do prejuízo da vitima é de mais fácil constatação e não apresenta grande dificuldade ao judiciário.
O grande problema da quantificação do dano é sua mensuração  para o dano moral, na medida que, sua apreciação não é direta, não apreciável economicamente, envolve valores e situações subjetivas, que por assim dizer é objeto de grandes debates nos tribunais superiores.
Foi com esse objetivo, que o próprio código civil e alguns doutrinadores, formularam diretrizes para auxiliar os magistrados na solução dessa difícil quantificação.
Visando resolver esse problema, Maria Helena Diniz, listou diretrizes que o juiz possa usar para arbitrar o dano moral, entre os quais destaca-se os principais:
“Com isso, propomos as seguintes regras a serem seguidas, pelo órgão judicante no arbitramento para atingir homogeineidade na avaliação do dano moral.
a) evitar indenização simbólica e enriquecimento sem justa causa, ilícito ou injusto a vitima. A indenização não poderá ter valor superior ao dano, nem deverá subordinar-se a situação de penúria do lesado;
b) não aceitar tarifação, porque esta requer despersonalização e desumanização, e evitar porcentagem do dano patrimonial.
c) Diferenciar o montante indenizatório segundo a gravidade, a extensão e a natureza da lesão;
d) Verificar a repercussão pública provocada pelo fato lesivo e as circunstancias fáticas;
e) Atentar as pecuriaridades do caso e ao caráter ant-social da conduta lesiva;[13]
Essas diretrizes não são absolutas, mais visam auxiliar o magistrado a quantificar o dano moral, tornando mais simples e justas a solução dos litígios. Ocorre que muitas vezes os magistrados não analisam essas circunstâncias, tomando decisões distoantes com a realidade, muitas vezes conflitantes e heterogêneas, contribuindo para o que se chamou indústria das indenizações.
7.2 DANO MATERIAL
Conforme afirmado, o dano é um dos pressupostosda responsabilidade civil, contratual ou extracontratual, visto que não poderá haver ação de indenização sem a existência de um prejuízo mensurável juridicamente.
Para que haja o dever de reparar e pleitear a indenização é necessário comprovar a ocorrência de um dano patrimonial ou moral, fundados nos efeitos da lesão jurídica.
Assim, o dano material, corresponde a dano patrimonial, que se apresenta como uma universalidade jurídica constituída pelo conjunto de bens de uma pessoa, que por ser um atributo da personalidade é intangível, embora renunciável. Patrimônio é a totalidade de bens economicamente úteis que se encontram dentro do poder de disposição de uma pessoa.
 Ë a lesão concreta, a um bem, consistente na perda ou deterioração total ou parcial, dos bens materiais pertencentes a vítima, sendo portanto suscetível de indenização pelo agente causador e suscetível de apreciação pecuniária.
O dano material mensura-se pela diferença entre o valor atual do patrimônio da vitima e aquele que o mesmo teria no momento se não houvesse ocorrido a lesão.
São dois os mecanismos que a reparação do dano poderá ocorrer:
- pela reparação natural, ou seja, a restituição do estatu quo alterado pela lesão. Ex: restituição da coisa quando furtada;
- pela indenização pecuniária, caso seja impossível restabelecer a situação anterior ao fato lesivo.
Já para ressarcimento do dano, existem duas formas de reparação pecuniária: o dano emergente e os lucros cessantes:
O dano emergente ou positivo é o dano efetivo no patrimônio lesado, isto é, numa concreta diminuição em seu patrimônio, seja por que se depreciou o ativo, seja por que aumentou o passivo, sendo indispensável que a vitima tenha sofrido um prejuízo efetivo. Estes prejuízos se traduzem em um empobrecimento do patrimônio atual da vitima seja por destruição, deterioração etc... da coisa.
Este tipo de indenização visa restaurar o patrimônio do lesado ao estado em que anteriormente se encontrava.
Já os lucros cessantes  ou dano negativo, é aquilo que o lesado deixou de receber em virtude da ocorrência do dano. Um exemplo clássico é o do taxista que deixa de auferir renda enquanto seu carro esta no concerto, em virtude de uma batida de automóveis. Para que seja exigido o lucro cessante não basta a mera possibilidade de existência, é necessário uma certeza absoluta, uma probabilidade objetiva de que os fatos posteriores iriam ocorrer.
Essa indenização não seria de um dano que iria acontecer, mas de um beneficio perdido, a perda de uma chance, de uma oportunidade, de uma expectativa, que não foi auferida em virtude do dano.
7.3 DANO ESTÉTICO.
Também chamado de dano ao corpo, consiste na violação a integridade corporal e a vida humana, sendo direta e extra-patrimonial, mas que pode indiretamente provocar uma lesão ao patrimônio, consistindo em um dano emergente ou em lucros cessantes.
Yussef Cahali afirma que:
“todo dano estético, na sua amplitude conceitual, representa um dano moral, devendo como tal ser indenizado; mas o dano moral conseqüente das lesões à integridade físico-psíquica do ofendido não se exaure nas repercussões do dano estético vinculado à deformidade permanente.”[14]
A integridade física é suscetível de apreciação pecuniária, de modo que sua perda deverá ser reparada por meio da indenização competente. Ademais, muito tem se discutido, de qual a natureza jurídica da indenização por danos estéticos. Alguns autores sustentam que irá existir dois tipos de indenização, uma  dor moral(psíquica) e uma estética reparadora. Não existe dúvida de que existem essas duas possibilidades, tanto é verdade que a jurisprudência tem entendido ser possível cumular essas duas espécies de dano. Vejamos:
“INDENIZAÇÃO – Dano moral – Dano estético – Cumulação – Admissibilidade – inteligência dos arts. 1.538 do CC. e 21 do Decreto 2.681/12. A amputação traumática das duas pernas causa dano estético que deve ser indenizado cumulativamente com o dano moral, neste considerados os demais dano à pessoa, resultantes do mesmo fato ilícito. Art. 21 do Dec. 2.681/1912." (9) (Resp 65.393 – RJ – 4ª T. – j. 30.10.1995 – rel. Min. Ruy Rosado de Aguiar – DJU 18.12.1995) (RT 731/226)
"AÇÃO INDENIZATÓRIA – Dano moral e estético – Admissibilidade da cumulação dos pedidos, ainda que derivados de mesmo fato, desde que passíveis de apuração em separado. Ementa da Redação: É perfeitamente possível a cumulação de pedidos indenizatórios por dano moral e estético, ainda que derivados do mesmo fato, desde que passíveis de apuração em separado." (11) (Resp. 116.372-MG – 4ª T. – j. 11.11.1997 – rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira – DJU 02.02.1998 – RT 751/230).
"DANO MORAL. DANO ESTÉTICO MORFOLÓGICO. CUMULAÇÃO ADMISSÍVEL. DOR MORAL E FÍSICA. – "DANO ESTÉTICOSE CONSUBSTANCIA NO FATO DE TER, A VÍTIMA, DEFORMADA SUA MÃO COM A PERDA DE UM DEDO; O DANO MORAL É A DOR QUE ADVIRÁ À VÍTIMA AO LONGO DE SUA VIDA" (TJSP – 4ª C. Dir. Público – Ap. 259.123-1 – Rel. Eduardo Braga – j. 17.10.96)".
Deflui-se com as jurisprudências acima, que a jurisprudência assente nos Tribunais brasileiros reconhece a possibilidade da cumulação do dano moral com o dano estético. Assim, assume o entendimento de que o dano estético não á o mesmo que dano moral, embora ambos sejam indenizáveis e surjam do mesmo fato, o direito a indenização pode ocorrer de duas formas. A moral proveniente da dor psíquica e a estética decorrente do sofrimento da supressão ou deformação de um membro.
CONCLUSÃO
O tema da responsabilidade civil é hoje objeto dos mais diversos debates jurídicos principalmente devido a dilação de sua aplicação e as distorções que se criaram em torno da mesma, gerando o que se denominou “industria da indenização”, onde meros aborrecimentos do dia a dia foram levados a analise do poder judiciário.
Foi feito um amplo estudo do instituto da responsabilidade civil no direito brasileiro, a partir de sua disposição legislativa no código civil de 2002 e na Constituição Federal, passando pelos analise do escritos dos doutrinadores nacionais e da pesquisa de jurisprudência sobre o tema.
A partir dessa pesquisa com bibliográfica, foi feito um estudo sobre a responsabilidade civil no direito brasileiro destacando suas espécies, tipos, evolução e histórico.
                                   
Referências
AMARANTE, Aparecida I. Responsabilidade civil por danos a honra. 2.ed. Belo Horizonte: Del rey, 1994.
BRASIL, Código Civil brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2006.
BITTAR, Carlos Alberto. Responsabilidade Civil – Teoria & Prática. 2.ed. Rio de Janeiro: Forense Universitaria, 1990.
CAHALI, Yussef Said. Dano Moral. 2. ed. Rev. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2000.
CALDAS, Pedro Frederico. Vida privada, liberdade de imprensa e dano moral. São Paulo: Saraiva. 1997.
DAVID, Fernando Lopes. O dano moral na Jurisprudência. São Paulo: Iglu. 1998.
DINIZ,  Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro, volume 7, 20. ed. São Paulo:Saraiva, 2005.
FARIAS, Edílson Pereira de. Colisão de Direitos. 2.ed. Porto Alegre:  Sergio Antonio Fabris Editor, 2000.
GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo curso de direito civil: responsabilidade civil. 2.ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
REIS, Clayton. Avaliação do dano moral. Rio de Janeiro: Forense, 2000.
SILVA, Caio Mário Pereira da. Instituições de Direito Civil, II. N. 176, p. 288
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil: responsabilidade civil. 6.ed. São Paulo: Atlas. 2006.
  
Notas:
[1] BRASIL. Codigo civil brasileiro. Saraiva, 2006.
[2] VENOSA, Silvio Salvo. Direito Civil: responsabilidade civil. p. 05, 6. ed. São Paulo: Atlas, 2006
[3] VENOSA, Silvio Salvo. Op. Cit. 2006, p. 8.
[4] BITTAR, Carlos Alberto. Responsabilidade Civil – Teoria & Prática. 2.ed. p. 3, Rio de Janeiro: Forense Universitaria, 1990.
[5] DINIZ,  Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro, volume 7, 20. ed. Saraiva.
[6] Gagliano, Pablo Stolze. Novo curso de direito civil: responsabilidade civil. p. 15. 2.ed. São Paulo, Saraiva, 2004.
[7] CALDAS, Pedro Frederico. Vida privada, liberdade deimprensa e dano moral. São Paulo: Saraiva, 1997.
[8] VENOSA, Silvio de Salvo. Op. Cit. 2005. p. 9.
[9] TJRS, 2ª Câmara, 29.09.1976, RJTJRS 64/198; 2ª Câmara, 06.10.1976, RJTJRS 63/254; 1ª Câmara, 02.05.1978, RJTJRS 72/309.
[10] CAHALI, Iussef Said. Op Cit. 2000. p. 250.
[11] CAHALI, Iussef Said. Op. Cit. 2000. p. 41.
[12] Da Silva, Caio Mário Pereira. Instituições de Direito Civil, II. N. 176, p. 288.
[13] DINIZ,  Maria Helena. Op. Cit. 2006. p. 104.
[14] CAHALI, Yussef Said. Op. Cit. 2000. p. 244. 
Responsabilidade contratual e extracontratual
13/set/2002
Faz uma abordagem rápida da diferença existente entre as duas modalidades de responsabilidade no direito civil.
Por Giselle Miranda Ratton Silva
A responsabilidade civil pode apresentar-se sob diferentes espécies , conforme a perspectiva que se analisa. Assim sendo, poderá ser classificada:
I) Quanto ao fato gerador:
Responsabilidade contratual
Responsabilidade extracontratual
II) Em relação ao seu fundamento:
Responsabilidade subjetiva
Responsabilidade objetiva
III) Quanto ao agente:
Responsabilidade direta
Responsabilidade indireta
Trataremos a seguir das responsabilidades quanto ao fato gerador: contratuais e extracontratuais.
A responsabilidade contratual se origina da inexecução contratual. Pode ser de um negócio jurídico bilateral ou unilateral. Resulta, portanto, de ilícito contratual, ou seja, de falta de adimplemento ou da mora no cumprimento de qualquer obrigação. É uma infração a um dever especial estabelecido pela vontade dos contratantes, por isso decorre de relação obrigacional preexistente e pressupõe capacidade para contratar. A responsabilidade contratual é o resultado da violação de uma obrigação anterior, logo, para que exista é imprescindível a preexistência de uma obrigação.
Na responsabilidade contratual, não precisa o contratante provar a culpa do inadimplente, para obter reparação das perdas e danos, basta provar o inadimplemento. O ônus da prova, na responsabilidade contratual, competirá ao devedor, que deverá provar, ante o inadimplemento, a inexistência de sua culpa ou presença de qualquer excludente do dever de indenizar ( Arts. 1056 CC ). Para que o devedor não seja obrigado a indenizar, o mesmo deverá provar que o fato ocorreu devido a caso fortuito ou força maior ( Art. 1058 CC).
A responsabilidade extracontratual, também chamada de aquiliana, se resulta do inadimplemento normativo, ou seja, da prática de um ato ilícito por pessoa capaz ou incapaz ( Art. 156 CC), da violação de um dever fundado em algum princípio geral de direito ( Art. 159 CC), visto que não há vínculo anterior entre as partes, por não estarem ligadas por uma relação obrigacional. A fonte desta inobservância é a lei. É a lesão a um direito sem que entre o ofensor e o ofendido preexista qualquer relação jurídica. Aqui, ao contrário da contratual, caberá à vítima provar a culpa do agente.
Entretanto, para que alguém tenha o dever de indenizar outro, alguns pressupostos tem que estar presentes:
Ação ou omissão do agente: o ato ilícito pode advir não só de uma ação, mas também de omissão do agente.
Relação de causalidade: entre a ação do agente e o dano causado tem que haver um nexo de causalidade, pois é possível que tenha havido um ato ilícito e tenha havido dano, sem que um seja causa do outro.
Existência de dano: tem que haver um dano (seja moral ou material), pois a responsabilidade civil baseia-se no prejuízo para que haja uma indenização.
Dolo ou culpa: é necessário que o agente tenha agido com dolo ou culpa.
A princípio a responsabilidade extracontratual baseia-se pelo menos na culpa, o lesado deverá provar para obter reparação que o agente agiu com imprudência, imperícia ou negligência. Mas poderá abranger ainda a responsabilidade sem culpa, baseada no risco. Duas são as modalidades de responsabilidade civil extracontratual quanto ao fundamento: a subjetiva, se fundada na culpa, e a objetiva, se ligada ao risco.
Em relação ao agente será: direta ou simples, se oriunda de ato da própria pessoa imputada, que, então, deverá responder por ato próprio, e indireta ou complexa, se resultar de ato de terceiro, com o qual o agente tem vínculo legal de responsabilidade de fato de animal e de coisa inanimada sob a guarda do agente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro. 6 ed. São Paulo: Saraiva: 1992. v.7: Responsabilidade civil.
PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de direito civil. 7ed. Rio de Janeiro: Forense: 1986. v. 3: Contratos, declaração unilateral de vontade e Responsabilidade civil.
PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de direito civil. 8ed. Rio de Janeiro: Forense: 1986. v. 2: Teoria Geral das Obrigações.
Responsabilidade Civil Contratual
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Publicado por Luana Marion de Araújo
há 2 anos
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Resumo: O presente artigo tem por finalidade analisar a responsabilidade pré-contratual, contratual e pós-contratual, tema de suma relevância visto a enorme quantidade de situações fáticas que demandam desta disciplina. Será observado em que consiste cada uma delas, com base no exposto na codificação brasileira sobre o tema, nas jurisprudências e nos ensinamentos dos grandes doutrinadores, como por exemplo, Maria Helena Diniz.
Palavras-chave: Responsabilidade Civil. Contratual. Pré-contratual. Pós-Contratual.
Introdução
O direito das obrigações impõem deveres de conduta que resultam tanto de obrigações contraídas por meio de um contrato quando por um dever geral de conduta segundo o Direito e os bons costumes, isto é, há situações em que a existência de um contrato resulta bem clara a responsabilidade, doutro lado, há situações nas quais a responsabilidade surge pela transgressão de um dever geral de conduta.
O Livro do “Direito das obrigações” no Código Civil não é explicito quando ao estabelecimento de regras sobre a responsabilidade contratual. Contudo, é importante o estudo sobre o inadimplemento contratual, bem como a responsabilidade civil que deste decorre. A importância do tema se vê, por exemplo, pela enorme quantidade de situações que demandam desta disciplina.
Desta analise surge a seguinte pergunta: em que consiste a responsabilidade civil pré-contratual, contratual e pós-contratual?
É o que estudaremos no presente artigo, tudo embasado em pesquisas bibliográficas, analisando a sua aplicabilidade no Direito Civil e as jurisprudências existentes acerca do tema.
1 Responsabilidade Contratual
A responsabilidade contratual trata-se da reparação dos danos causados pelo descumprimento do pactuado em um contrato.
Preleciona acerca do tema Maria Helena Diniz (2011, p. 263):
Sendo o principio da obrigatoriedade da convenção um dos princípios fundamentais do direito contratual, as estipulações feitas no contrato deverão ser fielmente cumpridas, sob pena de execução patrimonial contra o inadimplente. O ato negocial, por ser uma norma jurídica, constituindo lei entre as partes, é intangível, a menos que ambas as partes o rescindam voluntariamente ou haja a escusa por caso fortuito ou força maior (CC, art. 393, parágrafo único) [...]
As obrigações devem ser, portando cumpridas; o devedor está obrigado a efetuar a prestação devida de modo completo, no tempo e lugar determinados no negócio jurídico, assistindo ao credor o direito de exigir o seu cumprimento na forma convencionada. O adimplemento da obrigação é a regra e o inadimplemento, a exceção [...]
1.1 Responsabilidade contratual x Responsabilidade Extracontratual
Importante se faz a distinção entre responsabilidade contratual e extracontratual, ainda que não seja este o objetivo deste trabalho.
Pode-se definir a responsabilidade civil contratual como: uma consequência do inadimplemento de uma obrigação pelo devedor, em desfavor do credor, ou, ainda, de um cumprimento inadequado de uma obrigação.
Já a responsabilidade civil extracontratual decorre de uma lesão ao direito de alguém, sem que haja qualquer liame obrigacional anterior entre o agentecausador do prejuízo e a vítima.
A diferença entra estas é que na contratual a responsabilidade decorre de um descumprimento de obrigação estabelecida contratualmente, em que um dos contratantes causa um dano ao outro, dano este originário do inadimplemento de uma obrigação antes estabelecida no contrato (PAMPLONA e STOLZE, 2005).
Na extracontratual, há a prática de um ato ilícito, que causa prejuízo a outrem mediante ação ou omissão, sem que exista entre o ofensor e a vítima qualquer relação anterior. Está disposta no art. 186 e 927 do CC/2002 e é chamada de responsabilidade civil extracontratual subjetiva. A objetiva, que tem os mesmos pressupostos da subjetiva, tem como única atenuante de ser a prova da culpa, nesse caso, limitada à demonstração de que a prestação foi descumprida; não se discute se ocorreu culpa - esta vista no sentido lato, abordando o dolo -, bastando o nexo causal entre o dano e o agir do agente causador deste, para ser devida a indenização.
Segundo Maria Helena Diniz (2011, p. 266),
[...] a responsabilidade do autor, havendo liame obrigacional oriundo de contrato ou de declaração unilateral de vontade, designar-se-á responsabilidade contratual; não havendo vinculo obrigacional, será denominada responsabilidade extracontratual [...]
1.2 Requisitos da responsabilidade contratual
Há de se analisar aqui, primeiramente, os requisitos comuns da responsabilidade contratual e responsabilidade civil.
Segundo Maria Helena Diniz (2011, p. 266), para surgir o dever de indenizar deverá ocorrer uma conduta antijurídica. Esta ocorrerá, por exemplo, quando o devedor deixar de cumprir com sua obrigação; deixar de realizar uma prestação assumida; agir com culpa ao descumprir a obrigação; tenha causado prejuízo para o credor.
Outro requisito é a imputabilidade, ou seja, a responsabilidade só ocorrerá se puder ser imputada a um agente, ainda que terceiro responda por essa conduta, como ocorre com frequência.
É necessário também que haja um nexo causal entre a atitude do devedor e a constatação de dano pelo credor, ou vice-versa. Deve indenizar quem concorreu para o evento danoso.
De acordo com Venosa (2011), dentro do âmbito da responsabilidade contratual, os requisitos serão: a existência de um contrato, pois se há a inexistência do contrato, a responsabilidade neste caso será regulada pela responsabilidade civil; sua validade, pois um contrato nulo não gera direitos e obrigações, e, nesse caso, também, o dever de indenizar será ligado à responsabilidade extracontratual; uma ou mais obrigações descumpridas, devendo estas emanarem do contrato em tela, pois se é descumprido um dever geral de conduta, será ligado a responsabilidade extracontratual; e por fim, o prejuízo sofrido por um contratante. Quando não existe o prejuízo, pode o interessado pedir a rescisão do contrato, mas não existirão perdas e danos a serem indenizados.
Ao descumprir uma obrigação estabelecida em um contrato, incidirá sobre o inadimplente os efeitos do inadimplemento, quais são a mora, perdas e danos, os juros moratórios, cláusula penal e arras.
2 Responsabilidade Pré-contratual
A responsabilidade pré-contratual, também chamada de culpa in contrahendo, foi primeiramente positivada na Alemanha no ano de 1861 e, posteriormente, pelas legislações italiana, francesa, e portuguesa. A doutrina brasileira recepciona a culpa in contrahendo através da aplicação dos princípios da liberdade contratual e da boa-fé decorrentes de negociações preliminares realizadas pelas partes. Fala-se em responsabilidade pré-contratual quando há um rompimento injustificado das tratativas. Fernando Noronha (2003, p. 456) explica a ocorrência da responsabilidade pré-contratual:
[...] A parte que nas negociações preliminares procede deslealmente viola deveres que são impostos pelo princípio da boa-fé objetiva e que impõe a não interrupção injustificada das tratativas, a informação leal, o sigilo quanto a informações recebidas da contraparte e, em geral, a não indução desta em erro. Essa violação impede algumas vezes a realização do negócio; outras, justificam que este venha a ser invalidado. Tanto num caso como no outro, quando a outra parte, com o propósito de se preparar para cumprir o esperado contrato, tiver sido levada a realizar despesas (seja com estudos, projetos e pesquisas, seja até com a aquisição de máquinas específicas ou de elevada quantidade de matéria-prima), ou a abster-se de contratar com outras pessoas, ou mesmo a deixar de realizar outros negócios, terá de ser indenizada [...]
Segundo Silvio Venosa (2011, P. 446), a responsabilidade civil pré-contratual pode ser vista sob dois enfoques, quais são a recusa de contratar e a quebra das negociações preliminares.
2.1 Recusa de contratar
Quem se recusa a contratar ou injustificadamente desiste de contratar após iniciar eficientes tratativas, pode ser obrigado a indenizar, sendo, neste caso, aplicado os princípios do art. 186, onde “aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”.
Não se trata exatamente de uma responsabilidade pré-contratual, porque contrato ainda inexiste, mas de um aspecto da responsabilidade aquiliana que tem a ver com o universo contratual.
Nessa situação, na recusa de contratar, a questão coloca-se primeiramente em âmbito sociológico. Em sociedade, cada um exerce uma atividade para suprir necessidades dos outros, que não podem satisfazê-las. Destarte, o vendedor de determinada mercadoria, ou o prestador de serviços, validamente estabelecidos, desempenham uma função social relevante. Fornecem bens e serviços à sociedade e estão obrigados a fazê-lo, se foi essa atividade escolhida para seu mister. A recusa injustificada na venda ou prestação de serviço constitui ato que se insere no campo do abuso de direito, não sendo propriamente uma responsabilidade pré-contratual. O comerciante não está obrigado a vender, mas se se dispôs a tal, não pode recusar-se a fazê-lo a quem pretende adquirir o objeto de sua mercadoria. Essa conduta extravasa os limites do direito, é prática abusiva, pois existe um desvio de finalidade. [...] a noção de abuso de direito é supralegal, não deve ser buscada na letra da lei, mas na intenção e conduta das partes. Quando o titular de uma prerrogativa jurídica, de um direito subjetivo, atua de modo tal que sua conduta contraria a boa-fé, a moral, os bons costumes, os fins econômicos e sociais da norma, incorre no ato abusivo, Em tal situação, o ato é contraditório ao Direito e ocasiona a responsabilidade do agente pelos danos causados. (VENOSA, 2011, p. 447)
No entanto, é importante ressaltar que somente poderá ser responsabilizado pela recusa, aquele que estava em condições de contratar e não o fez, visto que ninguém pode ser obrigado a contratar se tanto subjetiva, quando objetivamente não tinha condições para isso. A questão será resolvida de acordo com a analise de cada caso concreto e do arbítrio do juiz.
2.2 Rompimento das negociações preliminares
Nesse caso, o comportamento lesivo da parte é determinado em um momento precedente ao contrato. Os atos preparatórios ao contrato poderão gerar, em caso de quebra injustificada da expectativa de contratar, responsabilidade civil do infrator, por força da violação da boa-fé objetiva pré-contratual.
Se João cria para Maria a experiência de contratar, obrigando-a, inclusive, a fazer despesas para possibilitar a realização do contrato, e depois, sem qualquer motivo rompe às negociações, Maria terá direito de ser ressarcida dos danos que sofreu.
Assim vem sendo o entendimento da jurisprudência:
LOCAÇÃO - RESPONSABILIDADE PRÉ-CONTRATUAL - Exigidas boa-fé e lealdade também durante as tratativas para a contratação - Configura-se ato ilícito a frustração da expectativa de contratação, quando comunicada a desistência, sem motivação, tempos depois de recebidas as chaves e os documentos referentes aos encargos da locação - Valor da indenização - Redução. Apelação parcialmenteprovida. (Ap. Cív. Nº 730765- 0/3, 33ª Câm. Cív., TJSP, Rel. Sá Moreira De Oliveira, julgado em 25.09.2008)
RECURSO DE REVISTA – COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO – RESPONSABILIDADE PRÉ-CONTRATUAL – DANO MORAL1. Segundo o princípio da boa-fé objetiva, que se aplica a todos os contratos, inclusive trabalhistas, previsto nos arts. 113, 187 e 422 do Código Civil, as partes devem agir em conformidade com parâmetros razoáveis de boa-fé, tratando o contratante como parceiro e buscando relação de cooperação. 2. De acordo com as novas diretrizes do Código Civil de 2002, a boa-fé objetiva deve informar todas as fases do contrato. 3. Conclui-se, dessarte, pela competência da Justiça do Trabalho para conhecer e julgar pedido de indenização por danos morais ocorridos nas negociações preliminares, porque decorre de relação de trabalho, ainda que na fase das tratativas. Recurso de Revista conhecido e provido. (Ap. Trab. RR 931006920035070006 93100-69.2003.5.07.0006, 3ª Turma, TST, Rel. Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, julgado em 23.11.2005)
3 Responsabilidade Pós-Contratual
Pelos mesmos fundamentos que se reconhece a responsabilidade pré-negocial, se reconhece também a responsabilidade civil pós-contratual.
A responsabilidade pós-contratual, também chamada de culpa post pactum finitum, caracteriza-se pelo dever de responsabilização pelos danos advindos após aextinção do contrato, independentemente do adimplemento da obrigação. Pode-se dizerque a responsabilidade pós-contratual é uma projeção da responsabilidade pré-contratual, guardando-se as devidas particularidades.
A ocorrência da responsabilidade pós-contratual se dá quando há umdescumprimento dos deveres acessórios, anexos dos deveres principais da relaçãocontratual. Os deveres acessórios sãoaqueles decorrentes da boa-fé dos contratantes, ou seja, são os deveres de lealdade, proteção e informação, previstos ou não em lei.
Conclusão
As responsabilidades pré-contratual, contratual e pós-contratual mostram-se de grande importância e aplicabilidade às relações contratuais que se estabelecem na sociedade.
Diz-se que os contratos fazem lei entre as partes (pacta sunt servanda) e existiram para ser cumpridos sob pena de responsabilidade. Ao descumprir uma obrigação estabelecida em um contrato, o inadimplente terá incidido sobre si os efeitos do inadimplemento, mora, perdas e danos, juros, cláusula penal e arras.
Outrossim, ainda há a responsabilidade que surge ainda nas tratativas de negociação e outra que perdura após o término do contrato, a essas tem-se chamado responsabilidade pré-contratual e a responsabilidade pós-contratual, tendo para estas o fundamento nos deveres anexos decorrentes do principio da boa-fé objetiva.
Com este breve estudo, observa-se que a responsabilidade no direito contratual não consiste somente do inadimplemento do contrato, mas também, de seus deveres acessórios baseados na boa-fé objetiva, que impõe aos contratantes desde as negociações preliminares, pautar-se com lealdade, proteção, informação para que o contrato corresponda exatamente aquilo que foi pretendido pelas partes e não frustre suas reais expectativas, assim também, para que o contrato forneça a segurança esperada pelas partes mesmo após o seu término.
Referências Bibliográficas
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BRASIL. TST. Responsabilidade pré-contratual. RR 931006920035070006 93100-69.2003.5.07.0006. Rel. Min. Maria Cristina Irigoyen Peduzzi. Terceira Turma, Julgado em 23/11/2005, DJ 10/02/2006. Disponível em <http://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/1426836/recurso-de-revista-rr-931006920035070006-93100-69...>, acesso em 27 de outubro de 2011.
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