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DEFESA PRELIMINAR

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EXMO. SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL COMARCA DE ... – ESTADO XX
Processo nº
		MATEUS, nacionalidade, estado civil, profissão, residente e domiciliado na Rua, bairro, Cidade, Estado, vem por seu advogado infra-assinado e bastante procurador, com endereço profissional na Rua, Bairro, Cidade/Estado, onde receberá notificações e intimações, vem, mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fulcro no art. 396-A e seguintes do Código de Processo Penal, apresentar
DEFESA PRELIMINAR
Com base no art. 396-A do CPP, em face da Denúncia oferecida pelo Ministério Público, pelas razões de fato e de direito a seguir expostos.
II – DOS FATOS
O acusado foi injustamente Denunciado pelo Parquet com base no artigo 217-A c/c artigo 224, alínea b, ambos do Código Penal, sob alegação de que teria, supostamente, coagido sua namorada a manter com ele conjunção carnal sem seu consentimento válido e sob violência ficta, o que resultou na sua gravidez, consoante laudo de exame de corpo delito acostado aos autos. 
O Ministério Público aduz, ainda, na exordial, que, não obstante o acusado não ter utilizado de violência ou grave ameaça para consumar o ato sexual, a vítima, insta lembrar, namorada de longa data do acusado, era incapaz de oferecer resistência às investidas amorosas do Acusado em razão de suposta debilidade mental e que, por conseguinte, este teria se aproveitado de um momento a sós com ela para praticar a alegada conduta delitiva.
III – DO DIREITO
No mérito, prefacialmente, deve ser ressaltado que o acusado é namorado de longa data da suposta vítima, relação essa que é aprovada e consentida por ambas as famílias. Ademais, o mesmo não tinha conhecimento da aduzida debilidade mental a qual a vítima hipoteticamente é acometida, em que pese conviver com a mesma diariamente. Cabe, aqui, ressaltar que, levando-se em conta a visão do homem médio e da sociedade de um modo em geral, não há possibilidade de se concluir por eventual problema neurológico da vítima, fato este que é corroborado pela inexistência de qualquerlaudo pericial que instrua os autos atestando algum tipo de debilidade.
Isso posto, analisando a conduta praticada, bem como os fatos narrados na peça acusatória, resta clara a ausência de dolo do acusado ao consumar conjunção carnal com a vítima, haja vista que o mesmo desconhecia a alegada situação de vulnerabilidade, não tendo assim consciência e vontade de praticar o delito tipificado no art. 217 – A, § 1º do estatuto penal. 
Nesta esteira, incorreu o acusado em erro de tipo escusável configurado por uma falsa percepção da realidade e/ou erro sobre elemento constitutivo do tipo, desconhecendo o agente a natureza criminosa do fato. Por conseguinte, aplica-se ao caso em comento o art. 20 do CP, concluindo-se pela atipicidade da conduta em razão da ausência do elemento subjetivo do tipo, isto é, ausência de vontade do agente em praticar a conduta descrita como crime. 
Neste sentido, segue lição do Professor Paula César Busato: 
“O engano sobre qualquer elemento objetivo formal da pretensão conceitual de relevância compõe uma necessária afetação do compromisso para com a produção de um resultado. Como se sabe, o dolo é compromisso com a produção do resultado. Sempre que se deseja a produção de um resultado, ou, no mínimo, se compromete com tal produção no plano subjetivo, anuindo com sua produção, é imprescindível falar em uma adequada compreensão de tal ilícito. A razão é elementar: a característica do dolo, seja direto ou eventual, é a previsão. Não é possível falar em dolo sem previsão e a previsão inclui o conhecimento. Se não for possível afirmar concretamente o conhecimento – em função do erro –, não é possível previsão, logo, tampouco é possível a afirmação do dolo.“ (BUSATO, Paulo César. Direito penal: parte geral. São Paulo: Atlas, 2013, p. 639)
Não bastassem os argumentos expostos,é de se notar que o casal pratica relações sexuais com frequência, todas elas com consentimento da vítima e de sua família, o que descaracteriza a alegação do Ministério Público de que a conjunção carnal teria sido consumada por meio de constrangimento. Como argumento derradeiro, em que pese a ação em tela ser de natureza pública incondicionada, o fato da própria vítima e de sua família não terem a intenção d e representar contra o acusado ratifica o consentimento destes com todo o ocorrido. 
			
IV – DOS PEDIDOS
Diante do exposto, espera o recebimento desta Defesa Preliminar, onde, com fundamento no art. 397, III, do CPP, pleiteia-se a ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA do Acusado, em face da atipicidade da conduta delitiva. 
Não sendo esse o entendimento de V. Exa.,por bem do debete, reserva-se ao direito de proceder em maiores delongas suas justificativas defensivas nas Considerações Finais, protestando, desde já, provar o alegado por todas as provas em direito processual penal admitidas, valendo-se, sobretudo, dos depoimentos das testemunhas arroladas.
Sucessivamente, é de se esperar, após a colheita das provas pertinentes, o julgamento no sentido de acolher os argumentos da defesa, concluído pela decisão de mérito absolutória (art. 386, III, CPP).
Nestes termos, pede Deferimento.
Local, 29 de fevereiro de 2016.
Advogado – OAB/UF
Rol de Testemunhas:
1 - Olinda, nacionalidade, estado civil, profissão, inscrita no RG sob o nº e no CPF sob o nº, residente e domiciliada na Rua.
2 – Alda, nacionalidade, estado civil, profissão, inscrita no RG sob o nº e no CPF sob o nº, residente e domiciliada na Rua.

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