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Corato Direito Civil IV DIREITO CIVIL IV Corato Direito Civil IV Aula 1: 16/02/2017 Direto Civil IV – Direito das coisas Prof. Suejane Nicacio Localizando-se! Os direitos reais estão previstos no Código Civil de 2002: No artigo 1225. A pose pode ser estudada do artigo 1196 ao 1224 TÍTULO II Dos Direitos Reais CAPÍTULO ÚNICO DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 1.225. São direitos reais: I - a propriedade; II - a superfície; III - as servidões; IV - o usufruto; V - o uso; VI - a habitação; VII - o direito do promitente comprador do imóvel; VIII - o penhor; IX - a hipoteca; X - a anticrese; XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; XII - a concessão de direito real de uso. Ler: Autores Flavio Tartuce Carlos Roberto Gonçalves Nelson Rosenvald e Cristiano Chaves Eduardo de Oliveira Leite Maria Helena Diniz Posse não é um direito real, mas faz parte dele. Corato Direito Civil IV Direitos Obrigacionais ou Pessoais Direitos Reais Quanto aos sujeitos Ativo é o credor e Passivo é o devedor. Os sujeitos são determinados ou determináveis. Ativo é o objeto e é sempre determinado. Passivo são todos que não são donos do objeto, ou seja, é indeterminado. Porém, pode se tornar determinado quando o Ativo tem seu direito de propriedade agredido. Para alguns autores, o sujeito passivo só se mantem como indeterminado até que ocorra a violação do direito do sujeito ativo, momento em que passa a ser identificado dentro da coletividade o sujeito passivo. Quanto ao objeto Prestação, de dar, fazer e não fazer. Coisa, que pode ou não se tornar um bem. Bem material e imaterial, (Bem é tudo que pode ser apreciado economicamente, Bem imaterial, por exemplo, o direito autoral). Patrimônio. Quanto à eficácia Efeito entre as partes (inters pars), podendo se estender a terceiros. Ex.: Seguro de vida. Tem efeito contra todos (erga omnes), que não exerçam ou não possam exercer sobre a coisa o direito real. Quanto a criação Indeterminada Determinados por lei, hoje estabelecidos no artigo 1225/CC. Obrigações Propter Ren (próprio da coisa, ob rem = da coisa, mistas = ambulatoriais) Só se torna persona se o credor aceitar (credor que fornece serviços essenciais). Relação Jurídica Objeto Sujeito Ativo Sujeito Passivo Corato Direito Civil IV Clausula de eficácia real Protege o cumprimento do contrato, gerando eficácia erga omnes, para isso a clausula deve estar averbada no registro (RI). Classificação dos Direitos reais Quanto a titularidade Direito real sobre coisa própria (propriedade); Direito real sobre coisa alheia (Todos os demais direitos reais arrolados no art.1225, CC). Quanto a finalidade Direito real de uso, gozo e fruição (usufruto, uso e habitação, servidão e superfície); Direito real de garantia (penhor para móveis e para imóveis a hipoteca e anticrese); Direito real de aquisição (direito do promitente comprador do imóvel). Quanto a limitação Direito real ilimitado ou pleno, a propriedade reúne em si todos os atributos do domínio. Direito real limitado, sobre tudo que não é propriedade. Corato Direito Civil IV Aula 2: 23/02/2017 Distinção entre posse, detenção e propriedade Posse O possuidor, exerce de fato ou não os poderes inerentes ao proprietário: Direito de usar Direito de fruir ou gozar Direito de reivindicar CC Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. Detenção O detentor ou fâmulo de posse, denominado gestor da posse, detentor dependente ou servidor da posse, tem a coisa apenas em virtude de uma situação de dependência econômica ou de um vínculo de subordinação (ato de mera custódia). A lei ressalva não ser possuidor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens e instruções suas. CC Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas. Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este artigo, em relação ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o contrário. Propriedade Aquele que tem a posse ou não, mas que tem o direito erga omnis de dispor do bem. CC Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. Teorias sobre a posse, sua natureza jurídica. Teoria subjetiva - Savigny Teoria objetiva - Ihering Usucapião é o único instituto brasileiro que usa essa teoria. Do artigo 1238 ao 1242, CC e 1260 e 1261, CC. Teoria adotado pelo Código Civil Brasileiro. Posse é dividida em dois elementos Corpus, coisa sobre a qual se exerce a posse (objetivo). Animus, vontade que liga o sujeito a coisa (subjetivo). O possuidor, é aquele que se mantém vinculado a coisa porque deseja ser o dono dela. Possuidor é todo aquele que exterioriza um comportamento como se dono fosse, mesmo que não seja e nem pretenda ser. CC, Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. CoratoDireito Civil IV Classificações da posse Posse direta Exercendo domínio sobre a coisa, o contato físico, real, concreto, imediato sobre a coisa ou a possibilidade de exercer tal contato. Posse indireta Título ou vinculo jurídico que mantem o dono ligado a coisa mesmo que outrem exerça sobre ela a posse direta. Posse justa É isenta de vícios. Posse injusta Quando presentes os vícios (violência, clandestinidade ou precariedade). Posse violenta É a obtida por meio de esbulho, for força física ou violência moral (vis). A doutrina tem o costume de associá-la ao crime de roubo. Exemplo: movimento popular invade violentamente, removendo e destruindo obstáculos, uma propriedade rural produtiva, que está sendo utilizada pelo proprietário, cumprindo a sua função social. Posse clandestina É a obtida às escondidas, de forma oculta, à surdina, na calada da noite (clam). É assemelhada ao crime de furto. Exemplo: movimento popular invade, à noite e sem violência, uma propriedade rural que está sendo utilizada pelo proprietário, cumprindo a sua função social. Posse precária É a obtida com abuso de confiança ou de direito (precário). Tem forma assemelhada ao crime de estelionato ou à apropriação indébita, sendo também denominada esbulho pacífico. Exemplo: locatário de um bem móvel que não devolve o veículo ao final do contrato. Posse de boa fé Analise do animus, desconhece o vício da posse. Posse de má fé Sabedor de vicio na posse. Posse nova Até um ano e um dia, é a possibilidade da concessão de mandado liminar para restaurar a posse do legitimo possuidor. Posse velha Mais de um ano e um dia de posse. Posse ad interdicta É aquela que ainda admite o uso dos interditos possessórios, também chamados de ações possessórias típicas, pois o possuidor injusto ou legitimo pode ser retirado da posse. Posse ad usucapionem É aquela em que o possuidor já consolidou os requisitos necessários para o uso capi, não admitindo-se que seja retirado da posse pelo uso de uma ação possessória típica. • Requisitos para usucapir Pose pelo prazo previsto em lei: Artigos, 1238, 1242, 1240, 1239 e 1240 do CC; Meios de prova: Testemunhas; Provas documentais (pagamentos de impostos, taxas, fotos e etc.); Depoimento pessoal; Pericia. Corato Direito Civil IV Posse exclusiva É a posse de um único possuidor, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real. Ex.: o direito dos cônjuges sobre as coisas. Composse Trata-se de posse comum, pela qual, duas ou mais pessoas exercem, concomitantemente, poderes possessórios sobre a mesma coisa, onde cada qual exerce posse sobre parte ideal ou sobre parte certa do todo, (Art.1.199, CC). (É a possibilidade de exercício de poder sobre a coisa em igualdade de condições por dois ou mais sujeitos distintos.) CC Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores. Obra nova é a obra em curso, onde cabe ação demolitória, procedimento ordinário; Obra velha é a obra em fase de acabamentos. Corato Direito Civil IV Aula 3: 02/03/2017 Natureza jurídica da posse Savigny – Posse é um fato e ao mesmo tempo um direito (natureza mista ou eclética). Fato, quando considerada em si mesma. Direito, quando repercute no mundo jurídico, incidindo em outros institutos como precedente lógico. Ihering – A posse é um direito, pois é intrínseca a todos os direitos reais enumerados no artigo 1225, CC e como traz consequências para o mundo jurídico é direito e não um fato. Clovis Beviláqua – Posse é apenas um fato, pois se ela trouxer desdobramento ela é direito, mas nem sempre o traz, sendo assim sua origem, essência e continuidade será sempre um fato. A posse existe no mundo antes da propriedade, afinal a posse é um fato que está na natureza, enquanto a propriedade é um direito criado pela sociedade; os homens primitivos tinham a posse dos seus bens, a propriedade só surgiu com a organização da sociedade e o desenvolvimento do direito. Conceito de posse: é o estado de fato que corresponde ao direito de propriedade. Não sendo a posse um direito, a propriedade é mais forte do que a posse. Pode-se dizer que a posse é uma relação de fato transitória, enquanto a propriedade é uma relação de direito permanente, e que a propriedade prevalece sobre a posse (súmula 487 do STF: será deferida a posse a quem tiver a propriedade). Efeitos da posse Direito aos frutos Enquanto o possuidor estiver de boa-fé terá direito a perceber os frutos da coisa, por ser condição natural o acessório seguir a sorte do principal, segundo o princípio da gravitação jurídica. Na forma do artigo 1216, CC o possuidor de má-fé responde pelos frutos colhidos e percebidos a partir da caracterização da má-fé. Os frutos que não foram colhidos dolosamente (São aqueles que deveriam ter sido colhidos mas não foram) pelo possuidor trazem prejuízo do proprietário e por isso também serão indenizáveis, artigos 1215 e 1216, CC. Tipos de frutos: Os frutos percipiendos, são aqueles que deveriam ter sido colhidos, mas não o foram. Colhidos (naturais) ou percebidos (industriais e civis), são os frutos já destacados da coisa principal, mas ainda existentes; Pendentes, são aqueles que ainda se encontram ligados à coisa principal, não tendo sido, portanto, destacados; Estantes, são os frutos já destacados, que se encontram estocados e armazenados para a venda; Consumidos, que não mais existem. CC Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos, logo que são separados; os civis reputam-se percebidos dia por dia. Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio. Corato Direito Civil IV O possuidor de boa-fé não responde pelos danos que a coisa sofrer estando em sua posse, salvo se ele próprio o deu causa, artigo 1217, CC. CC Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa. Em contra partida o possuidor de má-fé responde pela perda ou deterioração da coisa ainda que acidentais, salvo se provar que o mesmo teria ocorrido se estivesse na posse de outrem, artigo 1218, CC. CC Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando elana posse do reivindicante. Direito às benfeitorias A benfeitoria é analisada sempre em relação a coisa. Necessárias Possuidor de boa-fé tem direito a ser ressarcido. O possuidor de má-fé será ressarcido apenas pelas benfeitorias necessárias. Úteis Possuidor de boa-fé tem direito a ser ressarcido. Voluptuárias Possuidor de boa-fé tem direito a levanta-las "jus tolendi". Tratando-se de locação, rege a relação possessória a lei 8245/91, que contem norma especifica autorizando que haja no contrato cláusula expressa, que verse sobre o dever de não indenizar o locatário que realizar bem feitoria de qualquer modalidade. Assim, mesmo que o artigo 1219, CC determine o direito do possuidor de ser ressarcido, só prevalecerá nos contratos que transfiram a posse sem locação, por ser norma geral que só se aplica na falta de norma especifica. CC Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis. Direito à retenção Ao possuidor de boa-fé é garantido o direito de reter a coisa "jus retentionis" até que lhe seja feito o ressarcimento devido. O possuidor de má-fé embora tenha direito de ressarcimento não tem direito de reter a coisa como garantia de ser ressarcido. Direito aos interditos possessórios Ação de reintegração (Esbulho, é quando o possuidor for privado de contato com a coisa.) A ação de reintegração tem como pressuposto o esbulho, ou seja, tem como pressuposto que o autor tenha sido desapossado do bem. Como na ação de manutenção de posse, caso o esbulhador possua melhor posse que o esbulhado, existe uma condição à ação de reintegração de posse: que a posse do esbulhado date de mais de ano e dia. Porém, isto se torna desnecessário tendo o esbulhado melhor posse que o esbulhador (entenda-se por "melhor" a posse fundada em justo título; se ambas forem fundadas em justo título ou não houver justo título, a posse mais antiga; se ambas as posses forem da mesma data, a posse atual). Corato Direito Civil IV Assim, também como na ação de manutenção de posse, o procedimento aplicado a essa espécie de ação depende da data do esbulho (CPC, art.924): - se o esbulho for de menos de ano e dia: o procedimento a ser aplicado é o sumário, regido pelo CPC, arts.920 ao 931; - se o esbulho for de mais de ano e dia: o procedimento a ser aplicado deve ser o ordinário. No procedimento sumário, o possuidor postula ao juiz que lhe expeça mandado liminar de reintegração, devendo provar, porém (art.927): 1. a existência de posse sua e sua perda; 2. a ofensa contra a posse, ou seja, o esbulho; 3. a data do esbulho. O procedimento ordinário não perde seu caráter possessório (CPC, art.924). Ação de manutenção de posse (Turbação, é quando o possuidor tem um contato diferente ao anterior com a coisa, seja por ser restringido, ou incomodado ou molestado.) A ação de manutenção de posse tem como pressuposto a turbação, ou seja, tem como pressuposto que o possuidor, no exercício da sua posse, tenha sofrido embaraços, mas sem perdê-la. Caso o turbador possua melhor posse que o turbado, existe uma condição à ação de manutenção de posse: que a posse do possuidor atual date de mais de ano e dia. Porém, isto se toma desnecessário tendo o possuidor atual melhor posse que o turbador (entenda- se por "melhor" a posse fundada em justo título; se ambas forem fundadas em justo título ou não houver justo título, a posse mais antiga; se ambas as posses forem da mesma data, a posse atual). O procedimento aplicado a essa espécie de ação depende da data da turbação (CPC, art.924): - se a turbação for de menos de ano e dia: o procedimento a ser aplicado é o sumário, regido pelo CPC, arts.920 ao 93l; - se a turbação for de mais de ano e dia: o procedimento a ser aplicado deve ser o ordinário. No procedimento sumário, o possuidor postula ao juiz que lhe expeça mandado liminar de manutenção, devendo provar, porém (CPC, art.927): 1. a existência da sua posse e sua continuidade; 2. a ofensa contra a posse, ou seja, a turbação; 3. a data da turbação. O procedimento ordinário não perde seu caráter possessório (CPC, art.924). Interdito proibitório (Visa resguardar, diante da ameaça ou fundado receio, evitar que aconteça um esbulho ou turbação em momento próximo.) O interdito proibitório tem como pressuposto ameaça de turbação ou esbulho (v.g., cartaz na frente do terreno dizendo o bem é de posse do Fulano, estando o Beltrano está na posse do bem). Consiste em uma defesa preventiva da posse pelo possuidor, a qual está ameaçada. O possuidor postula ao juiz que lhe expeça mandado proibitório, cominando multa pecuniária para o caso de descumprimento, devendo provar, porém: 1. a existência da sua posse, posse direta; 2. a ameaça de ofensa contra a posse, seja turbação, seja esbulho. As ações acima, são típicas, diferente das ações de emissão de posse. Corato Direito Civil IV Ação de emissão na posse É uma ação autônoma pois destinasse a conferir a posse aquele que apesar de ser proprietário, nunca exerceu a posse direta sobre a coisa. Sua natureza jurídica é reivindicatória. O contrato de alienação fiduciária não permite que o credor (aquele que financia) se emita na posse, em caso de não recebimento do pagamento (das parcelas), restando a possibilidade de alienação em Hasta Publica, popularmente chamado erroneamente de leilão. Quem compra pode adquirir o imóvel que esteja em posse de outro (o antigo devedor), para reclamar a posse é usada uma ação de emissão da posse, aquela para quem nunca esteve na posse da coisa. CC Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação (ação de manutenção de posse), restituído no de esbulho (reintegração de posse), e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado (interdito proibitório). NCPC Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados. Quando entrando com uma ação possessória típica, se no momento da sentença a situação fática sendo outra, que a sentença seja dada para proteger a situação no momento que ela foi proferida e não no momento em que a ação foi proposta. Isso é chamado de fungibilidade das ações possessórias típicas, onde pode ser convertido o pedido de uma no momento da sentença na proteção de outra, só se aplicado quando autorizadas pelo legislador. Não se pode converter uma ação reivindicatória por uma ação possessória ou uma ação possessória em uma reivindicatória, simplesmente por não serem autorizadas pela legislação, porém as possessórias típicas podem se fungirem umas pelas outras, pois os requisitos processuais e as condições da ação de uma são idênticas da outra ou a diferença se encontra na situação fática quese quer proteger no momento da propositura da ação. Toda ação possessória típica tem a função te proteger a posse. Exemplo: invasão da fazenda do ex-presidente da república, Fernando Henrique Cardoso. “O princípio da fungibilidade das ações possessórias típicas encontrasse protegido pelo artigo 554, NCPC (920, CPC antigo). Tal princípio permite que o juiz preste a decisão correspondente a situação fática no momento da sentença, qual a ação proposta tiver seu objeto esvaziado pelo fatos ocorridos no curso da demanda. Está conversão para as ações possessórias típicas cujos pressupostos processuais são idênticos, na forma dos artigos 561 e 568, NCPC” NCPC Art. 561. Incumbe ao autor provar: I - a sua posse; II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; III - a data da turbação ou do esbulho; IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da posse, na ação de reintegração. Art. 568. Aplica-se ao interdito proibitório o disposto na Seção II deste Capítulo. Leilão para bens moveis; Hasta pública (praça) para bens imóveis. Corato Direito Civil IV “A ação de emissão na posse não sofre a incidência do princípio da fungibilidade porque sua natureza é reivindicatória e não possessória, inclusive não se encontra prevista dentro dos procedimentos especiais de jurisdição contenciosa, pois seu procedimento é comum ordinário. A emissão na posse integra o juízo petitório nos interditos possessórios, integra o juízo possessório independente do título de proprietário. “ O locatário é legitimado para ação possessória. Quando a posse é nova o juiz pode determinar a expedição de mandado liminar como artigo 562, NCPC, visando reestabelecer a posse em favor de quem a reivindica antes mesmo da citação e contestação do réu. NCPC Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada. Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção ou a reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais. Direito a autotutela da posse A auto defesa da posse só é admitida nos moldes do artigo 1210, §1º, CC, quando a repulsa for imediata a agressão da posse usando meios moderados para reestabelecer a posse. A auto defesa está dividida em: Legitima defesa, nos casos de turbação Desforço imediato, para os casos de esbulho. Havendo excessos o possuidor que se utiliza da auto tutela responderá por perdas e danos. A auto defesa é uma exceção à regra que não admite a justiça com as próprias mãos (exercício arbitrário das próprias razões). A jurisprudência admite que a autotutela seja exercida por 3º e também pelo detentor que tem natureza de possuidor degradado por lei, famulo da posse ou enviado da posse. É permitido por lei o exercício da própria razão a legitima defesa da posse e o desforço: CC Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. § 1.º O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse. Corato Direito Civil IV Aula 4: 09/03/2017 Efeitos da posse continuação Direito à aquisição da propriedade por usucapião Modo originário da aquisição da propriedade Conceito de usucapião Modo originário de aquisição da propriedade ou da posse: É aquele que não decorre de atos de tradição de um titular a outro. Modo derivado é aquele que decorre de atos de tradição de um possuidor ou proprietário precedente à outro. Observação Segundo Caio Mario da Silva Pereira, em posição minoritária, usucapião é modo derivado de aquisição da propriedade e não originário, sustenta que a propriedade teve um titular preexistente que por sentença reconheceu a propriedade ao possuidor, logo a eficácia erga omnes. Demonstrada na certidão do imóvel, ostenta um titular anterior que não transferiu voluntariamente o domínio sobre a coisa, mas por decisão judicial, sendo compelido a isso. Elementos Elemento objetivo Corpus, objeto a ser usucapido. Elemento subjetivo Animus, intenção de ser dono da coisa. Lapso temporal É variável de acordo com a modalidade de usucapião, com mínimo de 2 e máximo de 15 anos. Inercia do proprietário Não se manifestar para reaver a coisa que é possuída por outrem. Presunção de abandono (relativa) Ocorre pela falta de contato com a coisa Natureza jurídica Modo originário de aquisição da propriedade, segundo a corrente majoritária. Natureza da sentença Declaratória. CC Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. “Usucapião em defesa” O réu da ação de usucapião tem a declaração de que ele é o proprietário, porque o autor não consegue provar a sua titularidade. Espécies de usucapião Usucapião extraordinária CC Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. Corato Direito Civil IV É a com maior lapso temporal previsto em lei para usucapião, não exige justo título nem boa-fé, bastando o decurso de 15 anos de posse mansa, pacífica sem oposição do proprietário, associado ao animus domini. O termo interrupção previsto no artigo induz a interpretação de que as causas que interrompem a prescrição também se aplicam para impedir a consolidação da usucapião, assim, parte da doutrina afirma que usucapião é prescrição aquisitiva para o possuidor, que reúne os requisitos para se tornar proprietário. Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo. A posse com finalidade de moradia ou destinação de caráter produtivo, permite que o prazo de 15 anos caia para 10 anos, situação conhecida como “posse trabalho”, privilegiando a função social da propriedade, garantida pelo Artigo 5º, XXIII, CRFB/88. Usucapião ordináriaJusto título; Cessão de direito; Promessa de compra e venda; Doação; Cessão de direitos Inter vivos. Tais títulos devem ser realizados com boa-fé entre as partes, tornando-se nulo pela simulação ou anuláveis em razão de vícios que atingem a manifestação de vontade. CC Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos. Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico. CC Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. Usucapião especial rural CC Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. Os requisitos deste artigo são cumulativos, diverso dos artigos 1238, pú e 1242, pú, em que a possuidor estabelece moradia ou investimento de caráter econômico. OBS. As modalidades especial rural e urbana, já eram previstas na CRFB/88 artigos 191 e 183, e por isso alguns autores entendem que a denominação correta seria usucapião constitucional rural. Devido a sua origem anterior a previsão do CC. Usucapião especial urbana CC Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. § 1.º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. § 2.º O direito previsto no parágrafo antecedente não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. Difere apenas no local e dimensões, mas os requisitos devem ser cumulativos. Corato Direito Civil IV Aula 5: 16/03/2017 Usucapião especial familiar ou entre cônjuges ou entre companheiros CC Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m2 (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade dívida com ex-cônjuge ou ex companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. § 1.º O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. § 2.º (Vetado.) Usucapião coletiva Artigo 10 do estatuto da cidade lei 10257/01 Art. 10. As áreas urbanas com mais de duzentos e cinquenta metros quadrados, ocupadas por população de baixa renda para sua moradia, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, onde não for possível identificar os terrenos ocupados por cada possuidor, são susceptíveis de serem usucapidas coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural. § 1o O possuidor pode, para o fim de contar o prazo exigido por este artigo, acrescentar sua posse à de seu antecessor, contanto que ambas sejam contínuas. § 2o A usucapião especial coletiva de imóvel urbano será declarada pelo juiz, mediante sentença, a qual servirá de título para registro no cartório de registro de imóveis. § 3o Na sentença, o juiz atribuirá igual fração ideal de terreno a cada possuidor, independentemente da dimensão do terreno que cada um ocupe, salvo hipótese de acordo escrito entre os condôminos, estabelecendo frações ideais diferenciadas. § 4o O condomínio especial constituído é indivisível, não sendo passível de extinção, salvo deliberação favorável tomada por, no mínimo, dois terços dos condôminos, no caso de execução de urbanização posterior à constituição do condomínio. § 5o As deliberações relativas à administração do condomínio especial serão tomadas por maioria de votos dos condôminos presentes, obrigando também os demais, discordantes ou ausentes. Só é possível a aplicação em imóveis da área urbana, com dimensões maiores de 250m², e com ações movidas por pessoas de baixa renda. Sua modalidade extraordinária está presente no artigo 1238, CC CC Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo. Sua modalidade ordinária no artigo 1242, CC CC Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos. Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico. Regimes de bens em espécie Regime da comunhão universal (ou total) de bens Em regra, ao final do casamento todos os bens anteriores ao matrimonio e os constituídos na sua constância serão objeto de meação (divisão por 2) Exceção: Os bens que constam no artigo 1668, CC não formam patrimônio comum. CC Art. 1.668. São excluídos da comunhão: Corato Direito Civil IV I - os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar; II - os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a condição suspensiva; III - as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou reverterem em proveito comum; IV - as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade; V - os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659. Regime da comunhão parcial de bens Em regra, os bens anteriores ao casamento serão patrimônio particular de cada cônjuge, os bens onerosamente adquiridos durante o matrimonio serão patrimônio comum. Exceções: CC Art. 1.659. Excluem-se da comunhão: I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; II - os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens particulares; III - as obrigações anteriores ao casamento; IV - as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversãoem proveito do casal; V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão; VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; VII - as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes. Art. 1.661. São incomunicáveis os bens cuja aquisição tiver por título uma causa anterior ao casamento. Regime da separação total de bens obrigatória ou legal Nas hipóteses do artigo 1641; CC Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento: I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento; II - da pessoa maior de 70 (setenta) anos; III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial. Os que infringirem o artigo 1523; CC Art. 1.523. Não devem casar: I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros; II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal; III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal; IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas. Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo. Exemplo Uma viúva meeira do patrimônio, com dois filhos, se ela se casa novamente, sem ter feito o inventário, num regime de comunhão total, ela irá dividir com o novo cônjuge a parte dela e dos filhos, o artigo acima evita tal situação. Os maiores de 70 anos; Os que dependerem de suprimento judicial para casarem. Regime da separação total de bens convencional ou facultativa Se comprarem em nome do casal, havendo indicação do quanto cada um contribuiu, ao final do casamento, cada cônjuge terá direito ao valor correspondente a sua quota. Na ausência de indicação da quota contributiva de cada cônjuge, haverá a meação. Regime da participação final nos aquestos São três blocos patrimoniais: Patrimônio comum Corato Direito Civil IV Adquiridos onerosamente durante o casamento, em nome de ambos os cônjuges. Patrimônio particular comunicável Adquirido onerosamente durante o casamento em posse de um só dos cônjuges, mas ao final o outro tem direito aos aquestos. Patrimônio particular incomunicável Os bens anteriores ao casamento, os bens recebidos por doação ou herança e os bens sub-rogados. Usucapião de bens moveis Ordinária CC Art. 1.260. Aquele que possuir coisa móvel como sua, contínua e incontestadamente durante três anos, com justo título e boa-fé, adquirir-lhe-á a propriedade. Extraordinária CC Art. 1.261. Se a posse da coisa móvel se prolongar por cinco anos, produzirá usucapião, independentemente de título ou boa-fé. Soma das posses (tempo de posse) Por união Ato Inter vivos; Translativos enquanto os titulares estão vivos. Por sucessão Ato mortis causa; Decorrem da morte do possuidor precedente. Modos de aquisição da posse Se dá pelo exercício da posse direta, se comportando como se dono fosse. A posse direta pelo título de que se faz presumir o direito a ter exercício da posse. Adquire-se a posse em nome próprio ou por interposta pessoa. Em nome próprio A posse considera-se adquirida a partir do contato físico com a coisa. Por interposta pessoa Com poderes de representação, o contrato de mandato. Sem poderes de representação, a gestão de negócios. Observação Quando a aquisição da posse se dá por interposta pessoa com poderes de representação conferidos pelo legitimo possuidor, considera-se adquirida, a partir do momento que o legitimo possuidor entra em contato com a coisa. Sendo recebida a coisa por quem não tenha poderes de representação, considera-se a posse no momento da entrega ao legitimo possuidor, que ao receber ratifica os atos do gestor de negócios se o legitimo possuidor se recusar a receber a coisa, não se configura a posse. É possível usucapir na modalidade patrimônio comum. Corato Direito Civil IV Transmissão da posse Tradição para bens móveis Transcrição para bens imóveis Real Quando o próprio objeto é entregue. Ficta Não acontece de fato. Constituti-possessório Cláusula contratual mediante a qual o alienante (vendedor) transmite a posse da coisa alienada ao nome do comprador, embora continue a deter o bem; desprendimento de posse. Simbólica É a que se traduz através de um instrumento. Transmissão da posse ficta • Constituti-possessório É uma tradição ficta, eis que de fato não ocorre transferência da posse ao possuidor precedente ao seu sucessor. O que ocorre é uma inversão no animus do possuidor. Configura-se quando o possuidor em nome próprio passa a possuir em nome alheio. O possuidor pleno passa a ser possuidor apenas direto. Constituti-possessório Trata-se da operação jurídica que altera a titularidade na posse, de maneira que, aquele que possuía em seu próprio nome, passa a possuir em nome de outrem (Ex.: eu vendo a minha casa a Fredie e continuo possuindo-a, como simples locatário). Contrariamente, na traditio brevi manu, aquele que possuía em nome alheio, passa a possuir em nome próprio (por exemplo é o caso do locatário, que adquire a propriedade da coisa locada). • Traditio brevi manu Ocorre quando o possuidor em nome alheio passa a possuir em nome próprio, ou seja, o possuidor restrito passa a ser possuidor pleno. Perda da posse Um dos motivos para perda da posse é quando não se dá uma função social para o bem. CC Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido. CC Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do possuidor, o poder sobre o bem, ao qual se refere o art. 1.196. Ato involuntário Contra a vontade do legitimo possuidor. Exemplo: desapropriação, esbulho, turbação... Ato Voluntario Com concordância do possuidor. Exemplo: atos de alienação, abandono da residência. Corato Direito Civil IV Aula 6: 23/03/2017 Propriedade Conceito CC Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito dereavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. Propriedade é direito real pelo qual o titular tem os atributos inerentes ao domínio, ainda que não sejam exercidos, é o mais amplo dos direitos reais, porque confere ao sujeito a possibilidade de usar, fruir ou gozar, dispor e reivindicar. Características Propriedade é direito constitucionalmente adquirido pelo artigo 5º, XXII /CRFB. CRFB Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXII - é garantido o direito de propriedade; A propriedade também deve atender a uma função social, como razão determinante da manutenção do direito de propriedade, na forma do art. 5º, XXIII/ CRFB combinado com o art. 1228, §1º e §2º/CC. CRFB Art. 5º XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; CC Art. 1.228. § 1.º O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas. § 2.º São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem. Propriedade é um direto pleno, também chamado ilimitado, porque não admite intervenções alheias, salvo se autorizadas pelo dono ou determinadas por normas de ordem pública como por exemplo: Desapropriação, expropriação ou retomada particular para fins de uso temporário. Sequela (para onde o bem vai, o direito real de garantia o acompanha.) É a identificação que adere a coisa caracterizando-a, a diferenciando das demais semelhantes a ela, e vinculando-a ao proprietário. Sequela é um gravame que recai sobre a coisa, como por exemplo comprar um imóvel hipotecado. STJ Súmula 308 - A hipoteca firmada entre a construtora e o agente financeiro, anterior ou posterior à celebração da promessa de compra e venda, não tem eficácia perante os adquirentes do imóvel. (Súmula 308, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 30/03/2005, DJ 25/04/2005 p. 384). Propriedade é dotada de ambulatoriedade, que é a capacidade da propriedade mudar de um titular pra outro, levando as características, às características inerentes e adquiridas da coisa. Ambulatoriedade é a possiblidade de sair das mãos de um titular para outro, carregando com sigo os gravames que recaem sobre a coisa. Corato Direito Civil IV No tocante ao Princípio da Ambulatoriedade, esse versa que todos os ônus inerentes à coisa, acompanham a mesma ainda que transferido o direito real sobre ela, ou seja, transfere-se a coisa e com ela também os seus ônus (sejam tributários, taxas condominiais, ou ainda parcelas inadimplentes). Portanto, institui o art. 1345, do Código Civil que: “o adquirente de unidade responde pelos débitos do alienante, em relação ao condomínio, inclusive multas e juros moratórios”. Perpetuidade Significa que o proprietário pode ficar vinculado a coisa enquanto for está a sua vontade, salvo nas hipóteses de perda da propriedade determinadas por lei. Elasticidade Significa que os atributos do domínio podem se manter reunidos nas mãos do proprietário ou serem transferidos a terceiros de acordo com seu interesse, podendo regressar para suas mãos ao final da convenção firmada. Exemplo: uso fruto, locação. Função social O Código Civil, é claro ao dispor que o direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas (art. 1228 do CC). Embora o dispositivo não afirme expressamente, é óbvio que o proprietário também não pode, sob pena de violar a função social da propriedade, contaminar o solo do bem imóvel do qual é dono. Portanto, a propriedade deve ser utilizada como instrumento da produção e circulação de riquezas, para moradia ou produção econômica, não podendo servir de instrumento para a destruição de bens ou valores caros a toda a sociedade como é o caso do meio ambiente sadio e equilibrado. Modos de aquisição da propriedade imóvel Acessão natural, formação de ilhas CC Art. 1.249. As ilhas que se formarem em correntes comuns ou particulares pertencem aos proprietários ribeirinhos fronteiros, observadas as regras seguintes: I - as que se formarem no meio do rio consideram-se acréscimos sobrevindos aos terrenos ribeirinhos fronteiros de ambas as margens, na proporção de suas testadas, até a linha que dividir o álveo em duas partes iguais; II - as que se formarem entre a referida linha e uma das margens consideram-se acréscimos aos terrenos ribeirinhos fronteiros desse mesmo lado; III - as que se formarem pelo desdobramento de um novo braço do rio continuam a pertencer aos proprietários dos terrenos à custa dos quais se constituíram. Aluvião (lento e imperceptível) CC Art. 1.250. Os acréscimos formados, sucessiva e imperceptivelmente, por depósitos e aterros naturais ao longo das margens das correntes, ou pelo desvio das águas destas, pertencem aos donos dos terrenos marginais, sem indenização. Parágrafo único. O terreno aluvial, que se formar em frente de prédios de proprietários diferentes, dividir- se-á entre eles, na proporção da testada de cada um sobre a antiga margem. Avulsão (abrupto e ostensivo) Em face da regra do artigo.1251/CC, quanto a indenização cabível ao proprietário desfalcado a jurisprudência tem admitido que só será aplicada se decorrer de conduta culposa por omissão, porque não se pode responsabilizar sem o cumprimento integral dos requisitos do ato ilícito (conduta, nexo e dano) CC Art. 1.251. Quando, por força natural violenta, uma porção de terra se destacar de um prédio e se juntar a outro, o dono deste adquirirá a propriedade do acréscimo, se indenizar o dono do primeiro ou, sem indenização, se, em um ano, ninguém houver reclamado. Corato Direito Civil IV Parágrafo único. Recusando-se ao pagamento de indenização, o dono do prédio a que se juntou a porção de terra deverá aquiescer a que se remova a parte acrescida. Álveo (abandonado) É o leito do rio que seca. Decorre de fatos alheios à vontade humana, independente do comportamento humano. CC Art. 1.252. O álveo abandonado de corrente pertence aos proprietários ribeirinhos das duas margens, sem que tenham indenização os donos dos terrenos por onde as águas abrirem novo curso, entendendo-se que os prédios marginais se estendem até o meio do álveo. Acessão artificial Ocorre quando existe intervenção humana para acrescer sobre o solo o próprio bem principal. Observação A acessão artificial faz presumir que a plantação ou construção valorizou consideravelmente o solo, invertendo-se o critério do acessório que passa a ser o própriobem principal, evento denominado acessão invertida. Plantações; Construções; O artigo1258/CC, Presume-se o abandono pela inércia do proprietário. CC Art. 1.258. Se a construção, feita parcialmente em solo próprio, invade solo alheio em proporção não superior à vigésima parte deste, adquire o construtor de boa-fé a propriedade da parte do solo invadido, se o valor da construção exceder o dessa parte, e responde por indenização que represente, também, o valor da área perdida e a desvalorização da área remanescente. Parágrafo único. Pagando em décuplo as perdas e danos previstos neste artigo, o construtor de má-fé adquire a propriedade da parte do solo que invadiu, se em proporção à vigésima parte deste e o valor da construção exceder consideravelmente o dessa parte e não se puder demolir a porção invasora sem grave prejuízo para a construção. Transcrições do título aquisitivo no registro imobiliário (averbação) Prenotação, é o primeiro ato. Observação O ato contratual por si só não gera propriedade imobiliária que exige averbação do título aquisitivo no registro imobiliário competente, em razão da localização do imóvel. É um procedimento administrativo que se inicia pelo ato de prenotação, cuja a eficácia será ex tunc, ainda que transcorra longo prazo até encerrar o procedimento. CC Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis. § 1.º Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido como dono do imóvel. § 2.º Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação de invalidade do registro, e o respectivo cancelamento, o adquirente continua a ser havido como dono do imóvel. Art. 1.246. O registro é eficaz desde o momento em que se apresentar o título ao oficial do registro, e este o prenotar no protocolo. Usucapião Vide as aulas anteriores. Modos de aquisição da propriedade móvel Perda da propriedade Benfeitoria é melhoramento que se faz na coisa principal, sendo considerado acessório; Acessão é fazer surgir o próprio bem natural, por ser modo de aquisição da propriedade imóvel. Corato Direito Civil IV Aula 7: 30/03/2017 Modos de aquisição da propriedade móvel Usucapião Extraordinária, 5 anos de posse. CC Art. 1.261. Se a posse da coisa móvel se prolongar por cinco anos, produzirá usucapião, independentemente de título ou boa-fé. Ordinária, 3 anos de posse tendo justo título e boa-fé. CC Art. 1.260. Aquele que possuir coisa móvel como sua, contínua e incontestadamente durante três anos, com justo título e boa-fé, adquirir-lhe-á a propriedade. Ocupação Toda vez que se toma posse de um objeto que não tem dono, ou foi abandonado por um dono. Diferente de descoberta, que é encontrar coisa alheia que, por lei, deve ser restituída ao dono. CC Art. 1.263. Quem se assenhorear de coisa sem dono para logo lhe adquire a propriedade, não sendo essa ocupação defesa por lei. Achado do tesouro Requisitos cumulativos CC Art. 1.264. O depósito antigo de coisas preciosas, oculto e de cujo dono não haja memória, será dividido por igual entre o proprietário do prédio e o que achar o tesouro casualmente. Art. 1.265. O tesouro pertencerá por inteiro ao proprietário do prédio, se for achado por ele, ou em pesquisa que ordenou, ou por terceiro não autorizado. Art. 1.266. Achando-se em terreno aforado, o tesouro será dividido por igual entre o descobridor e o enfiteuta, ou será deste por inteiro quando ele mesmo seja o descobridor. Confusão, comistão e adjunção Confusão: Mistura de líquidos ou substâncias de mesma natureza que criam um novo elemento; Comistão: Mistura de sólidos que criam um novo elemento; Adjunção: Toda vez que se sobrepõe as substâncias criando um elemento novo, mas sendo possível identificar as substâncias individualmente. CC Art. 1.272. As coisas pertencentes a diversos donos, confundidas, misturadas ou adjuntadas sem o consentimento deles, continuam a pertencer-lhes, sendo possível separá-las sem deterioração. § 1.º Não sendo possível a separação das coisas, ou exigindo dispêndio excessivo, subsiste indiviso o todo, cabendo a cada um dos donos quinhão proporcional ao valor da coisa com que entrou para a mistura ou agregado. § 2.º Se uma das coisas puder considerar-se principal, o dono sê-lo-á do todo, indenizando os outros. Art. 1.273. Se a confusão, comissão ou adjunção se operou de má-fé, à outra parte caberá escolher entre adquirir a propriedade do todo, pagando o que não for seu, abatida a indenização que lhe for devida, ou renunciar ao que lhe pertencer, caso em que será indenizado. Art. 1.274. Se da união de matérias de natureza diversa se formar espécie nova, à confusão, comissão ou adjunção aplicam-se as normas dos arts. 1.272 e 1.273. Especificação Ocorre quando alguém trabalha a matéria prima e cria uma espécie nova. CC Art. 1.269. Aquele que, trabalhando em matéria-prima em parte alheia, obtiver espécie nova, desta será proprietário, se não se puder restituir à forma anterior. Art. 1.270. Se toda a matéria for alheia, e não se puder reduzir à forma precedente, será do especificador de boa-fé a espécie nova. Corato Direito Civil IV § 1.º Sendo praticável a redução, ou quando impraticável, se a espécie nova se obteve de má-fé, pertencerá ao dono da matéria-prima. § 2.º Em qualquer caso, inclusive o da pintura em relação à tela, da escultura, escritura e outro qualquer trabalho gráfico em relação à matéria-prima, a espécie nova será do especificador, se o seu valor exceder consideravelmente o da matéria-prima. Tradição Modo pelo qual se transfere a propriedade móvel. CC Art. 1.267. A propriedade das coisas não se transfere pelos negócios jurídicos antes da tradição. Parágrafo único. Subentende-se a tradição quando o transmitente continua a possuir pelo constituto possessório; quando cede ao adquirente o direito à restituição da coisa, que se encontra em poder de terceiro; ou quando o adquirente já está na posse da coisa, por ocasião do negócio jurídico. Art. 1.268. Feita por quem não seja proprietário, a tradição não aliena a propriedade, exceto se a coisa, oferecida ao público, em leilão ou estabelecimento comercial, for transferida em circunstâncias tais que, ao adquirente de boa-fé, como a qualquer pessoa, o alienante se afigurar dono. § 1.º Se o adquirente estiver de boa-fé e o alienante adquirir depois a propriedade, considera-se realizada a transferência desde o momento em que ocorreu a tradição. § 2.º Não transfere a propriedade a tradição, quando tiver por título um negócio jurídico nulo. Perda de propriedade CC Art. 1.275. Além das causas consideradas neste Código, perde-se a propriedade: I - por alienação; II - pela renúncia; III - por abandono; IV - por perecimento da coisa; V - por desapropriação. Parágrafo único. Nos casos dos incisos I e II, os efeitos da perda da propriedade imóvel serão subordinados ao registro do título transmissivo ou do ato renunciativo no Registro de Imóveis. Art. 1.276. O imóvel urbano que o proprietário abandonar, com a intenção de não mais o conservar emseu patrimônio, e que se não encontrar na posse de outrem, poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, três anos depois, à propriedade do Município ou à do Distrito Federal, se se achar nas respectivas circunscrições. § 1.º O imóvel situado na zona rural, abandonado nas mesmas circunstâncias, poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, três anos depois, à propriedade da União, onde quer que ele se localize. § 2.º Presumir-se-á de modo absoluto a intenção a que se refere este artigo, quando, cessados os atos de posse, deixar o proprietário de satisfazer os ônus fiscais. Renúncia = abdicação No direito sucessório temos a renúncia abdicativa ou própria, abrindo mão em favor do monte sucessório. E a renúncia translativa ou imprópria, abrindo mão em favor de certa e determinada pessoa ou pessoas. Na translativa, importa 2 atos consecutivos = aceitação seguida de cessão ou doação. Observação A análise superficial do artigo 1276, pode gerar a interpretação equivocada de que a perda da propriedade será imediata pelo simples fato do proprietário não pagar os impostos que recaem sobre a coisa. A perda só ocorrerá se forem esgotadas as vias de defesa na esfera administrativa sem que o proprietário se manifeste. Por que somente assim haverá cumprimento dos princípios constitucionais da ampla defesa e o contraditório. O parágrafo 2º do artigo 1276, CC será considerado inconstitucional se o proprietário não tiver a possibilidade de se defender sobre a presunção do abandono. Restrições Limitações privadas ao direito de propriedade. Resolúvel Subordinada a uma cláusula resolutiva. É a cláusula que extingue a propriedade. Corato Direito Civil IV Revogável As causas da revogação são previstas em lei. Por exemplo, na doação, por inexecução do encargo ou ingratidão do donatário. Fiduciária Fidúcia significa, em confiança ou em garantia. Quando for garantida pelo próprio objeto de aquisição. Mas o direito não é reaver o bem para si, pois depois de reaver o bem ele deve ser alienado em hasta pública. Observação Na propriedade fiduciária a relação jurídica é triangular e não linear. Porque a transferência do domínio só ocorre após cumpridas as prestações cujo o inadimplemento é garantido por um terceiro, chamado agente ou credor fiduciário. Se o contrato não for adimplido o credor fiduciário não pode ficar com o objeto para si, devendo aliena-lo em hasta pública para reaver o credito bem como restituir ao devedor fiduciário o valor que havia pago. A propriedade imóvel garantida por alienação fiduciária é prevista no decreto lei 911/69 combinada com art. 204/CC e lei 9514/97. A propriedade fiduciária dos bens móveis é prevista nos artigos 1361 A 1368 B /CC Fideicomissária. Fideicomisso é forma de substituição testamentaria utilizada exclusivamente para contemplar prole eventual (não necessariamente a própria prole). A partir do artigo1951, e engloba quem ainda será concebido. Art.1800, §4º/CC a concepção deverá ocorrer em até 2 anos após a morte do testador. 3 são os personagens. CC Art. 1800 § 4.º Se, decorridos dois anos após a abertura da sucessão, não for concebido o herdeiro esperado, os bens reservados, salvo disposição em contrário do testador, caberão aos herdeiros legítimos. Fideicomitente, que é o testador Fiduciário, ele é um proprietário resolúvel. Fideicomissário, conceptual, prole eventual, que é o verdadeiro destinatário segundo o testador. Corato Direito Civil IV Aula 8: 06/04/2017 Revisão, Suejane não compareceu. Aula 9: 13/04/2017 Não houve aula Aula 10: 20/04/2017 Correção dos casos concretos 27/04/2017 AV1 04/05/2017 Revisão AV1 Corato Direito Civil IV Aula 11: 11/05/2017 Direitos Reais Sobre Coisa Alheia Direito Real de Superfície Conceito Direito real sobre coisa alheia pelo qual o proprietário permite a outrem plantar ou construir em seu imóvel do domínio só ocorre após cumpridas as prestações cujo o inadimplemento é garantido Previsão legal Inicialmente era previsto pelo estatuto da cidade, Lei 10257/01 Art.21 a 24. Com o advento do atual código civil, teve previsão semelhante, porém com aplicabilidade mais abrangente, porque refere-se a imóveis urbanos e rurais, enquanto que o estatuto da cidade refere-se apenas a imóveis urbanos. Proprietários distintos sobre o mesmo bem principal, sendo que cada um é dono de uma parte, um é dono do solo e outro da plantação ou construção. Características Direito real sobre coisa alheia; Temporário, todo direito é temporário, exceto o de propriedade; Pode ser gratuito ou oneroso; Transmite-se por carga sucessória aos herdeiros das partes e, no caso dos herdeiros do superficiário, até o tempo previsto para encerrar o contrato; É solene, exige instrumento público, por escrito; Exige averbação no RI para ser caracterizado como direito real; Tem como partes: Nu proprietário, dono do solo, do terreno; Superficiário, ou fundieiro, aquele que planta ou constrói na propriedade alheia. Superfície sem averbação só faz direito entre as partes, é possível vender um imóvel com gravame de superfície, desde que haja clausula de preferência, assim como o direito de alienar a superfície, durante o contrato de superfície, também deve ter o direito de preferência, para o proprietário do solo. Ninguém pode se opor a venda da superfície, é um direito erga omnis, a impugnação da venda só seria possível se não fosse respeitado o direito de preferência. Contrato de superfície só possibilita alienar de forma onerosa, a adoção (alienação gratuita) depende da anuência do proprietário do solo. Constituição Por ato entre vivos Através de instrumento público averbado no RI. Propriedade e um direito perpetuo, por só acaba por vontade do proprietário ou por razão legal. Corato Direito Civil IV Por ato mortis causa Através de direito hereditário manifestado em testamento (em qualquer das modalidades: público, cerrado ou particular) também exige averbação no RI, senão tem apenas a característica contratual. Encargos que recaem Sobre o imóvel, devem ser suportados pelo superficiário. Direito de preferência Se qualquer das partesdesejar vender o seu direito real será possível faze-lo desde que dê a preferência a outra parte. Extinção por Advento do termo de sua duração Não havendo prazo estipulado o tempo máximo é de 20 anos. Consolidação Quando numa mesma pessoa figurar o Nu Proprietário e o Superficiário. Distrato Forma consensual entre as partes. Rescisão Exige motivação pelo dono do solo. Renuncia Ato de abdicação por parte do beneficiário e aplica-se para atos inter vivos e mortis causa (superficiário). Não exige motivação. Desapropriação A indenização e repartida proporcionalmente entre o nu proprietário e o superficiário. O desuso e o desvio da finalidade para o qual a superfície foi constituída, são hipóteses que autorizam a resolução do contrato de superfície, por clausula expressa ou tácita. Corato Direito Civil IV Aula 12: 18/05/2017 Direitos Reais Sobre Coisa Alheia Continuação Usufruto Conceito Direito real sobre coisa alheia pelo qual ocorre o desmembramento dos atributos do domínio entre dois titulares distintos, o usufrutuário, o que tem o direito de uso e fruição e o nu proprietário quem mantem o direito de dispor e reivindicar. Características Direito real sobre coisa alheia; Personalíssimo, uso e fruição são conferidos a quem o Nu Proprietário assim desejar; Intransmissível aos herdeiros do “Usufrutuário” em razão da sua morte. Já o herdeiro do Nu Proprietário recebe uma propriedade restrita; Temporário, pois será exercido pelo tempo descrito no documento constitutivo, sendo entre pessoa jurídica pelo prazo máximo de 30 anos, se não houver estipulação de prazo para a pessoa física, será vitalício, vidual; CC Art. 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso de 30 (trinta) anos da data em que se começou a exercer; Solene, devendo ser averbado no RI se este for seu objeto imóvel e no registro de títulos e documentos se tiver por objeto bem móvel; Inalienável, porque o direito de dispor se mantém com o Nu Proprietário; Impenhorável, pois se o direito de fruição for retido como garantia de execução o uso fruto deixa de cumprir sua finalidade; Classificação Quanto ao objeto Próprio Quando recai sobre bens infungíveis, os inconsumíveis; Improprio Também nomeado como quase usufruto, é quando tem por objeto bens fungíveis, consumíveis. Quanto a origem Convencional Decorre de um acordo (convenção) entre as partes, sem limite de sujeitos nas partes, Usufrutuário e Nu Proprietário; Legal É aquele que decorre de expressa previsão legal, Art.1689/CC e Lei 8971/94 artigo 2º. CC Art. 1.689. O pai e a mãe, enquanto no exercício do poder familiar: I - são usufrutuários dos bens dos filhos; II - têm a administração dos bens dos filhos menores sob sua autoridade. LEI No 8.971, DE 29 DE DEZEMBRO DE 1994. Art. 2º As pessoas referidas no artigo anterior participarão da sucessão do(a) companheiro(a) nas seguintes condições: I - o(a) companheiro(a) sobrevivente terá direito enquanto não constituir nova união, ao usufruto de quarta parte dos bens do de cujos, se houver filhos ou comuns; Corato Direito Civil IV II - o(a) companheiro(a) sobrevivente terá direito, enquanto não constituir nova união, ao usufruto da metade dos bens do de cujos, se não houver filhos, embora sobrevivam ascendentes; III - na falta de descendentes e de ascendentes, o(a) companheiro(a) sobrevivente terá direito à totalidade da herança. Judicial Determinado por sentença, quando o juízo fraciona o dominis entre dois ou mais titulares. Quanto à extensão Parcial Quando recai sobre parte do patrimônio, de bem individualizado dentro do acervo patrimonial do Nu Proprietário, é comum ser instituído sobre a forma de legado. CC Art. 1.921. O legado de usufruto, sem fixação de tempo, entendesse deixado ao legatário por toda a sua vida. Total/Universal É aquele que recai sobre a universalidade patrimonial do Nu Proprietário, mesmo que uma fração do todo. Quanto à duração Temporário Quando está submetido a um prazo convencionado entre as partes ou quando a lei impõe o prazo de duração máximo para pessoas jurídicas. Vitalício Aquele que dura enquanto o Usufrutuário viver. Quanto ao exercício Sucessivo Quando o instituidor nomeia dois ou mais sujeitos, para exercerem o uso fruto em períodos distintos e sucessivos entre si. Que não se exige que os Usufrutuários sejam herdeiros um do outro podendo recair sobre sujeitos sem qualquer relação de parentesco. Num 1º momento, nomeia um Usufrutuário, e ao fim deste em um 2º momento outro Usufrutuário, de forma sucessiva. Independente dos Usufrutuários serem herdeiros entre si. Simultâneo Dois ou mais Usufrutuários nomeados simultaneamente. No caso de morte de um dos Usufrutuários, os demais mantem inalteradas as suas partes, pois não absorvem a parte do falecido. O direito se extingue com a morte do Usufrutuário, voltando para o Nu Proprietário. Para que a parte seja absorvida deve ser de forma expressa. CC Art. 1.411. Constituído o usufruto em favor de duas ou mais pessoas, extinguir-se-á a parte em relação a cada uma das que falecerem, salvo se, por estipulação expressa, o quinhão desses couber ao sobrevivente. Constituição Quanto à solenidade Através de instrumento público averbado no RI, no coso de bens imóveis ou; Por averbação no registro de títulos e documentos, sendo bens móveis. Quanto à forma de fracionamento dos atributos do domínio 1ª hipótese, o proprietário reserva a nua propriedade para si e transfere o Usufruto a terceiro; Corato Direito Civil IV 2ª hipótese, o proprietário transfere a nua propriedade para terceiro e reserva o usufruto pra si; 3ª hipótese, o proprietário transfere a um sujeito a nua propriedade e a outro sujeito o usufruto, sem reservar para si qualquer parcela do domínio. Extinção por Advento do termo de sua duração Sendo entre pessoa jurídica pelo prazo máximo de 30 anos, se não houver estipulação de prazo para a pessoa física, será vitalício, vidual; Consolidação Quando numa mesma pessoa figurar o Nu Proprietário e o Usufrutuário; Morte do Usufrutuário Distrato Forma consensual entre as partes; Desuso Que faz presumir que não há necessidade nem de Uso ou Fruição; Resolução Quando há descumprimento do contrato, ele deve ser tecnicamente resolvido; Desapropriação Destruição do objeto sobre o qual recai o Usufruto Observação Na forma do
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