Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fisiopatologia da Aterosclerose e o Infarto Agudo do Miocárdio IAM Definição: É a necrose da célula miocárdica resultante da oferta inadequada de oxigênio ao músculo cardíaco ATEROSCLEROSE Doença inflamatória das artérias elásticas (aorta, carótida e ilíaca) e musculares (coronária e poplítea); É uma doença inflamatória crônica, sistêmica e progressiva com múltiplos estágios caracterizada por um endurecimento e estenose da camada intimal com acúmulo de placa contendo partículas de lipoproteínas intra e extracelular e macrófagos. Na primeira metade do século XX, a doença cardiovascular já se estabelecia como a principal causa de morte na maior parte do mundo industrializado Nas últimas décadas, o progressivo entendimento da gênese e da evolução da aterosclerose, aliados a redução da prevalência de alguns fatores de risco e aos aprimoramentos no tratamento, resultou em queda da mortalidade da doença cardiovascular - Colesterol é o principal componente lipídico da placa de ateroma - Níveis aumentados de colesterol (LDL principalmente) estão associados a aumentos no risco de doenças cardíacas - Diminuição nos níveis de colesterol diminui os riscos de doenças cardíacas - LDL é o “mau colesterol” faz o transporte de colesterol para os tecidos mais diretamente associado a risco cardíaco maior potencial aterogênico mais suscetível a deposição - HDL é o “bom colesterol” faz o transporte reverso de colesterol potencial anti-aterogênico potencial terapêutico em estudo Incidência de aterosclerose até 40 anos: - 5% não diabéticos - 45% diabéticos Aumento da incidência em tabagistas Aumento da expectativa de vida e diminuição da incidência após abandono Possível papel para compostos tóxicos e aumento da geração de espécies reativas de oxigênio . Hiperlipidemia; . HDL; . glic-LDL (favorece deposição); . glic-colágeno (favorece deposição); . Obesidade; . Hipertensão Toda a superfície dos vasos está exposta aos fatores pró-aterogênicos. No entanto, a distribuição das lesões não é uniforme e é fortemente influenciada por fatores hemodinâmicos. Aparecimento principalmente em locais de fluxo perturbado. Hipertensão pode agravar o potencial pró-aterogênico dos fatores hemodinâmicos - Avaliação rotineira e periódica da circulação dos grandes vasos . Ressonância . Doppler . Cateterismo - Atenção aos fatores de risco - prevenção As manifestações clínicas da aterosclerose são decorrentes da diminuição da luz ou oclusão do vaso e comprometimento do aporte sangüineo para os tecidos São variáveis em sintomatologia e gravidade dependendo da extensão e local da lesão Rompimento da placa expõe uma superfície altamente trombogênica (fator tecidual, fosfatidilserina, colágeno) - Desprendimento de trombo a partir da placa ou da placa propriamente, ocasionando oclusão de artérias menores, isquemia tecidual e necrose - infarto - Infarto agudo do miocárdio - Acidente Vascular Cerebral - Fragilidade da parede do vaso em decorrência do aumento de pressão (congestão) local ANEURISMA - Susceptível a rompimento e hemorragias graves, choque e morte TRATAMENTO CONSERVADOR Dietoterapia Eliminação dos fatores de risco Controle farmacológico do colesterol Controle dietético/farmacológico do Diabetes ... TRATAMENTO INVASIVO Angioplastia TRATAMENTO CIRÚRGICO Pontes BALÃO STENT ANGIOPLASTIA Enxerto de parte de um vaso para substituição do trecho obstruído da coronária - safena; - mamária - radial PONTES RE-ESTENOSE: reoclusão do trecho desobstruído por reação inflamatória em resposta a angioplastia Utilização de stents farmacológicos (drogas imunossupressoras) Angina Estável (esforço ou típica) – dor previsível com esforço. E produzida pelo aumento da demanda pelo coração, sendo devida a um estreitamento fixo dos vasos coronarianos, quase sempre por ateroma. Angina Instável – caracteriza-se por dor que ocorre com esforços cada vez menores, culminando com a dor em repouso. O risco de infarto é significativo, e o principal objetivo da terapia é reduzi-lo. Trombo de plaqueta-fibrina + ruptura da placa, sem oclusão completa do vaso. O AAS diminui a metade o risco de infarto. Angina variante (Prinzmetal) – é rara, ocorre em repouso e é causada por um espasmo da artéria coronária, geralmente em associação com doença ateromatosa. Evidência de morte da célula miocárdica como consequência de isquemia prolongada. O Diagnóstico clínico: requer uma avaliação integrada: 1- Avaliação da história clínica; 2- Marcadores bioquímicos; 3- ECG; 4- Métodos de imagem: eco stress, CTG. Conceito IAM: Isquemia miocárdica Oferta Demanda Frequência cardíaca Contratilidade Tensão sistólica parietal Transporte O2 Fluxo coronariano Resistência vascular Diástole Controle metabólico Controle neural Autoregulação Força extravasculares Fatores humorais DOENÇAS CORONARIANA ISQUÊMICA - DCI ISQUEMIA MIOCÁRDIA Isquemia é a carência de O2 provocada por perfusão inadequada, resultante de desequilíbrio entre aporte e demanda de O2. Déficit de irrigação do músculo cardíaco Principal causa: doença aterosclerótica das aa. coronárias epicárdicas Trombo Oclusivo: IAM Trombo Não Oclusivo: Angina instável Consequências Da Doença Coronariana Isquêmica Angina de peito IAM ICC AVC Gangrena das extremidades Aneurismas Morte súbita Lesão da membrana celular, levando ao extravasamento de K+ e captação de Na+ por miócitos. A duração desses desequilíbrios determina se a lesão é reversível ou permanente (necrose). Sintomas: • Dor precordial ou retroesternal, irradiada ou não para mandíbula ou braço, sensação de aperto, queimação, peso ou pressão que dura pouco minutos, desde que seja afastada a causa INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO Oclusão Coronária Aguda: causada por espasmo coronário ou formação de trombo secundário ao desprendimento ou crescimento do ateroma ISQUEMIA LESÃO INFARTO Isquemia: ocorre após alguns segundos à oclusão arterial. Geralmente os pacientes sentem uma dor torácica (angina) ou desconforto , que pode ser rapidamente resolvida pela redução da necessidade de O2 pelo coração ou pelo aumento do fluxo sanguíneo miocárdico. Lesão: ocorre quando o período de isquemia se prolonga por mais de alguns minutos, geralmente após de 20-40 min. Tanto a contração muscular quanto à condução elétrica estão alterados. A dor precordial é intensa, porém as enzimas cardíacas estão normais, pois não ocorreu necrose celular. É o momento de maior ameaça ao miocárdio, sendo necessária uma reperfusão rápida e eficaz Infarto: é definido como morte recente das células miocárdicas lesadas, ocorrendo minutos a horas após o episódio isquêmico, e com a necrose celular, há liberação de enzimas séricas Outros sintomas: agitação, ansiedade, sudorese, extremidades frias e cianóticas, náuseas e vômitos, dificuldade respiratório O IAM obedece a um ritmo circadiano sendo que ocorre predominantemente de 6:00 às 12:00 e no período vespertino, devido, em parte pela maior liberação de catecolaminas neste horário, além do estresse físico e mental (no final do expediente de trabalho) . Características da dor . Sintomas associados Manisfestações clínicas Miocárdio Íntegro Infarto recente Infarto antigo ECG normal Elevação de ST Onda Qimportante Inversão de onda T – Não gera potencial de ação; – Não produz vetores; – Não se despolariza e não se repolariza; – Não se contrai, apenas conduz o estímulo; – Promove reações teciduais com liberação de mediadores da dor; – Libera proteínas celulares para o sangue: CK-MB, Troponinas, Mioglobina. Sintomatologia Clínica Alterações no ECG Elevação de enzimas Alterações na contratilidade cardíaca: hipocinesia Alteração histológica irreversível A Célula Necrosada DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DO IAM ASPARTATO AMINOTRANSFERASE (AST ou TGO) Não é específica do miocárdio, presente em outros órgãos (fígado, mm. esquelético, rins e cérebro) Começa a elevar –se em 8-10 hs, atinge o pico em 24-48 hs, normalizando até o 5º dia após a IAM (TGP não se altera) Os valores do pico máximo são 5 a 10 vezes maiores que o limite superior de referência Dosada por métodos colorimétricos ou cinéticos- UV – A oxidação do NADH é diretamente proporcional à atividade da AST/TGO. A atividade enzimática é então calculada através da diminuição da absorvância da solução de NADH em 340nm. Baixa sensibilidade combinada com pouca especificidade = enzima cardíaca diagnosticamente redundante. Está sendo abandonada no diagnóstico laboratorial do IAM. DESIDROGENASE LÁCTICA (LDH) Presente em vários locais (miocárdio, fígado, mm. esquelético, rins, hemácias e leucócitos, pulmão) Aumentada em várias condições patológicas aumenta nas primeiras 12-24 hs, pico em 2-4 dias, retorna ao normal em 8-14 dias Dosada por métodos colorimétricos e cinéticos-UV DESIDROGENASE LÁCTICA (LDH) Presente em vários locais (miocárdio, fígado, mm. esquelético, rins, hemácias e leucócitos, pulmão) Embora exista uma diferença mensurável entre a isoenzima LDH1 do coraçãoe a isoenzima LDH5 do fígado, as hemácias também podem liberar LDH1 Assim, o sangue que será usado para dosagem de LDH não deve permanecer sem separação antes da análise, porque senão a hemólise in vitro invalidará as medidas da LDH. Aumentada em várias condições patológicas aumenta nas primeiras 8-12 hs, pico em 24-48 hs, retorna ao normal em 8-14 dias Dosada por métodos colorimétricos e cinéticos-UV A concentração catalítica se determina a partir da decomposição do NADH, medida pela queda da absortividade a 340nm CREATINOQUINASE TOTAL (CK) Presente principalmente no miocárdio, mm. esquelético e cérebro Valores aumentados são encontrados em paciente com IAM, distrofia muscular, após traumas, cirurgias, exercício intenso e injeções musculares Aumenta após 4-6 hs, pico em 24 hs, volta ao normal em 3 dias Apresenta 3 isoenzimas, separadas por eletroforese: CPK-MM: predomina na musculatura esquelética CPK-MB: predomina no miocárdio CPK-BB: exclusiva do cérebro FUNÇÃO DA CK: quando o músculo se contrai, ocorre consumo de ATP (formando ADP) e a CK catalisa a re-fosforilação do ADP, para formar ATP novamente. A atividade da CK é maior no cérebro, músculos estriados e músculos cardíacos. CREATINO QUINASE FRAÇÃO MB (CK-MB) Relação CK-MB/CK maior que 6% lesão no miocárdio Eleva-se 3-6 hs após o IAM, atinge o máximo em 12-24 hs e retorna ao normal após 2 dias Marcador mais amplamente usado para diagnóstico do IAM Dosada por métodos bioquímicos (cinético-UV) ou imunológicos (ELISA, fluorimetria, quimioluminescência) CK-MB Uma das isoenzimas da CK total, a CK-MB é considerada padrão ouro de referência para comparação com outros marcadores de lesão miocárdica. Para sua dosagem, utiliza-se um método no qual um anticorpo específico inibe a isoenzima MM e a fração restante corresponde basicamente à MB. Sua dosagem deve ser sempre acompanhada da dosagem de CK total. Para avaliar melhor os resultados obtidos, pode-se lançar mão de um índice obtido pela divisão de CK- MB/CK total x 100, que indica o percentual de aumento da CK-MB em relação à CK total. A CK-MB massa determina a concentração de CK-MB no plasma em lugar da sua tividade. Apresenta sensibilidade de 97% e especificidade de 90% para diagnóstico de IAM. Principal limitação falso positivo, em virtude da elevação em outros tecidos não-cardíacos. TROPONINA I Proteína de regulação do complexo de contração do músculo cardíaco Sensibilidade semelhante a CK-MB: eleva-se após 4-6 hs do infarto, pico com 12-24 hs, voltando ao normal após 4-7 dias Determinação de risco em pacientes com angina estável Dosada por turbidimetria, ELISA, fluorimetria ou quimioluminescência Vantagem - Bom para estratificação de risco, maior sensibilidade e especificidade que CK-MB. Diagnóstico tardio. Desvantagem - Baixa sensibilidade para diagnóstico com menos de 6 horas de sintomas. Limitado para diagnóstico de reinfarto. Ao contrário da CK-MB, a troponina I cardíaca (TnI-c) é altamente específica para o tecido miocárdico, não é detectável no sangue de pessoas sadias, mostra um aumento bem acima dos valores limite nos casos de infarto do miocárdio e pode permanecer elevada por 7 a 10 dias após o episódio agudo. O primeiro sinal de elevação das concentrações de troponina em pacientes com infarto do miocárdio ocorre já com 3,5 h de evolução em 50% dos casos. Com 7 h de evolução, 95% dos pacientes apresentam alteração da troponina, fato só igualado com a CK-MB após 12 h de início dos sintomas. MIOGLOBINA Hemeproteína presente no músculo cardíaco e esquelético rapidamente liberada na circulação sangüínea após a lesão 1º marcador a se elevar após dor peitoral (1-3 hs), pico máximo com 4-6 hs, retornando ao normal após 24 hs Útil na avaliação da terapia trombolítica e para monitorar reinfartos Não cardíaco específico Determinada por métodos imunológicos Necessita confirmação com outros marcadores, não determina definitivamente o IAM. Vantagem - Alta sensibilidade, detecção precoce de IAM, detecção de reperfusão. Desvantagem - Baixa especificidade, rápido retorno ao normal. MARCADORES DE EVOLUÇÃO Hemograma VHS Proteína C Reativa Proteínas Cardíacas
Compartilhar