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Direito Internacional Aula 2

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30/03/2017
1
AULA 2
(Direito Internacional Privado)
PROF. ALVARO GOUVEIA
Nacionalidade
Conceito
• É o vínculo jurídico-político que liga o
indivíduo ao Estado (Pontes de
Miranda).
– Dimensão Jurídico-Política (vertical)
• Série de obrigações do indivíduo para o Estado
e vice-versa.
• Ex: serviço militar, proteção diplomática.
– Dimensão Sociológica (horizontal)
• O nacional é membro de uma comunidade
(população que constitui o Estado).
Aquisição de nacionalidade
• Nacionalidade originária
–Adquirida no momento do
nascimento.
• Nacionalidade secundária ou
derivada
–Adquirida posteriormente ao
nascimento.
30/03/2017
2
Critérios de aquisição de 
Nacionalidade Originária
Jus Soli Jus Sanguinis
• Aquisição de nacionalidade do 
país em cujo território se nasceu, 
não importando a nacionalidade 
que os pais tinham à época do 
nascimento, nem posteriores 
modificações na nacionalidade 
dos pais.
• Aquisição de nacionalidade dos 
pais à época do nascimento.
• Países imigratórios. • Países emigratórios.
• Pais com nacionalidades
diferentes: segue a do pai ou, com
pai ignorado, segue a da mãe.
• Se ignorados ambos os pais,
usa-se o critério do jus soli.
Nacionalidade Originária
(Brasil - cumulação de critérios)
Jus Soli
• Jus Soli + Critério Funcional (a contrario 
sensu)
• CRFB/88, art. 12, I, “a”: os nascidos na 
República Federativa do Brasil, ainda 
que de pais estrangeiros, desde que 
estes não estejam a serviço de seu 
país;
Nacionalidade Originária
(Brasil - cumulação de critérios)
Jus Sanguinis
• Jus sanguinis + critério funcional
• CRFB/88, art. 12, I, “b”: “os nascidos no estrangeiro, de pai
brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja
a serviço da República Federativa do Brasil”.
• Jus sanguinis + registro em repartição consular brasileira ou
residência no país e opção pela nacionalidade dos pais.
• CRFB/88, art. 12, I, “c”: “os nascidos no estrangeiro de pai
brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados
em repartição brasileira competente ou venham a residir na
República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo,
depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade
brasileira”. (EC 54/2007)
Nacionalidade Derivada ou 
Secundária
• Ocorre por meio da
naturalização/nacionalização, que
pode ser:
– Voluntária
– Imposta
• Ex: casamento
30/03/2017
3
Naturalização ou 
Nacionalização
• Conceito
– É ato unilateral pelo qual, mediante
solicitação, um Estado concede a
condição de nacional a estrangeiro
determinado.
– Em regra, é ato discricionário do
Estado no exercício de sua soberania,
podendo conceder ou negar a
nacionalidade ao estrangeiro que a
requeira.
Modalidades de naturalização no 
Direito brasileiro
Aquisição derivada ordinária Aquisição derivada 
extraordinária 
• art. 12, II, “a” da CRFB/88
• “os que, na forma da lei, 
adquiram a nacionalidade 
brasileira, exigidas aos 
originários de países de 
língua portuguesa apenas 
residência por um ano 
ininterrupto e idoneidade 
moral”.
• art. 12, II, “b” da CRFB/88
• “os estrangeiros de 
qualquer nacionalidade, 
residentes na República 
Federativa do Brasil há 
mais de quinze anos 
ininterruptos e sem 
condenação penal, desde 
que requeiram a 
nacionalidade brasileira”.
• É discricionária (lei 6.815/1980, 
art. 121).
• É considerada um direito 
adquirido do estrangeiro.
Requisitos para a naturalização 
ordinária no Brasil
• Lei 6.815/1980, art. 112. São condições para a
concessão da naturalização:
– I - capacidade civil, segundo a lei brasileira;
– II - ser registrado como permanente no Brasil;
– III - residência contínua no território nacional, pelo prazo
mínimo de quatro anos, imediatamente anteriores ao pedido
de naturalização;
– IV - ler e escrever a língua portuguesa, consideradas as
condições do naturalizando;
– V - exercício de profissão ou posse de bens suficientes à
manutenção própria e da família;
– VI - bom procedimento;
– VII - inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação no
Brasil ou no exterior por crime doloso a que seja cominada
pena mínima de prisão, abstratamente considerada, superior
a 1 (um) ano; e
– VIII - boa saúde.
Diminuição do prazo de residência para 
a naturalização ordinária no Brasil
• Art. 113. O prazo de residência fixado no artigo 112,
item III, poderá ser reduzido se o naturalizando
preencher quaisquer das seguintes condições:
– I - ter filho ou cônjuge brasileiro;
– II - ser filho de brasileiro;
– III - haver prestado ou poder prestar serviços relevantes ao
Brasil, a juízo do Ministro da Justiça;
– IV - recomendar-se por sua capacidade profissional, científica
ou artística; ou
– V - ser proprietário, no Brasil, de bem imóvel, cujo valor seja
igual, pelo menos, a mil vezes o Maior Valor de Referência; ou
ser industrial que disponha de fundos de igual valor; ou
possuir cota ou ações integralizadas de montante, no mínimo,
idêntico, em sociedade comercial ou civil, destinada, principal
e permanentemente, à exploração de atividade industrial ou
agrícola.
• Parágrafo único. A residência será, no mínimo, de um
ano, nos casos dos itens I a III; de dois anos, no do item
IV; e de três anos, no do item V.
30/03/2017
4
Dispensa de requisitos para a 
naturalização ordinária no Brasil
• Lei 6.815/1980, art. 114. Dispensar-se-á
o requisito da residência, exigindo-se
apenas a estada no Brasil por trinta
dias, quando se tratar:
– I - de cônjuge estrangeiro casado há mais
de cinco anos com diplomata brasileiro em
atividade; ou
– II - de estrangeiro que, empregado em
Missão Diplomática ou em Repartição
Consular do Brasil, contar mais de 10 (dez)
anos de serviços ininterruptos.
Direitos dos Naturalizados no 
Brasil
• Há uma equiparação dos direitos
entre os brasileiros natos e
naturalizados em todos os direitos
civis e políticos, ressalvados os casos
dispostos no art. 12, §3º da CRFB/88
(cargos privativos de brasileiro nato).
– CRFB/88, art. 12, § 2º - A lei não poderá
estabelecer distinção entre brasileiros
natos e naturalizados, salvo nos casos
previstos nesta Constituição.
Competência para cancelamento 
de naturalização
• A concessão de naturalização é de
competência do Poder Executivo, mas
seu cancelamento é da competência
do Judiciário Federal (arts. 24 a 34 da
lei 818/1949).
– Art. 24. O processo para cancelamento da
naturalização será da atribuição do Juiz
de Direito competente para os feitos da
União, do domicílio do naturalizado, e
iniciado mediante solicitação do Ministro
da Justiça e Negócios Interiores, ou
representação de qualquer pessoa.
Perda da nacionalidade 
brasileira
Perda-Punição Perda-Mudança
• CRFB/88, art. 12, §4º, I da 
CRFB/88
• “Será declarada a perda 
da nacionalidade do 
brasileiro que tiver 
cancelada sua 
naturalização, por 
sentença judicial, em 
virtude de atividade 
nociva ao interesse 
nacional”.
• CRFB/88, art. 12, §4º, II da CRFB/88
• “Será declarada a perda de 
nacionalidade do brasileiro que 
adquirir outra nacionalidade, salvo 
nos casos: a) de reconhecimento 
de nacionalidade originária pela lei 
estrangeira; b) de imposição de 
naturalização, pela norma 
estrangeira, ao brasileiro residente 
em estado estrangeiro, como 
condição para permanência em seu 
território ou para o exercício de 
direitos civis”.
30/03/2017
5
Reaquisição de nacionalidade
• Os brasileiros natos e naturalizados
poderão, nos termos do art. 36 da
lei 818/1949, readquiri-la com o
(re)estabelecimento de domicílio no
Brasil, desde que a eleição de outra
nacionalidade nãotenha sido
motivada para se eximir de dever a
cujo cumprimento estaria obrigado
se se conservasse brasileiro.
CONFLITO DE LEIS
Conflitos de leis no tempo e no 
espaço
• Fatos Jurídicos
– Unitemporal
• Ex: nascimento, óbito.
– Uniespacial ou local
• Ex: contrato celebrado e cumprido do Brasil.
– Intertemporal
• Ex: testamento elaborado de acordo com o CC/1916 e
aberto sob a égide do CC/2002.
• Conflito de leis no tempo (LINDB, art. 6º)
– Interespacial
• Ex: testamento elaborado na Alemanha e aberto no
Brasil, por ter o testador se transferido para o Brasil e
morrido aqui.
• Conflito de leis no espaço (LINDB, arts. 7º e seguintes).
Normas Diretas x Normas 
Indiretas
• Normas diretas e normas indiretas
– Norma Direta
• Tutelam diretamente um fato jurídico, dando-lhe
solução nos moldes do ordenamento estatal ou
internacional.
– Ex: normas sobre nacionalidade e condição jurídica
do estrangeiro.
– Norma indireta
• Apontam qual o preceito que deve incidir sobre
um caso concreto, sem apresentar a conduta a
ser seguida, a qual constará em uma outra
norma indicada, que pode ser nacional ou
estrangeira.
30/03/2017
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Institutos básicos do DIPr
• Ordem Pública
– Aspectos fundamentais de um ordenamento
jurídico e da estrutura do Estado e de sua
sociedade (soberania nacional e bons
costumes).
• Direito Adquirido
– É aquele que a pessoa faz jus ao preencher os
requisitos previstos por um ordenamento
jurídico para a sua aquisição e que, uma vez
obtido, não pode ser retirado.
– O direito adquirido não será acolhido se
ofender a ordem pública.
• Ex: direitos relacionados aos casamento
poligâmicos; direito ao duelo; direito de sevícias
conjugais.
Institutos básicos do DIPr
• Reenvio, Retorno, Remissão, Devolução
(Renvoi – FRA; Remission – ING)
– Conceito
– Graus de Reenvio
– Proibição de Reenvio no Brasil (art. 16 da
LINDB)
• “Art. 16. Quando, nos termos dos artigos
precedentes, se houver de aplicar a lei
estrangeira, ter-se-á em vista a disposição
desta, sem considerar-se qualquer remissão
por ela feita a outra lei”.
• Conflito de Jurisdições
– Discute-se qual Estado possui 
jurisdição sobre a matéria conflituosa.
• Conflito de Leis
– Discute-se qual norma direta será 
aplicada sobre a matéria conflituosa 
pelo juiz apto para julgar.
Conflito de Leis 
x 
Conflito de Jurisdições
Concorrente
Art. 12 da LINDB; art. 21 (art. 88 do CPC/1973) e art. 22 do Novo CPC
Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar 
as ações em que:
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil.
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar 
e julgar as ações:
I - de alimentos, quando:
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil;
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, 
recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos;
II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio 
ou residência no Brasil;
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição 
nacional.
Conflito de Jurisdição
30/03/2017
7
Exclusiva
Art. 12, §1º da LINDB e art. 23 do Novo CPC (art. 89 do CPC/1973)
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão 
de qualquer outra:
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de 
testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados 
no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade 
estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional;
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, 
proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular 
seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do 
território nacional.
Conflito de Jurisdição Elementos de Conexão
• Conceito
– São os fatores que determinam qual é a
norma aplicável a um conflito de lei no
espaço que envolva um determinado
objeto de conexão.
• Modalidades
– Pessoais (nacionalidade, domicílio e
residência)
– Reais (localização do bem)
– Conducistas (local de celebração e/ou de
execução do contrato e autonomia das
partes)
Domicílio (lex domicilii)
• Implica na aplicação da norma do domicílio de uma
das partes para os conflitos de leis no espaço.
• LINDB
– Pessoa
• Art. 7º: “ A lei do país em que for domiciliada a
pessoa determina as regras sobre o começo e o fim
da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos
de família”.
– Casamento
• Se o casamento for realizado do Brasil, aplica-se a lei
brasileira para as formalidades da celebração (art. 7º,
§1º).
• Invalidade do Matrimônio (art. 7º, §3º) e Regime de
Bens (art. 7º, §4º)
– Aplica-se a lei do local em que os nubentes tem domicílio, ou se
este for diverso (ao tempo do casamento) aplica-se a lei do
primeiro domicílio conjugal.
Domicílio (lex domicilii)
• Bens Móveis
– Art. 8º, §1º da LINDB : “Aplicar-se-á a lei do país em que
for domiciliado o proprietário, quanto aos bens móveis
que ele trouxer ou se destinarem a transporte para
outros lugares”.
• Penhor
– Art. 8º, §2º da LINDB : “O penhor regula-se pela lei do
domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre
a coisa apenhada”.
• Sucessão por morte ou ausência
– Art. 10: “A sucessão por morte ou por ausência obedece
à lei do país em que era domiciliado o defunto ou o
desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação
dos bens”.
• “A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade
para suceder” (art. 10, §2º).
30/03/2017
8
Nacionalidade (lex patriae)
• Aplica-se aos conflitos a lei de
nacionalidade da pessoa.
• Foi o critério predominante no mundo e
principal elemento de conexão no
Brasil, sendo, ainda hoje, relevante na
Europa.
• No Brasil
– Art. 7º, §2º da LINDB : “O casamento de
estrangeiros poderá celebrar-se perante
autoridades diplomáticas ou consulares do
país de ambos os nubentes”.
Nacionalidade (lex patriae)
• Art. 18 da LINDB: “Tratando-se de brasileiros, são
competentes as autoridades consulares brasileiras para
lhes celebrar o casamento e os mais atos de Registro Civil
e de tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de
óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira nascidos no país
da sede do Consulado.
– §1º As autoridades consulares brasileiras também poderão celebrar a
separação consensual e o divórcio consensual de brasileiros, não
havendo filhos menores ou incapazes do casal e observados os
requisitos legais quanto aos prazos, devendo constar da respectiva
escritura pública as disposições relativas à descrição e à partilha dos
bens comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao acordo quanto à
retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro ou à manutenção do
nome adotado quando se deu o casamento. (Incluído pela Lei nº
12.874, de 29/10/2013, com vigência 120 dias sua publicação, ou seja,
27/02/2014)
– § 2o É indispensável a assistência de advogado, devidamente
constituído, que se dará mediante a subscrição de petição,
juntamente com ambas as partes, ou com apenas uma delas, caso a
outra constitua advogado próprio, não se fazendo necessário que a
assinatura do advogado conste da escritura pública.” (Vigência
idêntica ao §1º)
Territorialidade (lex rei sitae)
• Incidência da norma do lugar onde está
situada a coisa.
• Tem por objeto o regime de bens e é o
parâmetro aplicável aos bens imóveis e
aos bens móveis de situação permanente.
• LINDB
– Bens• Art. 8º: “Para qualificar os bens e regular as
relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do
país em que estiverem situados”.
– Sucessão
• Art. 10, §1º: “A sucessão de bens de estrangeiros,
situados no país, será regulada pela lei brasileira
em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros,
ou de quem os represente, sempre que não lhes
seja mais favorável a lei pessoal do de cujus”.
Locus regit actum/lex loci contractus/Lugar 
da constituição da obrigação
• Aplica-se a um conflito de leis no espaço a norma do
lugar em que a obrigação foi contraída.
• Esse é o critério geral para contratos e obrigações no
Brasil.
– Art. 9º da LINDB: “Para qualificar e reger as obrigações,
aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem”.
• “A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no
lugar em que residir o proponente”.
• Art. 784, §3º do Novo CPC (art. 585, §2º do CPC/1973)
– O título estrangeiro só terá eficácia executiva quando
satisfeitos os requisitos de formação exigidos pela lei
do lugar de sua celebração e quando o Brasil for
indicado como o lugar de cumprimento da obrigação.
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9
Lex loci executionis/lex loci 
solutionis
• Determina a aplicação da norma do local
de execução de um contrato ou de uma
obrigação.
• Era aplicável aos contratos de trabalho,
os quais ainda que tivessem sido
celebrados no exterior, seriam regidos
pela norma do local da execução das
atividades laborais (Ver lei 7.064/1982,
arts. 1º e 3º).
– Súmula 207 do TST: “A relação jurídica
trabalhista é regida pelas leis vigentes no
país da prestação de serviço e não por
aquelas do local da contratação”. (Cancelada
em 16/04/2012)
Autonomia da Vontade 
(lex voluntatis)
• O elemento de conexão é a própria vontade das partes que pode
derrogar normas dos Estados onde se encontram.
– Ex: contratos internacionais, sucessões e regime de bens (escolha da lei ou
do foro aplicável).
• Só será aceito no Brasil se não houver violação à ordem pública
ou aos tratados celebrados.
– STJ, REsp 24283/SP: “A eleição de foro é válida, exceto quando a lide
envolver interesses públicos”.
• Não é expressamente reconhecido no art. 9º da LINDB, mas o é
em seu art. 7º, §5º e na lei de arbitragem (lei 9.307/1996, art. 2º,
§1º):
– “Art. 7º, §5º. O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode,
mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato da
entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do
regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e
dada esta adoção ao competente registro”.
– “Art. 2, §1º. Poderão as partes escolher, livremente, as regras de direito que
serão aplicadas na arbitragem, desde que não haja violação aos bons
costumes e à ordem pública”.
Lex loci delicti comissi
• Aplica-se a norma do lugar onde o ato ilícito foi
cometido.
– No Brasil, embora cometidos no estrangeiro, ficam sujeitos
à lei brasileira os crimes (CP, art. 7º, I e II):
• Contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
• Contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal,
de Estado, de Território, de Município, de empresa pública,
sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída
pelo Poder Público;
• Contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
• De genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no
Brasil;
• Que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
• Praticados por brasileiro;
• Praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes
ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí
não sejam julgados.
• É o critério utilizado também para questões relativas à
poluição ambiental, responsabilidade civil pela prática de
atos ilícitos, etc.
Saída Compulsória do 
Estrangeiro
30/03/2017
10
DEPORTAÇÃO 
(arts. 57 a 64 da lei 6.815/1980)
• Conceito
– Ato pelo qual o Estado retira compulsoriamente de seu
território um estrangeiro que ali entrou ou permanece
de forma irregular.
• Exemplos de Irregularidades
– Falta de documentação
– Passaporte vencido
– Passaporte não válido para o país no qual se pretenda
entrar.
– Uso de documento não aceito para estrangeiros.
– Visto vencido
– Exercício de atividade incompatível com o visto
concedido.
– Ausência de visto, quando exigido.
DEPORTAÇÃO 
(arts. 57 a 64 da lei 6.815/1980)
• A deportação é ato discricionário do Estado, mas
não poderá ser levada a cabo em casos de
compromissos internacionais assumidos pelo Brasil
quanto aos asilados e refugiados.
• É de competência do Departamento de Polícia
Federal.
• Só podem ser deportados os estrangeiros que,
quando deportados, deverão sair do Brasil e ir para
qualquer país que os aceitem. (art. 58)
• Não sendo apurada a responsabilidade do
transportador pelas despesas com a retirada do
estrangeiro, nem podendo este ou terceiro por ela
responder, serão as mesmas custeadas pelo
Tesouro Nacional (art. 59).
DEPORTAÇÃO 
(arts. 57 a 64 da lei 6.815/1980)
• Não sendo exeqüível a deportação ou quando
existirem indícios sérios de periculosidade ou
indesejabilidade do estrangeiro, proceder-se-á à sua
expulsão. (art. 62)
• Não é permitida a deportação quando configurar
extradição inadmitida pela lei brasileira (art. 63)
– Ex: responder a processo por crime político ou por
crime não tipificado no Brasil.
• É possível o retorno do deportado ao território
nacional, desde que possua os documentos cabíveis
e ressarça o Tesouro Nacional, com correção
monetária, das despesas com a sua deportação e
efetue, se for o caso, o pagamento da multa devida à
época, também corrigida (art. 64).
EXPULSÃO
(arts. 65 a 75 da lei 6.815/1980)
• Conceito e hipóteses
– Ato pelo qual o Estado retira do território
nacional o estrangeiro considerado nocivo ou
inconveniente aos interesses nacionais. (art.
65)
• Art. 65. É passível de expulsão o estrangeiro que, de
qualquer forma, atentar contra a segurança nacional,
a ordem política ou social, a tranqüilidade ou
moralidade pública e a economia popular, ou cujo
procedimento o torne nocivo à conveniência e aos
interesses nacionais.
• Parágrafo único. É passível, também, de expulsão o
estrangeiro que:
– a) praticar fraude a fim de obter a sua entrada ou
permanência no Brasil; [...]
30/03/2017
11
EXPULSÃO
(arts. 65 a 75 da lei 6.815/1980)
• Procedimento
– Instauração de inquérito de Expulsão pelo
Diretor do Departamento de Estrangeiros,
da Secretaria Nacional de Justiça
(Ministério da Justiça).
– Processo administrativo no âmbito do
Ministério da Justiça, com ampla defesa e
contraditório ao expulsando.
– Decisão sobre expulsão ou revogação de
expulsão é de competência do Ministro da
Justiça, por delegação do Presidente da
República, vedada a subdelegação
(Decreto nº 3.447/2000).
EXPULSÃO
(arts. 65 a 75 da lei 6.815/1980)
• A Portaria de expulsão é discricionária e sujeita a
controle de legalidade e constitucionalidade, sem que
possa o Judiciário imiscuir-se no juízo de
conveniência e oportunidade da medida (STF, HC
82.893/SP).
• Da decisão de expulsão, cabe pedido administrativo
de reconsideração, no prazo de 10 dias após a
publicação do decreto de expulsão (art. 72), com
efeito suspensivo (STF, HC 74.244/SP).
– Proibição de pedido de reconsideração (art. 71):
inquérito sumário com prazo não superior a quinze dias
(garante-se a ampla defesa).
– Ex: comércio, posse ou facilitação de uso indevido de
substância entorpecente ou que determine dependência
física ou psíquica.
EXPULSÃO
(arts. 65 a 75 da lei 6.815/1980)
• O estrangeiro só poderá retornar ao Brasil se a
Portaria de expulsão for revogada pelo Ministro
da Justiça,de ofício ou por petição do
interessado.
– Se o expulso resolver retornar antes da revogação do
decreto de expulsão, incorrerá no crime de ‘reingresso
de estrangeiro expulso’ (art. 338 do CP).
• Não se admite o banimento (expulsão de
nacionais), à luz do art. 5º, XLVIII, c da CRFB/88.
• Não é permitida a expulsão quando se implicar
extradição inadmitida pela lei brasileira (art. 75,
I)
– Ex: responder a processo por crime político ou por
crime não tipificado no Brasil.
EXPULSÃO
(arts. 65 a 75 da lei 6.815/1980)
• Impedimentos à expulsão (art. 75)
– Art. 75. Não se procederá à expulsão:
• I - se implicar extradição inadmitida pela lei brasileira;
ou
• II - quando o estrangeiro tiver:
– a) Cônjuge brasileiro do qual não esteja divorciado ou
separado, de fato ou de direito, e desde que o casamento
tenha sido celebrado há mais de 5 (cinco) anos; ou
– b) filho brasileiro que, comprovadamente, esteja sob sua
guarda e dele dependa economicamente.
• § 1º. não constituem impedimento à expulsão a adoção
ou o reconhecimento de filho brasileiro supervenientes
ao fato que o motivar.
• § 2º. Verificados o abandono do filho, o divórcio ou a
separação, de fato ou de direito, a expulsão poderá
efetivar-se a qualquer tempo.
• O Pacto de San José proíbe a expulsão
coletiva (art. 22, §9º).
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Extradição 
(arts. 76 a 94 da lei 6.815/1980)
• Conceito
– Ato pelo qual um Estado solicitado entrega a Estado
solicitante indivíduo que tenha violado as leis penais
deste ente estatal (em seu território ou não), para que
neste responda pelo ilícito cometido.
• É possível de ser pedida tanto na fase processual,
como após condenação.
• Tipos
– Ativa
• Quando o Estado a pede.
– Passiva
• Quando o Estado é solicitado a respeito.
Extradição 
(arts. 76 a 94 da lei 6.815/1980)
• Compete ao STF processar e julgar,
originariamente, os pedidos de extradição
(art. 102, I, g da CRFB/88).
• Fundamentos
– Tratado internacional (bilateral ou plurilateral)
– Promessa de reciprocidade, a qual será
discricionariamente aceita pelo Estado
solicitado e, se aceita, permite apenas o
exame do pedido de extradição e não a sua
concessão.
• Nesse caso, a legislação do solicitante deve permiti-
la (STF, Ext. 1.047/Líbano).
Extradição 
(arts. 76 a 94 da lei 6.815/1980)
• Procedimento (3 fases)
– Executivo
• Recebimento por via diplomática do pedido de extradição.
• O Ministério da Justiça deve pedir ao STF a prisão do
extraditando (na prática, há liberdade vigiada após 60 dias
de prisão – Súmula 2 do STF).
– Judiciário
• O STF analisa a adequação do pedido ao ordenamento
jurídico brasileiro e internacional cabível (tratado ou
reciprocidade), sem adentrar na questão de mérito
(sistema de contenciosidade limitada – STF, Ext.
1.082/Uruguai).
• A concordância do extraditando não dispensa a verificação
da legalidade do pedido (STF, Ext. 1.056/França).
• A decisão do STF é irrecorrível e se for negada a
extradição não se admite pedido baseado no mesmo fato.
Extradição 
(arts. 76 a 94 da lei 6.815/1980)
• Procedimento (3 fases)
– Executivo
• Concedida a extradição, o Executivo informa o
solicitante e coloca o extraditando a disposição
deste.
• O solicitante deverá retirar o extraditando do
território nacional no prazo de 60 dias após a
comunicação oficial do Ministério das Relações
Exteriores a respeito (art. 86).
– Se não retirado o extraditando no prazo, este ganha
liberdade (art. 87 e Súmula 367 do STF), mas
podendo ainda ser expulso.
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Extradição 
(arts. 76 a 94 da lei 6.815/1980)
• Princípio da “dupla tipicidade” ou
“dúplice tipicidade” (art. 77, II e VI)
– O ato delituoso que baseia o pedido de extradição
deve ser considerado ilícito penal no Estado
solicitante e no Estado solicitado, bem como não
haja prescrição em ambos os ordenamentos.
– Não é necessária a total coincidência entre as
denominações dos delitos nos ordenamentos do
solicitante e solicitado, mas a conduta praticada
tem que ser tratada como crime em ambos os
Estados. (STF, Ext 480/França).
Extradição 
(arts. 76 a 94 da lei 6.815/1980)
• Princípio da identidade das penas
– O tipo de pena relativo ao delito que baseia a
extradição tem que existir tanto no solicitante quanto
no solicitado.
• Por isso, no Brasil é proibida a extradição para Estado que
adote penas de morte, de caráter perpétuo, de trabalhos
forçados, de banimento e cruéis (art. 5º, XLVII da CRFB/88).
– Caso não haja identidade de penas, a extradição só
será concedida caso o solicitante comprometa-se a
comutar a pena, cambiando-a para um tipo menos
gravoso. (art. 91, III).
• Princípio da especialidade
– A extradição não será concedida senão para que o
extraditando seja processado e/ou julgado pelos fatos
que basearam o pedido extraditório.
Extradição 
(arts. 76 a 94 da lei 6.815/1980)
• Art. 77. Não se concederá a extradição quando:
– I - se tratar de brasileiro, salvo se a aquisição dessa
nacionalidade verificar-se após o fato que motivar o pedido;
– II - o fato que motivar o pedido não for considerado crime no
Brasil ou no Estado requerente;
– III - o Brasil for competente, segundo suas leis, para julgar o
crime imputado ao extraditando;
– IV - a lei brasileira impuser ao crime a pena de prisão igual ou
inferior a 1 (um) ano;
– V - o extraditando estiver a responder a processo ou já houver
sido condenado ou absolvido no Brasil pelo mesmo fato em
que se fundar o pedido;
– VI - estiver extinta a punibilidade pela prescrição segundo a
lei brasileira ou a do Estado requerente;
– VII - o fato constituir crime político; e
– VIII - o extraditando houver de responder, no Estado
requerente, perante Tribunal ou Juízo de exceção.
Extradição 
(arts. 76 a 94 da lei 6.815/1980)
• O reconhecimento da condição de refugiado obsta o
seguimento de qualquer pedido de extradição
baseado nos fatos que fundamentaram a concessão
do refúgio (art. 33 da lei 9.474/1997).
• Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o
naturalizado, em caso de crime comum, praticado
antes da naturalização, ou de comprovado
envolvimento com tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, na forma da lei (art. 5º, LI da CRFB/88).
• Súmula 421 do STF
– Não impede a extradição a circunstância de ser o
extraditado casado com brasileira ou ter filho
brasileiro.
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Extradição 
(arts. 76 a 94 da lei 6.815/1980)
• Pluralidade de pedidos
– Art. 79. Quando mais de um Estado requerer a
extradição da mesma pessoa, pelo mesmo fato, terá
preferência o pedido daquele em cujo território a
infração foi cometida.
• § 1º Tratando-se de crimes diversos, terão preferência,
sucessivamente:
– I - o Estado requerente em cujo território haja sido cometido o crime
mais grave, segundo a lei brasileira;
– II - o que em primeiro lugar houver pedido a entrega do extraditando,
se a gravidade dos crimes for idêntica; e
– III - o Estado de origem, ou, na sua falta, o domiciliar do extraditando,
se os pedidos forem simultâneos.
• § 2º Nos casos não previstos decidirá sobre a preferência o
Governo brasileiro.
• § 3º Havendo tratado ou convenção com algum dos Estados
requerentes, prevalecerão suas normas no que disserem
respeito à preferência de que trata este artigo.

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