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30/03/2017 1 AULA 1 (Direito Internacional Público) PROF. ALVARO GOUVEIA FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL Convencionais e Não Convencionais (Convenção de Viena, 1969 – Decreto 7.030/2009) Estatuto da Corte Internacional de Justiça (Decreto 19.841/45) • Artigo 38 – 1. A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito internacional as controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará: • a) as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais. que estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes; • b) o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito; • c) os princípios gerais de direito reconhecidos pelas Nações civilizadas; • d) sob ressalva da disposição do art. 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos publicistas mais qualificados das diferentes Nações, como meio auxiliar para a determinação das regras de direito. COSTUME INTERNACIONAL • Conceito – Prática de aceitação geral aceita como sendo Direito. – O Direito Internacional, em seus primórdios, era essencialmente costumeiro. • Teses sobre o costume – Voluntarista: baseia-se no acordo tácito entre os Estados e apenas aqueles que manifestaram o acatamento ao costume estão vinculados. – Objetiva: as regras costumeiras são manifestações sociológicas que obrigam os sujeitos do Direito Internacional em sua totalidade. 30/03/2017 2 COSTUME INTERNACIONAL • Elementos – Material: repetição, ao longo do tempo, de um certo modo de proceder (ação ou omissão) ante determinada situação fática. – Subjetivo: convicção da correção e necessidade do procedimento, por ser justo e jurídico. (costume x cortesia internacional) • Ônus da prova – É da parte que dele deseja beneficiar-se, a qual deve provar a sua existência e sua oponibilidade à parte adversária. • Não há hierarquia entre costumes e tratados. Um tratado pode derrogar um costume, bem como um costume pode derrogar um tratado (desuso). TRATADOS INTERNACIONAIS • Conceito: acordo formal entre sujeitos de Direito Internacional Público, destinado a produzir efeitos jurídicos, regulado pelo Direito Internacional (art. 2º, da Convenção de Viena de 1986) – Caracterizados por sua forma e não pelo seu conteúdo, que é variável. • Características – Formal e celebrados por escrito (Viena/1969, art. 2º, I, a) – Firmado por sujeitos de Direito Internacional TRATADOS INTERNACIONAIS • Competência Negocial (Viena/1969, art. 7º) – Estados • Chefes de Estado e de Governo (representatividade originária): ambos são competentes, independentemente do sistema constitucional interno. • Plenipotenciários (representatividade derivada) – Ministro das relações exteriores (todas as matérias) – Chefe de missão diplomática: embaixador (apenas para tratados bilaterais entre acreditante e acreditado) – Possuidores de carta de plenos poderes: expedida pelo Chefe de Estado e destinada ao governo co-pactuante. TRATADOS INTERNACIONAIS • Competência Negocial (Viena/1969, art. 7º) – Organizações Internacionais • Secretário-Geral: funcionário que encabeça o quadro administrativo de uma Organização Internacional sob a autoridade de uma Assembléia-Geral. • Ex: acordo de sede ONU e Suíça (1946). 30/03/2017 3 TRATADOS INTERNACIONAIS • Classificação – Número de partes • Bilateral: duas partes • Multilateral: três ou mais partes – Procedimento • Bifásico: assinatura (prenunciativo) + ratificação (definitivo) • Unifásico: assinatura (definitivo) TRATADOS INTERNACIONAIS Assinatura Ratificação Termina uma negociação, fixando e autenticando o texto do acordo. Ato unilateral com que o sujeito do D.I., signatário de um tratado, exprime definitivamente, no plano internacional, sua vontade de obrigar-se. Durante o período que situa-se entre a adoção do texto do tratado e a expressão plena do consentimento, o instrumento adotado não vincula os signatários, somente para fins do art. 18 da Convenção de Viena de 1969 (princípio da boa-fé). Características: •Discricionária: sem prazo definido •Irretratável: salvo se houver retardamento injustificado do tratado pela outra parte (art. 18, b, Viena, 1969) •Expressa: comunicação formal, escrita (carta de ratificação) ou oral (encontro de Chefes de Estado), à outra parte do animus contrahendi. TRATADOS INTERNACIONAIS • Sistema Brasileiro de Aprovação de Tratados (CRFB/88) – Art. 49, I: competência exclusiva do Congresso Nacional para resolver definitivamente sobre tratados gravosos ao patrimônio do país. – Art. 84, VIII: competência do Presidente da República para celebrar tratados, sujeitos a referendo do Congresso Nacional. TRATADOS INTERNACIONAIS Fase Internacional Fase Interna Fase Internacional Fase Interna Negociação e assinatura do Tratado. O Presidente pode: a) mandar arquivar se o texto for insatisfatório; b) determinar mais estudos, dentro do Poder Executivo; c) submeter o texto à aprovação do Congresso Nacional. Se o presidente encaminhar o texto ao Congresso: a) remete o inteiro teor do tratado + exposição de motivos, por meio de Mensagem ao CN; b) a matéria é discutida e votada, separadamente, na Câmara dos Deputados e depois no Senado Federal. Se aprovada por ambas, põe-se termo ao processo. Se a Câmara desaprovar, nem segue para o Senado; c) A aprovação do Congresso se expressa via Decreto Legislativo do Presidente do Senado, publicado no DOU; d) Em caso de desaprovação do texto do tratado é feita simples comunicação ao Presidente da República, mediante Mensagem. Em caso de aprovação interna, o Presidente pode ratificar o tratado. Em caso de ratificação, pode (deve) dar-se a promulgação do tratado pelo Executivo por meio de Decreto, publicado no DOU. OBS: antes da Ratificação, o CN pode se retratar e revogar o decreto legislativo que aprova o tratado. Ex: Decreto legislativo n° 20/62, que revogou o de n° 13/59. 30/03/2017 4 TRATADOS INTERNACIONAIS • Adesão (Viena/1969, art. 15) – Conceito: ato unilateral que expressa a vontade de um sujeito de D.I. em tornar-se parte, havendo ou não negociado e firmado o acordo, em um tratado multilateral aberto vigente. – Regra: tratado “fechado” à adesões. • Exceção: previsão expressa no corpo do tratado. – A adesão deve dar-se em ato único e definitivo, com a apresentação da carta de adesão ao depositário do tratado. TRATADOS INTERNACIONAIS • Aplicação – Uma parte não pode invocar as disposições de seu direito interno para justificar o descumprimento de um tratado (Viena/1969, art. 27) – Um tratado não cria obrigação nem direitos para terceiros, sem o seu consentimento (Viena/1969, arts. 34 e 35) TRATADOS INTERNACIONAIS • Extinção dos tratados – Por ab-rogação: intenção de terminar o tratado é comum às partes por ele obrigadas. (Viena/1969, art. 54) – Por vontade unilateral: caso de Denúncia (Viena/1969, art. 56) • Características: – É expressa por notificação ou carta, dirigida ao co-pactuante (tratados bilaterais) ou ao depositário (tratados multilaterais); – É retratável até o término do “pré-aviso”, período entre a denúncia e a total desobrigação do denunciante das normas do tratado, cuja duração é de 12 meses; TRATADOS INTERNACIONAIS • Extinção dos tratados – A superveniência de uma norma imperativa de direito internacional (Jus cogens – Viena/1969, art. 53). • “Art. 53. É nulo um tratado que, no momento de sua conclusão, conflite com uma norma imperativa de Direito Internacional geral. Para os fins da presente Convenção, uma norma imperativa de Direito Internacional geral é uma norma aceita e reconhecidapela comunidade internacional dos Estados como um todo, como norma da qual nenhuma derrogação é permitida e que só pode ser modificada por norma ulterior de Direito Internacional geral da mesma natureza.” • Ex: normas de tutela dos direitos humanos, proteção do meio ambiente, proscrição de armas de destruição em massa, etc. 30/03/2017 5 TRATADOS INTERNACIONAIS NO BRASIL (STF, HC 87.585/TO e RE 466.343/SP) CRFB/88 e Tratados do art. 5º, §3º da CRFB/88 (tratados equivalentes a EC’s) Tratados que versem sobre direitos humanos, mas não obedeçam ao requisito formal do art. 5º, §3º da CRFB/88 (tratados supralegais) Demais Tratados e Leis (lex posterior derogat priori) Domínio Marítimo do Estado Convenção de Montego Bay (1982) e Lei 8.617/1993 Mar Territorial • É a faixa de mar que se estende desde a linha de base até uma distância que não deve exceder 12 milhas marítimas da costa (contadas da baixa-mar) e sobre a qual o Estado exerce a sua soberania, com a limitação da passagem inocente (art. 3º). – Passagem inocente ou inofensiva: aquela que não prejudica a paz, a boa ordem e a segurança do Estado costeiro. É reconhecida aos navios mercantes e de guerra estrangeiros, flanqueando a costa ou tomando o rumo da mesma. Deve ser contínua e rápida. Os submarinos deve navegar na superfície (arts. 17 a 21). Mar Territorial • Direitos do Estado costeiro: de polícia (regulamentação aduaneira, da navegação e sanitária). • Se um navio estrangeiro viola as leis ou regulamentos do Estado costeiro, qualquer navio de guerra pode persegui-lo, exercendo o direito de perseguição (hot pursuit – art. 111). – Tal direito só poderá ter início de execução quando o navio culpado se encontre em águas internas, no mar territorial ou na zona contígua, podendo se estender pelo alto-mar (contanto que não tenha se interrompido). Mas deverá cessar quando o navio perseguido entre no seu mar territorial ou o de outro Estado. • A soberania do Estado costeiro estende-se também ao espaço atmosférico (não sujeito ao direito de passagem inocente) e ao solo e subsolo recoberto por estas águas (art. 2º, 2). 30/03/2017 6 Mar Territorial • Jurisdição penal do Estado costeiro sobre navios estrangeiros : – De guerra: encontram-se isentos da jurisdição local; – Mercantes (art. 27): • Quando o delituoso ato produz conseqüências sobre a ordem territorial do estado costeiro; • Se foi requerida pelo capitão ou cônsul do Estado de bandeira do navio; • Para repressão ao tráfico de drogas. Zona Contígua • É uma segunda faixa, adjacente ao mar territorial e, em princípio de igual extensão, na qual o Estado costeiro tem a prerrogativa de tomar medidas de fiscalização em defesa de seu território e de suas águas (alfândega, imigração, saúde, etc). – O art. 33 da Convenção de 1982 prevê que ela não poderá ir além das 24 milhas marítimas contadas da linha de base do mar territorial. Zona Econômica Exclusiva (ZEE) • É uma faixa adjacente ao mar territorial, que se sobrepõe a zona contígua, cuja largura máxima é de 188 milhas marítimas contadas do limite exterior daquele, com o que se perfazem 200 milhas a partir da linha de base (art. 55 e 57 da Convenção de 1982) Zona Econômica Exclusiva (ZEE) • Direitos do Estado costeiro: – Soberania para fins de exploração e aproveitamento, conservação e gestão dos recursos naturais existentes na água, no leito e no subsolo; – Jurisdição sobre a ZEE para preservação do meio marinho, investigação científica e instalação de ilhas artificiais (art. 56 da Convenção de 1982). • Direitos dos demais Estados: – Navegação: mais extensa do que a simples passagem inocente; – Sobrevôo: que não é permitido sobre águas territoriais; – Colocação de cabos ou dutos submarinos. 30/03/2017 7 Plataforma Continental • Conceito – É a parte do leito do mar adjacente à costa. Nela o Estado costeiro exerce direitos soberanos de exploração dos recursos naturais (art. 77, 1). • Extensão – O limite exterior da plataforma continental coincide com o da zona econômica exclusiva (200 milhas a partir da linha de base – art. 76, 1), a menos que o “bordo exterior da margem continental (limite da área dos fundos marinhos) esteja ainda mais distante. Neste caso, o bordo será o limite da plataforma, desde que não ultrapasse a extensão total de 350 milhas (art. 76, 5). Plataforma Continental • Direitos do Estado Costeiro (Exclusivos) – Exploração e aproveitamento dos recursos naturais, vivos e não vivos, das águas sobrejacentes ao leito do mar, bem como produção de energia a partir da água, correntes e dos ventos. (art. 56) • Direitos dos demais países (art. 58) – Colocação de cabos ou dutos submarinos – Navegação e aeronavegação Carta das Nações Unidas (Decreto 19.841/1945) OBJETIVOS (Artigo 1) Manter a paz e a segurança internacionais; Desenvolver relações amistosas entre as nações; Realizar a cooperação internacional para resolver os problemas mundiais de caráter econômico, social, cultural e humanitário, promovendo o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais; Ser um centro destinado a harmonizar a ação dos povos para a consecução desses objetivos comuns. 30/03/2017 8 PRINCÍPIOS (Artigo 2) • Igualdade soberana de todos seus membros; • Obrigatoriedade dos membros em cumprir de boa fé os compromissos da Carta; • Resolução de controvérsias internacionais por meios pacíficos, sem ameaças à paz, a segurança e a justiça internacional; • Abster-se em suas relações internacionais de recorrer à ameaça ou ao emprego de força contra outros Estados; • Dar assistência às Nações Unidas. MEMBROS • Todas as nações amantes da paz que aceitarem os compromissos da Carta e que, a critério da Organização, estiverem aptas e dispostas a cumprir tais obrigações (Artigo 4). • O Membro das Nações Unidas que houver violado persistentemente os Princípios contidos na presente Carta, poderá ser expulso da Organização pela Assembleia Geral mediante recomendação do Conselho de Segurança (Artigo 6). PRINCIPAIS ÓRGÃOS • ASSEMBLEIA GERAL – Artigos 9 a 22 • CONSELHO DE SEGURANÇA – Artigos 23 a 32 • CONSELHO ECONÔMICO E SOCIAL – Artigos 61 a 72 • CONSELHO DE TUTELA – Artigos 86 a 91 • CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA – Artigos 92 a 96 • SECRETARIADO – Artigos 97 a 101 Assembleia Geral • É constituída por todos os Estados membros. (Artigo 9º) • Decisões (Artigo 18) – Questões importantes: maioria de 2/3. – Outras questões: debatidos por maioria de 2/3, decisões tomadas por maioria dos membros presentes e votantes. • Cada membro da Assembleia Geral tem direito a um voto. (Artigo 18,1) 30/03/2017 9 Assembleia Geral • Funções (entre outras – Artigos 10 a 16) – Recomendar medidas para a solução pacífica de qualquer situação, qualquer que seja sua origem, que lhe pareça prejudicial às relações amistosas entre as nações (inclusive nas que resultem da violação dos dispositivos da Carta da ONU). – Eleger os dez membros não-permanentes do Conselho de Segurança, os 54 membros do Conselho Econômico e Social e os membros do Conselho de Tutela que são eleitos. – Participar com o Conselho de Segurança na eleição dos juízes da Corte Internacional de Justiça; e, por recomendação do Conselho de Segurança, nomear o Secretário-Geral. – Examinar e aprovar o orçamento das Nações Unidas, determinar a cota de contribuições que cabe a cada membro e apreciar os orçamentos das agências especializadas. Conselho de Segurança • Constituição (Artigo 23) – 15 membros: cinco permanentes e dez membros não-permanentes,eleitos pela Assembleia Geral por dois anos, cada um com direito a um voto. • Quorum (Artigo 27) – Matérias Procedimentais: voto afirmativo de 9 membros. – Demais matérias: voto afirmativo de 9 membros, incluindo os votos dos 5 membros permanentes (regra da "unanimidade das grandes potências", também chamada de "veto“). Conselho de Segurança • Funções (entre outras) – Determinar a existência de ameaças à paz ou atos de agressão e recomendar as providências a tomar. (Artigo 39) – Solicitar aos membros a aplicação de sanções econômicas ou outras medidas que não impliquem emprego de força, mas sejam capazes de evitar ou deter a agressão. (Artigo 41) – Empreender ação militar contra um agressor. (Artigo 42) – Recomendar a admissão de novos membros as Nações Unidas e as condições sob as quais os Estados poderão tornar-se partes do Estatuto da Corte Internacional de Justiça. (Artigo 4º, 2 e Artigo 93, 2) Corte Internacional de Justiça (CIJ) • Competências – Consultiva: pareceres emitidos por solicitação da Assembleia Geral ou Conselho de Segurança e pelos demais órgãos da ONU ou entidades especializadas, devidamente autorizados pela Assembleia Geral. (Artigo 96) – Contenciosa: decide todas as questões que lhe sejam por Estados (Estatuto da CIJ, Artigo 34, 1), especialmente os previstos na Carta da ONU ou em tratados em vigor. • Todos os membros da ONU são membros da CIJ. (Artigo 93) – Os Estados que não forem membros da ONU poderão se submeter à CIJ, nas condições determinadas pela Assembleia Geral, por recomendação do Conselho de Segurança. (Artigo 93, 2) 30/03/2017 10 Corte Internacional de Justiça (CIJ) • Formação – É composta por 15 juízes chamados “membros” da Corte. (Artigo 3º do Estatuto da CIJ) • São eleitos pela Assembleia Geral e pelo Conselho de Segurança em escrutínios separados. (Artigo 8º do Estatuto da CIJ) – O mandato dos juízes é de nove anos, podendo haver reeleição. (Artigo 13 do Estatuto da CIJ) • Não podem os juízes dedicar-se a outras atividades durante o exercício de seu mandato. (Artigos 16 e 17 do Estatuto da CIJ) Secretariado • Função (Artigo 99) – Chamar a atenção do Conselho de Segurança para qualquer assunto que a seu ver ameace a paz e a segurança internacionais. • Formação – Seu chefe é o Secretário-Geral, que é nomeado pela Assembleia Geral, seguindo recomendação do Conselho de Segurança (Artigo 98) – Dirige um quadro internacional de funcionários, nomeado pelo Secretário-Geral, confirme regras estabelecidas pela Assembleia Geral. (Artigo 101) Órgãos das relações entre Estados Relações Diplomáticas (Convenção de Viena de 1961 – Decreto 56.435/1965) e Relações Consulares (Convenção de Viena de 1963 – Decreto 61.078/1967) Distinções Missões Diplomáticas (Viena/1961) Repartições Consulares (Viena/1963) • Órgãos de representação política permanente dos Estados em território alheio. • Órgãos de representação econômica/comercial permanente dos Estados em território alheio. Imunidades • Da missão diplomática (arts. 22, 24, 25, 27, 28) • Dos agentes diplomáticos (art. 31) • Criminal: só aceita a exceção da renúncia, por parte do governo do agente. Imunidades • Da repartição consular (arts. 28 a 39) • Dos representantes consulares (arts. 40 a 57) • Criminal: Gozam de inviolabilidade pessoal, salvo em caso de crime grave, decidido por autoridade judiciária competente. 30/03/2017 11 Imunidade dos Bens dos Sujeitos de Direito Internacional no Brasil Imunidades dos Bens dos Estados no exterior e Execução de Julgados • Para a fase de conhecimento (STF, Ag. Reg. no RE 222.368-4/PE) – Há imunidade para os atos de império ou de autoridade soberana. – Não há imunidade para os atos de gestão ou de direito privado. • Para a fase de Execução – Imunidade dos bens das missões diplomáticas e repartições consulares ligados à função representativa do Estado acreditado (art. 22, 3 da Convenção de 1961 e art. 31, 4 da Convenção de 1963). – Não há imunidade para bens estranhos à sua própria representação diplomática ou consular e que estejam no Estado de foro (Convenção das Nações Unidas sobre Imunidades Jurisdicionais dos Estados e seus Bens – Nova York, 2005, art. 19). Imunidades dos Bens da ONU e Execução de Julgados • TST, OJ 416 da Seção de Dissídios Individuais, Subseção 1 (SDI-1), de 14/02/2012 – “As organizações ou organismos internacionais gozam de imunidade absoluta de jurisdição quando amparados por norma internacional incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro, não se lhes aplicando a regra do Direito Consuetudinário relativa à natureza dos atos praticados. Excepcionalmente, prevalecerá a jurisdição brasileira na hipótese de renúncia expressa à cláusula de imunidade jurisdicional”. • STF, RE 578.543/MT e no RE 597.368 (Informativo 706) – Seção 2 da Convenção sobre Privilégios e Imunidades das Nações Unidas (Decreto 27.784/50) • “A Organização das Nações Unidas, seus bens e haveres, qualquer que seja sua sede ou o seu detentor, gozarão da imunidade de jurisdição, salvo na medida em que a Organização a ela tiver renunciado em determinado caso. Fica, todavia, entendido que a renúncia não pode compreender medidas executivas”. MERCOSUL (Mercado Comum do Sul) 30/03/2017 12 Noções Gerais • Criado pelo Tratado de Assunção (1991, Decreto 350/1991). • Dotado de personalidade jurídica de Direito Internacional (art. 34 do Protocolo de Ouro Preto de 1994, Decreto 1.901/1996) e, por isso, é capaz de realizar os atos necessários para alcançar os seus objetivos (art. 35 do Protocolo de Ouro Preto). • As decisões dos órgãos do Mercosul serão tomadas por consenso e com a presença de todos os Estados-parte (art. 37 do Protocolo de Ouro Preto). Estados Participantes • Estados Membros – Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai, Venezuela. • Estados Associados • Colômbia, Bolívia, Chile, Equador, Peru. • Estado Observador – México Estados Associados • São eles: Bolívia (1996), Chile (1996), Peru (2003), Colômbia (2004) e Equador (2004). • O associado firma com o Mercosul um acordo bilateral denominado Acordos de Complementação Econômica. – Conteúdo • Cronograma para a criação de uma zona de livre-comércio com os países do Mercosul e uma gradual redução de tarifas entre o Mercosul e países da Comunidade Andina. – Participam como convidados nas reuniões dos órgãos do Mercosul e efetuam convênios sobre matérias comuns. Estrutura • Conselho do Mercado Comum (CMC) • Grupo Mercado Comum (GMC) • Comissão de Comércio do Mercosul (CCM) • Parlamento do Mercosul – Protocolo de 2005 (Decreto nº 6.105/2007) • Foro Consultivo Econômico-Social (FCES) • Secretaria Administrativa do Mercosul (SAM) • Tribunal Permanente de Revisão – Protocolo de Olivos, 2002 (Decreto nº 4.982/2004) 30/03/2017 13 Mercosul • O Conselho do Mercado Comum, o Grupo Mercado Comum e a Comissão de Comércio do Mercosul são órgãos com capacidade decisória e de natureza intergovernamental (art. 2° do Protocolo de Ouro Preto). Mercosul • Tribunal Permanente de Revisão – Criado pelo Protocolo de Olivos (2002). – É uma instância jurisdicional permanente que garante a correta interpretação, aplicação e cumprimento dos instrumentos jurídicos fundamentais do processo de integração. – Pode se reunir como primeira e única instância ou como tribunal recursal de pronunciamento proferido por um Tribunal Arbitral Ad Hoc (arts. 19, 23 e 17 do Protocolo de Olivos). – Também emite Opiniões Consultivas (art. 3 do Protocolo de Olivos) – Também pode estabelecerMedidas Excepcionais de Urgência, consoante Resolução do Conselho do Mercado Comum (CMC/DEC nº 23/2004). Mercosul • Fontes jurídicas (arts. 42 e 43 do Protocolo de Ouro Preto) – Tratado de Assunção, seus protocolos e os instrumentos adicionais ou complementares; – Acordos celebrados no âmbito do Tratado de Assunção e seus protocolos; – Decisões do Conselho do Mercado Comum* – Resoluções do Grupo Mercado Comum* – Diretrizes da Comissão de Comércio do Mercosul* • *Caráter obrigatório e, quando necessário, deverão ser incorporadas à ordem jurídica dos Estados-parte.
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