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ELETRÔNICA II Prof. Sidney José Montebeller Sumário 2 1. Revisão de Circuitos Combinatórios ............................................ 11 1.1. Conceitos Introdutórios....................................................................................11 1.1.1. Grandezas Analógicas e Digitais ............................................................11 1.1.2. Sistemas Analógicos e Digitais ...............................................................11 1.1.3. Sistemas de Numeração Digital..............................................................11 1.2. Representação de Quantidades Binárias ........................................................12 1.3. Circuitos Digitais/Circuitos Lógicos..................................................................13 1.4. Sistemas de Numeração e Códigos ................................................................14 1.4.1. Relacionando as Representações ..........................................................16 1.5. Portas Lógicas e Álgebra Booleana ................................................................16 1.5.1. Operação Lógica OR (OU)......................................................................16 1.5.2. Operação Lógica AND (E) ......................................................................17 1.5.3. Operação Lógica NOT (INVERSORA)....................................................17 1.5.4. Descrevendo Circuitos Lógicos Algebricamente.....................................17 1.5.5. Implementação de Circuitos Lógicos a partir de Expressões Booleanas17 1.5.6. Portas NOR e NAND...............................................................................18 1.6. Teoremas da Álgebra de Boole.......................................................................18 1.6.1. Teoremas Booleanos..............................................................................19 1.6.2. Teoremas de DeMorgan .........................................................................19 1.7. Universalidade das Portas NAND e NOR........................................................19 1.8. Simplificação de Circuitos Lógicos ..................................................................20 1.8.1. Simplificação Algébrica...........................................................................20 1.9. Projetando Circuitos Lógicos...........................................................................20 1.10. Método do Mapa de Karnaugh para Simplificação Circuitos Lógicos............21 1.11. Outras Portas Lógicas ...................................................................................22 1.11.1. Circuito XOR .........................................................................................22 1.11.2. Circuito XNOR ......................................................................................22 1.12. Circuitos Integrados Lógicos .........................................................................23 2. Famílias Lógicas de Circuitos Integrados .................................... 25 2.1. Introdução .......................................................................................................25 2.2. Terminologia de Circuitos Integrados Digitais .................................................25 2.2.1. Tensão e Corrente ..................................................................................25 2.2.2. Fan-Out...................................................................................................26 2.2.3. Atrasos de Propagação...........................................................................26 2.2.4. Potência ..................................................................................................26 2.2.5. Velocidade x Potência ............................................................................26 2.2.6. Imunidade ao Ruído................................................................................27 2.2.7. Níveis de Tensão Inválidos .....................................................................27 2.2.8. Fornecimento de Corrente e de Absorção de Corrente ..........................27 2.2.9. Encapsulamentos de Circuitos Integrados..............................................28 2.3. Família Lógica TTL..........................................................................................29 2.3.1. Operação do Circuito – Saída em Nível Baixo........................................29 2.3.2. Operação do Circuito – Saída em Nível Alto...........................................29 Sumário 3 2.3.3. Absorção de Corrente .............................................................................30 2.3.4. Fornecimento de Corrente ......................................................................30 2.3.5. Outras Portas TTL ..................................................................................30 2.4. Características da Série TTL Padrão ..............................................................30 2.4.1. Faixas de Tensão de Alimentação e de Temperatura ............................30 2.4.2. Níveis de Tensão ....................................................................................30 2.4.3. Faixas Máximas de Tensão ....................................................................31 2.4.4. Dissipação de Potência...........................................................................31 2.4.5. Atrasos de Propagação...........................................................................31 2.4.6. Fan-Out...................................................................................................31 2.5. Séries TTL Aperfeiçoadas ...............................................................................31 2.5.1. Séries 74L e 74H ....................................................................................31 2.5.2. TTL Schottky, Série 74S .........................................................................32 2.5.3. TTL Schottky de Baixa Potência, Série 74LS (LS-TTL) ..........................32 2.5.4. TTL Schottky Avançada, Série 74AS (AS-TTL) ......................................32 2.5.5. TTL Schottky Avançada de Baixa Potência, Série 74ALS ......................32 2.5.6. TTL Fast – 74F .......................................................................................32 2.5.7. Comparação das Características das Séries TTL...................................32 2.6. Fan-Out e Carregamento para TTL.................................................................33 2.6.1. Determinando o Fan-Out ........................................................................34 2.7. Outras Características TTL .............................................................................35 2.7.1. Entradas Desconectadas (Flutuando).....................................................35 2.7.2. Entradas Não-Usadas.............................................................................35 2.7.3. Transientes de Corrente .........................................................................35 2.8. Conectando Saídas TTL Juntas ......................................................................36 2.8.1. Saídas Coletor Aberto.............................................................................36 2.8.2. Conexão Wired-AND ..............................................................................36 2.8.3. Buffers/Drivers de Coletor Aberto ...........................................................37 2.8.4. Simbologia para Saídas em Coletor Aberto ............................................37 2.9. Tristate (Terceiro Estado) para o TTL .............................................................38 2.9.1. Circuitos Integrados Tristate ...................................................................38 2.9.2. Simbologia para as Saídas Tristate ........................................................392.10. Circuitos Integrados Digitais MOS.................................................................39 2.11. O MOSFET....................................................................................................39 2.12. Circuitos Digitais com MOSFETs ..................................................................40 2.12.1. Inversor N-MOS ....................................................................................40 2.12.2. NAND N-MOS e NOR N-MOS ..............................................................40 2.13. Características da Lógica MOS.....................................................................41 2.13.1. Velocidade de Operação.......................................................................41 2.13.2. Margem de Ruído .................................................................................41 2.13.3. Fan-Out.................................................................................................41 2.13.4. Consumo de Potência...........................................................................42 2.13.5. Complexidade do Processo de Fabricação...........................................42 2.13.6. Sensibilidade à Eletricidade Estática ....................................................42 2.14. Lógica MOS Complementar ..........................................................................42 2.14.1. Inversor CMOS .....................................................................................43 Sumário 4 2.14.2. NAND CMOS e NOR CMOS ................................................................43 2.15. Características da Série CMOS ....................................................................44 2.15.1. Série 4000/14000..................................................................................44 2.15.2. Série 74C ..............................................................................................44 2.15.3. 74HC/HCT (High Speed CMOS – CMOS de Alta Velocidade) .............44 2.15.4. 74AC/ACT (CMOS Avançado)..............................................................44 2.15.5. 74AHC (Advanced High-Speed CMOS – CMOS Avançado de Alta Velocidade) .......................................................................................................44 2.15.6. Tensão de Alimentação ........................................................................44 2.15.7. Níveis de Tensão Lógicos.....................................................................45 2.15.8. Margens de Ruído ................................................................................45 2.15.9. Dissipação de Potência.........................................................................45 2.15.10. Dissipação de Potência Aumenta com a Frequência..........................45 2.15.11. Fan-Out...............................................................................................46 2.15.12. Velocidade de Comutação ..................................................................46 2.15.13. Entradas Não-Utilizadas .....................................................................47 2.15.14. Sensibilidade à Eletricidade Estática ..................................................47 2.15.15. Comparação entre as Séries CMOS e TTL ........................................47 2.16. Tecnologia de Baixa Tensão .........................................................................47 2.17. Saídas CMOS de Dreno Aberto e Tristate ....................................................48 2.17.1. Saídas em Dreno Aberto.......................................................................48 2.17.2. Saídas Tristate......................................................................................49 2.18. Interfaceamento de Circuitos Integrados.......................................................49 2.19. TTL Acionando CMOS ..................................................................................50 2.19.1. TTL Acionando CMOS com Tensão de Alimentação Alta.....................51 2.20. CMOS Acionando TTL ..................................................................................51 2.20.1. CMOS Acionando TTL no Estado ALTO...............................................51 2.20.2. CMOS Acionando TTL no Estado BAIXO.............................................52 2.20.3. CMOS com Tensão de Alimentação Alta Acionando TTL.....................52 3. Dispositivos de Lógica Programável (PLD).................................. 53 3.1. Introdução .......................................................................................................53 3.2. Conceito Básico...............................................................................................54 3.3. Simbologia.......................................................................................................55 3.4. Arquitetura de um PLD ....................................................................................55 3.4.1. Fusível de Polaridade .............................................................................56 3.5. Outros Recursos Disponíveis ..........................................................................57 3.6. Outros Tipos de PLDs .....................................................................................57 3.7. Programação...................................................................................................58 3.8. PLDs Programáveis.........................................................................................58 4. Flip-Flops ........................................................................................ 59 4.1. Introdução .......................................................................................................59 4.2. Flip-Flop R-S (Reset – Set) .............................................................................59 Sumário 5 4.3. Flip-Flops com Clock .......................................................................................60 4.3.1. Tempos de Setup e Hold ........................................................................61 4.4. Flip-Flop R-S com Clock..................................................................................61 4.5. Flip-Flop J-K ....................................................................................................63 4.6. Flip-Flop D.......................................................................................................63 4.7. Latch D ............................................................................................................64 4.8. Entradas Assíncronas .....................................................................................64 4.9. Características de Temporizações dos Flip-Flops...........................................65 4.10. Circuitos Integrados de Flip-Flops .................................................................67 4.11. Problemas de Temporização em Flip-Flops ..................................................67 4.12. Flip-Flops Mestre/Escravo.............................................................................68 4.13. Dispositivos Schmitt-Trigger..........................................................................68 4.14. Circuitos Geradores de Clock........................................................................69 4.14.1. Oscilador Schmitt-Trigger .....................................................................70 4.14.2. Temporizador 555 como Oscilador .......................................................70 4.14.3. Osciladores a Cristal de Quartzo ..........................................................71 5. Contadores ..................................................................................... 72 5.1. Introdução .......................................................................................................725.2. Contadores Assíncronos .................................................................................72 5.3. Contadores de Módulo < 2N ............................................................................74 5.4. Diagrama de Transição de Estados ................................................................75 5.5. Contadores de Década....................................................................................76 5.6. Circuitos Integrados de Contadores Assíncronos ...........................................76 5.7. Contador Assíncrono Decrescente..................................................................76 5.8. Atrasos de Propagação de Contadores Assíncronos ......................................77 5.9. Contadores Síncronos.....................................................................................78 5.10. Circuitos Integrados de Contadores Síncronos .............................................80 5.11. Contadores Síncronos Decrescentes ............................................................80 5.12. Contadores com Carga Paralela ...................................................................80 5.13. Contadores BCD ...........................................................................................81 5.14. Projeto de Contadores Síncronos..................................................................81 5.15. O Flip-Flop J-K ..............................................................................................82 5.16. Procedimento para Construção de Contadores Síncronos ...........................83 6. Registradores ................................................................................. 86 6.1. Introdução .......................................................................................................86 6.2. Registradores de Deslocamento .....................................................................86 Sumário 6 6.3. Transferência Paralela de Dados entre Registradores....................................87 6.4. Transferência Serial de Dados entre Registradores........................................87 6.5. Comparação entre a Transferência Paralela e a Transferência Serial ............88 6.6. Contadores com Registradores de Deslocamento ..........................................88 6.7. Circuitos Integrados de Registradores ............................................................90 7. Decodificadores, Codificadores, Multiplexadores e Demultiplexadores ............................................................................. 92 7.1. Decodificadores...............................................................................................92 7.1.1. Decodificadores BCD para Decimal........................................................93 7.1.2. Decodificadores/Driver BCD para Decimal .............................................93 7.1.3. Decodificadores/Driver BCD para 7 Segmentos .....................................93 7.2. Codificadores ..................................................................................................94 7.3. Multiplexadores ...............................................................................................95 7.3.1. Aplicações de Multiplexadores................................................................97 7.4. Demultiplexadores...........................................................................................98 7.4.1. Aplicações de Demultiplexadores .........................................................100 8. Aritmética Digital ...........................................................................101 8.1. Introdução .....................................................................................................101 8.2. Adição Binária ...............................................................................................101 8.3. Representação de Números com Sinal .........................................................101 8.3.1. Forma do Complemento a 1 .................................................................102 8.3.2. Forma do Complemento a 2 .................................................................102 8.4. Representação de Números com Sinal Usando Complemento a 2...............103 8.4.1. Negação................................................................................................103 8.4.2. Faixa de Representação do Complemento a 2.....................................104 8.4.3. Adição no Sistema de Complemento a 2..............................................105 8.4.4. Subtração no Sistema de Complemento a 2.........................................106 8.4.5. Overflow Aritmético...............................................................................106 8.5. Multiplicação de Números Binários ...............................................................107 8.5.1. Multiplicação no Complemento a Dois..................................................107 8.6. Divisão de Números Binários ........................................................................107 8.7. Adição de Números BCD ..............................................................................108 8.8. Aritmética Hexadecimal.................................................................................109 8.8.1. Adição em Hexadecimal .......................................................................109 8.8.2. Subtração em Hexadecimal ..................................................................109 8.9. Circuitos Aritméticos......................................................................................110 8.9.1. Unidade Lógica e Aritmética .................................................................110 8.9.2. Somador Binário Paralelo .....................................................................111 8.9.3. Projeto de um Somador Completo........................................................112 8.9.4. Somador Paralelo Integrado .................................................................115 8.9.5. Ligação em Cascata de Somadores Paralelos .....................................115 8.9.6. Circuito Integrados de ULAs .................................................................115 Sumário 7 9. Conversão Digital-Analógica ........................................................116 9.1. Interface com o Mundo Analógico .................................................................116 9.2. Sistema Digital Interfaceando com Grandezas Analógicas ...........................116 9.3. Conversão Digital Analógica (D/A) ................................................................117 9.3.1. Resolução (Tamanho do Degrau).........................................................118 9.3.2. Resolução Percentual ...........................................................................118 9.4. Código de Entrada BCD ................................................................................119 9.5. Conversor D/A com Amplificador Operacional ..............................................119 9.5.1. Somador ...............................................................................................120 9.6. Fatores Importantes na Precisão da Conversão ...........................................121 9.7. Conversores D/A com Saída em Corrente ....................................................122 9.8. Rede R/2R.....................................................................................................122 9.9. Especificações de Conversores D/A .............................................................123 9.10. Circuito Integrado de Conversão D/A – AD7524 .........................................124 9.11. Aplicações de Conversores D/A..................................................................124 10. Conversão Analógico-Digital......................................................12610.1. Introdução ...................................................................................................126 10.2. Conversor A/D de Rampa Digital.................................................................127 10.3. Precisão e Resolução de Conversores A/D ................................................127 10.3.1. Tempo de Conversão tc ......................................................................128 10.4. Aquisição de Dados.....................................................................................128 10.5. Reconstrução de Sinais Digitalizados .........................................................128 10.6. Conversor A/D de Aproximações Sucessivas .............................................129 10.6.1. Sequência ...........................................................................................130 10.6.2. Tempo de Conversão..........................................................................130 10.7. ADC0804 – Conversor A/D de Aproximações Sucessivas..........................131 10.8. Conversor A/D Flash ...................................................................................132 10.9. Tempo de Conversão ..................................................................................133 10.10. Outros Métodos de Conversão A/D...........................................................133 10.10.1. Conversor A/D de rampa digital crescente/decrescente (conversor A/D rastreador) ......................................................................................................133 10.10.2. Conversor A/D de rampa dupla.........................................................133 10.10.3. Conversor A/D de tensão-frequência................................................134 10.10.4. Conversor A/D sigma-delta (Σ-∆) ......................................................134 11. Memórias......................................................................................136 11.1. Introdução ...................................................................................................136 11.2. Definição de Termos Básicos......................................................................136 11.3. Princípios de Operação das Memórias........................................................138 11.3.1. Entradas de Endereços.......................................................................139 Sumário 8 11.3.2. A Entrada WR / .................................................................................139 11.3.3. Habilitação de Memória (ME)..............................................................139 11.4. Conexões da Memória com a CPU .............................................................140 12. Memória Somente de Leitura (ROM) ..........................................142 12.1. Introdução ...................................................................................................142 12.2. Diagrama em Blocos de uma ROM.............................................................142 12.3. Arquitetura de uma ROM.............................................................................142 12.4. Temporização de uma ROM .......................................................................144 12.5. Tipos de ROM .............................................................................................144 12.5.1. Aplicações de ROMs...........................................................................145 13. Memória de Acesso Aleatório (RAM) .........................................147 13.1. Introdução ...................................................................................................147 13.2. Arquitetura de uma RAM.............................................................................147 13.2.1. Operação de Leitura ...........................................................................148 13.2.2. Operação de Escrita ...........................................................................148 13.3. RAM Estática (SRAM) .................................................................................149 13.3.1. Temporização de uma RAM Estática..................................................149 13.3.2. Ciclo de Leitura ...................................................................................149 13.3.3. Ciclo de Escrita ...................................................................................150 13.3.4. Exemplos de Memórias Estáticas .......................................................151 13.4. RAM Dinâmica (DRAM)...............................................................................151 13.4.1. Estrutura e Operação da RAM Dinâmica............................................151 13.4.2. Multiplexação de Endereços ...............................................................152 13.4.3. Refrescamento da DRAM ...................................................................153 13.5. Tecnologia de RAM Dinâmica Usada em Computadores ...........................153 13.6. Memórias com Funções Especiais ..............................................................154 14. Expansão do Tamanho da Palavra e da Capacidade................155 14.1. Introdução ...................................................................................................155 14.2. Expansão do Tamanho da Palavra .............................................................155 14.3. Expansão da Capacidade ...........................................................................156 15. Microcontrolador AT90S8515 .....................................................159 15.1. Introdução ...................................................................................................159 15.1.1. Computadores, Microprocessadores e Microcontroladores ................159 15.2. Características do Microcontrolador AT90S8515 ........................................160 15.3. Encapsulamento..........................................................................................161 15.4. Descrição Geral...........................................................................................161 15.5. Diagrama em Blocos ...................................................................................161 15.6. Descrição dos Pinos....................................................................................163 Sumário 9 15.7. Oscilador .....................................................................................................164 15.8. Arquitetura...................................................................................................164 15.8.1. Registradores de Uso Geral................................................................166 15.8.2. Os Registradores X, Y e Z ..................................................................166 15.8.3. ULA – Unidade Lógica e Aritmética ....................................................167 15.8.4. Memória de Programa Flash Programável no Sistema ......................167 15.8.5. Memória de Dados SRAM Interna e Externa ......................................167 15.8.6. Memória de Dados EEPROM .............................................................168 15.8.7. Tempos de Acesso à Memória e Execução de Instruções .................169 15.8.8. Memória de Entrada/Saída (I/O) .........................................................169 15.8.9. Tratamento de Reset e Interrupções ..................................................172 15.8.10. Fontes de Reset................................................................................173 15.8.11. Power-On Reset ...............................................................................173 15.8.12. Reset Externo ...................................................................................174 15.8.13. Reset por Watchdog .........................................................................17415.8.14. Tratamento de Interrupções..............................................................174 15.8.15. Interrupções Externas .......................................................................178 15.8.16. Modos de Sleep ................................................................................179 15.9. Temporizadores/Contadores .......................................................................180 15.9.1. Prescaler (Divisor) dos Temporizadores/Contadores .........................181 15.9.2. Temporizador/Contador0 de 8 bits......................................................181 15.9.3. Temporizador/Contador0 – TCNT0.....................................................182 15.9.4. Temporizador/Contador1 de 16 bits....................................................183 15.9.5. Temporizador/Contador1 – TCNT1H e TCNT1L.................................186 15.9.6. Temporizador/Contador1 no modo PWM............................................188 15.10. Watchdog Timer ........................................................................................189 15.11. Acesso para Leitura/Escrita na EEPROM .................................................191 15.11.1. Prevenção de Perdas de Dados na EEPROM..................................193 15.12. UART.........................................................................................................194 15.12.1. Transmissão de Dados .....................................................................194 15.12.2. Recepção de Dados..........................................................................195 15.12.3. Controle da UART.............................................................................196 15.12.4. Gerador de BAUD Rate ....................................................................199 15.13. Comparador Analógico..............................................................................199 15.14. Interface com SRAM Externa ....................................................................201 15.15. Portas de Entrada/Saída ...........................................................................202 15.15.1. Port A ................................................................................................202 15.15.2. Port B ................................................................................................204 15.15.3. Port C................................................................................................207 15.15.4. Port D................................................................................................208 16. Guia para Uso do Assembler AVR .............................................211 16.1. Introdução ...................................................................................................211 16.2. Código Fonte do Assembler ........................................................................211 16.3. Registradores da Memória de I/O do AT90S8515.......................................212 16.4. Tabela de Instruções ...................................................................................214 Sumário 10 16.5. Diretivas no Assembler................................................................................219 16.6. Expressões..................................................................................................229 16. Referências Bibliográficas e Internet.........................................235 Revisão de Circuitos Combinatórios 11 1. Revisão de Circuitos Combinatórios 1.1. Conceitos Introdutórios 1.1.1. Grandezas Analógicas e Digitais Grandezas analógicas são aquelas que podem variar em um intervalo contínuo de valores. Por exemplo, a velocidade de um veículo pode assumir qualquer valor de 0 a 200 km/h. Grandezas digitais são aquelas que variam em passos discretos. Por exemplo, o tempo varia continuamente, mas a sua medição através de um relógio digital é feita a cada minuto. 1.1.2. Sistemas Analógicos e Digitais Um sistema analógico contém dispositivos que podem manipular quantidades físicas analógicas. Por exemplo, a saída de um amplificador pode variar continuamente dentro de um certo intervalo. Um sistema digital contém dispositivos capazes de manipular informações lógicas (representadas na forma digital). Um exemplo seria um computador. As vantagens das técnicas digitais são várias: - Sistemas digitais são mais fáceis de projetar; - Fácil armazenamento de informação; - Maior exatidão e precisão; - A operação do sistema pode ser programada; - Circuitos digitais são menos afetados pelo ruído; - Um maior número de circuitos digitais pode ser colocado em um circuito integrado. 1.1.3. Sistemas de Numeração Digital - Sistema decimal – contém 10 algarismos (0 a 9). Representação: 273,4110 = (2 x 102) + (7 x 101) + (3 x 100) + (4 x 10-1) + (1 x 10-2) Revisão de Circuitos Combinatórios 12 Pesos 102 101 100 10-1 10-2 2 7 3 4 1 - Sistema binário – contém 2 algarismos (0 e 1). Representação: 101,012 = (1 x 22) + (0 x 21) + (1 x 20) + (0 x 2-1) + (1 x 2-2) = 5,2510 Pesos 22 21 20 2-1 2-2 1 0 1 0 1 - Sistema octal – contém 8 algarismos (0 a 7). Representação: 157,28 = (1 x 82) + (5 x 81) + (7 x 80) + (2 x 8-1) = 111,2510 Pesos 82 81 80 8-1 1 5 7 2 - Sistema hexadecimal – contém 16 algarismos (0 a F). Representação: 15A,216 = (1 x 162) + (5 x 161) + (10 x 160) + (2 x 16-1) = 346,12510 Pesos 162 161 160 16-1 1 5 10 2 1.2. Representação de Quantidades Binárias Em sistemas digitais, a informação geralmente apresenta a forma binária. Essas quantidades binárias podem ser representadas por qualquer dispositivo que apresente dois estados de operação. Uma chave, por exemplo, pode estar aberta ou fechada. Podemos dizer que a chave aberta corresponde ao dígito binário “0” e a chave fechada corresponde ao dígito binário “1”. Outros exemplos: uma lâmpada (acesa ou apagada), um diodo (conduzindo ou não), um transistor (conduzindo ou não), etc. Em sistemas digitais eletrônicos, a informação binária é representada por níveis de tensão (ou correntes). Por exemplo, zero volt poderia representar o valor binário “0” e 5 volts poderia representar o valor binário “1”. Mas, devido a variações nos circuitos, os valores binários são representados por intervalos de tensões: o “0” Revisão de Circuitos Combinatórios 13 digital corresponde a uma tensão entre 0 e 0,8 volts enquanto o “1” digital corresponde a uma tensão entre 2 e 5 volts. Com isso percebemos uma diferença significativa entre um sistema analógico e um sistema digital. Nos sistemas digitais, o valor exato da tensão não é importante. Figura 1.1: Intervalos típicos de tensão para os binários 0 e 1. 1.3. Circuitos Digitais/Circuitos Lógicos Circuitos digitais são projetados para produzir tensões de saída e responder a tensões de entrada que estejam dentro do intervalo determinado para os binários 0 e 1. A Figura 1.2 mostra isso: Figura 1.2: Resposta de um circuito digital. Praticamente todos os circuitos digitais existentes são circuitos integrados (CIs), o que tornou possível a construção de sistemas digitais complexos menores e mais confiáveis do que aqueles construídos com circuitos lógicos discretos. Revisão de Circuitos Combinatórios 14 1.4. Sistemas de Numeração e Códigos O sistema binário de numeração é o mais importante em sistemas digitais. O sistema decimal também é importante porque é usado por todos nós para representar quantidades. Já os sistemas octal e hexadecimal são usados para representar números binários grandes de maneira eficiente. - Conversões Binário-Decimal – Cada dígitotem um peso correspondente à sua posição. 110112 = (1 x 24) + (1 x 23) + (0 x 22) + (1 x 21) + (1 x 20) = 2710 - Conversões Decimal-Binário – O método usado é o das divisões sucessivas: - Conversão Octal-Decimal – Cada dígito tem um peso correspondente à sua posição. 3728 = (3 x 82) + (7 x 81) + (2 x 80) = 25010 - Conversão Decimal-Octal – O método usado é o das divisões sucessivas: - Conversão Octal-Binário – Cada dígito octal é convertido para o seu correspondente em binário. Dígito Octal 0 1 2 3 4 5 6 7 Equivalente Binário 000 001 010 011 100 101 110 111 4728 = (100) (111) (010) = 1001110102 Revisão de Circuitos Combinatórios 15 - Conversão Binário-Octal – O número binário é dividido em grupos de 3 dígitos iniciando-se a partir do dígito de menor peso. Cada grupo é convertido no seu correspondente octal. 1001110102 = (100) (111) (010) = 4728 - Conversão Hexadecimal-Decimal – Cada dígito tem um peso correspondente à sua posição. 2AF16 = (2 x 162) + (10 x 161) + (15 x 160) = 68710 - Conversão Decimal-Hexadecimal – O método usado é o das divisões sucessivas: - Conversão Hexadecimal-Binário – Cada dígito hexadecimal é convertido para o seu correspondente em binário. 9F216 = (1001) (1111) (0010) = 1001111100102 - Conversão Binário-Hexadecimal – O número binário é dividido em grupos de 4 dígitos iniciando-se a partir do dígito de menor peso. Cada grupo é convertido no seu correspondente hexadecimal. 11101001102 = (0011) (1010) (0110) = 3A616 - Código BCD – O código BCD não constitui um sistema de numeração. Ele apenas relaciona cada dígito do sistema decimal com um grupo de 4 dígitos do sistema binário. 87410 = (1000) (0111) (0100) = 100001110100 (BCD) Revisão de Circuitos Combinatórios 16 1.4.1. Relacionando as Representações Tabela 1.1: Relação entre as representações numéricas. Decimal Binário Octal Hexadecimal BCD 0 0 0 0 0000 1 1 1 1 0001 2 10 2 2 0010 3 11 3 3 0011 4 100 4 4 0100 5 101 5 5 0101 6 110 6 6 0110 7 111 7 7 0111 8 1000 10 8 1000 9 1001 11 9 1001 10 1010 12 A 0001 0000 11 1011 13 B 0001 0001 12 1100 14 C 0001 0010 13 1101 15 D 0001 0011 14 1110 16 E 0001 0100 15 1111 17 F 0001 0101 1.5. Portas Lógicas e Álgebra Booleana A álgebra booleana é a ferramenta fundamental para descrever a relação entre as saídas de um circuito lógico e suas entradas através de uma equação (expressão booleana). Existem três operações básicas: OR (OU), AND (E) e NOT (NÃO). 1.5.1. Operação Lógica OR (OU) Figura 1.3: Porta OR (OU). Revisão de Circuitos Combinatórios 17 1.5.2. Operação Lógica AND (E) Figura 1.4: Porta AND (E). 1.5.3. Operação Lógica NOT (INVERSORA) Figura 1.5: Porta NOT (INVERSOR). 1.5.4. Descrevendo Circuitos Lógicos Algebricamente Qualquer circuito lógico pode ser descrito usando as portas AND, OR e NOT. Essas três portas são os blocos básicos na construção de qualquer sistema digital. Figura 1.6: Circuito Lógico e sua Expressão Lógica. 1.5.5. Implementação de Circuitos Lógicos a partir de Expressões Booleanas Podemos usar a expressão booleana para gerar o circuito lógico. Por exemplo: Revisão de Circuitos Combinatórios 18 Figura 1.7: Expressão Lógica e seu Circuito Lógico. 1.5.6. Portas NOR e NAND Outros tipos de portas lógicas existentes são as portas NOR e NAND, que na verdade são combinações das portas OR, AND e NOT. Figura 1.8: Portas NOR e NAND. 1.6. Teoremas da Álgebra de Boole Esses teoremas, aplicados na prática, visam simplificar as expressões booleanas e consequentemente os circuitos gerados por estas expressões. Revisão de Circuitos Combinatórios 19 1.6.1. Teoremas Booleanos 1.6.2. Teoremas de DeMorgan 1.7. Universalidade das Portas NAND e NOR Qualquer expressão lógica pode ser implementada usando apenas portas NAND ou portas NOR. Isso porque podemos representar portas OR, AND ou NOT usando apenas portas NAND ou NOR. Figura 1.9: Uso de PORTAS NAND para implementar outras funções booleanas. Revisão de Circuitos Combinatórios 20 1.8. Simplificação de Circuitos Lógicos Depois de encontrada a expressão de um circuito lógico, podemos reduzi-la para uma forma mais simples. A intenção é diminuir o número de variáveis nessa expressão, o que significa diminuir o número de portas lógicas e conexões em um circuito lógico. 1.8.1. Simplificação Algébrica A simplificação algébrica é feita com o uso dos teoremas da álgebra booleana e de DeMorgan. Exemplo: 1.9. Projetando Circuitos Lógicos Passos para o projeto completo de um circuito lógico: a) Montar a tabela-verdade: A B C x 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 Revisão de Circuitos Combinatórios 21 b) Analisar a saída: Quando qualquer entrada de uma porta OR for “1” então a saída será “1”. Então podemos deduzir que a saída x é uma operação OR de todos os casos em que a saída x é “1”. Cada caso corresponde a uma operação lógica AND com todas as variáveis de entrada. c) Simplificar a expressão lógica obtida: A expressão pode ser reduzida a um número menor de termos se aplicarmos os teoremas booleanos e de DeMorgan. d) Implementar o circuito através da expressão lógico: Figura 1.10: Circuito lógico final. 1.10. Método do Mapa de Karnaugh para Simplificação Circuitos Lógicos Vamos usar a tabela anterior como exemplo. Revisão de Circuitos Combinatórios 22 1.11. Outras Portas Lógicas 1.11.1. Circuito XOR Figura 1.11: Porta XOR (OU-Exclusivo). 1.11.2. Circuito XNOR Figura 1.12: Porta XNOR (NOU-Exclusivo). Revisão de Circuitos Combinatórios 23 1.12. Circuitos Integrados Lógicos Exemplos de circuitos integrados lógicos: Figura 1.13: Circuito integrado 74LS08 (4 portas AND de 2 entradas). Figura 1.14: Circuito integrado 74LS04 (6 portas inversoras). Figura 1.15: Circuito integrado 74LS32 (4 portas OR de 2 entradas). Revisão de Circuitos Combinatórios 24 Outros: - 7400 – Quatro portas NAND - 7402 – Quatro portas NOR - 7486 – Quatro portas XOR - 74266 – Quatro portas XNOR Famílias Lógicas de Circuitos Integrados 25 2. Famílias Lógicas de Circuitos Integrados 2.1. Introdução Circuitos integrados são amplamente usados na construção de sistemas digitais. Isso porque eles têm muito mais circuitos em um pequeno encapsulamento e são mais confiáveis. 2.2. Terminologia de Circuitos Integrados Digitais Os fabricantes de circuitos integrados digitais seguem praticamente o mesmo padrão de nomenclatura e terminologia: 2.2.1. Tensão e Corrente - VIH(min) – Mínima Tensão de Entrada em Nível Alto. - VIL(max) – Máxima Tensão de Entrada em Nível Baixo. - VOH(min) – Mínima Tensão de Saída em Nível Alto. - VOL(max) – Máxima Tensão de Saída em Nível Baixo. - IIH – Corrente de Entrada em Nível Alto. - IIL – Corrente de Entrada em Nível Baixo. - IOH – Corrente de Saída em Nível Alto. - IOL – Corrente de Saída em Nível Baixo. Figura 2.1: Tensões e correntes em nível lógico 1 e 0. Famílias Lógicas de Circuitos Integrados 26 2.2.2. Fan-Out O Fan-Out corresponde ao número máximo de entradas lógicas que uma saída de um circuito lógicopode acionar. Se esse número for excedido, os níveis de tensão e corrente não serão garantidos. 2.2.3. Atrasos de Propagação Um sinal lógico, ao atravessar um circuito, sofre um atraso. Existem dois tipos de atraso: - tPLH – Tempo de atraso do estado lógico “0” para o “1”. - tPHL – Tempo de atraso do estado lógico “1” para o “0”. Figura 2.2: Atrasos de propagação. Os valores dos tempos de atrasos de propagação são usados para medição de velocidade em circuitos lógicos. 2.2.4. Potência Como todo circuito elétrico, um circuito lógico “consome” uma certa quantidade de potência. Essa potência é fornecida por fontes de alimentação e esse consumo deve ser levado em consideração em um sistema digital. Se um circuito integrado consome menos potência poderemos ter uma fonte de menor capacidade e com isso reduziremos os custos do projeto. 2.2.5. Velocidade x Potência Um circuito digital ideal é aquele que possui o menor consumo de potência e o menor atraso de propagação. Em outras palavras, o produto de velocidade (atraso) e potência deve ser o menor possível. Famílias Lógicas de Circuitos Integrados 27 2.2.6. Imunidade ao Ruído Ruídos são sinais indesejáveis gerados por campos eletromagnéticos podem afetar o funcionamento de um circuito lógico. Esses sinais podem fazer com que a tensão de entrada de um circuito lógico caia abaixo de VIH(min) ou aumente além de VIL(max), gerando falsos sinais. A imunidade ao ruído se refere à capacidade de um circuito lógico de rejeitar esse ruído. Figura 2.3: Margens de ruído. 2.2.7. Níveis de Tensão Inválidos Circuitos lógicos só trabalharão confiavelmente com níveis de tensão especificados pelos fabricantes, ou seja, as tensões devem ser menores que VIL(max) e maiores que VIH(min) – fora da faixa de indeterminação – e com alimentação adequada. 2.2.8. Fornecimento de Corrente e de Absorção de Corrente O fornecimento de corrente é mostrado na fig. 2-4. Quando a saída da porta lógica 1 está em ALTO, ela fornece uma corrente IIH para a entrada da porta lógica 2. Famílias Lógicas de Circuitos Integrados 28 Figura 2.4: Porta de acionamento fornecendo corrente para a porta de carga. A absorção de corrente é mostrada na Figura 2.5. Quando a saída da porta lógica 1 está em BAIXO, ela absorve uma corrente IIL para a entrada da porta lógica 2. Figura 2.5: Porta de acionamento absorvendo corrente da porta de carga. 2.2.9. Encapsulamentos de Circuitos Integrados Alguns tipos de encapsulamentos de circuitos integrados são mostrados na Figura 2.6. Figura 2.6: Encapsulamentos mais comuns de circuitos integrados. Famílias Lógicas de Circuitos Integrados 29 2.3. Família Lógica TTL Um circuito básico utilizado na lógica transistor-transistor é mostrado na Figura 2.7. Figura 2.7: Porta NAND básica TTL e equivalente a diodo para Q1. Esse circuito representa uma porta NAND TTL. As principais características desse circuito são os dois emissores do transistor Q1. Na mesma Figura 2.7 está o circuito equivalente a diodo de Q1. Outra característica construtiva importante desse circuito é sua saída totem- pole, que impede que os dois transistores (Q3 e Q4) conduzam ao mesmo tempo. 2.3.1. Operação do Circuito – Saída em Nível Baixo A saída em nível baixo é consequência de entradas A e B em nível alto (5 V). Nesse caso, Q1 ficará cortado e Q2 conduzirá (ver circuito equivalente). A corrente fluirá do emissor de Q2 para a base de Q4 e o faz conduzir. A tensão no coletor de Q2 é insuficiente para Q3 conduzir. Essa tensão está em torno de 0,8 V (0,7 V da junção B-E de Q4 + 0,1 V de Vce (sat) de Q2). Para o transistor Q3 conduzir é necessário que sua junção B-E e o diodo D1 esteja diretamente polarizado. Com Q4 conduzindo, a tensão de saída é muito baixa (< 0,4 V), ou nível baixo (“0”). 2.3.2. Operação do Circuito – Saída em Nível Alto Para que a saída de uma porta NAND fique em alto, pelo menos uma das entradas A ou B deverá ser zero. Nessa condição haverá condução de Q1 por um Famílias Lógicas de Circuitos Integrados 30 de seus emissores, ou pelos dois (ver circuito equivalente ), fazendo com que Q2 fique cortado. Com Q2 cortado não haverá corrente na base de Q4 e ele ficará cortado também. Sem corrente no coletor de Q2, a tensão na base de Q3 é suficiente para que ele entre em condução. Com Q3 conduzindo, a tensão na saída ficará em torno de 3,4 V a 3,8 V (sem carga), devido às quedas na junção B-E de Q3 e ao diodo D1. Com carga essa tensão deverá diminuir. 2.3.3. Absorção de Corrente Uma saída TTL em nível baixo age como um absorvedor de corrente, pois ela recebe a corrente da entrada da porta que está acionando. 2.3.4. Fornecimento de Corrente Uma saída TTL em nível alto age como fornecedora de corrente. Na verdade essa corrente tem um valor muito baixo, causada pela fuga de polarização reversa do “diodo” (junção B-E) de Q1. 2.3.5. Outras Portas TTL Praticamente todas as outras portas lógicas possuem o mesmo circuito básico da porta NAND TTL. Outros circuitos internos são colocados apenas para implementar a lógica desejada. 2.4. Características da Série TTL Padrão 2.4.1. Faixas de Tensão de Alimentação e de Temperatura Existem duas séries de TTL padrão diferenciadas pela faixa de tensão de alimentação e temperatura: a série 74 e a série 54. A série 74 utiliza alimentação entre 4,75 V e 5,25 V e opera entre 0º a 70º C. A série 54 utiliza alimentação entre 4,5 V e 5,5 V e opera entre -55º a 125º C. 2.4.2. Níveis de Tensão VIL(max) – 0,8 V VOL(max) – 0,4 V Famílias Lógicas de Circuitos Integrados 31 Existe uma margem de segurança de uma saída para a entrada, chamada de margem de ruído, de 0,4 V (0,8 V – 0,4 V). VIH(min) – 2,0 V VOH(min) – 2,4 V A margem de ruído também é de 0,4 V (2,4 V – 2,0 V). 2.4.3. Faixas Máximas de Tensão As tensões máximas de trabalho de um TTL padrão não devem ultrapassar 5,5 V. Uma tensão maior de 5,5 V aplicada a um emissor de entrada pode causar dano na junção B-E de Q1. Tensões menores que –0,5 V também podem danificar o componente. 2.4.4. Dissipação de Potência Uma porta NAND TTL padrão consome, em média, 10 mW. 2.4.5. Atrasos de Propagação A porta AND TTL padrão tem atrasos de propagação típicos de tPLH = 11 ns e tPHL = 7 ns, resultando num atraso de propagação médio tPD(med) de 9 ns. 2.4.6. Fan-Out Uma saída TTL padrão pode acionar 10 entradas TTL padrão. 2.5. Séries TTL Aperfeiçoadas 2.5.1. Séries 74L e 74H Estas séries são versões TTL para baixa potência (74L) e alta velocidade (74H). A primeira consumia 1 mW e tinha um tempo de atraso de propagação de 33 ns e a segunda consumia 23 mW, com um tempo de atraso de propagação de 6 ns. Não são mais fabricadas atualmente. Famílias Lógicas de Circuitos Integrados 32 2.5.2. TTL Schottky, Série 74S Esta série utiliza diodos Schottky entre a base e o coletor dos seus transistores, evitando que eles trabalhem saturados. Com isso o tempo de resposta do circuito é mais rápido. Por exemplo, a porta NAND 74S00 tem um atraso médio de 3 ns, mas um consumo de potência de 20 mW. 2.5.3. TTL Schottky de Baixa Potência, Série 74LS (LS-TTL) A série 74LS é uma versão de menor potência e menor velocidade da série 74S. Ela utiliza a combinação transistor/diodo Schottky, mas com valores maiores de resistores de polarização, o que diminui o consumo. Uma porta NAND 74LS tem um atraso típico de propagação de 9,5 ns e dissipaçãomédia de potência de 2 mW. 2.5.4. TTL Schottky Avançada, Série 74AS (AS-TTL) A série 74AS surgiu como uma melhoria da série 74S. Possui velocidade e fan-out maiores e um menor consumo se comparado com a série 74S. 2.5.5. TTL Schottky Avançada de Baixa Potência, Série 74ALS Esta série surgiu como uma melhoria da série 74SL. 2.5.6. TTL Fast – 74F Esta é a série TTL mais nova. Ela utiliza uma técnica de fabricação de circuitos integrados que reduz as capacitâncias entre os dispositivos internos visando reduzir os atrasos de propagação. 2.5.7. Comparação das Características das Séries TTL Famílias Lógicas de Circuitos Integrados 33 Tabela 2.1: Comparação de performance entre séries TTL. Índices de performance 74 74S 74LS 74AS 74ALS 74F Atraso de propagação (ns) 9 3 9,5 1,7 4 3 Dissipação de potência (mW) 10 20 2 8 1,2 6 Produto velocidade-potência (pJ) 90 60 19 13,6 4,8 18 Taxa máxima de clock (MHz) 35 125 45 200 70 100 Fan-out (mesma série) 10 20 20 40 20 33 Tabela 2.2: Comparação dos parâmetros de tensão entre portas TTL. Parâmetros de tensão 74 74S 74LS 74AS 74ALS 74F VOH (min) 2,4 2,7 2,7 2,5 2,5 2,5 VOL (max) 0,4 0,5 0,5 0,5 0,4 0,5 VIH (min) 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 VIL (max) 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8 2.6. Fan-Out e Carregamento para TTL O fan-out corresponde ao número máximo de entradas lógicas que uma saída de um circuito lógico pode acionar. Esse número máximo está diretamente ligado à capacidade do circuito integrado de absorver ou fornecer corrente. Figura 2.8: Saída TTL padrão no estado BAIXO acionando várias entradas. Do circuito vemos que IOL é a soma das correntes IIL de cada entrada. Essa corrente causa uma queda de tensão VOL, que não deve ser maior que VOL(max). Isso limita a corrente IOL e o número de cargas que podem ser acionadas. Famílias Lógicas de Circuitos Integrados 34 Figura 2.9: Saída TTL padrão no estado ALTO acionando várias entradas. Na Figura 2.8 e na Figura 2.9 vemos que IOH é a soma das correntes IIH de cada entrada. Se cargas em excesso estiverem sendo acionadas, a corrente IOL aumentará de tal forma que o nível VOH caia para valores menores que VOH(min). Esse fato também limita o número de cargas acionadas e a corrente IOH. 2.6.1. Determinando o Fan-Out Por exemplo, a série 74 possui: IIL (max) = 1,6 mA IOL (max) = 16 mA Fan-out (BAIXO) = IL OL I I = mA 1,6 mA 16 = 10 IIH (max) = 40 µA IOH (max) = 400 µA Fan-out (ALTO) = IH OH I I = µA 40 µA 400 = 10 O fan-out é 10 para ambos os casos. Se os valores de fan-out forem diferentes, o fan-out será o menor deles. Famílias Lógicas de Circuitos Integrados 35 Importante: - A soma das correntes IIH de todas as entradas conectadas em uma saída deve ser menor do que a especificação do IOH da saída; - A soma das correntes IIL de todas as entradas conectadas em uma saída deve ser menor do que a especificação do IOL da saída. 2.7. Outras Características TTL 2.7.1. Entradas Desconectadas (Flutuando) Entradas desconectadas (abertas) em circuitos TTL se comportam como se o nível lógico “1” fosse aplicado à essa entrada. Embora a lógica esteja correta, entradas desconectadas se comportam como captadoras de ruídos, fazendo com que o circuito lógico não trabalhe corretamente. 2.7.2. Entradas Não-Usadas Figura 2.10: Três maneiras de tratar entradas lógicas não usadas. 2.7.3. Transientes de Corrente A configuração totem-pole usada nas saídas dos circuitos TTL tem um inconveniente: durante a transição da saída de BAIXO para ALTO ocorre um pico de corrente porque ambos os transistores de saída estão conduzindo. Esse pico pode chegar a 50 mA, corrente que é drenada da fonte que alimenta o circuito. Em um sistema digital existem várias saídas TTL trocando de estado ao mesmo tempo e drenando da fonte picos de corrente. Esse efeito causa uma variação na tensão da fonte e se não for devidamente filtrado pode causar sérios problemas ao sistema. É usual a colocação de capacitores cerâmicos de 10 nF a 100 nF entre os terminais Vcc e GND – alimentação e terra – dos circuitos integrados. Famílias Lógicas de Circuitos Integrados 36 2.8. Conectando Saídas TTL Juntas Existem situações nas quais é vantajoso conectar as saídas de dois ou mais portas lógicas ou circuitos. Entretanto, configuração totem-pole não nos permite conectar saídas TTL juntas. Para fazermos isso existem outros tipos de estrutura de saída. 2.8.1. Saídas Coletor Aberto Os circuitos TTL com saídas em coletor aberto só possuem um transistor de saída. Quando esse transistor estiver acionado, a saída terá nível BAIXO. Caso contrário, a saída estará flutuando. Para se obter o nível ALTO na saída um resistor externo de pull-up é conectado. Figura 2.11: Circuito TTL coletor aberto com resistor de pull-up externo. 2.8.2. Conexão Wired-AND Dispositivos com saídas em coletor aberto podem ter suas saídas conectadas juntas de maneira segura. Uma situação onde esse tipo de conexão é usado é mostrada na Figura 2.12. Famílias Lógicas de Circuitos Integrados 37 Figura 2.12: Conexão wired-AND utilizando portas com coletor aberto. Esse tipo de conexão é chamado de conexão wired-AND porque é equivalente à operação lógica AND. Esta configuração elimina a necessidade de uma porta AND real. 2.8.3. Buffers/Drivers de Coletor Aberto Todo circuito lógico que é chamado buffer, driver ou buffer/driver é projetado para suportar uma corrente e/ou uma capacidade de tensão maior do que um circuito lógico comum. Por exemplo, o 7406 com saída em coletor aberto pode acionar cargas de 24 V a 25 mA. 2.8.4. Simbologia para Saídas em Coletor Aberto Figura 2.13: Simbologia de portas lógicas com coletor aberto. Famílias Lógicas de Circuitos Integrados 38 2.9. Tristate (Terceiro Estado) para o TTL O terceiro estado, ou tristate, ocorre quando a saída de um dispositivo TTL apresenta alta impedância. Nessa condição, os dois transistores de saída do dispositivo estarão cortados e o terminal de saída não terá nível alto nem baixo (saída fica praticamente aberta). Para que o dispositivo lógico entre nesta condição, uma entrada chamada Habilitação (Enable) é acionada. Figura 2.14: Simbologia de um inversor TTL tristate. 2.9.1. Circuitos Integrados Tristate Existem vários circuitos integrados lógicos tristate. Por exemplo, o 74LS125 e o 74LS126, que são buffers tristate. Os circuitos lógicos tristate são bastante usados em sistemas que utilizam barramento de dados. Figura 2.15: Buffers tristate usados para conectar diversos sinais em um barramento comum. Famílias Lógicas de Circuitos Integrados 39 2.9.2. Simbologia para as Saídas Tristate Figura 2.16: Simbologia de um buffer com saída tristate. 2.10. Circuitos Integrados Digitais MOS A maioria dos circuitos digitais MOS (metal oxide semiconductor – semicondutor com óxido metálico) é constituída de transistores de efeito de campo (MOSFET). Eles são menores, consomem pouco e são mais fáceis de fabricar. Dispositivos MOS podem conter um número maior de elementos de circuitos em um único encapsulamento do que os circuitos integrados bipolares. A grande desvantagem dessa tecnologia é sua susceptibilidade a danos provocados por eletricidade estática. 2.11. O MOSFET Figura 2.17: Estados de comutação do MOSFET canal-N. FamíliasLógicas de Circuitos Integrados 40 2.12. Circuitos Digitais com MOSFETs Os circuitos digitais que utilizam MOSFETs podem ser divididos em três categorias: P-MOS, que utiliza MOSFETs com canal-P; N-MOS, que utiliza MOSFETs com canal-N; e CMOS (MOS Complementar) que utiliza ambos. Os circuitos P-MOS não são mais encontrados. 2.12.1. Inversor N-MOS A Figura 2.18 mostra um circuito básico de um INVERSOR N-MOS. Figura 2.18: Inversor N-MOS. O circuito acima mostra dois MOSFETs canal-N. O transistor Q1 é chamado MOSFET de carga e Q2 é chamado de MOSFET de comutação. O transistor Q1 está sempre conduzindo e funciona como se fosse um resistor de carga. 2.12.2. NAND N-MOS e NOR N-MOS A Figura 2.19 mostra os circuitos básicos das portas NAND N-MOS e NOR N- MOS. Famílias Lógicas de Circuitos Integrados 41 Figura 2.19: Portas NAND N-MOS e NOR N-MOS. 2.13. Características da Lógica MOS Se comparadas com famílias lógicas bipolares, as famílias lógicas N-MOS e P-MOS têm velocidade de operação menor, necessitam de menor potência, têm uma margem de ruído melhor, possuem uma faixa maior para a tensão de alimentação, um fan-out maior e menos espaço de área no chip. 2.13.1. Velocidade de Operação O atraso de propagação típico de uma porta NAND N-MOS é de 50 ns. A resistência de saída alta no estado ALTO e capacitâncias parasitas de entrada contribuem para aumentar esse atraso. 2.13.2. Margem de Ruído Para VDD = 5 V, as margens de ruído para a família N-MOS é de aproximadamente 1,5 V. A margem de ruído aumenta proporcionalmente para valores maiores de VDD. 2.13.3. Fan-Out Devido à alta resistência de entrada do MOSFET, o fan-out da família MOS é muito alto. O fan-out é limitado apenas pelas capacitâncias de entrada da porta que, Famílias Lógicas de Circuitos Integrados 42 em altas frequências, pode deteriorar o sinal digital. Mesmo assim, o fan-out chega a 50 para a família MOS. 2.13.4. Consumo de Potência Por usar altas resistências, os circuitos lógicos MOS consomem pequenas quantidades de potência. 2.13.5. Complexidade do Processo de Fabricação A família lógica MOS possui um processo de fabricação bem mais simples do que a família TTL porque utiliza apenas MOSFETs. 2.13.6. Sensibilidade à Eletricidade Estática A família lógica MOS é bastante susceptíveis a danos causados por eletricidade estática. Uma descarga eletrostática supera a capacidade de isolamento elétrico da camada de óxido danificando permanentemente o dispositivo. Recomendações: - Conecte todos os equipamentos que for manusear no “terra” da rede; - Conecte-se ao “terra” com o uso de uma pulseira especial; - Evite tocar os pinos dos circuitos integrados. Coloque-os imediatamente no circuito; - Mantenha os circuitos integrados em suas embalagens protetoras (espumas condutoras). Não os deixe fora de suas embalagens. Todas essas recomendações também valem para placas de circuito impresso (computadores, equipamentos, etc.). 2.14. Lógica MOS Complementar A família lógica MOS Complementar (CMOS) utiliza MOSFETs tanto de canal- P quanto de canal-N. Isso torna o CMOS mais rápido e com menor consumo de potência em comparação com as outras famílias MOS. Em contrapartida, os circuitos integrados CMOS têm maior grau de complexidade para a fabricação e menor densidade de integração (ocupam maior área de chip). Famílias Lógicas de Circuitos Integrados 43 2.14.1. Inversor CMOS O circuito básico do INVERSOR CMOS é mostrado na Figura 2.20. Figura 2.20: Inversor CMOS. 2.14.2. NAND CMOS e NOR CMOS A Figura 2.21 mostra o circuito básico das portas NAND CMOS e NOR CMOS. Figura 2.21: Portas NAND CMOS e NOR CMOS. Famílias Lógicas de Circuitos Integrados 44 2.15. Características da Série CMOS 2.15.1. Série 4000/14000 A série 4000 e a série 14000 são equivalentes. Os circuitos integrados dessas duas séries têm um consumo muito baixo e podem operar de 3 a 15 V. São muito lentos quando comparados com TTL e possuem corrente de saída muito baixa. 2.15.2. Série 74C Série CMOS compatível pino a pino e funcionalmente equivalente a componentes TTL. Quanto à performance, a série 74C possui quase todas as características da série 4000. 2.15.3. 74HC/HCT (High Speed CMOS – CMOS de Alta Velocidade) Versão aperfeiçoada da série 74C. Possui maior velocidade e maior capacidade de corrente. Componentes das séries 74HC e 74HCT são compatíveis pino a pino com componentes da série TTL. A série 74HC não é eletricamente compatível com TTL. 2.15.4. 74AC/ACT (CMOS Avançado) Esta série apresenta uma melhoria no que se refere a imunidade a ruído, atraso de propagação e máxima frequência de clock. Não são compatíveis pino a pino com TTL. A série 74AC não é compatível eletricamente com TTL. 2.15.5. 74AHC (Advanced High-Speed CMOS – CMOS Avançado de Alta Velocidade) Esta é a mais recente série utilizada em aplicações de alta velocidade, baixo consumo e baixa capacidade de acionamento. 2.15.6. Tensão de Alimentação As séries 4000/14000 e 74C podem operar com VDD de 3 a 15 V. As séries 74HC/HCT e 74AC/ACT podem operar com VDD de 2 a 6 V. Famílias Lógicas de Circuitos Integrados 45 2.15.7. Níveis de Tensão Lógicos Tabela 2.3: Comparação entre os níveis de tensão TTL e CMOS. Parâmetro VIH(min) VIL(max) VOH(min) VOL(max) VNH VNL 4000B 3,5 1,5 4,95 0,05 1,45 1,45 74HC 3,5 1,0 4,9 0,1 1,4 0,9 74HCT 2,0 0,8 4,9 0,1 2,9 0,7 74AC 3,5 1,5 4,9 0,1 1,4 1,4 74ACT 2,0 0,8 4,9 0,1 2,9 0,7 74AHC 3,85 1,65 4,4 0,44 0,55 1,21 CMOS 74AHCT 2,0 0,8 3,15 0,1 1,15 0,7 74 2,0 0,8 2,4 0,4 0,4 0,4 74LS 2,0 0,8 2,7 0,5 0,7 0,3 74AS 2,0 0,8 2,7 0,5 0,7 0,3 TTL 74ALS 2,0 0,8 2,7 0,4 0,7 0,4 Níveis de tensão (em volts) de entrada/saída com VDD = VCC = +5 V. 2.15.8. Margens de Ruído De um modo geral, os dispositivos CMOS têm margens de ruído maior que os TTL (tabela anterior). As margens de ruído são calculadas a partir da fórmula: VNH = VOH(min) - VIH(min) VNL = VOL(max) - VIL(max) 2.15.9. Dissipação de Potência Quando o circuito lógico CMOS está estático (não está comutando), sua dissipação de potência é muito baixa. Para VDD = +5 V, a dissipação típica de potência DC é de 2,5 nW. Para VDD = +10 V, este valor aumenta para apenas 10 nW. 2.15.10. Dissipação de Potência Aumenta com a Frequência A dissipação de potência em um circuito lógico CMOS aumenta com a frequência de comutação de sua saída. Famílias Lógicas de Circuitos Integrados 46 Quando uma saída CMOS comuta de BAIXO para ALTO, uma corrente transiente deve ser fornecida para a capacitância de carga. Essa capacitância corresponde a todas as capacitâncias parasitas das entradas das portas lógicas que são acionadas por esta saída. Figura 2.22: Pulsos de corrente devido à capacitância parasita. A Figura 2.22 mostra o efeito da capacitância de carga no momento da transição da saída de um circuito CMOS. Outro fator é que durante as transições, por um curto período de tempo, os dois transistores de saída estarão conduzindo juntos. Esse efeito também contribui para o aumento da dissipação de potência. 2.15.11. Fan-Out O número de entradas CMOS que uma saída CMOS pode acionar é limitado pela capacitância de entrada. Quanto maior for o número de entradas CMOS, maior é a capacitância de carga vista pela saída CMOS e maior será o seu tempo de comutação. Para frequências menores que 1 MHz, o fan-outestá limitado a 50. 2.15.12. Velocidade de Comutação Os dispositivos CMOS têm maior velocidade de comutação em relação aos circuitos N-MOS e P-MOS. Isso porque a saída CMOS tem resistência menor que as saídas N-MOS e P-MOS. Uma porta NAND da série 4000 terá tipicamente um tpd de 50 ns com VDD = 5 V, e 25 ns com VDD = 10 V. Uma porta NAND da série 74HC/HCT tem um tpd médio em torno de 8 ns quando VDD = 5 V. Uma porta NAND 74AC/ACT tem um tpd médio em torno de 4,7 ns. Uma porta NAND 74AHC tem um tpd médio em torno de 4,3 ns. Famílias Lógicas de Circuitos Integrados 47 2.15.13. Entradas Não-Utilizadas Entradas CMOS nunca devem ficar desconectadas. Elas devem ser conectadas a um nível lógico ou alguma outra entrada. Uma entrada CMOS não conectada é susceptível a ruído e a eletricidade estática, que poderiam polarizar os MOSFETs para um estado de condução, resultando no aumento de dissipação de potência e em possível superaquecimento. 2.15.14. Sensibilidade à Eletricidade Estática A grande resistência das entradas CMOS as torna especialmente sensíveis ao acúmulo de cargas estáticas, que podem produzir tensões suficientemente grandes para danificar os MOSFETs internos. A maioria dos circuitos integrados CMOS possui diodos de proteção, que limitam a tensão de entrada. 2.15.15. Comparação entre as Séries CMOS e TTL Tabela 2.4: Comparação entre as séries TTL e CMOS. Dissipação de potência por porta (mW) Estática 100 kHz Atraso de propagação (ns) Velocidade- potência (a 100 kHz) (pJ) Frequência máxima de clock (MHz) Margem de ruído no pior caso (V) 4000B 1 x 10-3 0,1 50 5 12 1,5 74HC/HCT 2,5 x 10-3 0,17 8 1,4 40 0,9 74AC/ACT 5,0 x 10-3 0,08 4,7 0,37 100 0,7 74AHC/T 9,0 x 10-5 6,0 x 10-3 3,7 0,02 130 0,55 74 10 10 9 90 35 0,4 74LS 2 2 9,5 19 45 0,3 74AS 8 8 1,7 13,6 200 0,3 74ALS 1,2 1,2 4 4,8 70 0,4 Todos os valores são para VDD = 5 V. 2.16. Tecnologia de Baixa Tensão O aumento do número de componentes dentro dos circuitos integrados acarreta em um aumento de sua potência consumida e em problemas no material isolante entre os seus componentes internos. Famílias Lógicas de Circuitos Integrados 48 Para solucionar estes problemas surgiram os circuitos integrados que utilizam a tecnologia de baixa tensão, ou seja, a tensão é menor que os 5 V: • Série 74LVC (Low-Voltage CMOS – CMOS de Baixa Tensão) – Utiliza lógica de 3,3 V mas pode aceitar níveis lógicos de 5 V em suas entradas. • Série 74ALVC (Advanced Low-Voltage CMOS – CMOS de Baixa Tensão Avançado) – Oferece melhor performance e trabalha apenas com lógica de 3,3 V. • Série 74LV (Low-Voltage – Baixa Tensão) – Utiliza tecnologia CMOS mas opera somente com dispositivos de 3,3 V. • Série 74LVT (Low-Voltage BiCMOS Technology – Tecnologia BiCMOS de Baixa Tensão) – Oferece as mesmas características da série 74LVC (as entradas aceitam níveis lógicos de 5 V) e são eletricamente compatíveis com TTL. Tabela 2.5: Comparação entre CMOS de baixa tensão. LVC ALVC LV LVT Vcc (recomendado) 2,0 a 3,6 2,3 a 3,6 2,7 a 3,6 2,7 a 3,6 tPD (ns) 6,5 3 18 4 Intervalo para VIH (V) 2,0 a 6,5 2,0 a 4,6 2,0 a Vcc + 0,5 2,0 a 7 VIL (max) (V) 0,8 0,8 0,8 0,8 IOH (mA) 24 12 6 32 IOL (mA) 24 12 6 64 2.17. Saídas CMOS de Dreno Aberto e Tristate Saídas CMOS convencionais nunca devem ser conectadas juntas. Quando as saídas CMOS convencionais são colocadas em curto, o valor da tensão no terminal de saída comum será de aproximadamente Vcc / 2 se as saídas estiverem em níveis diferentes. 2.17.1. Saídas em Dreno Aberto Dispositivos com dreno aberto são os correspondentes CMOS às saídas em coletor aberto TTL. Famílias Lógicas de Circuitos Integrados 49 2.17.2. Saídas Tristate Dispositivos com saídas tristate têm operação similar à das saídas tristate TTL. Figura 2.23: Portas CMOS com dreno aberto em conexão wire-AND e saídas CMOS tristate conectadas em um barramento. 2.18. Interfaceamento de Circuitos Integrados Quando utilizamos circuitos integrados de diferentes tecnologias quase sempre necessitamos de um circuito de interface. O circuito de interface está conectado entre a saída do circuito acionador e a entrada do circuito de carga. Sua função é condicionar o sinal vindo do acionador e condicioná-lo de modo a torná-lo compatível com os requisitos da carga. Famílias Lógicas de Circuitos Integrados 50 Tabela 2.6: Níveis de tensão e corrente de portas TTL e CMOS. Parâmetros VIH (min) VIL (max) VOH (min) VOL (max) IIH (max) IIL (max) IOH (max) IOL (max) 4000B 3,5 V 1,5 V 4,95 V 0,05 V 1 µA 1 µA 0,4 mA 0,4 mA 74HC 3,5 V 1,0 V 4,9 V 0,1 V 1 µA 1 µA 4 mA 4 mA 74HCT 2,0 V 0,8 V 4,9 V 0,1 V 1 µA 1 µA 4 mA 4 mA 74AC 3,5 V 1,5 V 4,9 V 0,1 V 1 µA 1 µA 24 mA 24 mA 74ACT 2,0 V 0,8 V 4,9 V 0,1 V 1 µA 1 µA 24 mA 24 mA 74AHC 3,85 V 1,65 V 4,4 V 0,44 V 1 µA 1 µA 8 mA 8 mA CMOS 74AHCT 2,0 V 0,8 V 3,15 V 0,1 V 1 µA 1 µA 8 mA 8 mA 74 2,0 V 0,8 V 2,4 V 0,4 V 40 µA 1,6 mA 0,4 mA 16 mA 74LS 2,0 V 0,8 V 2,7 V 0,5 V 20 µA 0,4 mA 0,4 mA 8 mA 74AS 2,0 V 0,8 V 2,7 V 0,5 V 20 µA 0,5 mA 2 mA 20 mA 74ALS 2,0 V 0,8 V 2,7 V 0,4 V 20 µA 0,1 mA 0,4 mA 8 mA TTL 74F 2,0 V 0,8 V 2,5 V 0,5 V 20 µA 0,6 mA 1 mA 20 mA Níveis de tensão e corrente de entrada/saída com VDD = VCC = +5 V. 2.19. TTL Acionando CMOS Quando interfaceamos diferentes tipos de circuitos integrados, devemos verificar se o dispositivo acionador pode satisfazer os parâmetros de corrente e tensão do dispositivo de carga. No caso de um TTL acionar uma carga CMOS, a corrente de saída TTL é capaz de satisfazer o requisito de entrada da entrada CMOS. Com relação à tensão, os parâmetros VOH(min) de todas as séries TTL são muito baixos quando comparados com VIH(min) das séries 4000B, 74HC, 74AC e 74AHC. A solução é aumentar a tensão VOH(min) do acionador TTL. Isso é feito através de um resistor de pull-up. Famílias Lógicas de Circuitos Integrados 51 Figura 2.24: O resistor de pull-up externo aumenta a tensão de saída para aproximadamente 5 V no estado ALTO. 2.19.1. TTL Acionando CMOS com Tensão de Alimentação Alta Os circuitos integrados TTL não podem operar com tensões maiores do que 5 V. Quando o dispositivo CMOS estiver operando com alimentação maior de 5 V, o resistor de pull-up talvez não possa ser utilizado. A solução é utilizar um buffer coletor aberto (7407), conforme a Figura 2.25. Figura 2.25: O buffer 7407 é usado para interfacear dispositivos TTL que acionam cargas CMOS com alimentação maior do que 5 V. 2.20. CMOS Acionando TTL 2.20.1. CMOS Acionando TTL no Estado ALTO As saídas CMOS podem fornecer tensão suficiente (VOH) para satisfazer os requisitos de uma entrada TTL no estado ALTO (VIH). As saídas CMOS também podem fornecer corrente suficiente para satisfazer os requisitos de corrente de entrada (IIH). Famílias Lógicas de Circuitos Integrados 52 2.20.2. CMOS Acionando TTL no Estado BAIXO Nesta situação, as séries 74HC e 74HCT podem acionar apenas uma carga TTL. A série 4000B não consegue acionar nenhuma carga TTL. A solução é utilizar um buffer tristate (74LS125). Este circuito de interface possui corrente de entrada baixa e corrente alta de saída. Figura 2.26: Um buffer é usado para interfacear componentes CMOS de baixa capacidade de corrente com entradas 74LS. 2.20.3. CMOS com Tensão de Alimentação Alta
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