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23350 Democracia

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Democracia, representação e partidos políticos 
- A soberania popular é a base da democracia.
- O voto se torna o principal meio de as pessoas legitimarem suas escolhas.
- Atualmente as democracias são representativas. 
- Historicamente o direito de participação política de todos na sociedade foi limitado. Inclusive isso foi defendido por teóricos da politica.
- Benjamim Constant: afirmava que as pessoas eram reféns do trabalho e estavam mal informadas, por isso não podiam participar da política. 
- Immanuel Kant: para exercer os direitos políticos não podia ser criança e nem mulher. Além disso, era necessário possuir propriedades. Os operários não estavam qualificados para serem reconhecidos como cidadãos. 
- Edmund Burke: somente uma elite estava preparada para exercer o poder.
- Dizia-se que o povo não sabia e não estava preparado para votar. 
- Os partidos políticos começaram a surgir como uma forma de pressão daqueles que não tinham acesso a política.
- Os partidos foram consequência da organização dos trabalhadores. 
- Claude Lefort defende que é um erro acreditar que a democracia é uma criação da burguesia, pois ela mesma tentava limitar a participação de todos. 
- Marilena Chaui: uma sociedade é democrática quando amplia direitos e não nega direitos as pessoas. Ex: mulheres, indígenas, homossexuais, deficientes físicos e etc. 
- Para haver democracia é preciso:
Eleições livres e limpas;
Participação popular com o direito ao voto;
Proteção e garantia das liberdades civis e dos direitos políticos;
Controle das instituições legais. 
- O Sociólogo português Boaventura Souza Santos estabelece alguns desafios a democracia:
Superar as desigualdades sociais;
Reconhecer a diversidade cultural e combater o racismo, a xenofobia, o sexismo e outros tipos de preconceito. 
Resistir às imposições econômicas e militares dos países dominantes. 
Garantir as condições de participação democráticas dos cidadãos. 
Estar informado. 
- Também é preciso evitar que governantes legitimamente eleitos usem seus mandatos para enriquecer às custas do povo. 
 
A sociedade disciplinar e a sociedade de controle
- Michel Foucault se propôs a analisar a sociedade com base nas disciplinas impostas pelo cotidiano. 
- As instituições procuram disciplinar os indivíduos. 
- Na sociedade disciplinar os indivíduos passam a ser docilizados pelo trabalho. 
- Na sociedade de controle os indivíduos passam a ser dominados pelas novas tecnologias, como a internet e a televisão. 
- Na sociedade disciplinar somos vigiados. Na sociedade de controle vigiamos. 
Escreva uma redação (mínimo 20 linhas) sobre a relação entre sociedade civil e Estado contemplando as seguintes questões:
- a importância do direito ao voto universal e o voto consciente.
- a importância dos partidos políticos para a democracia. 
- os principais desafios para uma política mais efetiva na garantia dos direitos dos indivíduos e principalmente mais honesta. 
 
PODER, POLÍTICA E ESTADO NO BRASIL
 
Com a independência em 1822, instituiu-se no Brasil um Estado Monárquico do tipo Liberal. Porém, existia uma grande contradição, a escravidão. 
Após a Proclamação da República em 1889, o Estado brasileiro passou por diversas mudanças. Foi oligárquico, ditatorial, liberal, e sempre esteve vigiado pelos militares, cujas intervenções e golpes foram frequentes. 
Só com a Constituição de 1988, o Brasil passou a viver com a perspectiva de um Estado Democrático duradouro. 
Período Colonial (1500 – 1822)
As decisões políticas e econômicas eram tomadas por Portugal, que mantinha um Estado Absolutista. 
Este poder era tão absoluto que resistiu até mesmo a transferência da coroa portuguesa para o Brasil em 1808. 
Período Monárquico (1822 – 1889) 
Apresentava-se como um Estado Monárquico Constitucional. 
Era estrutura sobre a divisão dos poderes em Executivo, Legislativo, Judiciário e o Poder Moderador, exercido pelo Imperador com plenos poderes ao monarca. 
Nesse período a sustentação política do Império era assegurada pelo regime de escravidão, pelos militares e pelo aparato burocrático. 
A partir de Dom Pedro II, os laços com Portugal foram sendo desfeitos e o Brasil passou a ter mais autonomia política. Porém, financeiramente foram estreitados os vínculos com a Inglaterra. 
Neste período, somente Brasil e Estados Unidos, possuíam uma Constituição Liberal, mas mantinham um regime escravocrata, o que vai contra o princípio liberal de que todos são iguais em direitos. 
Coincidência ou não, um ano após a abolição da escravidão em 1888, chega ao fim em 1889 o regime imperial no Brasil. 
O Estado Republicano (1889 – dias atuais)
Caracterizou-se pela ligação entre as classes dominantes e os militares com o Estado. 
Alternou-se em sistemas oligárquicos, ditatoriais, governos democráticos liberais com algumas restrições ou democráticos mais autônomos desde 1988. 
Primeira República ou República Velha: o Estado Oligárquico (1889 – 1930)
- O Brasil era um país essencialmente agrário e foi baseado em um Estado liderado pelas oligarquias (ricos proprietários de terras, também chamados de Coronéis) que excluía a participação popular. 
- A República surgiu em 1889 a partir de um movimento militar contra o Imperador sem a participação do povo. 
- Segundo o jornalista Aristide Lobo no jornal Diário Popular três dias após a proclamação: “o povo assistiu bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer o que significava”. 
- Foi elaborada uma nova Constituição de caráter federativo, ou seja, o Brasil se tornou uma federação baseada em um conjunto de Estados com autonomia, mas subordinados ao governo federal. 
O poder era caracterizado por duas práticas, a política dos governadores e o Coronelismo. 
A política dos governadores tentava evitar disputas entre o governo central e os Estados, que privilegiava com maior destinação de verbas as mais fortes oligarquias. Em troca o governo central recebia apoio de Deputados e Senadores para a provação de seus projetos. São Paulo e Minas Gerais eram os Estados com as oligarquias mais fortes, produtoras de café e leite. Daí a expressão “política do café com leite”, que alternava lideranças políticas destes dois Estados na presidência da república. 
O coronelismo era uma forma do poder econômico, social e político estar centralizado na figura dos grandes proprietários de terras. 
 
O período Vargas e o início da Nova República (1930 – 1945) 
- Inicia com a Revolução de 1930 que levou indiretamente (sem eleições) Getúlio Vargas ao poder. 
- Três golpes de Estado marcaram este período: um para colocar Getúlio no poder; outro para lhe dar mais poderes (Estado Novo em 1937); e outro para tirar Getúlio do poder em 1945. 
- Neste período o Brasil teve duas Constituições, a de 1934 (com inspiração liberal) e a de 1937 (com inspiração fascista e autoritária). 
- Com a ascensão de Getúlio ao poder, estabeleceu-se o que a Sociologia chama de Populismo, ou seja, uma relação de poder em que o governante buscava o apoio dos trabalhadores e também da burguesia industrial. 
- Para alguns Sociólogos brasileiros o traço marcante do populismo de Getúlio foi sua liderança carismática. 
- Francisco Weffort diz que o populismo getulista era voltado para o controle das massas trabalhadoras com um certo traço manipulador. 
- Octávio Ianni diz que o populismo de Getúlio era ideologicamente baseado no nacionalismo. 
- Também havia uma aliança entre governo e as elites urbanas, visando a modernização da estrutura industrial que pudesse também atender aos interesses das massas urbanas que queriam trabalho. 
- Apesar do período autoritário do Estado Novo o legado deste primeiro governo Getulista foi relacionado às leis trabalhistas. 
O Estado Liberal (1945 – 1964) 
Em 1946 institui-se uma nova Constituição considerada politicamente liberal. 
Os governos passam a investir mais no setor industrial, com a criação de usinas siderúrgicas, como a Vale do Rio Doce e a Petrobrás. O objetivo
era diminuir importações e fortalecer a economia nacional. 
No governo Juscelino Kubitscheck se instalou a indústria nacional de bens duráveis, como automóveis e eletrodomésticos. Para isso, se estabeleceram parcerias entre Estado, empresas nacionais e estrangeiras. 
Jânio Quadros assumiu a presidência em 1961, mas renunciou meses depois. 
João Goulart, o vice de Jânio Quadros foi impedido de assumir a presidência por causa de suas posições políticas. 
Somente através de uma campanha com resistência principalmente por parte do Rio Grande do Sul através do Governador Leonel Brizola, João Goulart pode assumir a presidência. Porém, seus poderes foram limitados pela instituição de um regime parlamentarista, o qual só foi revogado em 1963 através de um Plebiscito. 
Na presidência Jango tomou medidas que desagradaram os militares e setores conservadores da sociedade, como empresários e até mesmo a igreja católica. Aumentou o salário mínimo, propôs a reforma agrária e propôs uma política de industrialização nacionalista. 
Esses acontecimentos aliados a ideia de que Jango estava se aproximando do Comunismo foi o que desencadeou o golpe militar de 1 de abril de 1964 que implantou um regime militar autoritário que durou 21 anos. 
Estado Ditatorial (1964 – 1985) 
- Por que um golpe em 1964?
Segundo os golpistas (empresários, militares, mídia, igreja católica, EUA) para acabar com a desorganização e insegurança que levariam o país ao comunismo. 
- Fases do regime ditatorial: 
golpe em 1 de abril de 1964; 
organização do governo que seria provisório; 
endurecimento do regime a partir de 1968;
democratização lenta e gradual a partir de 1979. 
- Primeiro Presidente do regime: Marechal Castelo Branco, promoveu o Ato Institucional nº 1 (AI 1), que suspendeu direitos políticos de centenas de pessoas, inclusive Deputados com o ex presidente Juscelino Kubistchek. 
- 1965: Institui-se o AI 2 que extinguiu os partidos políticos e impôs o bipartidarismo com ARENA, que apoiava o governo e MDB, que fazia uma oposição simbólica e consentida pelos militares. As eleições diretas foram suspensas. 
- Manifestações contra o golpe eram organizadas principalmente por estudantes e intelectuais, as quais eram duramente reprimidas. 
- O período mais repressivo iniciou a partir de 1967 na presidência do General Arthur da Costa e Silva. Em 1968 foi editado o mais temido Ato Institucional, o AI 5, que cassava direitos civis, mandatos de parlamentares, fechava o Congresso Nacional Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais. Também limitava os poderes do Judiciário, ao suspender o Habeas Corpus. 
- Desenvolve-se a censura à imprensa e a liberdade de reunião. 
- Começa a organização de movimentos de guerrilha contra o governo, tanto no meio rural quanto urbano. 
- Também desenvolve-se os sequestros, torturas e desaparecimentos dos opositores ao regime. 
- Nos anos 1970 aparece o chamado milagre econômico, com crescimento da produção nacional e investimentos em infraestrutura. 
- Em 1978 foi extinto o AI – 5. Em 1979 o governo concede a Anistia a presos e exilados políticos. Ressurge o pluripartidarismo, sendo fundados partidos como PDS, PMDB, PDT, PTB e PT. 
- No início dos anos 1980, o país passa viver uma grave crise econômica em função do preço do petróleo. Os índices de inflação aumentam assustadoramente. 
- O movimentos sociais e operários se organizam reivindicando direitos civis, políticos e melhores condições de vida e trabalho. Diversas greves operárias ocorrem. 
No governo Geisel foram dados os primeiros passos para a abertura política do país, apesar da contrariedade das forças armadas. 
Em 1984 são realizadas as Diretas Já, campanha civil que pedia a realização de eleições com voto direto. 
- Em 1985, através de um Colégio Eleitoral elege-se indiretamente para a presidência da República Tancredo Neves. Antes de assumir o mandato ele falece, assumindo seu vice José Sarney.

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