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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIA FACULDADE DE ENGENHARIA QUÍMICA GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE ALIMENTOS OPERAÇÕES UNITÁRIAS I EDUARDO FERRO CORRERIA LÚCIO GOMES SILVA NATHALIA CAROLINA DE ARAÚJO ROSANA CRISTINA DOS REIS COMPRESSORES, SOPRADORES, VÁLVULAS E ACESSÓRIOS PATOS DE MINAS 2016 EDUARDO FERRO CORRERIA LÚCIO GOMES SILVA NATHALIA CAROLINA DE ARAÚJO ROSANA CRISTINA DOS REIS COMPRESSORES, SOPRADORES, VÁLVULAS E ACESSÓRIOS Seminário apresentado ao curso de graduação em Engenharia de Alimentos da Universidade Federal de Uberlândia. Referente a disciplina de Operações Unitárias I. Orientadora: Ricardo Corrêa Santana. PATOS DE MINAS 2016 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 5 2. COMPRESSÃO DE GASES .............................................................................................. 5 2.2 CLASSIFICAÇÃO....................................................................................................... 6 2.2.1 COMPRESSORES RECIPROCANTES ................................................................ 6 2.2.2. COMPRESSORES ROTATIVOS ........................................................................ 7 2.2.2.1 PÁS DESLIZANTES ......................................................................................... 8 2.2.2.2 ANEL LÍQUIDO ................................................................................................ 8 2.2.2.3 COMPRESSOR DE LÓBULOS ......................................................................... 9 2.2.2.4 COMPRESSOR DE ENGRENAGENS .............................................................. 9 2.2.2.5 COMPRESSOR HELICOIDAL ......................................................................... 9 2.2.3. COMPRESSORES ALTERNATIVOS ............................................................... 10 2.3 TURBOCOMPRESSORES ........................................................................................ 10 2.4. DISPOSITIVOS PARA VÁCUO .............................................................................. 11 2.4.1 VAZAMENTO .................................................................................................... 12 2.5. CRITÉRIOS PARA A ESCOLHA DE COMPRESSORES ....................................... 14 3. SOPRADORES E VENTILADORES .............................................................................. 16 3.1. SOPRADORES ......................................................................................................... 16 3.2. CURVA CARACTERÍSTICA DE UM SOPRADOR ................................................ 17 3.3. LEIS DOS SOPRADORES ....................................................................................... 17 3.3.1. PRIMEIRA LEI DOS SOPRADORES ............................................................... 17 3.3.2. SEGUNDA LEI DOS SOPRADORES ............................................................... 18 3.3.3. TERCEIRA LEI DOS COMPRESSORES .......................................................... 18 4. VÁLVULAS E ACESSÓRIOS ........................................................................................ 18 4.1. ACESSÓRIOS .......................................................................................................... 18 4.2. VÁLVULAS ............................................................................................................. 20 4.2.1. VÁLVULAS DE BLOQUEIO (BLOCK-VALVES)........................................... 20 4.2.1.1. Válvulas de Gaveta .......................................................................................... 21 4.2.1.2. Válvulas Macho ............................................................................................... 21 4.2.2 VÁLVULAS DE REGULAGEM (THROTTLING VALVES) ............................ 22 4.2.2.1. Válvulas globo ................................................................................................. 22 4.2.2.2. Válvulas borboleta ........................................................................................... 22 4.2.2.3. Válvula diafragma ........................................................................................... 23 4.2.3 VÁLVULAS DE RETENÇÃO (CHECK VALVES) ........................................... 23 4.2.4 VÁLVULAS DE SEGURANÇA E ALÍVIO ....................................................... 25 5 CONCLUSÃO .................................................................................................................. 25 6 REFERÊNCIAS................................................................................................................ 27 5 1. INTRODUÇÃO Operações Unitárias é uma disciplina que classifica e estuda, separadamente, os principais processos físico-químicos utilizados na indústria química. Os processos mais comuns encontrados nas indústrias químicas são a Destilação Atmosférica e a Vácuo, os processos de Absorção e Adsorção, a Extração Líquido-Líquido e Líquido-Gás, o processo de Filtração, Transporte de Sólidos, Trituração, Separação, Evaporação, Resfriamento, Secagem, Cristalização, etc. De uma forma geral, uma operação unitária é aquela etapa física de um processo industrial e que, portanto, não envolve a ocorrência de transformações químicas. Para realizar estas etapas físicas nas indústrias é usada uma gama muito grande de equipamentos, dentre ele temos os compressores e sopradores, que são responsáveis pela movimentação dos gases nas tubulações. Os sopradores ocasiona um aumento de pressão de até 0,3 atm; já os compressores podem causar um aumento de pressão de até milhares de atmosferas. Considerando a grande diferença de elevação de pressão dos dois equipamentos pode-se considerar o nível de compressibilidade dos sopradores nula, possibilitando a análise de desempenho desse equipamento semelhante ao efetuado para bombas. Válvula é um acessório que raramente percebemos o seu funcionamento e, normalmente, ignoramos a sua importância. Sem os sistemas modernos de válvulas, não haveria água pura e fresca em abundância nos grandes centros, o refino e distribuição de produtos petrolíferos seriam muito lentos e não existiria aquecimento automático nas casas. Por definição, uma válvula é um acessório destinado a bloquear, restabelecer, controlar ou interromper o fluxo de uma tubulação. As válvulas de hoje podem, além de controlar o fluxo, controlar o nível, o volume, a pressão, a temperatura e a direção dos líquidos e gases nas tubulações. Essas válvulas, por meio da automação, podem ligar e desligar, regular, modular ou isolar. O objetivo desse trabalho foi um levantamento bibliográfico com o intuito de investigar como é feito o dimensionamento de alguns equipamentos na indústria, bem como conhecer sua função e seu funcionamento, dentre esse equipamentos estão: compressores, sopradores, válvulas e acessórios. 2. COMPRESSÃO DE GASES Compressores são máquinas muito utilizadas na indústria uma vez que sua função é aumentar a pressão de gases e realizar sua movimentação. No entanto, sua função primordial 6 é pressurizar, e podem se assemelhar às bombas para líquidos pois promovem o aumento da pressão mas o fluido no caso de compressores é gás. Existem os seguintes tipos básicos de compressores: reciprocantes, rotativos, volumétricos de (pás, anel líquido, lóbulos, engrenagens, turbocompressores, centrífugose axiais), ejetores e dispositivos para vácuo. 2.2 CLASSIFICAÇÃO Os compressores estão fundamentados em dois sistemas principais conforme seu princípio de operação, nos quais se baseiam todos os tipos de compressores industriais. São eles: Compressores de deslocamento positivo (Volumétricos); Compressores de deslocamento negativo (Dinâmicos); Estes dois tipos ainda apresentam muitas subdivisões. Podemos observar na Figura 1. Figura 1: Diagrama dos tipos de compressores Os compressores volumétricos ou de deslocamento positivo operam a semelhante das bombas de deslocamento positivo. No casa de compressores, a energia fornecida ao gás decorre da variação do seu volume, tais compressor podem fornecer gás com pressão de algumas frações de atm ate pressões na ordem de 2000atm. 2.2.1 COMPRESSORES RECIPROCANTES Assemelham-se as bombas reciprocantes e possuem o mesmo funcionamento destas, no caso de compressores a sucção será descrita como admissão e recalque como descarga. As pressões absolutas de admissão e descarga são P1 e P2 e a razão ou taxa de compressão é a relação r = P2 / P1. Compressores Compressores Deslocamento positivo Deslocamento positivo Alternativos Alternativos Rotativos Rotativos Parafusos Parafusos Palhetas Palhetas Roots Roots Deslocamento negativo Deslocamento negativo De fluxo radial De fluxo radial De fluxo axial De fluxo axial 7 A folga Lo define um volume morto Vo é utilizada para evitar dificuldades mecânicas durante o funcionamento do compressor. Utiliza-se uma relação de espaço nocivo m inferior a 0,1 sendo que no intervalo de 0 a 0,02 para compressores mono-estágio pequenos, de 0,04 a 0,06 para compressores mono-estágio de 600 a 700 kPa na saída e de 0,07 a 0,09 para compressores mono-estágio de 200 a 400 kPa na saída. No entanto, há compressor de êmbolo (Figura 3), que não operam pelo movimento de vai-e-vem de um eixo longitudinal, mas pela ação de um eixo rotativo que aciona o êmbolo por meio de um sistema de biela e virabrequim. Pode haver mais de um cilindro dispostos em ângulo reto ou a 45°, com acionamento elétrico ou a vapor. A figura abaixo mostra um compressor com três cilindros resfriados a ar. Todavia pode ocorrer formas termodinâmicas de compressão como, isotérmica, adiabática e pelitrópica. 2.2.2. COMPRESSORES ROTATIVOS Os compressores rotativos são de dois tipos: volumétricos e turbocompressores. Todavia o último funciona como bombas centrifugas e ventiladores, já os volumétricos o gás é seccionado em decorrência dos elementos móveis que provocam um aumento do volume vazio na entrada do gás e depois reduzem progressivamente o volume disponível, comprimindo o gás em direção à descarga Uma característica é que o gás é impedido por dispositivos que provocam rotação, comprimem e impulsionam o fluido para descarga. O funcionamento é muito semelhante às bombas, como é o caso dos compressores de parafusos. Dentre os compressores rotativos podem se destacar os de pás deslizantes, anel líquido, lóbulos, engrenagens, helicoidal, rotativos e alternativos. Figura 2: Compressor de anel líquido Figura 3: Compressor com três cilindros resfriados a ar 8 2.2.2.1 PÁS DESLIZANTES Os compressores de pás deslizantes são compostos de um rotor com ranhuras nas quais se encaixam as pás ou palhetas que se deslizam junto à carcaça por ação centrífuga. Como o rotor é excêntrico, o espaço livre entre ele e a carcaça é variável, o qual começa a crescer na aspiração para depois diminuir progressivamente em direção à descarga, reduzindo-se a zero logo após a saída do gás. No entanto, estes possuem características favoráveis como fluxo contínuo, funcionamento sem vibração, ausência de válvulas e possibilidade de operação a alta velocidade, sem carga ou com acoplamento direto e como desvantagens o atrito entre palhetas e carcaça e as fugas, que podem ser reduzidas mediante emprego de anéis entre rotor e carcaça. O rendimento volumétrico está entre 70-90% e o isotérmico varia de 35-45%. 2.2.2.2 ANEL LÍQUIDO Possui um rotor circular com palhetas curvadas (Figura 4) para frente e uma carcaça elítica parcialmente cheia de líquido que devido ao movimento de rotação é lançado contra a parede da carcaça que faz com que o líquido funcione como pistão que se afasta do eixo na aspiração e dele se aproxima nas proximidades do bocal de saída e o gás é aspirado através de duas aberturas localizadas na parte central do rotor, sendo descarregado por outras duas centrais, portanto, há duas aspirações e duas descargas por ciclo. São utilizados para pressões de até 150 kPa em um estágio e até 600 kPa em dois estágios e capacidade de 15-1000m3/h e baixas pressões de até 5000m3/h; rotação varia de 500-3000 rpm. Além disso, é necessário ressaltar que na fabricação de bebidas, o interior do compressor está sempre cheio de gotículas que são importantes para limpar o gás em contrapartida às vezes há necessidade de se coletar as gotículas arrastadas pelo gás e o liquido de selagem serve para esse fim. Na compressão do cloro seco, utiliza-se ácido sulfúrico concentrado e o acetileno é comprimido em compressores funcionando com solventes orgânicos. Figura 4: Compressor de anel líquido 9 A vantagem dos compressores de anel líquido é que há ausência de pulsação, inexistência de partes móveis para efetuar o bombeamento: é o líquido aprisionado no compartimento delimitado por duas paletas sucessiva funciona como pistão, e a quantidade de líquido no compressor se ajusta automaticamente. Outra vantagem importante é que o líquido de selagem não precisa ser necessariamente água, ou seja, qualquer líquido mais conveniente pode ser utilizado em cada situação particular. 2.2.2.3 COMPRESSOR DE LÓBULOS Este é mais utilizado como soprador que possui dois rotores com a forma de lóbulos que não se tocam, giram em sentidos opostos no interior de uma carcaça elítica, sem que haja necessidade de lubrificação interna. Opera em baixa velocidade (450 rpm), com diferenças de pressões de até 100kPa. Apresentam vantagens como inexistência de válvulas, passagens estranguladas ou molas de qualquer espécie, porém possui rendimento volumétrico baixo de 80% devido às fugas entre os lóbulos, rendimento global isotérmico de 45-72% mas rendimento mecânico de 95%. Os rotores mais comuns são bi-lobulares, mas também há os tri-lobulares, que reduzem a pulsação. 2.2.2.4 COMPRESSOR DE ENGRENAGENS Possuem o mesmo princípio de funcionamento é o mesmo das bombas empregadas para bombear óleos viscosos, possuem duas engrenagens, uma acionada pelo eixo móvel e outra pela rotação da primeira; o gás é aspirado pelo centro quando os dentes da engrenagem se afastam e é arrastado junto à periferia até a descarga. 2.2.2.5 COMPRESSOR HELICOIDAL Apresentam duas helicoides longas que comprimem o gás de uma extremidade para a outra ou da parte central inferior para a superior, no qual apenas uma das helicoides é acionada diretamente e a outra é comandada; possui bom rendimento e opera com taxas de compressão até 7, os de tamanho menores possuem rendimento de 80% e os maiores de 90%. 10 2.2.3. COMPRESSORES ALTERNATIVOS Os compressores alternativos operam em regime intermitente (não contínuo), através do movimento alternado do pistão dentro do cilindro. Seu princípio de funcionamento se dá em um ciclo de quatro etapas: 1) Sucção – quando o cilindro atinge uma pressão idêntica ao do reservatório de sucção, devido o movimento do pistão, a válvula de sucçãose abre permitindo a entrada de um volume de gás no cilindro; 2) Compressão – quando as válvulas de sucção e descarga se fecham, o pistão comprime o gás segundo uma transformação politrópica; 3) Descarga – quando o gás atinge a pressão desejada, abre-se a válvula de descarga e o pistão desloca o gás contido no cilindro para o reservatório de descarga a uma pressão constante, igual a do reservatório; 4) Expansão – como nem todo o gás é expulso do cilindro na etapa anterior, há existência de um espaço morto, que fica entre o pistão e o cilindro no final do curso do pistão. Esse espaço faz com que a pressão no interior do cilindro não caia instantaneamente. Além do compressor alternativo simples, existe também o de duplo efeito. São caracterizados por comprimirem o ar em ambos os sentidos do deslocamento do êmbolo, em outras palavras, o compressor de duplo efeito possui duas câmaras, ou seja, as duas faces do êmbolo aspiram e comprimem. Desta forma, o êmbolo efetua o movimento descendente e o ar é admitido na câmara superior, enquanto que o ar contido na câmara inferior é comprimido e expelido. Procedendo-se o movimento oposto, a câmara que havia efetuado a admissão do ar realiza a sua compressão e a que havia comprimido efetua a admissão. Eles são mais empregados em serviços de maior responsabilidade, como processos industriais. 2.3 TURBOCOMPRESSORES Estes compressores trabalham segundo o princípio de fluxo e são adequados para o fornecimento de grandes vazões. Os turbocompressores são construídos em duas versões: axial e radial. Em ambas as versões, o ar é colocado em movimento por uma ou mais turbinas, e a energia de movimento gerada é então transformada em energia de pressão. 11 A compressão, neste tipo de compressor, processa-se pela aceleração do ar aspirado de câmara para câmara, em direção à saída. O ar é impelido axialmente para as paredes da câmara e, posteriormente, em direção ao eixo, e daí, no sentido radial, para outra câmara sucessivamente. 2.4. DISPOSITIVOS PARA VÁCUO São compressores que aspiram gases a pressões subatmosféricas. Nesse sentido, a maioria dos equipamentos descritos anteriormente pode funcionar como bomba de vácuo, sendo mais importantes para esse fim as bombas Nash de anel líquido (razão de compressão até 10 em estágios único descarregamento para a atmosfera), as bombas de pistão rotativo (razão de compressão até 100000), as bombas de lóbulos, os ejetores (razão de compressão até 20000 para operação multiestágio), compressores reciprocantes e compressores centrífugos multiestágio. A produção de alto vácuo, abaixo de 0,1 mmHg, requer uma bomba de difusão, na qual o grau de vácuo pode atingir 10 -7 mmHg. Há sempre outra bomba de vácuo de apoio, colocada na saída para completar a pressurização do gás arrastado que chega à bomba de difusão pelo topo. Um tipo comum é mostrado na Figura 5 a seguir. Utiliza-se como fluido de trabalho um líquido com baixa pressão de vapor, como óleo de massa molecular elevada ou mercúrio, que é mantido em ebulição num reservatório central localizado na base da bomba. O fluido vaporizado sai sob pressão para a câmara periférica através de pequenas frestas existentes no topo de chaminés concêntricas, sob a forma de jatos de alta velocidade dirigidos para baixo e que se chocam com as moléculas do gás arrastado vindo de cima, que assim vai descendo pela bomba. As moléculas do fluido motor atingem a parede externa que, sendo resfriada com água, provoca a condensação do fluido. O fluido motor condensado retorna por gravidade em película sobre a parede para o refervedor. Figura 5: Bombas de difusão 12 O gás arrastado que foi succionado pela parte superior vai descendo pela bomba, sendo concentrado progressivamente até ser retirado pela bomba de apoio externa. Observa-se que a compressão é realizada em estágios. O topo é a zona de baixa pressão. Seguem-se uma zona de mistura e bombeamento, uma região de pressão intermediária e outra de concentração e descarga para a bomba externa colocada em série com a de difusão. Para atingir pressões inferiores a 10 -2 mmHg deve-se operar com mais de um estágio. 2.4.1 VAZAMENTO Apesar de haver uma especificação de processo para fixar a capacidade de cada bomba de vácuo a ser instalada, sempre há vazamentos de ar no sistema, que alteram o valor especificado. E muitas são usadas principalmente para vencer o vazamento, sendo dimensionadas nessa base. A destilação e a secagem a vácuo, com condensador antes da bomba, são exemplos. É impossível prever com precisão o vazamento de ar de um sistema, decorrente de uma falha de fabricação, uma rosca folgada ou guarnição mal assentada. Evidentemente um vaso pode ser fabricado ou mantido de modo a ser virtualmente estanque, mas isto envolve uma fabricação e principalmente manutenção dispendiosas. Assim sendo, as estimativas de vazamento são na verdade uma medida do grau de manutenção que é justificável em cada caso. Durante o projeto pode-se optar por especificar uma bomba de vácuo superdimensionada de modo a minimizar o custo de manutenção, ou então escolher uma bomba menor para reduzir o investimento e o custo das utilidades, mas aceitando o fato de que a manutenção deverá ser muito boa e dispendiosa. Preferimos integrar estes dois extremos, adotando o procedimento descrito a seguir. A vazão de vazamento relaciona-se com erros de fabricação, montagem e instalação, correspondendo ao escoamento de ar por diferença de pressão através das frestas e poros da parede. Todos os erros de fabricação podem ser corrigidos pela manutenção, de modo que a vazão de vazamento será uma medida direta da qualidade da manutenção e o que se faz, na verdade, é avaliar o vazamento aceitável em cada caso. O trabalho consiste em: 1. Fazer uma estimativa do vazamento ṁ1 resultante da porosidade e trincas ao longo das soldas, utilizando as três primeiras equações da tabela 3; 13 2. Avaliar o vazamento ṁ2 em torno de cada vedação estática ou rotativa, válvula, abertura de acesso e outras necessárias para desenvolver o processo, por meio das três últimas equações da tabela 3 e utilizando os vazamentos específicos apresentados na tabela 4 obtidos com hipótese de escoamento crítico através de cada componente; 3. Avaliar a vazão ṁ3 através de cada componente submerso. Se a diferença de pressão (atmosférica menos pressão ao nível do furo) for superior à crítica, o cálculo da vazão será feito com as equações de escoamento sônico. Caso contrário, utilizam-se as equações para escoamento subsônico. O vazamento total aceitável é: ṁ = ṁ1 + Σ ṁ2 + Σ ṁ3 Para avaliações preliminares pode-se utilizar o dobro do valor assim obtido. Havendo selos rotativos, convém prever 2,5 Kg/h para cada selo convencional e de 1 Kg/h para cada selo mecânico ou vedação anular. A especificação final incluirá um fator de segurança para garantir a confiabilidade. De fato, em primeiro lugar a capacidade de uma bomba diminui gradativamente com o uso, devido ao desgaste. Todavia o valor e o modo de aplicar o superdimensionamento são cruciais. Recomenda-se utilizar 1,5 para bombas mecânicas e ejetores com razões de compressão 4,0. Para ejetores com razões de compressão acima de 6,0 pode-se usar 2,0. O fator deve ser aplicado tão somente sobre a vazão de projeto especificada e nunca sobre a vazão e a pressão de sucção cumulativamente. Assim, se a necessidade de processo for 50 kg/h a 50 mmHg, mas a especificação for de 100kg/h a 25 mmHg, o superdimensionamento terá sido de 4,0. Tabela 1: Equações para estimativas Intervalode Pressão (mmHg) ṁ1 ṁ2 1 ≤ P < 10 0,10 P0,34 V0,6 π DqP0,34 10 ≤ P < 100 0,12P0,34 V0,6 1,2 π DqP0,26 100 ≤ P < 760 0,40 V0,6 4 π Dq Tabela 2: Vazamentos específicos q Vedações estáticas anular circular (0 - ring) gaxeta convencional Vedações móveis 0,002 0,004 14 anular selo mecânico gaxeta convencional Conexão rosqueada Aberturas de acesso Visor Válvulas de vedação de esfera de gaveta globo de macho Válvulas de regulagem e estrangulamento 0,08 0,08 0,200 0,012 0,016 0,012 0,016 0,032 0,016 0,008 0,200 Sendo: ṁ1 = vazamento resultante da porosidade e trincas (kg/h); ṁ2 = vazamento em volta de vedações, válvulas e aberturas (kg/h); ṁ3 = vazamentos abaixo da superfície líquida (Kg/h); P = pressão de operação do sistema (mmHg). 2.5. CRITÉRIOS PARA A ESCOLHA DE COMPRESSORES Existem alguns critérios que podem nos auxiliar na escolha do compressor que melhor atenda à necessidade do trabalho a ser executado. São eles: volume de ar fornecido, pressão, acionamento, regulagem, refrigeração e localização de montagem, descritos a baixo: Volume de Ar Fornecido: O volume de ar fornecido é a quantidade de ar que está sendo fornecido pelo compressor. Existem duas diferentes indicações de volume fornecido: volume fornecido teórico e efetivo. O volume fornecido efetivo depende da construção do compressor. Um papel importante é desempenhado pela eficiência volumétrica. Apenas o volume efetivo fornecido pelo compressor é que interessa, pois é com este que são acionados e comandados os aparelhos pneumáticos, mas, mesmo assim, muitos fabricantes de compressores baseiam os dados técnicos no valor teórico. 15 Pressão: Pressão de regime é a pressão fornecida pelo compressor, bem como a pressão do reservatório e a pressão na rede distribuidora até o consumidor. A pressão de trabalho é geralmente de 6 bar e os elementos de trabalho estão construídos para esta faixa, que é considerada quase como pressão normalizada ou pressão econômica. Para mantermos uma pressão constante de trabalho precisamos controlar: • a velocidade; • as forças; • os movimentos temporizados dos elementos de trabalho e de comando. Acionamento: O acionamento dos compressores, conforme as necessidades fabris, será por motor elétrico ou motor a explosão. Em instalações industriais, aciona-se na maioria dos casos, com motor elétrico. Tratando-se de uma estação móvel, emprega-se para o acionamento geralmente um motor a explosão (gasolina, óleo diesel). Regulagem: Para combinar o volume de fornecimento com o consumo de ar, é necessária uma regulagem dos compressores. Dois valores limites preestabelecidos (pressão máxima/mínima) influenciam o volume fornecido. Regulagem de marcha vazia: é a regulagem feita em compressor evitando que o mesmo trabalhe produzindo ar além da necessidade de projeto. Regulagem por descarga: quando for alcançada a pressão pré-regulada, o ar escapará livre da saída do compressor por uma válvula. Uma válvula de retenção evita que o reservatório se esvazie ou retorne para o compressor. Regulagem por fechamento: nesse tipo de regulagem o lado da sucção é fechado. O compressor não pode mais aspirar e funciona só em vazio (estado sem pressão). Esta regulagem é encontrada especialmente em compressores de êmbolo rotativo e também em compressores de êmbolo de movimento linear. Regulagem por garras: esta é empregada em compressores de êmbolo. Mediante garras, mantém-se aberta a válvula de sucção, evitando, assim, que o compressor continue comprimindo. A regulagem é muito simples. Regulagem de carga parcial: neste tipo de regulagem é monitorado o consumo de ar e regula-se a produção de ar comprimido de acordo com o consumo instantâneo. Regulagem por rotação: sobre um dispositivo, ajusta-se o regulador de rotação do motor a explosão. A regulagem da rotação pode ser feita manualmente ou automaticamente, dependendo da pressão de trabalho. Quando for usado acionamento elétrico, regulase a 16 rotação em escala, mediante motores de pólos comutáveis. Este sistema, porém, não é muito usado. Regulagem por estrangulamento: a regulagem se faz mediante simples estrangulamento no funil de sucção, e os compressores podem assim ser regulados para determinadas cargas parciais. A regulagem por estrangulamento é encontrada em compressores de êmbolo rotativo e em turbocompressores. Regulagem intermitente: com esta regulagem o compressor funciona em dois campos (carga máxima e parada total). Ao alcançar a pressão máxima, o motor acionador do compressor é desligado, e quando a pressão chega ao mínimo, o motor liga novamente e o compressor trabalha outra vez. A frequência de comutações (liga/desliga) pode ser regulada em um pressostato e, para que os períodos de comando possam ser limitados a uma medida aceitável é necessário um grande reservatório de ar comprimido. Refrigeração: A compressão do ar e o atrito criam calor no compressor, o qual precisa ser dissipado. Conforme o grau de temperatura no compressor é necessário escolher a refrigeração mais adequada. Em compressores pequenos serão suficientes palhetas de aeração, para que o calor seja dissipado. Compressores maiores estão equipados com um ventilador para dissipar o calor. Para uma estação de compressores com uma potência de acionamento de mais de 30kW (40HP), uma refrigeração a ar é insuficiente. Os compressores devem, então, ser equipados com uma refrigeração a água circulante ou água corrente contínua. 3. SOPRADORES E VENTILADORES A diferença entre os dois equipamentos varia de acordo com o autor. Regra geral, os ventiladores trabalham a pressões mais baixas (3,5 kPa max.) que os sopradores (10 kPa max.) e que também podem ser considerados compressores que funcionam à baixa pressão. Estes dois equipamentos, por serem máquinas rotativas, possuem características muito semelhantes às bombas de mesma natureza. Deste modo, face à pequena variação de pressão no equipamento, podemos considerar o fluido como incompressível e tratá-lo como uma bomba do mesmo tipo. Neste trabalho será discutido apenas os sopradores. 3.1. SOPRADORES Os sopradores fazem parte família de máquinas operatrizes de fluxo compressível, utilizado para converter energia mecânica em movimento de fluidos gasosos. 17 São encontrados na manipulação de inúmeros gases de processos nas industrias, farmacêuticas, químicas, alimentícias, bem como em instalações em que se encontram biogases. 3.2. CURVA CARACTERÍSTICA DE UM SOPRADOR O cálculo para o dimensionamento de um soprador é semelhante ao da bomba. No entanto, para os sopradores, além da definição da sua capacidade, ou seja, de sua vazão Q, existem aquelas das pressões características, as quais são definidas a seguir: 3.3. LEIS DOS SOPRADORES A curva característica de um soprador é fornecida pelo fabricante, nas condições de referência, para o fluido de trabalho, citadas anteriormente. Um soprador só operará nessa condição de referência em situação exponencial. A pressão atmosférica varia com a altitude do local de instalação e com as condições climáticas, alterando a pressão de sucção do soprador, bem como a própria densidade do gás. Para completar esse efeito, a curva característica do soprador deverá ser recalculada para uma condição média de operação. Esse procedimento é realizado recorrendo-se à definição da pressão total e às relações de similaridade das máquinas de fluxo, em que as equações resultantes são comumente chamadas de leisdos sopradores. As relações de similaridade das máquinas de fluxo para um mesmo equipamento são assim definidas. Ressalta-se que a carga não é o conceito usual para representar a energia transferida por sopradores. Portanto, deve-se rescrever as relações de similaridade em termos da pressão total para definir as leis dos sopradores. 3.3.1. PRIMEIRA LEI DOS SOPRADORES A primeira lei dos sopradores objetiva obter uma nova curta característica quando se mantem o fluido de referência, entretanto modifica-se o número de rotações do motor do soprador. Assim, se o número de rotações variar, isso acarretará na modificação da vazão, a pressão total e a potência. 18 3.3.2. SEGUNDA LEI DOS SOPRADORES A segunda lei dos sopradores objetiva a obtenção de nova curva característica quando se mantém a mesma vazão (QI = QII), entretanto o peso específico do fluido de trabalho é diferente do padrão estabelecido (γI γII) ou se trata de outro fluido de trabalho. A relação de similaridade para a vazão estabelece que o número de rotações também é constante. 3.3.3. TERCEIRA LEI DOS COMPRESSORES A terceira lei dos compressores visa construir uma nova curva característica quando se mantém a mesma pressão total (PTI = PTII), entretanto o peso específico do fluido de trabalho é diferente do padrão estabelecido ou de trata de um outo gás. 4. VÁLVULAS E ACESSÓRIOS As utilizações dos processos químicos envolvem frequentemente, o estado fluido. O fluido é em geral, transferido de uma parte do processo para outra através de canos ou tubulações de seção reta circular. Os canos ou tubos podem ser fabricados a partir de qualquer material de construção existente, de acordo com as propriedades corrosivas do fluido que vai ser transferido e da pressão exercida no escoamento. As tubulações podem ser metálicas (ferro fundido, cobre, alumínio, níquel, ligas, etc) ou não-metálicas (plásticos, cimento, borrachas, etc), os mais comuns, no entanto, nas indústrias de processos, são o ferro, o aço, o cobre e o latão ou bronze (FOUST et al., 1982; GAUTO, 2011). 4.1. ACESSÓRIOS O termo acessório refere-se aos dispositivos usados quando se deseja fazer alguma modificação na tubulação (desvio, derivação, redução de diâmetro, etc). A Tabela 3. apresenta alguns acessórios de acordo com a finalidade de aplicação (GAUTO, 2011). Tabela 3. Acessórios de tubulações e suas finalidades. Finalidade Tipos de acessórios utilizados Ligar duas seções da linha de tubos luvas, uniões Modificar a direção da linha de tubos joelhos, tês Modificar o diâmetro de uma linha redutores, buchas 19 Interromper uma linha tampões, válvulas Fazer derivações em tubulações tês, peças em Y Controlar a vazão Válvulas Fonte: FOUST et al., 1982. A Figura 6 ilustra alguns acessórios típicos. Os acessórios para os tubos de aço são feitos, usualmente, em ferro fundido ou em ferro maleável, e existem com diferentes espessuras de parede. Figura 6: Acessórios de tubulações rosqueados típicos (FOUST et al., 1982). Há diversos meios usados para conectar tubos entre si, dos quais merecem destaque, pela ampla utilização em plantas industriais, as ligações rosqueadas, soldadas e flangeadas (há também sistemas de ponta, bolsa e compressão). A escolha do meio de ligação, por sua vez, depende do material utilizado, diâmetro da tubulação, localização, grau de segurança exigido, pressão e temperatura de trabalho, tipo de fluido conduzido, necessidade ou não de desmontagem, existência ou não de revestimento interno do duto, custo, etc (GAUTO, 2011). A ligação rosqueada é utilizada em tubulações de pequenos diâmetros (até 2 polegadas), sendo de difícil montagem e desmontagem. Apresenta, frequentemente, problemas de vedação e corrosão na área da rosca, devido ao acúmulo de líquido em suas frestas (FOUST et al., 1982; GAUTO, 2011). Os tubos de grande diâmetro podem ser unidos pelos mesmos tipos de acessórios, mas é mais usual operar com acessórios flangeados ou empregar conexões soldadas (FOUST et al., 1982). A ligação soldada apresenta uma vedação perfeita, boa resistência mecânica, facilita a aplicação de isolamento térmico e pintura e necessita de pouca ou nenhuma manutenção quando bem feita. Todavia, exige mão de obra especializada para sua montagem, além de não ser facilmente desmontável (GAUTO, 2011). 20 A ligação flangeada é o meio de ligação utilizado para unir dutos entre si, ligação de tubos com válvulas e equipamentos, ligações correntes em tubulações de aço que possuem revestimento interno anticorrosivo e também nos pontos da tubulação que haja necessidade de desmontagem. Devem ser utilizadas no menor número possível, porque influem no custo e são pontos de passíveis vazamentos (GAUTO, 2011). 4.2. VÁLVULAS A válvula é também um acessório, mas tem em geral uma função mais importante que a de simples ligação dos tubos. As válvulas são usadas para estabelecer, controlar ou interromper o fluxo de um fluido em uma tubulação. São os acessórios mais importantes existentes nas tubulações e que, por isso, merecem maior cuidado na sua especificação, escolha e localização. Em qualquer instalação deve haver sempre o menor número possível de válvulas, compatível com o funcionamento da mesma, porque as válvulas são peças caras, onde sempre há possibilidade de vazamentos (em juntas, gaxetas etc.) e que introduzem perdas de carga, às vezes de grande valor. As válvulas são, entretanto peças indispensáveis, sem as quais as tubulações seriam inteiramente inúteis (GAUTO, 2011; FOUST et al., 1982; SENAI, 1996). As válvulas representam, em média, cerca de 8% do custo total de uma instalação de processamento. A localização das válvulas deve ser estudada com cuidado, para que a manobra e a manutenção das mesmas sejam fáceis, e para que as válvulas possam ser realmente úteis (SENAI, 1996). Existe uma grande variedade de tipos de válvulas, algumas para uso geral e outras para finalidades específicas. Elas podem ser de bloqueio, regulagem, um único sentido de fluxo, reguladoras de pressão, etc (GAUTO, 2011). 4.2.1. VÁLVULAS DE BLOQUEIO (BLOCK-VALVES) São válvulas que se destinam primordialmente a apenas estabelecer ou interromper o fluxo, isto é, que só devem funcionar completamente abertas ou completamente fechadas. As válvulas de bloqueio costumam ser sempre do mesmo diâmetro nominal da tubulação, e têm uma abertura de passagem de fluido com secção transversal comparável com a da própria tubulação. São exemplos dessa classe: válvula de gaveta, válvula macho, válvulas de esfera, válvulas de comporta (GAUTO, 2011). 21 4.2.1.1. Válvulas de Gaveta A válvula de gaveta é de modelo simples e tem um tampão que desliza em ângulo reto com a direção do escoamento (Figura 7). É uma válvula usada principalmente para interromper uma corrente, pois pequenos deslocamentos do tampão provocam grandes variações de área do escoamento (FOUST et al., 1982). Uma variante importante da válvula gaveta é a válvulas de comporta ou de guilhotina. São válvulas em que a gaveta é uma comporta que desliza livremente entre guias paralelas. Essas válvulas, que não dão fechamento estanque, são usadas em grandes diâmetros, para ar, gases e água em baixa pressão, e também em quaisquer diâmetros, para produtos espessos ou de alta viscosidade (pasta de papel, por exemplo), e para fluidos abrasivos (GAUTO, 2011). 4.2.1.2. Válvulas Macho As válvulas macho operam em serviços de abrir e fechar uma corrente e representam em média cerca de 10% de todas as válvulas usadas em tubulações industriais. Aplicam-se principalmente nos serviços de bloqueio de gases(em quaisquer diâmetros, temperaturas e pressões), e também no bloqueio rápido de água, vapor e líquidos em geral (em pequenos diâmetros e baixas pressões). São recomendadas também para serviços com líquidos que deixem sedimentos ou que tenham sólidos em suspensão. Uma das vantagens dessas válvulas sobre as de gaveta é o espaço muito menor (FOUST et al., 1982; GAUTO, 2011). Nessas válvulas o fechamento é feito pela rotação de uma peça (macho), onde há um orifício broqueado, no interior, do corpo da válvula. São válvulas de fecho rápido, porque fecham-se com ¼ de volta do macho ou da haste (Figura 8). Só devem ser usadas como válvulas de bloqueio, isto é, não devem funcionar em posições de fechamento parcial. Quando totalmente abertas, a perda de carga causada é bastante pequena, porque a trajetória do fluido é também reta e livre (GAUTO, 2011). Figura 7. Válvula de gaveta (Fonte: SENAI, 1996). Figura 8. Válvula macho (Fonte: SENAI, 1996). 22 4.2.2 VÁLVULAS DE REGULAGEM (THROTTLING VALVES) Válvulas de regulagem são as destinadas especificamente para controlar o fluxo, podendo por isso trabalhar em qualquer posição de fechamento parcial. Essas válvulas são às vezes, por motivo de economia, de diâmetro nominal menor do que a tubulação. Constituem exemplos as válvulas globo, válvulas de agulha, válvulas de controle e válvulas borboleta (GAUTO, 2011). 4.2.2.1. Válvulas globo A válvula globo, em virtude de sua configuração é mais adaptada para o controle da vazão. Nesta válvula, o fluido passa por uma abertura cuja área é controlada por um tampão colocado em direção mais ou menos paralela à direção do escoamento (Figura 9). É possível ter um bom controle da vazão com a válvula globo; no entanto, a perda de pressão é mais elevada do que com a válvula gaveta (FOUST et al., 1982). As válvulas em “Y” são uma variante das válvulas globo que têm a haste a 45º com o corpo, de modo que a trajetória da corrente fluida fica quase retilínea, com um mínimo de perda de carga (Figura 10). Essas válvulas são muito usadas para bloqueio e regulagem de vapor, e preferidas também para serviços corrosivos e erosivos (GAUTO, 2011). Válvulas de agulha são também válvulas globo no qual o tampão é substituído por uma peça cônica, a agulha, permitindo um controle de precisão do fluxo. São válvulas usadas para regulagem fina de líquidos e gases, em diâmetros até 2” (GAUTO, 2011). 4.2.2.2. Válvulas borboleta Figura 9. Válvula globo (SENAI, 1996). Figura 10. Válvula globo em “Y” (SENAI, 1996). 23 As válvulas borboleta são basicamente válvulas de regulagem, mas também podem trabalhar como válvulas de bloqueio. O fechamento da válvula é feito pela rotação de uma peça circular (disco), em torno de um eixo perpendicular à direção de escoamento do fluido (Figura 11). São empregadas principalmente para tubulações de grande diâmetro, baixas pressões e temperaturas moderadas, tanto para líquidos como para gases, inclusive para líquidos sujos ou contendo sólidos em suspensão, bem como para serviços corrosivos. O emprego dessas válvulas tem aumentado muito, por serem leves e baratas, e também por serem facilmente adaptáveis a comando remoto (GAUTO, 2011). 4.2.2.3. Válvula diafragma São válvulas sem gaxeta muito úteis no caso de fluidos que tendem a obstruir o movimento das partes móveis das válvulas de outros tipos, como os líquidos muito viscosos, as lamas ou os líquidos corrosivos. O fechamento da válvula é feito por meio de um diafragma flexível, que é apertado contra a sede; o mecanismo móvel que controla o diafragma fica completamente fora do contato com o fluido (FOUST et al., 1982; GAUTO, 2011). 4.2.3 VÁLVULAS DE RETENÇÃO (CHECK VALVES) Essas válvulas permitem a passagem do fluido em um sentido apenas, fechando-se automaticamente por diferença de pressões, exercidas pelo fluido em consequência do próprio escoamento, se houver tendência à inversão no sentido do fluxo. São, portanto, válvulas de operação automática, utilizadas quando se quer impedir em determinada linha qualquer possibilidade de retorno do fluido por inversão do sentido de escoamento. Provocam uma perda de carga muito elevada, só devem ser usadas quando forem de fato imprescindíveis. Citaremos três casos típicos de uso obrigatório de válvulas de retenção: 1. Linhas de recalque de bombas: (imediatamente após a bomba) quando se tiver mais de uma bomba em paralelo descarregando no mesmo tronco. As válvulas de retenção servirão nesse caso para evitar a possibilidade da ação de uma bomba que estiver operando sobre outras bombas que estiverem paradas. Figura 11.. Válvula borboleta (SENAI,1996). 24 2. Linha de recalque de uma bomba para um reservatório elevado: A válvula de retenção evitará o retorno do líquido no caso de ocorrer uma paralisação súbita no funcionamento da bomba. 3. Extremidade livre de uma linha de sucção de bomba: (válvula mergulhada no líquido), no caso de sucção positiva. A válvula de retenção (válvula de pé) servirá para manter a escorva da bomba (GAUTO, 2011). As válvulas de retenção típicas são de levantamento, portinhola e esfera (GAUTO, 2011). 4.2.3.1. Válvulas de retenção de levantamento O fechamento dessas válvulas é feito por meio de um tampão, semelhante ao das válvulas globo, cuja haste desliza em uma guia interna. O tampão é mantido suspenso, afastado da sede, por efeito da pressão do fluido sobre a sua face inferior (Figura 12). É fácil de entender que caso haja tendência à inversão do sentido de escoamento, a pressão do fluido sobre a face superior do tampão, aperta-o contra a sede, interrompendo o fluxo (GAUTO, 2011). 4.2.3.2. Válvula de retenção de portinhola É o tipo mais usual de válvulas de retenção; o fechamento é feito por uma portinhola articulada que se assenta no orifício da válvula (Figura 13). As perdas de carga causadas, embora elevadas, são menores do que as introduzidas pelas válvulas de retenção de levantamento, porque a trajetória do fluido é retilínea (GAUTO, 2011). 4.2.3.3. Válvulas de retenção de esfera Semelhantes às válvulas de retenção de levantamento, entretanto, a parte móvel dessa válvula é uma esfera na qual há um canal por onde passa o fluido quando há alinhamento com o tubo (Figura 14) (FOUST et al., 1982). Figura 14. Válvula de retenção de esfera (SENAI) 1996). Figura 13: Válvula de retenção de portinhola (SENAI, 1996). Figura 12: Válvula de retenção de levantamento (SENAI, 1996). 25 4.2.4. VÁLVULAS DE SEGURANÇA E ALÍVIO Essas válvulas controlam a pressão a montante abrindo-se automaticamente, quando essa pressão ultrapassar um determinado valor para o qual a válvula foi ajustada, e que se denomina “pressão de abertura” da válvula (set-pressure). A válvula fecha-se em seguida, também automaticamente, quando a pressão cair abaixo da pressão de abertura. Assim, evita-se o excesso de pressão dentro de um equipamento ou tubulação. O tipo mais comum dessas válvulas possui um tampão é mantido fechado contra a sede pela ação de uma mola, com porca de regulagem (Figura 15). Regula-se a tensão da mola de maneira que a pressão de abertura da válvula tenha o valor desejado (GAUTO, 2011). 5 CONCLUSÃO Os sopradores e ventiladores são importantes equipamentos da indústria de processos, uma vez que o escoamento de fluidos gasosos é de comum ocorrência, tais como principalmente o escoamento de vapor d’água. Entretanto, para fazer escolher esses equipamentos é necessário obedecer alguns critériosde seleção como: vazão e pressão de trabalho, limitações construtivas de temperatura, sistema de vedação, método de lubrificação, consumo de energia, facilidade de manutenção e custo. Desta maneira, o engenheiro de processos deve possuir condições de determinar o trabalho mínimo necessário para a compressão (ou ventilação), o trabalho necessário para uma compressão adiabática sem atrito, a temperatura de descarga adiabática, entre outros, a fim de fornecer aos fabricantes, dados completos do trabalho a ser executado e deixá-los especificar os ventiladores e/ou compressores que garantem ser os mais econômicos para o serviço. A utilização de acessórios nas tubulações decorre principalmente do fato de o ponto de geração e armazenamento dos fluidos estar, em geral, distantes do seu ponto de utilização. O fator de espaço físico também é importante, uma vez que os acessórios têm como principal função fazer modificação na tubulação, tais como desvio, derivação, redução de diâmetro entre outros. Entretanto, a escolha dos tipos e dos locais da aplicação de acessórios deve ser muito bem estudada, uma vez que podem provocar perdas de carga elevadas, fazendo que o Figura 15: Válvula de segurança com mola (SENAI, 1996). 26 processo de escoamento do fluido não seja eficiente ou que gere um custo elevado de fornecimento de energia para tal função. As válvulas, que são também acessórios, são peças indispensáveis, sem as quais as tubulações seriam inteiramente inúteis. Por esse motivo, o desenvolvimento das válvulas é tão antigo quanto o das próprias tubulações. A escolha do tipo de válvula utilizada, bem como da quantidade necessária deve levar em conta fatores tais como tipo de fluido conduzido (natureza, concentração, impurezas, pH, velocidade, toxidez, resistência a corrosão), condições de serviço (pressão e temperatura de trabalho, diâmetro), custo dos materiais, segurança, manutenção e principalmente perda de carga, uma vez que esta diretamente relacionada ao custo do processo. 27 6. REFERÊNCIAS COMPRESSORES: GUIA BÁSICO. Disponível em: <http://arquivos.portaldaindustria.com.br /app/conteudo_18/2014/04/22/6281/Compressores.pdf>.Acesso em 20 de novembro de 2016. CREMOSCO, Marco Aurélio. Operações Unitárias em Sistemas Particulados e Fluido mecânicos. São Paulo: Blucher, 2009. 422 p. CREMASCO, M.A. Operações unitárias em sistemas particulados e fluidomecânicos. São Paulo, Edgard Blucher, 2012. FOUST, A.S. et al. Princípios das Operações unitárias. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1982. GAUTO, M.A.; ROSA, G.R. Processos e Operações Unitárias da Indústria Química. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2011. GOMIDE, R. Operações com fluidos: Operações unitárias, editora afiliada, 1924.vol 2. SENAI. Acessórios de Tubulações Industriais. Programa de Certificação de Pessoal de Manutenção. Espírito Santo, 1996.
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