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Atos lícitos e ilícitos

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ATOS LÍCITOS 
Art. 185. Aos atos jurídicos lícitos, que não sejam negócios jurídicos, aplicam-se, no que couber, as disposições do Título anterior.
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ATOS ILÍCITOS 
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O Código Civil trata do dever de reparação por ato ilícito no capítulo próprio de responsabilidade civil.
Os atos ilícitos afrontam o ordenamento jurídico, gerando como efeito o dever de indenizar.
O ato ilícito pode gerar responsabilização na esfera:
Penal: tipicidade para condenação;
Civil: qualquer ato ação ou omissão pode gerar responsabilidade (se houver ato ilícito e dano). 
Administrativa.
EX. acidente de veículo, ou atropelamento por motorista que dirige imprudentemente.
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Responsabilidade: toda atividade que acarreta prejuízo traz em seu bojo o problema da responsabilidade.
Fonte geradora da responsabilidade civil: restaurar o equilíbrio moral e patrimonial violado pelo autor do dano. 
Restaurar o status quo ante.
Responsabilidade jurídica e moral: 
Jurídica: se revela quando há infração da norma jurídica que acarrete dano ao indivíduo ou á coletividade. 
Moral ou religiosa: atua no campo da consciência humana. Não acarreta repercussão na ordem jurídica. 
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O ato ilícito é fonte de obrigação: a de indenizar ou ressarcir o prejuízo causado.
 É praticado como infração a um dever de conduta, por meio de ações ou omissões culposas ou dolosas do agente, das quais resulta dano para outrem.
Responsabilidade contratual: dever de indenizar perdas e danos por descumprimento de uma obrigação contratual (art. 389 CC - Inadimplemento contratual);
Responsabilidade extracontratual: quando a responsabilidade deriva de infração ao dever de conduta imposto genericamente nos arts. 186 e 927 do CC.
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PRESSUPOSTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
4 elementos essenciais da responsabilidade civil:
A) Ação ou omissão
B) Culpa ou dolo do agente (responsabilidade subjetiva X objetiva)
C) Relação de causalidade
D) Dano (material ou moral)
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CULPA E RESPONSABILIDADE
O art. 186 CC define o que se entende por comportamento culposo do agente causador de dano: “ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência”. 
A referida culpa abrange o dolo e a culpa stricto sensu ou aquiliana (imprudência, negligência ou imperícia). 
Em regra a culpa não se presume e deve ser apurada no exame de cada caso concreto. 
Mas a legislação prevê casos de responsabilidade objetiva.
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Responsabilidade subjetiva: deve comprovar a culpa.
Responsabilidade objetiva: independe de culpa. 
a) quando a lei assim o prever – ex. CDC (responsabilidade pelos fatos e vícios dos produtos); 
b) a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implica, por sua natureza, risco para os direitos de outrem – (Teoria do Risco, expõe as pessoas a um risco pelo desenvolvimento natural de sua atividade. Por ser complicado demonstrar a culpa, atribui responsabilidade objetiva).
Ex. Art. 936, 937, 938, 929, 930, 939, 940, 933, 927 § único; contrato de transporte, etc.
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Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
	
	Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
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ABUSO DE DIREITO 
É aquele praticado dentro do direito do indivíduo, porém com excesso nos meios. 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Ex. matar gado alheio que pasta em minha fazenda; requerer busca e apreensão sem necessidade; demanda abusiva para cobrança de dívida não vencia ou em valor superior ao devido ou já paga. 
A legislação tende a reprimir os abusos de poder impondo sanções, como por exemplo a litigância de má-fé. 
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EXCLUDENTE DE ILICITUDE 
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
	I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;
	II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente.
	Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.
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APESAR DE CONFIGURAR ATO LÍCITO, PODE HAVER O DEVER DE INDENIZAR QUANDO CAUSAR DANO A TERCEIRO:
a) Legítima defesa: - pressupõe a reação proporcional a uma injusta agressão, atual ou iminente, utilizando-se moderadamente os meios de defesa postos à disposição do ofendido - ao se defender causa dano a terceiro. 
Deverá indenizar o terceiro, mas o que agiu em legítima defesa terá direito regressivo contra quem iniciou todo o processo.
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b) Estado de Necessidade: - consiste na situação de agressão a um direito alheio, de valor jurídico igual ou inferior àquele que se pretende proteger, para remover perigo iminente, quando as circunstâncias do fato não autorizam outra forma de atuação - hipótese de perigo iminente, que para ser removido é necessário deteriorar coisa alheia.
Nessa hipótese terá o dever de indenizar quando a situação de perigo não foi gerada pela vítima. 
Ex. para proteger a vida de uma criança que está atravessando a rua, o motorista joga o carro na calçada e colide em uma banca: deverá indenizar o dono da banca, ou
Entre a sua vida e o muro de uma casa, o motorista para não colidir com uma carreta bate no muro: deve indenizar o dono do muro.
MAS, se o dano é causado pela vítima, não tem o dever de indenizar.

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