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ordem Anoplura

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INTRODUÇÃO
Ordem dos insetos conhecidos por “piolhos”. São todos eles hematófagos de mamíferos com ciclo biológico gradual – paurometábulos (passam pelas formas de ovo, ninfa e adultos, porém as ninfas tem desenvolvimento gradual, vivem no mesmo ambiente e tem os mesmos hábitos alimentares do adulto) -. 
Essa ordem contém cerca de 532 espécies distribuídas em 15 famílias das quais apenas duas parasitam o homem: a) a família Pediculidae, com as espécies Pediculus humanus humanus (piolho da cabeça) e o Pediculus humanus corporis (piolho da cabeça / muquirana); b) e a família Pthiridae com a espécie Pthirus pubis (conhecido como “chato”).
Com o aumento da preocupação com a higiene pessoal e advento de potentes inseticidas, os casos de infestação se tornaram raros, acometendo principalmente mendigos e favelados. Atualmente também acontece surtos de piolhos da cabeça, principalmente em crianças de fase escolar, talvez por resistência do Pediculus capitis aos inseticidas, mudanças de comportamentos afetivos e sociais que favorecem maiores contatos entre as pessoas (ônibus cheio, salas de aulas cheias, abraços, beijos na face).
Além do prurido intenso, os piolhos (anoplura) podem ser transmitir o TIFO EXATEMÁTICO (pelas fezes e esmagamento dos piolhos), a FÉBRE RECORRENTE (pelo esmagamento, entre os dedos ou dentes, dos piolhos), e a FÉBRE DAS TRINCHEIRAS, que tem sua transmissão causada pela picada e pelas fezes do piolho do corpo.
IMPORTÂNCIA
A infestação por piolhos sugadores é chamada pediculose (pediculose do couro cabeludo ou do corpo). E a infestação por “chatos” é denominada pitiríase, pitirose, fitiríase ou fitirose. São todas caracterizadas por prurido, irritação da pele e do couro cabeludo e infecções estafilocócicas secundarias (impetigo), ou até mesmo determinar infecção ganglionar satélite e alopecia. Infestações de piolhos associados à más condições de vida pode estar associada à anemia em crianças.
A picada do inseto causa uma dermatite, causada pela reação do hospedeiro à saliva do parasito. O prurido leva o paciente a causar ranhuras na pele e no couro cabeludo o que favorece a entrada de outros patógenos.
MORFOLOGIA
São insetos pequenos e sem asas, com aparelho bucal picador-sugador. As pernas são fortes e no tarso nota-se uma forte garra que se opõe a um processo na tíbia. Esse conjunto (garra e processo tibial) forma uma pinça ao qual o inseto fica fortemente preso ao pelo.
Os ovos são conhecidas como lêndeas e são postas aderida aos pelos, tem forma operculada e uma coloração branco-amarelada, medindo cerca de 0,8mm/0,3mm. 
BIOLOGIA
São duas as espécies de Pediculus, cada uma com comportamentos diferentes, a maior vive no corpo, e a menor na cabeça do homem; as que vivem no corpo coloca os ovos nas dobras das roupas, e os que vivem na cabeça fazem sua postura fixados à base dos pelos, e quando se encontram numa distância de no mínimo 0,7mm da base já são consideradas eclodidas ou mortas, já que necessitam do calor da cabeça para eclodirem. 
Os piolhos são hematófagos obrigatórios em todos os estágios evolutivos e sexo, alimentando-se várias vezes por dia.
CICLO BIOLÓGICO
São paurometabólicos (ovo > eclosão > ninfa > 1ºmuda > ninfa > 2º muda > ninfa > 3º muda > adulto).
Cada fêmea de P. capitis põe cerca de 10 0v0s por dia e cerca de 200 durante toda vida. No hospedeiro vide até 40 dias, fora do hospedeiro sobrevive por poucas horas. Já o P. humanus coloca em toda sua vida cerca de 110 lêndeas. O ciclo biológico passa pelo estagio de ovo, ninfa I, II, III e adultos. O período de incubação é de oito dias, precisando do calor do corpo humano para acontecer, o período entre ninfa I e adultos é cerca de 15 dias. 
PREVALÊNCIA
Enquanto o P. humanus é mais frequente em adultos o P. capitis é mais prevalente em crianças e jovens. A faixa etária predileta é entre os 6 e 13 anos. 
O P. humanus é mais comum em países frios, pois a troca de roupa nesses países é menos frequente. 
O P. capitus afeta mais o sexo feminino em todas as faixas etárias. Os índices de infestação são variáveis de acordo com a raça humana, localização geográfica, período letivo, forma e tipo de cabelo, hábitos culturais e condições sócio-culturo-econômicas.
A pediculose do couro cabeludo parece não estar relacionada com o tamanho dos cabelos mas com o diâmetro e espaçamento entre os fios, preferindo os mais espessos e mais densamente implantados. Ou seja, não é por que se tem mais cabelo que se tem mais piolho, uma vez que o habitat do P. capitis é o couro cabeludo não o pelo.
O P. pubis apresenta biologia semelhante ao P. capitis, e vive nos pelos pubianos, podendo, em grandes infestações, serem encontrados nos pelos da barba, axilas, supercílios e até da cabeça. 
TRANSMISSÃO
Principalmente por contato. A coabitação em locais apertados, uso de transporte coletivo, abraços e brincadeiras infantis e etc, facilitam a transmissão. Os piolhos “chatos” são transmitidos na relação sexual. Temperatura, umidade e odor, são fatores determinantes para os piolhos mudarem de hospedeiro. 
A transmissão de Pediculus capitis e Pthirus pubis via ovo é pouco provável, enquanto a a transmissão indireta dos adultos e ninfas via fômites (pentes, toucas, fronhas, bonés, escovas etc.), bastante limitada, uma vez que o inseto vive por pouco tempo fora do hospedeiro. Entretanto, ambos os meios são válidos para o P. humanus (vestes). 
TRATAMENTO
Para pediculose no corpo, recomenda-se lavar as roupas parasitadas e mergulha-las por duas horas em solução com formol ou Lyoform, de quatro em quatro dias com as roupas de todos da casa. Caso haja lesões cutâneas é recomendável usar pomadas a base de corticoides, ou a base de antibióticos, caso estejam infectadas. 
Aquecer as roupas à 70por uma hora e usar os inseticidas DDT, ou malathion ou lindane como alternativa para tratar P. humanus. Para P. capitis há várias controvérsias já que são drogas em sua maioria tóxicas, que vão atuar num ambiente muito vascularizada que é a cabeça, e como a faixa etária mais atingida é crianças e compulsivamente coçam a cabeça o que escarnifica mais ainda o couro cabeludo o que aumenta a porta para a infiltração do agente tóxico.
METODOS NATURAIS
Catação manual: com a destruição do inseto no fogo ou imerso ao álcool, evitando matar entre os dedos por causa da possível transmissão de doenças.
Penteação ou escovação frequente: para retirada de adultos e ninfas com uso de pentes finos, que remove e mutila grande parte desses ectoparasitas. Nos casos das lêndeas deve ser em movimentos contrário, da extremidade para base dos cabelos, onde as injuriam e impede seu desenvolvimento.
Ar quente: alguns minutos de secador de cabelo diariamente; tendo efeito maior nas lêndeas, já que se encontram estacionadas nos pelos.
Raspagem da cabeça: muito eficaz, mas pode causar vergonha e hostilidade ao parasitado.
Corte curto do cabelo: no máximo 8mm do couro cabeludo;
Óleos, cremes, vaselina: que quando usados dificultam a vida do inseto por tornar escorregadio, servido de obstáculos para as garras de adultos e ninfas, ou dos cementos dos ovos.
Solução salina: aplicação de agua com sal nos cabelos, que levam a exosmose das lêndeas e suas mortes
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO: deve se considerar que o uso de fármacos por longo tempo pode causar uma resistência natural, por conta da seletividade, e que alguns desses podem causar deposição nos tecidos do hospedeiro
Benzoato de Benzila: desaconselhado em caso de infecções secundarias do couro cabeludo;
Organoclorados: (lindane, hexaclorocicloexano), acumula-se no tecido adiposo e circula pelos diversos componentes da cadeia alimentar, pode causar nervosismo, inquietação, irritabilidade, insônia, convulsões. Grande maioria dos piolhicidas tem o lindane como princípio ativo. 
Compostos sulfurados: monossulfiram ou monossulfeto de tetraetiltiuran (Tetmosol).
Produtos de ervas medicinais (piolendes).
Piretróides sintéticos: contem pouca absorção pela pele: a) deltametrina (Deltacid); b) permetrina (Kwell);c) bioaletrina (Vapio).
Produtos usados sistemicamente: a) sulfametoxazol-trimetropina, atuando apenas sobre ninfas e adultos; b) ivermectina, altamente efetiva contra os adultos e ninfas e parcialmente eficaz contra as lêndeas. 
O uso de loções é mais eficaz e vantajosa que sabão ou shampoo, devendo ser na sequência: 
Aplicar o produto na área afetada
Cobrir por 30 min com toalha; em se tratar de piretroides, massagear com a ponta dos dedos, podendo deixar por um tempo mais longo.
Em seguida, lavar bem (sem arranhar a pele), com água e sabão.

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