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CCJ0003 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 73h

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CCJ0003-INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO-73h.doc 1 de 49
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO 
DIREITO
“Não há melhor maneira de exercitar a imaginação do que estudar Direito. Nenhum poeta
jamais interpretou a natureza com tanta liberdade quanto um jurista interpreta a verdade” JEAN
GIRAUDOX (1882-1944)
Sumário
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO....................................................1
Sumário...................................................................................................................1
Índice.......................................................................................................................6
Definição de “Direito”............................................................................................7
Das várias acepções da palavra Direito................................................................7
Direito como ciência................................................................................................7
Direito como conjunto de normas............................................................................7
Direito como garantia...............................................................................................7
Direito do sujeito......................................................................................................7
Direito como instrumento de luta social...................................................................8
Outras ordens normativas.....................................................................................8
A religião.................................................................................................................8
A moral....................................................................................................................8
Normas de trato social..............................................................................................8
Fatores do Direito...............................................................................................10
Direito positivo.......................................................................................................10
Direito natural........................................................................................................10
Fernando de Souza Tavares - Téc. Atividade Judiciária TJERJ Atualizado em 04jun2017.
CCJ0003-INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO-73h.doc 2 de 49
Fatores naturais do Direito.............................................................................................10
Fatores culturais do Direito................................................................................11
Forças atuantes na legislação.............................................................................11
Direito e revolução.................................................................................................12
Conceitos e elementos do Estado.........................................................................13
Origens do Estado..............................................................................................13
Fins do Estado....................................................................................................13
Relações entre direito e Estado..........................................................................14
Estado....................................................................................................................14
Estado de Direito................................................................................................14
Elementos do Estado..........................................................................................15
Povo.......................................................................................................................15
Território................................................................................................................15
Governo Soberano..................................................................................................15
Finalidades.............................................................................................................15
Personalidade Jurídica do Estado.......................................................................15
Poderes do Estado..............................................................................................15
Poder Legislativo...................................................................................................15
Poder Executivo.....................................................................................................16
Poder Judiciário......................................................................................................16
Funções do Estado..............................................................................................16
Função legislativa...................................................................................................16
Função Administrativa...........................................................................................17
Função Judiciária...................................................................................................17
Fernando de Souza Tavares - Téc. Atividade Judiciária TJERJ Atualizado em 04jun2017.
CCJ0003-INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO-73h.doc 3 de 49
Teoria da Função Pública (Função Típica).............................................................17
Função atípica........................................................................................................17
Estado bibliografia.............................................................................................17
Governo.................................................................................................................18
Governo bibliografia..........................................................................................18
Sanção e coação....................................................................................................19
Sanção................................................................................................................19
Coação................................................................................................................19
Direito objetivo.....................................................................................................20
Direito potestativo................................................................................................20
Direito objetivo e Direito potestativo bibliografia.............................................20
Direito subjetivo...................................................................................................21
Direito Subjetivo e Dever Jurídico.....................................................................21
Direito Subjetivo Clássico, Direito Subjetivo Vinculado e Direito Subjetivo
Público..........................................................................................................................21
Jusnaturalismo vs. Juspositivismo.....................................................................22
Direito subjetivo vs. Direito objetivo.................................................................22
Teorias do conceito de direito subjetivo............................................................23
Suporte fático.....................................................................................................23
Direito subjetivo bibliografia.............................................................................24
Relação jurídica....................................................................................................25
Introdução à relação jurídica..............................................................................25Conceito de relação jurídica...............................................................................25
Formação da Relação Jurídica...........................................................................26
Fernando de Souza Tavares - Téc. Atividade Judiciária TJERJ Atualizado em 04jun2017.
CCJ0003-INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO-73h.doc 4 de 49
Elementos da relação jurídica............................................................................27
Classificação da relação jurídica........................................................................28
Relação jurídica bibliografia..................................................................................28
Doutrina jurídica..................................................................................................29
Faculdade jurídica................................................................................................30
Fontes do direito...................................................................................................31
Conceito.............................................................................................................31
Fontes Materiais.................................................................................................31
Fontes Formais...................................................................................................32
Fontes formais próprias e impróprias quanto à sua natureza..................................32
Fontes formais estatais e não-estatais quanto ao órgão produtor............................33
Fontes formais principais e acessórias quanto ao grau de importância...................33
Fontes do direito bibliografia.............................................................................34
Norma Jurídica.....................................................................................................35
Conceito de norma jurídica................................................................................35
Definição............................................................................................................35
Norma jurídica e linguagem...............................................................................35
Norma jurídica e regra jurídica..........................................................................35
Contrafacticidade...............................................................................................35
Espécies de normas jurídicas.............................................................................35
Espécies de normas jurídicas quanto ao destinatário..............................................36
Espécies de normas jurídicas quanto ao modo de enunciação................................36
Espécies de normas jurídicas quanto à finalidade...................................................36
Fernando de Souza Tavares - Téc. Atividade Judiciária TJERJ Atualizado em 04jun2017.
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Espécies de normas jurídicas quanto ao espaço......................................................36
Espécies de normas jurídicas quanto ao tempo.......................................................36
Espécies de normas jurídicas quanto às conseqüências..........................................36
Espécies de normas jurídicas quanto à estrutura.....................................................36
Espécies de normas jurídicas quanto à subordinação........................................36
Elementos da norma jurídica..............................................................................37
A validade e a eficácia da norma jurídica..........................................................37
Norma jurídica bibliografia................................................................................38
Ordenamento jurídico..........................................................................................39
Conceito.............................................................................................................39
Definição............................................................................................................39
A unidade do ordenamento jurídico...................................................................39
A norma fundamental como pressuposta................................................................39
A norma fundamental como norma de reconhecimento.........................................39
A norma fundamental como norma posta...............................................................39
A coerência do ordenamento jurídico................................................................40
Antinomias.............................................................................................................40
Critérios para solução de antinomias reais.............................................................40
A completude do ordenamento jurídico.............................................................40
As relações entre ordenamentos jurídicos..........................................................41
Ordenamento jurídico bibliografia.....................................................................41
Sanção jurídica.....................................................................................................43
Evolução do conceito de Sanção........................................................................43
Fernando de Souza Tavares - Téc. Atividade Judiciária TJERJ Atualizado em 04jun2017.
CCJ0003-INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO-73h.doc 6 de 49
Sanção jurídica bibliografia...............................................................................44
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB)..........................45
Índice
direito objetivo = ordenamento jurídico < lei < norma jurídica < hipótese normativa < doutrina
jurídica < costume 
direito potestativo = é o direito que não admite contestações
direito subjetivo = o direito do sujeito
relação jurídica = é o vínculo intersubjetivo (entre sujeitos) do qual ressaem direitos subjetivos
e deveres jurídicos mediante a aplicação da norma jurídica ao fato jurídico.
fato jurídico
dever jurídico
Jusnaturalismo x Juspositivismo
poder de ação
teoria da vontade x teoria do interesse x teoria mista
suporte fático
teoria personalista
teoria normativista
teoria objetivista
relações patrimoniais
relações extrapatrimoniais
faculdade jurídica
regra jurídica
sanção jurídica
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CCJ0003-INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO-73h.doc 7 de 49
Definição de “Direito”
Em princípio podemos partir da definição romana, qual seja, a de que “O DIREITO É A CONSTANTE
E PERPÉTUA VONTADE DE ATRIBUIR A CADA UM O QUE É SEU.” (Ulpiano – Digesto) – Mesmo que
tal definição seja criticada, posto que incompleta na medida que analisa o fenômeno do Direito sob um enfoque
algo privatista, ainda assim é um ponto de partida sólido para melhor explicarmos o real significado do termo
DIREITO.
Neste sentido, o Direito seria a ordem máxima existente, no sentido de se buscar a dar a cada um dos
membros da sociedade tudo aquilo e exatamente aquilo que é seu. Evitando desta forma uma série de conflitos
nos quais os homens disputassem a mesma coisa.
Entretanto, a exata definição do que seja o DIREITO é bem mais complexa, posto que o Direito não visa
tão somente a ordenar a relações dos indivíduos, visando pura e simplesmente a satisfação individual de cada
um. O FENÔMENO É BEM MAIS AMPLO, POSTO QUE ELE VISA A POSSIBILITAR A REALIZAÇÃO
DE UMA CONVIVÊNCIA SOCIAL ORDENADA, BUSCANDO O BEM COMUM DE TODA A
SOCIEDADE. (É um instrumento de paz social).
Desta forma, podemos inferir que o Direito é o ideal constanteda sociedade em dar a cada um o que
é seu, possibilitando que a sociedade se estruture e organize-se no sentido de alcançar o bem comum de
toda a coletividade.
Das várias acepções da palavra Direito
Como o termo Direito está intimamente ligado à própria sociedade e ao ser humano, lógico concluir que
tal palavra, no decorrer dos tempos passou a ser utilizada com uma série de significados:
Direito como ciência
O Direito se apresenta como um ramo do conhecimento humano, portanto como uma ciência, dotada de
autonomia, metodologia e características próprias, ocupando um lugar de destaque dentre as chamadas ciências
sociais juntamente com a sociologia, história, antropologia etc.
Direito como conjunto de normas
Também se atribui a denominação Direito objetivo ao conjunto de normas jurídicas positivadas (escritas
ou não), vigentes em um determinado Estado, em uma determinada época. Ex: Direito Brasileiro, Direito
Argentino, Direito Alemão) etc.
Direito como garantia
É sinônimo daquilo que é correto, certo, justo. Ex: “mentir não é direito”.
Direito do sujeito
O direito subjetivo é a situação jurídica consagrada por uma norma em que o titular tem direito a um
determinado ato, face ao seu destinatário, que por sua vez tem o dever de praticar esse ato. O direito subjetivo se
concretiza em determinados indivíduos que se tornam legitimados para perseguirem a sua realização.
Em geral, o direito subjetivo consagrado por uma norma de direito fundamental reconduz a uma relação
Fernando de Souza Tavares - Téc. Atividade Judiciária TJERJ Atualizado em 04jun2017.
CCJ0003-INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO-73h.doc 8 de 49
trilateral entre o titular, o destinatário e o objeto do direito. Um exemplo de direito subjetivo é o próprio direito à
vida, à liberdade, à igualdade.
Assim, tem-se que o direito subjetivo seja o direito do sujeito, lato sensu.
Direito como instrumento de luta social
Ex. As decisões favoráveis do STF com relação à constitucionalidade das cotas sociais e raciais.
Outras ordens normativas
Paralelamente ao Direito, existem uma série de outras ordens normativas, que de certa forma também
impõem uma séria de regras limitativas do comportamento humano.
A religião
A religião diz respeito às relações entre o homem e Deus ou deuses, mais precisamente a relação com o
“sagrado” em detrimento do “profano”. Não restam dúvidas de que desde os primórdios da humanidade o
homem sempre se voltou para o “divino” ou seja, aquele ser ou conjunto de seres que estariam acima do próprio
homem. 
A religião também traz um conjunto de normas ou preceitos de observância obrigatória. Ex: a) os dez
mandamentos; b) a necessidade de todo muçulmano ao menos uma vez na vida peregrinar à cidade de Meca; c)
as regras da Torá dos Judeus etc.
A moral
Mesmo que uma pessoa não tenha qualquer vínculo religioso, ainda assim a própria sociedade impõe
uma série de preceitos e normas de conduta, sendo estas direcionadas para um modo de comportamento
individual no sentido da imposição de deveres para consigo mesmo e para com a sociedade, visando a dignidade
e solidariedade humana. Como exemplos citamos: a) o dever de respeito para com os mais velhos; b) a
necessidade de se honrar todos os compromissos; c) a necessidade de não se levar uma vida promíscua etc.
Normas de trato social
Sistema de princípios de trato social, visando um estilo de conduta. Ex: polidez, boa educação, civismo
etc.
Ressalta-se que tais ordens normativas, na maioria das vezes não se interrelacionam diretamente com o
Direito, sendo sua observância mais ligada ao comportamento e opção individual de cada pessoa. Levando-se em
conta também que o descumprimento de qualquer um destes preceitos na maioria das vezes não acarreta
qualquer punição ou sanção direta à pessoa faltosa, mas tão somente acarretam uma reprovação social e de
consciência.
Entretanto, em algumas ocasiões tais preceitos normativos se incorporam ao Direito, na medida em que
se revestem de valores sociais maiores. Ex: Crime de atentado ao pudor; liberdade constitucional de culto; Crime
de injúria etc.
Outrossim, ainda em muitos Estados soberanos, há uma verdadeira confusão entre o Direito posto e a
própria religião. Cabendo citar aqui os Estados Islâmicos dito fundamentalistas, como exemplo o Irã, onde
normas religiosas do Alcorão são positivadas e tratadas como verdadeiras normas Jurídicas. A tempos atrás
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também era comum a ingerência da Igreja Católica no próprio Direito dos Estados, os quais adotavam as regras
do Direito Canônico incorporando-as a seu próprio ordenamento jurídico. Como outros exemplos de Estados
modernos que adotam regras religiosas citamos Israel, Arábia Saudita, Sudão, Iêmen etc.
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Fatores do Direito
Direito positivo
Constitui-se da norma jurídica específica, na LEI ESCRITA e posta à sociedade.
Direito natural
O direito decorrente da própria natureza humana, aquele que já nasce com a pessoa, as leis naturais. Ex.:
direito à vida, à personalidade etc.
O Direito não é uma concepção abstrata de normas. Na verdade, as normas são modelos de fatos e
acontecimentos da vida social. Além das normas de Direito Natural, o ordenamento jurídico se compõe de
elementos que decorrem de motivações sociais diversas.
O processo de formação do ordenamento jurídico não resulta de uma simples vontade do legislador, mas
é resultante da atuação de vários fatores que influenciam no processo de formação das leis. Devendo o Direito
sempre refletir à realidade da sociedade para a qual é dirigido.
Fatores naturais do Direito
São aqueles fatores determinados pela própria natureza, a qual exerce ampla influência sobre o homem,
quais sejam:
1. FATORES GEOGRÁFICOS:
1.1 – CLIMA: O clima é fator de eficácia indireta que influi diretamente no crescimento e no próprio
comportamento humano. Podendo assim, em várias ocasiões influir no ordenamento jurídico. (Ex.: normas
jurídicas de países de clima frio que reduzem a jornada de trabalho)
1.2 – RECURSOS NATURAIS: Desde os primórdios da sociedade, o homem sempre se utilizou dos
recursos naturais, oferecidos pelo meio ambiente, para extrair benefícios e matérias primas que facilitam sua
existência. Desta forma, lógico concluir que tal fator também influencia na legislação. (Ex.: Código de Minas,
que regulamenta a exploração de recursos naturais minerais no Brasil).
1.3 – TERRITÓRIO: O território é a própria base física do Estado. Não há como negar que as
características de um território influenciam diretamente na vida humana, seja na forma de viver, na economia e
na organização social. Desta forma, os fatores do território também vão influir na formação do Direito. (Ex.:
Normas especiais de desenvolvimento do Nordeste – SUDENE, e da Zona Franca de Manaus).
2. FATOR DEMOGRÁFICO: A concentração humana em um território também é fator importante na
criação do Direito. Várias normas disciplinam o assentamento humano em um determinado território. Como
exemplo podemos citar as leis que regulamenta a imigração e emigração.
3. FATORES ANTROPOLÓGICOS: São fatores que decorrem do próprio homem, referentes ao grau de
desenvolvimento do ser humano, levando-se em contra sua evolução fisiológica e cultural. Ex.: Leis de proteção
aos grupos indígenas.
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Fatores culturais do Direito
Diversamente dos fatores naturais, os culturais dizem respeito diretamente a ação humana,são os
seguintes:
1. FATOR ECONÔMICO: Aquele que se refere diretamente á produção de riquezas e circulação de
bens. Ex.: Código Comercial, Código Tributário, Lei de Economia Popular etc.
2. INVENÇÕES: Como ser pensante, o homem tem a capacidade criativa, ou seja, de transformar bens e
matérias primas em utensílios e bens úteis à sua vida, provocando assim novos hábitos e costumes que
invariavelmente vão e influenciar na legislação. Ex.: Lei de Patentes, Lei de Telecomunicações etc.
3. MORAL – A moral, além de ordem normativa, também é um importante fator de criação da ordem
jurídica. Embora trata-se de normas distintas, em algumas ocasiões as regras morais irão influenciar o Direito.
Ex.: Lei de Contravenções Penais.
4. RELIGIÃO – Tal como a moral, também é outra ordem normativa, que em muitas ocasiões também
influencia o processo de formação da ordem jurídica. Ex. Liberdade de culto religioso garantida na constituição.
5. IDEOLOGIA – o termo ideologia, corresponde a uma forma de se pensar uma determinada
organização social. Como exemplo podemos citar o liberalismo, o fascismo, o socialismo, etc. Sem dúvida, a
ideologia vigente no Estado vai de certa forma influenciar todo o ordenamento jurídico. Ex.: Leis de Livre
Comércio, influenciadas pelo neo liberalismo.
6. EDUCAÇÃO – O progresso de toda sociedade depende diretamente da educação do povo. O fator
educação é essencial ao desenvolvimento social, influindo diretamente na formação do Direito. Ex.: Lei de
Diretrizes e Bases da Educação – Lei do Fundef.
Forças atuantes na legislação
Os fatores jurídicos acima expostos, na maioria das vezes levam o legislador a elaboração de leis de
forma espontânea, entretanto forças sociais também podem atuar no sentido de impelir a atuação legislativa, são
elas:
1. POLÍTICA – Cada segmento ou grupo político busca influir diretamente na organização da sociedade,
de acordo com sua linha e pensamento doutrinário, visando implantar seu programa concretamente.
2. OPINIÃO PÚBLICA – O modo de pensar da sociedade, sempre vai influir de forma direta no
processo de formação do Direito. Notadamente no Brasil, atualmente temos visto grande manifestação popular
em relação às leis.
3. GRUPOS ORGANIZADOS – Os indivíduos, muitas das vezes também buscam se juntar para
defender interesses comuns. Ex.: ONGS, Sindicatos, Associações de Classes etc. Grupos estes que influem
diretamente no processo legislativo.
4. MEDIDAS DE HOSTILIDADE – São medidas de força, tomadas por indivíduos ou grupos sociais no
sentido de influir no processo legislativo. Ex. Greves, passeatas, invasões de terras, bloqueio de rodovias etc.
Fernando de Souza Tavares - Téc. Atividade Judiciária TJERJ Atualizado em 04jun2017.
CCJ0003-INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO-73h.doc 12 de 49
Direito e revolução
A Revolução é um acontecimento político e social, muitas das vezes violento, que busca a transformação
imediata do Estado, causando uma ruptura da ordem então existente, visando implantar uma nova ordem social.
Lógico concluir que ela afeta sobremaneira o ordenamento jurídico, na medida em que impõe
normativamente seus ideais revolucionários, fazendo surgir daí uma nova ordem jurídica.
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Conceitos e elementos do Estado
“O Estado é um agrupamento humano, estabelecido em determinado
território e submetido a um poder soberano que lhe dá unidade
orgânica.” (Clóvis Bevilácqua).
Do conceito acima, podemos extrair os três elementos básicos identificadores da realidade estatal, quais
sejam:
1. POVO – Como fenômeno social que é, o elemento humano não pode faltar ao Estado, portanto, o
primeiro elemento constitutivo do Estado é seu povo, ou seja, o conjunto de seres humanos que se sujeitam ao
Poder Estatal. São os seres humanos ligados ao Estado pelo vínculo da cidadania. (POVO =/= POPULAÇÃO).
2. TERRITÓRIO – È a base física onde se assenta o estado, é a porção de terra que o Estado ocupa
geograficamente sobre o globo terrestre, compreendendo a porção de terra, o espaço aéreo e o mar territorial de
cada Estado.
3. SOBERANIA – É a força maior do Estado, ou seja o seu Poder soberano, o Poder de livre
administração interna de seus interesses, que o faz supremo em seu âmbito interno e que o iguala com os demais
Estados, sem qualquer tipo de subordinação a outra entidade ou ordem.
Origens do Estado
Várias teorias procuram, algumas com mais outras com menos acerto, buscar uma origem para o
fenômeno do Estado, vejamos as principais:
1. TEORIA DO CONTRATO SOCIAL – Não apresenta uma origem histórica. Obra de Rosseua, coloca
o homem em princípio como vivendo no chamado “estado de natureza”, a partir do momento em que se
organizam, forma um pacto (contrato), visando a convivência harmônica, e em um segundo momento, se
submetem a uma ordem (governo) por eles escolhido.
2. TEORIA PATRIARCAL – Parte do pressuposto de que na remota origem da sociedade, os homens se
submetiam a um poder familiar, exercido pelo homem mais velho, e com o ajuntamento destes grupos familiares
em clãs, posteriormente em tribos e cidades, teríamos a partir daí a formação do Estado.
3. TEORIA MATRIARCAL – Parte do pressuposto que as sociedades primitivas vivam em verdadeira
promiscuidade, sendo que em princípio os grupos familiares se formariam em torno da figura da mulher, no mais
é semelhante a anterior.
4. TEORIA SOCIOLÓGICA – Parte do pressuposto de que o Estado surge através da união de clãs
ligados por vínculos religiosos e não familiares. O Estado teria surgido como uma evolução destes grupos
primitivos em decorrência da unidade territorial.
Fins do Estado
O Estado, como união de indivíduos em um território, sujeitos a um poder maior, necessariamente há
Fernando de Souza Tavares - Téc. Atividade Judiciária TJERJ Atualizado em 04jun2017.
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que ter uma finalidade, ou seja o alcance de um objetivo maior, desta forma, três teorias básicas buscam explicar
a finalidade do Estado, vejamos:
1. CONCEPÇÃO INDIVIDUALISTA – Entende que o Direito e o Estado são meros instrumentos para
se alcançar o bem-estar individual de cada cidadão. É a concepção aceita pelo liberalismo, que enxerga o Estado,
e conseqüentemente o Direito, como meros mecanismos para se alcançar o bem-estar individual.
2. CONCEPÇÃO SUPRA-INDIVIDUALISTA – Em oposição anterior, enxerga o Estado, e
conseqüentemente o Direito, como instrumentos de bem-estar da coletividade em detrimento do indivíduo.
Fortalece, desta forma, o Estado em detrimento do indivíduo. Ex.: Fascismo, Nazismo.
3. CONCEPÇÃO TRANSPERSONALISTA – Concilia as duas concepções anteriores, entendendo a
finalidade do Estado como verdadeiro elemento constitutivo do mesmo, de modo a visar a proteção e bem-estar
dos indivíduos sem prejudicar os interesses da coletividade.
Relações entre direito e Estado
Pode-se concluir que Direito e Estado são dois institutos em tudo vinculados. Outrossim, várias teorias
buscam explicar esta inter-relação entre ambos:
1. TEORIA DUALÍSTICA – Por tal teoria, Direito e Estado seriam duas ordens em tudo distintas, sendo
dois mundos completamente diferentes – Tal teoria é de todo absurda, posto que Direito e Estado, ao contrário,
são institutos que se complementam, não tendo como se analisar um em detrimento do outro.
2. TEORIA MONÍSTICA – Defendida por Hans Kelsen, entende que Direito e Estado se constituem em
uma única entidade, sendo que o Estado seria uma personificação do Direito. Tal teoria também é insuficiente,
posto que o Direito pressupõe a própria existência do Estado.
c) TEORIA DO PARALELISMO – Reconheceque Direito e Estado são institutos distintos, mas que se acham
interligados em regime de mútua dependência.
ARBITRARIEDADE E ESTADO DE DIREITO
ARBITRARIEDADE – Arbitrariedade, conforme Paulo Nader é conduta antijurídica, violadora do Direito,
sendo idéia oposta a de Direito, existe arbitrariedade toda vez que o Estado violar o Direito.
ESTADO DE DIREITO – Característica do Estado que se prima pela obediência da regra jurídica, visando a
plena garantia dos direitos humanos. Estado de Direito é aquele pautado na Lei, na estrita obediência ao Direito.
Estado
A administração pública em geral deve ser estudada a partir do conceito de Estado, que varia segundo o
ângulo pelo qual é considerado. O Estado é uma organização política que regulamenta as relações entre um
povo e seu território.
Estado de Direito
Estado de Direito é o Estado juridicamente organizado e obediente às suas próprias leis.
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Elementos do Estado
O Estado é composto de quatro elementos originários, essenciais e indissociáveis: o povo, o território, o
governo soberano e as finalidades.
Povo
O elemento humano. Vide art. 12, da Constituição de República Federativa do Brasil – CRFB (Da
Nacionalidade).
Território
Elemento físico; base física, compreendendo os espaços terrestre, marítimo e aéreo, inclusive os naturais
prolongamentos deste espaço. Art. 1º, da (CRFB), por exemplo.
Governo Soberano
É o elemento político condutor do Estado, que detém e exerce o Poder absoluto, o Poder de Soberania,
ou seja, a independência em relação ao governo de outros Estados. Art. 2º, da CRFB (os Poderes), dentre outros.
Finalidades
Elemento teleológico. Art. 3º, da CRFB (os objetivos).
Personalidade Jurídica do Estado
O Estado é uma pessoa jurídica de direito público. É uma figura abstrata criada pela lei para assumir
direitos e obrigações, e o Direito lhe reconhece uma personalidade jurídica baseada na hipótese de que ele
representa a vontade comum da coletividade.
O Estado possuir Personalidade Jurídica significa ter capacidade a assumir direitos e contrair obrigações.
O Código Civil, no art. 13 afirma que as pessoas jurídicas são de direito público interno, ou externo, e de
direito privado. No art. 14, inciso I, dispõe : São pessoas jurídicas de direito público interno.
A União, cada um dos Estados e o Distrito Federal, cada um dos Municípios legalmente constituídos.
No entanto, vale observar que, a Presidência da República é um órgão da União, órgãos não tem
personalidade jurídica, eles são subordinados a quem os criou. Eles não respondem por si.
Poderes do Estado
Na clássica tripartição de Montesquieu, até hoje adotada nos Estados de Direito, são Poderes próprios da
estrutura do Estado, independentes e harmônicos entre si: o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Poder Legislativo
Tem por função típica elaborar e aprovar leis, bem como fiscalizar as contas dos outros poderes e do
Ministério Público. É representado:
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Na União
Pelo Congresso Nacional, que compreende o Senado Federal (81 senadores) e a Câmara dos Deputados
(513 deputados federais).
Nos Estados Membros
Pela Assembléia Legislativa, composta por deputados estaduais em número que varia de no mínimo 24 e
no máximo 94, conforme art. 27, da CRFB.
No Distrito Federal
Pela Câmara Legislativa, composta por deputados distritais, conforme art. 27, da CRFB.
Nos Municípios
Pela Câmara Municipal, composta por vereadores, cujo número varia de acordo com o número de
habitantes, conforme art. 29, IV, da CRFB.
Poder Executivo
Tem por função típica exigir o cumprimento das leis, bem como realizar a execução das atividades
administrativas. É órgão monocrático, representado:
Na União - Presidente da República.
Nos Estados Membros - Governador de Estado.
No Distrito Federal - Governador Distrital.
Nos Municípios - Prefeito Municipal.
Poder Judiciário
Tem por função típica fiscalizar o cumprimento das leis, aplicando sanções aos transgressores, bem
como resolver os conflitos de interesse, quando provocado. Sua composição está disciplinada nos arts. 92 a 126,
da CRFB.
Funções do Estado
Função é quando alguém exerce uma atividade representando interesses de terceiros. A divisão dos
poderes não gera absoluta divisão das funções, mas sim, distribuição de três funções estatais precípuas.
Função legislativa
Elaboração das leis (função normativa).
- produz normas gerais, não concretas; e
- produz inovações primárias no mundo jurídico (cria deveres e obrigações aos administrados e
competências para o poder público).
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Função Administrativa
Conversão da lei em ato individual e concreto.
- estabelece regras concretas;
- não produz inovações primárias; e
- é reversível pelo Poder Judiciário.
Função Judiciária
Aplicação coativa da lei.
- estabelece regras concretas (julga em concreto);
- não produz inovações primárias;
- função indireta (deve ser provocada); e
- propicia situação de intangibilidade jurídica (coisa julgada).
Teoria da Função Pública (Função Típica)
Todos os Poderes têm necessidade de praticar atos administrativos, ainda que restritos a sua organização
e ao seu funcionamento, aos quais damos o nome de função típica.
Função atípica
Função estranha àquela para o qual o Poder foi criado. Em caráter excepcional admitido pela
Constituição Federal, desempenham funções e praticam atos que seriam de outro Poder. Ex.: função auto-
administrativa dos Poderes Legislativo e Judiciário; função judiciária do Poder Legislativo, quando julga
Presidente, Vice-Presidente da República e Ministros de Estado, nos crimes de responsabilidade (Art. 52, I, da
CRFB); função legislativa do Poder Executivo, quando edita Decretos e Medidas Provisórias (Art. 62, da
CRFB).
Estado bibliografia
DEGRAU CULTURAL. (2007). Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro - Técnico
Administrativo - Noções de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Central de Concursos.
Fernanda Marinela de Souza Santos
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Governo
É a expressão política de comando, iniciativa, de fixação de objetivos do Estado e de manutenção
da ordem jurídica vigente, atuando mediante atos de soberania e autonomia política na condução dos
negócios públicos. Governo é conduta independente que comanda com responsabilidade constitucional e
política, mas sem responsabilidade profissional pela execução.
Governo bibliografia
DEGRAU CULTURAL. (2007). Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro - Técnico
Administrativo - Noções de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Central de Concursos.
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Sanção e coação
Sanção
Todas as regras, seja jurídica, moral ou religiosa, são criadas para serem efetivamente cumpridas. Desta
forma, em todas elas encontramos mecanismos que de certa forma possam garantir o seu cumprimento.
“Sanção é, pois, todo e qualquer processo de garantia daquilo que se
determina em uma regra”. (Miguel Reale).
Desta forma, podemos falar em um sanção jurídica, pré-determinada e organizada pelo Estado como
forma de se garantir o cumprimento da norma jurídica.
A sanção jurídicaé atributo exclusivo do Estado, somente este por organizar e aplicar sanções, as quais
na maioria das vezes se traduzem em penas ou posições jurídicas de desvantagem para o infrator da norma:
Exemplos:
Código Penal, Art. 129 – Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: (NORMA JURÍDICA).
Pena - Detenção, de três meses a um ano (SANÇÃO).
Muitos também admitem a existência de outras de ordenações jurídicas não estatais. Ex.: Direito
Canônico da Igreja Católica – Regras dos Clubes etc. Normas estas que são dotadas de sanção. MAS EM
ÚLTIMA INSTÂNCIA SOMENTE O ESTADO POSSUI O MONOPÓLIO DA SANÇÃO, posto que este pode
anular as sanções aplicadas nestes outros ordenamentos jurídicos.
Coação
O termo coação é empregado em dois diferentes significados: Primeiramente, indica uma violência física
ou psíquica, dirigida a uma pessoa ou grupo de pessoas no sentido de submetê-las a um comando ou vontade.
Neste sentido, produz efeitos no mundo jurídico, conforme verão quando do estudo do Direito Civil, a
coação violenta, influi na formação de atos jurídicos, podendo, quando existente, causar a nulidade dos mesmos.
Em um segundo sentido, o termo coação indica a possibilidade de se aplicar a força para imposição do
direito.
Portanto como ato de violência praticado por qualquer pessoa, se torna um ato ilegal, não amparado pelo
Direito, enquanto quando aplicada pelo Estado para garantir o cumprimento da norma se torna um Instrumento
do Direito.
Analisando o conceito de coação, conseguimos com mais facilidade diferenciar o Direito das demais
ordens normativas, seja a moral ou a religião.
O preceitos morais e religiosos também são dotados de coação, embora esta não seja na maioria das
vezes acompanhada de força e impositividade. A coação nestes casos de dá pelo arrependimento, remorso,
reprovação social, etc. Enquanto que no Direito a coação se dá pelo uso organizado da força pelo Estado.
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Direito objetivo
Por direito objetivo entende-se o conjunto das normas jurídicas que representam a estrutura
de uma determinada comunidade constituída num Estado, ou seja, o ordenamento jurídico , que é
uma trama das normas jurídicas vigentes numa sociedade estatal num determinado momento
histórico.
Direito potestativo
Direito potestativo é um direito que não admite contestações. É o caso, por exemplo, do
direito assegurado ao empregador de despedir um empregado (no contexto do direito do trabalho);
cabe a ele apenas aceitar esta condição; como também num caso de divórcio, uma das partes
aceitando ou não, o divórcio terá desfecho positivo.
É a prerrogativa jurídica de impor a outrem, unilateralmente, a sujeição ao seu exercício.
Como observa Francisco Amaral, o direito potestativo atua na esfera jurídica de outrem, sem que
este tenha algum dever a cumprir.
Não implica, por outro lado, num determinado comportamento de outrem, nem é suscetível de
violação. Segundo o mesmo autor, o direito potestativo (que é extinto pela decadência) não se
confunde com o direito subjetivo (que é extinto pela prescrição), porque a este se contrapõe um
dever, o que não ocorre com aquele, espécie de poder jurídico a que não corresponde um dever, mas
uma sujeição, entendendo-se como tal a necessidade de suportar os efeitos do exercício do direito
potestativo.
Os direitos potestativos podem ser constitutivos, como por exemplo o direito do dono de
prédio encravado (aquele que não tem saída para uma via pública) de exigir que o dono do prédio
dominante lhe permita a passagem.
Direito objetivo e Direito potestativo bibliografia
Wikipédia, a enciclopédia livre. 
AMARAL, Francisco. Direito Civil Brasileiro - Introdução. Rio de Janeiro: Forense, 1991, p.
201.
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Direito subjetivo
O direito subjetivo é a situação jurídica consagrada por uma norma em que o titular tem
direito a um determinado ato, face ao seu destinatário, que por sua vez tem o dever de praticar esse
ato. O direito subjetivo se concretiza em determinados indivíduos que se tornam legitimados para
perseguirem a sua realização.
Em geral, o direito subjetivo consagrado por uma norma de direito fundamental reconduz a
uma relação trilateral entre o titular, o destinatário e o objeto do direito. Um exemplo de direito
subjetivo é o próprio direito à vida, à liberdade, à igualdade.
Assim, tem-se que o direito subjetivo ( direito do sujeito, lato sensu ) é a vantagem conferida
ao sujeito de relação jurídica , em decorrência da incidência da norma jurídica ao fato jurídico.
O dever jurídico, contraposto ao direito subjetivo, será, por conseguinte, a desvantagem a
ser suportada pelo outro sujeito afetado pela incidência da norma no suporte fático.
Logo, direito subjetivo é uma posição jurídica vantajosa assente no direito objetivo.
Direito Subjetivo e Dever Jurídico
O direito subjetivo não é senão uma expressão do dever jurídico , ou, por outras palavras,
um reflexo daquilo que é devido por alguem em virtude de uma regra de direito. [5]
Só há dever jurídico quando há possibilidade de violação da regra social. Dever jurídico é a
conduta exigida. É imposição que pode decorrer diretamente de uma norma de caráter geral, como a
que estabelece a obrigatoriedade do pagamento de impostos, ou, indiretamente, pela ocorrência de
certos fatos jurídicos de diferentes espécies: a prática de um ilícito civil, que gera o dever jurídico de
indenização; um contrato, pelo qual se contraem obrigações; declaração unilateral de vontade, em
que se faz uma determinada promessa. Em todos esses exemplos o dever jurídico deriva, em última
análise, do ordenamento jurídico, que prevê consequências para essa variada forma de comércio
jurídico. Devemos dizer, juntamente com Recaséns Siches, que “o dever jurídico se baseia pura e
exclusivamente na norma vigente”. Consiste na exigência que o direito objetivo faz a determinado
sujeito para que assuma uma conduta em favor de alguém.[6]
Direito Subjetivo Clássico, Direito Subjetivo Vinculado e Direito
Subjetivo Público
Faz-se ainda necessário fazer a distinção entre o direito subjetivo clássico, vinculado e
público. O direito subjetivo clássico é o poder conferido à vontade do titular para atender única e
exclusivamente aos seus interesses, justificando a amplitude concedida no direito clássico à
autonomia privada. Já o direito subjetivo vinculado é aquele em que o titular recebe um poder
jurídico mas, simultaneamente, a lei estabelece para ele um dever jurídico no sentido de como ele
vai exercer esse direito, de modo a conciliar o interesse social com o interesse coletivo privado ,
interesses públicos e interesses difusos. Outrossim, o direito subjetivo público é exercido de
modo a conciliar o interesse individual com a tutela direta do interesse público. Neste caso, o
poder público é cogente para os seus órgãos e indicativo para o titular do direito.[7]
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Jusnaturalismo vs. Juspositivismo
O Jusnaturalismo e o Juspositivismo, correntes do pensamento jurídico, sempre geraram
muitas discussões por defenderem posições diversas, sendo o direito subjetivo uma das discussões
basilares entre essas correntes. Para o jusnaturalistas , o direito subjetivo é anterior ao direito
objetivo , cabendo a este garantir, pela coação, os direitos subjetivos. Em outras palavras, pode-se
dizer que para esta corrente o direito subjetivoindepende do ordenamento jurídico positivo. Já os
juspositivistas , ao contrário, sustentam que os direitos subjetivos são criações do direito
objetivo. [2]
Direito subjetivo vs. Direito objetivo
Na linguagem corrente, o direito objetivo e o direito subjetivo são designados apenas
"direito". Contudo, não se confundem.
O Código Civil brasileiro de 1916 (revogado em 2002) afirmava que “a todo direito
corresponde uma ação, que o assegura”. A evolução do direito processual fez com que esta visão
subsidiária do processo desaparecesse. Mas este dispositivo legal já demonstrava que as pessoas
podiam ser titulares de dois direitos: aquele estabelecido na lei material (“a todo direito”) e o direito de
pleitear sua garantia (“direito de ação”), os quais se juntavam.
Ao poder de ação assegurado pela ordem pública dá-se o nome de direito subjetivo , sendo
a ação parte constitutiva do direito subjetivo , pois é o próprio direito em atitude defensiva. A ação,
então, é o tecido tegumentar que protege a parte nuclear do interesse. Já se percebe, portanto, ser
imprescindível o reconhecimento, pelo direito objetivo, de que determinado interesse deve ser
protegido. [3]
A norm a de direito objetivo tem com uma de suas características ser genérica, isto é, não se
aplica a ninguém em particular, mas apenas àqueles que, socorrendo-se do preceito que ela prevê,
encontram nela guarida à sua pretensão.
O direito se exterioriza sob as formas de direito objetivo e subjetivo . O direito objetivo
traça as normas de conduta que todos devem observar, a fim de que haja ordem e segurança nas
relações sociais. Os que obedecem a essas normas e desenvolvem suas atividades dentro das raias
por elas traçadas, ficam sob a proteção do direito e podem utilizá-lo em seu interesse; o direito torna-
se assim seu direito. Tal poder conferido pelo Direito para a realização de interesses humanos é o
que constitui o direito subjetivo. [4]
Então, o direito subjetivo constitui uma prerrogativa conferida e disciplinada pelo direito
objetivo. Embora distintos quanto à sua natureza específica, o direito objetivo e o direito
subjetivo, contudo, juntam-se, formando uma unidade, que é a do próprio direito, em razão dos fins
que ambos tendem a realizar, quais sejam, a disciplina e o desenvolvimento da convivência, ou da
ordem social, mediante a coexistência harmônica dos poderes de ação que às pessoas, desse modo,
são reconhecidos, conferidos e assegurados.
O Direito como fenômeno social é a necessidade da sociedade, para disciplinar, logo se
modifica de tempos em tempos.
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Teorias do conceito de direito subjetivo
Como em todo o campo do Direito, existirem diversas teorias acerca do conceito de direito
subjetivo.
Basicamente, as 3 correntes mais difundidas sobre a natureza jurídica do direito subjetivo
são:
a) Teoria da vontade (de Savigny e Windscheid): o direito subjetivo é o poder da
vontade reconhecido pela ordem jurídica; 
b) Teoria do interesse (de Ihering): o direito subjetivo é o interesse juridicamente
protegido por meio de uma ação judicial; A teoria de Ihering foi contestada pelo jurista alemão
August Thon que, entre outras críticas, ponderou que o direito subjetivo seria mais a
proteção do interesse do que o interesse protegido.
c) Teoria Mista (de Jellineck, Saleilles e Michoud): define o direito subjetivo como o
poder da vontade recon hecido pela ordem jurídica, tendo por objeto um bem ou interesse.
Suporte fático
A norma jurídica divide-se em duas partes: a primeira, representativa do suporte fático
necessário à sua incidência; e a segunda, indicativa da conseqüência jurídica derivada da ocorrência
do suporte fático por ela mesma exigido. Assim:
 Se “A”, então Cj1; ou, 
 Se “A” + “B”, então Cj2; ou ainda, 
 Se “C” + “D” – “E”, então Cj3. 
 Se (alguém) “agir”, com “culpa”, e causar “dano” a outrem (vítima), então deverá indenizá-lo (o
dano).
O suporte fático (“Tatbestand”), que nos exemplos acima é “A” (primeira norma), “A” + “B”
(segunda), ou “C” + “D” – “E” (terceira), ou “agir” + “culpa” + “dano (decorrente da ação culposa)”
(quarta), é composto de um, ou vários, elementos de fato, que são os fatos do mundo exigidos pela
norma para que ela incida no caso concreto, i.e., para que ela atribua uma conseqüência jurídica aos
elementos de fato ocorridos.
Intuitivo, do que até aqui se explanou, que a inocorrência de um dos elementos de fato
exigidos pela norma impedirá que ela, norma, incida no caso concreto: daí a afirmação de que a
norma jurídica só incidirá diante da concorrência de todos os elementos de fato por ela exigidos (ou
seja, diante da ocorrência do suporte fático nela prescrito).
Assim, analisando-se a norma genérica que abre a clássica teoria da responsabilidade civil
aquiliana, somente a concorrência in concreto da ação culposa (ação + culpa), e do dano dela
decorrente, trará a conseqüência jurídica prevista pelo normativo, qual seja o dever do agente de
indenizar o dano. Logo, de acordo com a teoria tradicional da responsabilidade civil subjetiva, se
ajo sem culpa, ainda que tenha causado um dano à vítima, não terei o dever de indenizar; se ajo com
culpa, mas o dano não pôde ser verificado in concreto, igualmente o dever de reparação não
resultará da hipótese.
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Com a ocorrência do suporte fático, a norma passa a qualificar os elementos de fato não
mais isoladamente, mas em seu conjunto. Em suma, a norma jurídica qualifica o suporte fático
(ocorrido concretamente) como um fato jurídico.
Ocorre que, por força da bilateralidade que sempre envolve o fenômeno jurídico (cujas
considerações não cabem aqui, neste momento específico), o fato jurídico, assim porque qualificado
pela norma jurídica que o rege, sempre irá afetar dois ou mais sujeitos, efetiva ou potencialmente,
conferindo a um deles uma determinada vantagem, contraposta a uma desvantagem que deverá
cogentemente ser suportada pelo outro. Celebrado um contrato de doação (ato jurídico, espécie de
fato jurídico), ter-se-á a concessão de uma vantagem ao donatário, de receber a coisa doada,
contraposta à desvantagem obrigatoriamente suportada pelo doador, de doar a coisa. Num contrato
de venda e compra, ambos os sujeitos ostentam vantagens e desvantagens: o vendedor tem a
vantagem de receber o preço, contraposta à desvantagem, do comprador, de pagá-lo (o preço); este,
por sua vez, terá a vantagem de receber a coisa, contraposta à desvantagem do vendedor de
entregá-la (a coisa). Aliás, no dia-a-dia, é muito mais comum a ocorrência de situações parecidas
com a decorrente da venda e compra (em que há sinalagma, i.e., em que ambos os sujeitos
ostentam vantagens e desvantagens recíprocas), sendo raro que, de um fato jurídico, apenas um
sujeito tenha vantagem e o outro, desvantagem, como no caso da doação.
Direito subjetivo bibliografia
BEVILACQUA, Clóvis. Teoria Geral do Direito Civil. Ed. rev. e atual. por Caio Mário da Silva
Pereira. Rio de Janeiro, Ed. Rio, F. Alves, 1975 GOMES, Orlando. Introdução ao Direito Civil. Rio de
Janeiro: Forense. MIRANDA, Pontes de. Tratado das Ações. Campinas: Bookseller. REALE,
MIGUEL. Lições preliminares de direito. São Paulo: Saraiva, 2003.
1. ↑ CANOTILHO, Gomes. Curso de Direito Constitucional. 22ª ed. revista e atualizada por
Samantha Meyer-Pflug. São Paulo. Malheiros, 2010. 
2. ↑ GOMES, Orlando. Introdução ao Direito Civil. 11ª ed. Rio de Janeiro.Forense, 1995. 
3. ↑ BEVILÁQUA, Clóvis. Código Civil dos Estados Unidos do Brasil comentado, 9ª ed., 1º v.,
São Paulo, 1951, p. 335. 
4. ↑ NÓBREGA, José Floscolo da. Introdução ao Direito, 6ª ed., São Paulo, 1981, p. 143. 
5. ↑ REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito. 3ª ed. Saraiva. 1976. pág. 254 
6. ↑ Luciano Magno de Oliveira 
7. ↑ SANTOS, Rita de Cássia S. M.Direito subjetivo e a função social da propriedade.Revista dos
Mestrandos em Direito Econômico da UFBA, Salvador, n. 4, p. 177, jul./dez. 1993/1995.
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Relação jurídica
Tanto o titular do direito subjetivo, como o sujeito do dever jurídico, vinculam-se em
decorrência da qualificação do fato jurídico pela norma de direito objetivo.
Esse vínculo intersubjetivo (entre sujeitos), decorrente de um determinado fato jurídico
(fato(s) do mundo qualificado(s) pela norma jurídica), e do qual ressaem direitos subjetivos e
deveres jurídicos aos sujeitos vinculados, é o que se denomina relação jurídica.
Introdução à relação jurídica
Historicamente, o ordenamento jurídico baseava-se no enquadramento dos sujeitos titulares
de direitos e obrigações à legislação, como pode ser observado no direito romano.
No entanto, no séc. XIX surgiu na Alemanha a denominada Escola das Pandectas. Tal
Escola baseava-se na interpretação da norma jurídica buscando a finalidade almejada pelo
legislador no momento de tipificação e regulamentação do fato social. Foi por meio desta filosofia que
surgiu o conceito de relação jurídica.
O Código Civil Alemão de 1900 - BGB, passou a incorporar a relação jurídica como frente de
observação do Direito, separando em uma parte geral sua constituição, seus efeitos e suas
vicissitudes, abordando o Direito como mediador social e instrumento do bem comum.
A partir daí, portanto, o Direito passou a ser observado sob o prisma da relação jurídica como
meio de formação de direitos e deveres entre sujeitos.
Conceito de relação jurídica
O conceito de relação jurídica é fundamental na Ciência do Direito. Jhering afirmou que a
relação jurídica está para a Ciência do Direito assim como o alfabeto está para a palavra. F.C.
Savigny, em sua época, século XIX, foi o responsável por firmar de maneira mais clara o conceito de
relação jurídica.
Relação jurídica é uma relação social específica de vínculo intersubjetivo, decorrente da
incidência da norma jurídica sobre o suporte fático (fato jurídico) , gerador de direitos subjetivos
e deveres jurídicos aos sujeitos da relação.
Tal conceito advém da chamada teoria personalista, a qual tem como precursor o jurista
alemão Bernhard Windscheid, entendendo ser esta o vínculo entre dois ou mais sujeitos
estabelecido diante de um objeto.
“Relação jurídica é aquela através da qual juridicamente se vinculam duas pessoas, tendo por
objeto um interesse.” [1]
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Em contraposição, surgem as teorias normativista e objetivista. A primeira é fundada na
ideia de que a relação jurídica consiste na necessidade de determinado comportamento a partir da
existência de um fato que produza efeitos jurídicos, indispensável à concretização de cada relação.
Ou seja, é a relação do sujeito com a norma jurídica, a concretização da relação de fato pelo liame
jurídico da norma. Desta forma, v.e. os contratos veiculam duas relações jurídicas para cada sujeito
envolvido.
Já a teoria objetivista pauta-se na indeterminação do sujeito passivo. A relação jurídica não
envolve somente sujeitos, mas tem caráter genérico para que possa abarcar o liame jurídico entre
pessoas, pessoas e coisas e pessoas e lugares.
Formação da Relação Jurídica
As relações jurídicas se formam pela incidência de normas jurídicas em fatos sociais. Em
sentido amplo, os acontecimentos que instauram, modificam ou extinguem relações jurídicas.
Relações jurídicas fundamentais: decorrem da lei e estabelecem direitos fundamentais. 
Ex: respeitando o direito do outro em sociedade. 
Para existir relação jurídica é preciso a presença de dois requisitos. "Em primeiro lugar uma
relação intersubjetiva, ou seja, um vínculo entre duas ou mais pessoas. Em segundo lugar, que esse
vínculo corresponda a uma hipótese normativa, de tal maneira que derivem consequências
obrigatórias o plano da experiência."[2]
Denomina-se fato propulsor ou fato jurídico o acontecimento concretizador da norma
abstrata formando a relação intersubjetiva.
“A relação jurídica tem como pressuposto um fato que adquire
significação jurídica se a lei o tem como idôneo à produção de
determinados efeitos, estatuídos ou tutelados. Assim todo evento, já um
acontecimento natural, já uma ação humana, converte-se em fato
jurídico, se em condições de exercer essa função. Ao incorporar
significação jurídica, o fato origina uma relação concreta e típica
entre sujeitos determinados ou determináveis.” [3] 
A maioria das situações não trará qualquer dificuldade de encerramento sob a estrutura de
uma relação jurídica. É o que ocorre, por exemplo, quando o fato gerador é um ato jurídico (um
contrato, por exemplo), na qual é possível não só definir facilmente os sujeitos da relação, como o
seu conteúdo (os direitos e deveres dela decorrentes).
Todavia, noutras situações (ex., direito fundamental à vida, ou o direito de propriedade), o
enquadramento em uma estrutura relacional pode apresentar-se mais complicado à primeira vista.
Nesses casos, deve se atentar ao fato de que os sujeitos de uma relação jurídica são, a mais
das vezes, determináveis e não determinados. É o que acontece com os denominados direitos
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absolutos, nos quais a vantagem, conferida a um dos sujeitos, contrapõe-se erga omnes, i.e., a
todos os outros indivíduos da sociedade. Assim, se sou proprietário de uma casa, tenho sobre ela o
domínio, i.e., o direito de propriedade. A vantagem, que me é conferida pelo Direito, é a de usar,
gozar, fruir e dispor da coisa que é minha. A desvantagem, nesse caso, deverá ser suportada por
todos os demais sujeitos: a de não admoestar o proprietário no exercício de seu direito (dever
jurídico de abstenção). Nesse caso, o sujeito passivo da relação jurídica de propriedade compreende
todos os demais sujeitos (sujeito passivo universal), afora o sujeito ativo do direito. O sujeito
passivo, até então indeterminável, só poderá ser determinado no momento em que alguém deixar de
adotar a atitude passiva de abstenção, e admoestar o direito do dono. O mesmo se dá com os
direitos fundamentais, como o direito à vida, que surge desde o momento em que o sujeito se insere
na sociedade regulada pelo ordenamento jurídico (seja pelo nascimento, seja pela naturalização).
O que ocorre com os direitos absolutos é problema de mera determinação do sujeito passivo –
visto que, ao contrário dos direitos relativos, a relação que contém um direito absoluto depende de
evento futuro (a lide) para que seja possível a exata determinação de seus sujeitos integrantes. Mas
isso, evidentemente, não retira a verdade, universalmente aceita aliás, segundo a qual todo direito
subjetivo deriva de relação entre duas ou mais pessoas que se vinculam em relação jurídica, ante a
incidência da norma de Direito Objetivo sobre um fato jurídico por ela previsto abstratamente. E, de
fato, a compreensão exata do conceito de relação jurídica, sob os moldes ora delineados, será
fundamentalà compreensão de outros conceitos jurídicos fundamentais à teoria geral do direito e à
teoria geral do processo como o de lide, pretensão e ação, a que remetemos.
Elementos da relação jurídica
São elementos caracterizadores da relação jurídica:
Sujeitos da relação jurídica: Relação de homem para homem cada qual possui uma
situação jurídica própria, consistente na posição ocupada na relação jurídica como titular de direitos e
deveres. A situação jurídica ativa corresponde à posição de agente portador de direito subjetivo,
enquanto a situação jurídica passiva, a de possuidor de dever jurídico.
a) Sujeito ativo - (evitar o termo credor) é o beneficiário principal da relação. Titular do direito
subjetivo, da vantagem decorrente da relação jurídica;
b) Sujeito passivo - (evitar o termo devedor) titular do dever jurídico, da prestação ou
obrigação principal, ou da desvantagem decorrente da relação jurídica;
Obs.: Esses sujeitos terão obrigações que se dividem em dar, fazer e não fazer.
Todavia, há situações em que o sujeito de direito ainda não existe, v.e. herança jacente.
Predomina a doutrina que aceita a falta provisória de sujeito ou expectativa de direito.
c) fato jurídico gerador (propulsor) ou vínculo de atributividade - decorrente da incidência
da norma jurídica ao suporte fático por ela considerado; liame, reconhecido juridicamente, entre os
sujeitos. Pode ocorrer por meio de lei, ou acordo de vontades, na figura dos contratos. A inexistência
do vínculo acarreta a inexistência da relação jurídica.
d) Objeto ou conteúdo - é o feixe de direitos subjetivos e deveres jurídicos conferidos aos
sujeitos; elemento motriz da relação, é a pessoa, a prestação ou a coisa sobre a qual recai o vínculo
de atributividade. A relação jurídica gira em torno do objeto.
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A despeito da multiplicidade teórica sobre o tema, é possível enquadrar todo e qualquer
direito subjetivo (e o seu correlato dever jurídico) no construto acima.
Classificação da relação jurídica
A relação jurídica pode ser:
a) Simples: veicula somente um direito subjetivo 
b) Complexa: veicula mais de um direito subjetivo, com titulares diversos; 
c) Plúrima: veicula mais de um direito subjetivo, oriundos de um único titular. 
d) Pública ou Privada: dependendo do interesse público ou privado, respectivamente,
acobertado pela relação jurídica. Como espécies das relações privadas tem-se as relações
patrimoniais ou extrapatrimoniais, suscetíveis ou não de apreciação pecuniária. As relações
patrimoniais dizem respeito aos direitos reais e pessoais, enquanto as extrapatrimoniais, à
personalidade e à família. 
e) Absoluta ou Relativa: as relações absolutas tratam de direito de imposição universal,
o qual deve ser respeitado por todos. Já as relativas tratam de direitos cuja eficácia é
circunscrita a determinadas pessoas. 
Relação jurídica bibliografia
1. ↑ VILHENA, Paulo Emílio Ribeiro de. Direito Público e Direito Privado sobre o prisma das
Relações Jurídicas. Ed. Saraiva - São Paulo, 1972 
2. ↑ REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito. 26º ed. Saraiva: São Paulo, 2002. p. 216. 
3. ↑ GOMES, Orlando. Introdução ao Direito Civil.19ª Ed. Forense - São Paulo, 2007. 
PINTO, Carlos Albero da Mota. Teoria Geral do Direito Civil. Coimbra Ed. 2005 
AMARAL,Francisco. Direito Civil. Ed. Renovar. Rio de Janeiro, 2000. 
COSTA, Wille Duarte. Relação Jurídica, conceito e estrutura. Coleção Momentos Jurídicos.
v.4. Ed. Del Rey. São Paulo, 1994 
CARVALHO, Orlando de. Teoria Geral da Relação Jurídica. Coimbra, 1969. 
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Saraiva. São Paulo, 2012. 
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil - parte geral. 6ªed. Atlas. São Paulo, 2006. 
ANDRADE, Manuel de. Teoria Geral da Relação Jurídica. Coimbra, 1998. 
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CCJ0003-INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO-73h.doc 29 de 49
Doutrina jurídica
Doutrina jurídica é o resultado do estudo de pensadores, juristas e filósofos do direito sobre
fenômenos ligados ao relacionamento e à conduta humana e sua aplicação no campo jurídico.
A doutrina tem fundamental importância tanto na elaboração da norma jurídica quanto em
sua interpretação e aplicação pelos tribunais. A doutrina assume papel extremamente relevante para
o direito e é essencial para aclarar pontos, estabelecer novos parâmetros, descobrir caminhos ainda
não pesquisados, apresentar soluções justas, enfim, interpretar as normas, pesquisar os fatos e
propor alternativas, com vistas a auxiliar a construção sempre necessária e constante do Estado de
Direito, com o aperfeiçoamento do sistema jurídico.
Nas palavras de Paulo de Barros Carvalho, professor da Faculdade de Direito do Largo de
São Francisco (localizada na cidade de São Paulo, Brasil), chama-se doutrina ao domínio das lições,
ensinamentos e descrições explicativas do direito posto ou do direito positivo , elaboradas pelos
mestres e pelos juristas especializados.
A doutrina pode também ser tida como fonte do direito, pois constitui-se em ambiente
propício à formação do melhor critério de interpretação, oferecendo às normas jurídicas um fundo
científico e consistente. Nela os juristas obtêm o conhecimento necessário, tendo razão Ribas
Carneiro quando afirma que "uma lei será tão mais perfeita, quanto melhor houver sido a
colaboração dos juristas versados na matéria".
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Faculdade jurídica
Faculdade jurídica é o poder que o sujeito possui de obter, por ato próprio, um resultado
jurídico independentemente de outrem. Exemplos incluem adotar uma criança, desfazer uma
sociedade.
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Fontes do direito
Fontes do direito é a expressão metafórica utilizada para descrever os modos de formação das
normas jurídicas, ou seja, sua entrada no sistema do ordenamento[1]. 
Conceito
O termo fontes do direito permite a enunciação de definições distintas[2]. A própria palavra fonte
remete-nos imediatamente à imagem de aguá jorrando da terra, conforme provém do significado do vocábulo
fons em latim, apontando para a origem de algo, sendo o ponto de partida no caso do direito. No entanto, serve
como resposta a indagações básicas, quais sejam: De onde surge o direito? Onde podemos encontrá-lo? Qual a
materialização de seus enunciados? Dentre outras. A metáfora adquire maior relevância com o movimento de
codificação do direito vivido pelos sistemas europeus, desde o século XIX, já que o direito legislado passa a ter
valor significativo[3].
Como explica Vitor Frederico Kümpel[4], as fontes de direito são as formas de expressão do direito
positivo, sendo caracterizadas como meios de exteriorização e reconhecimento das normas jurídicas. A
expressão fonte do direito ainda pode ser entendida como (i) a origem ou causa do direito ou (ii) repositório de
onde é possível extrair informações e o próprio conhecimento sobre o direito[5].
Nesse sentido, interessante é a construção do argumento de Tercio Sampaio Ferraz Junior[6] a
respeito da diferenciação entre fontes formais e materiais do direito. O autor inicia o tópico fontes do direito
com o seguinte subtítulo: uma teoria a serviço da racionalização do estado liberal, pois se o ordenamento
jurídico é concebido como um sistema, podem sim existir antinomias e lacunas que provêm do problema dos
centrosprodutores de suas normas, bem como de sua unidade e pluralidade. A própria teoria das fontes do
direito implica em reconhecer que o direito não é um dado posto e sim uma construção humana. Dessa forma,
cria-se um problema teórico, já que o reconhecimento do direito como uma construção cultural humana não
exclui seu aspecto formal posto, ou seja, a matéria-prima do direito não se confunde com a própria obra.
Porém, mesmo sendo uma dicotomia presente na doutrina, a distinção entre fontes formais e materiais
faz com que a ideia de ordenamento jurídico como unidade fique ameaçada. A discussão teórica das fontes do
direito também faz nascer problemas de legitimação do próprio direito, de modo que o direito pode ter uma fonte
formalmente reconhecida, como uma lei, mas que não expresse sua fonte material, que seria espúria. Ou seja, a
lei poderia formalizar um desvalor que não correspondesse ao espírito do povo em determinada situação. Este
argumento, de cunho dogmático, faz com que a importância das fontes materiais se esvazie, de certo modo,
visto que serviriam apenas como ferramenta para revelar o direito, cuja fonte autêntica seria a material. Mas,
também poderia ser argumentado que, sem o aspecto formal, nenhum elemento material seria reconhecido
como válido.
Fontes Materiais
De acordo com Dimitri Dimoulis[7], fontes materiais são os fatores que criam o direito, dando
origem aos dispositivos válidos, sendo assim, todas as autoridades, pessoas, grupos e situações que
influenciam a criação do direito em determinada sociedade. Nesse sentido, por fonte material indicam-se as
razões últimas da existência de determinadas normas jurídicas ou mesmo do próprio direito, sendo a busca de
tais causas mais filosófica do que jurídica. A idéia de fonte material liga-se às razões últimas, motivos lógicos
ou morais, que guiaram o legislador, condições lógicas e éticas do fenômeno jurídico que constituem objeto da
sociologia jurídica[8].
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Por esta razão, Dimitri Dimoulis argumenta que a identificação de fontes materiais é controvertida, em
função do conflito que existe entre as teorias funcionalistas e as teorias do conflito social. As teorias
funcionalistas consideram o direito como expressão dos interesses das sociedades e as teorias do conflito socia l
analisam o direito como resultado da contínua luta entre interesses opostos. Por esta razão, o estudo de fontes
materiais do direito, na visão do autor, é objeto da sociologia do direito.
De forma mais ampla, na linha argumentativa de Vitor Kümpel[9] é possível afirmar que as fontes
materiais do direito são todos os fatores que condicionam a formação das normas jurídicas, ou seja, que
implicam o conteúdo das fontes formais, sendo todas as razões humanas que estabeleceram a feitura de uma lei
específica, de um determinado costume ou de um princípio geral de direito, como razões econômicas,
sociológicas, políticas etc. que influenciaram a criação de uma fonte formal. Este argumento demonstra que os
fatores sociais influenciam a ordem jurídica, aspectos importantes, mas menos fundamentais para a ciência do
direito do que aqueles que digam respeito ao processo de produção de normas jurídicas.
Fontes Formais
As fontes formais do direito servem para identificar o modo como o direito se articula com os seus
destinatários, ou seja, como o direito manifesta-se. Segundo Dimitri Dimoulis[10], o termo fontes formais
indica os lugares nos quais se encontram os dispositivos jurídicos e onde os destinatários das normas devem
pesquisar sempre que desejam tomar conhecimento de uma norma em vigor, pois, conforme estabelece o art. 3º
do Decreto Lei nº 4.657 de 1942 – Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro: 
Art. 3º - Ninguém pode esquivar-se da aplicação da norma alegando sua falta de conhecimento.
Cada tipo de ordenamento jurídico possui fontes formais distintas, variando de acordo com a
característica do sistema jurídico de cada sociedade. As fontes formais podem ser objeto de inúmeras
classificações. Como preceitua Vitor Kümpel[11], podem ser classificadas quanto à sua natureza, quanto ao
órgão produtor e quanto ao grau de importância.
Fontes formais próprias e impróprias quanto à sua natureza
Quando se fala de classificação segundo sua natureza, as fontes de direito podem ser diretas (próprias
ou puras) e indiretas (impróprias e impuras).
As fontes diretas próprias ou puras, ou imediatas são aquelas cuja natureza jurídica é exclusiva de
fonte, como lei, costumes e princípios gerais de direito, tendo como única finalidade servir como modo de
produção do direito, incidindo qualquer dos três nas situações da vida para a concretização do justo.
Como fontes próprias pode-se citar as leis no sentido amplo ou material e as leis no sentido estrito ou
formal como: constituição, emendas constitucionais, tratados internacionais, medida provisória, decreto
legislativo, resolução, portaria, súmula vinculante, lei ordinária, lei complementar e lei delegada.
Por lei, entende-se o preceito jurídico escrito, emanado do legislador e dotado de caráter geral e
obrigatório. É, portanto, toda norma geral de conduta, que disciplina as relações de fato incidentes no Direito,
cuja observância é imposta pelo poder estatal. Em tese a lei constitui a vontade do povo, sendo elaborada por
legisladores eleitos pelo mesmo.
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Quanto à aplicação da lei, devem seguir uma “hierarquia”, sendo a Constituição Federal a lei maior, as
leis complementares e ordinárias abaixo, os decretos, portarias e demais atos administrativos por último. Sendo
assim, as leis de menor grau devem obedecer às de maior grau. Contudo, o grau que se fala aqui se refere ao
procedimento para criação e modificação da norma, com exigência de quorum mínimo ou votação das duas
casas do congresso nacional, por exemplo. Quanto maior a exigência, maior o grau.
Já fontes indiretas, impróprias ou impuras são aquelas que assumem a função de fontes de direito por
excepcionalidade, como a doutrina, a jurisprudência e os costumes. No entanto, tal característica não exclui sua
finalidade de servir como método de interpretação legal.
Dimitri Dimoulis, ao tratar da jurisprudência, aponta a necessidade de distinção entre uma decisão
isolada e a jurisprudência assentada.
Em relação à doutrina especificamente, entende-se que é o conjunto da
produção intelectual de juristas que se empenham no conhecimento
teórico do direito. No entanto, a produção de cada doutrinador pode
servir a uma finalidade distinta, resultando em classificá-la como
opiniões pessoais sobre a interpretação do direito em vigor[12].
Por costume, entende-se uma norma aceita como obrigatória pela consciência do povo, sem que o Poder
Público a tenha estabelecido, pois constitui uma imposição da sociedade. O direito costumeiro possui dois
requisitos: subjetivo e objetivo. O primeiro corresponde ao opinio necessitatis, a crença na obrigatoriedade, isto
é, a crença que, em caso de descumprimento, incide sanção. O segundo corresponde à “diuturnidade”, isto é, a
simples constância do ato.
Com relação à analogia, é possível afirmar que a sua utilização ocorre com a finalidade de integração da
lei, ou seja, a aplicação de dispositivos legais relativos a casos análogos, ante a ausência de normas que regulem
o caso concretamente apresentado à apreciação jurisdicional, a que se denomina anomia.
Fontes formais estatais e não-estatais quanto ao órgão produtor
As fontes formais podem ainda ser classificadas como estatais e não estatais. Aquelas, como o próprio

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