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RESUMO OBRIGAÇÕES

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ESQUEMATIZAÇÃO DE ESTUDOS PARA A PROVA DE OBRIGAÇÕES. 
 
1. Modalidades obrigacionais 
O CC disciplina 6 (seis) modalidades obrigacionais diferentes: 
1. Obrigação de dar = é toda a relação que envolve a transferência (ou transmissão) da 
propriedade, da posse ou de um direito real de uma coisa. Exemplos de obrigação de 
dar: contrato de compra e venda (transferência da propriedade), locação (transferência da 
posse), constituição de hipoteca (constituição de direito real) etc. 
A obrigação de dar é um gênero obrigacional que envolve as principais modalidades 
obrigacionais que se enquadram nesse tipo de mecanismo obrigacional. 
O CC separa em 2 (duas) espécies as obrigações de dar: 
1.1. Obrigação de dar coisa certa = esta relacionada ao interesse do credor. P. ex., se eu 
quero comprar um livro, eu quero algo específico, aquele livro. Na obrigação de dar coisa 
certa o interesse do credor foi plenamente definido, enquanto na obrigação de dar coisa 
incerta o interesse do credor foi minimamente definido. Aqui é quando sei exatamente 
qual é a coisa envolvida, é aquela coisa determinada precisamente pelo credor. 
1.2. Obrigação de dar coisa incerta= aqui tenho uma especificação mínima de interesse, 
mínima = gênero e quantidade. Assim quando tenho apenas o gênero e a quantidade, 
terei uma obrigação de dar coisa incerta. Um exemplo é na compra de um determinado 
rebanho. Quando escolho uma cabeça, um exemplar específico daquele rebanho, eu tenho 
uma coisa certa. Mas se eu escolho qualquer exemplar do rebanho, tenho especificado 
apenas o gênero, que é o rebanho, e a quantidade que eu quis, ou seja, um só. Nesse caso, 
necessariamente dentro do gênero preciso escolher um representante que compõe esse 
gênero. E aqui esta a grande questão da obrigação de dar coisa incerta: 
A obrigação de dar coisa incerta exige um ato de escolha, realizado, via de regra, 
pelo devedor (concentração obrigacional). 
Agora veja que dentro de um gênero existem vários exemplares, melhores e piores. A lei 
então estabelece o seguinte: "Você até pode escolher o que quiser, mas existe um critério". 
O devedor não pode ser obrigado a entregar o melhor e também não pode 
pretender entregar o pior. O ato de escolha não é totalmente discricionário, ele tem um 
critério mediano, ou seja, nem pior, nem melhor. 
 
Assim, quando nos depararmos com um problema em que uma pessoa escolheu 
determinada coisa, essa escolha será válida se não chegou-se aos extremos. Se for uma 
escolha razoável, mediana, a escolha então é perfeita. 
Atenção! 
Toda obrigação de dar coisa incerta deve ser cumprida de forma certa, cabendo ao 
devedor escolher os bens que compõem o gênero. Ela exige um ato de escolha 
realizado, via de regra pelo devedor (concentração obrigacional). 
O CC ao tratar da escolha não permite que o devedor selecione o pior, porém, ele 
também não será obrigado a entregar o melhor. 
2. Obrigação de fazer ou obrigação de não fazer = é um ato praticado, via de regra, 
pelo devedor. Um simples ato ou conduta que é de interesse das partes e por isso surge a 
relação entre elas. 
O detalhe das obrigações de fazer é que essa conduta, que é a prestação, via de regra, deve 
ser realizada pelo devedor. Mas será que ela deve ser realizada pelo devedor ou pode ser 
realizada por um terceiro? 
Por isso, quando se fala nas obrigações de fazer nós também temos uma classificação. 
As obrigações de fazer se dividem em: 
2.1. Obrigações de fazer fungíveis e de fazer infungíveis 
Fungíveis = as obrigações fungíveis podem ser realizadas pelo devedor ou por um 
terceiro. 
Infungíveis = já as obrigações infungíveis só podem ser realizadas apenas pelo devedor, 
só ele pode praticar. Por isso é que as obrigações de fazer infungíveis também são 
chamadas de obrigações personalíssimas ou também conhecidas como intuito 
personae. 
Importante! 
A regra no Direito Civil Brasileiro é que a obrigação de fazer seja fungível. O CC adota em 
seu art. 304, a regra da fungibilidade, que é a obrigação ser realizada pelo devedor ou por 
um terceiro. 
 
3. Obrigações alternativas ou disjuntivas 
Nessa modalidade obrigacional eu tenho uma pluralidade de prestações. Um exemplo 
típico é o do seguro de veículo. Se eventualmente ocorrer um sinistro regular, a 
seguradora terá geralmente duas opções: consertar o veículo ou indenizar pagando o valor 
que foi fixado no prêmio. Uma coisa ou outra, fazer o conserto ou dar o dinheiro (dar a 
indenização). 
Nesse caso, embora o contrato tenha previsão de duas prestações, cabe ao devedor 
(seguradora) cumprir uma delas. E é aqui que esta o detalhe das obrigações alternativas: 
embora exista mais de uma prestação eu somente vou cumprir uma delas. 
Importante! 
Nas obrigações alternativas o devedor pode escolher qual das prestações deseja cumprir, 
embora exista mais de uma. Esse é o ponto central, o devedor seleciona qual das 
prestações ele vai cumprir. 
Veja que se eu tenho um contrato de empreitada eu tenho apenas uma prestação, qual seja, 
fazer a obra. Posso também ter um contrato de empreitada e de entrega de materiais, 
quando então terei duas prestações, porém prestações cumulativas. 
Atenção! 
Nas obrigações de dar coisa incerta, que já mencionamos, dissemos que também existe 
uma escolha, e que também como regra quem fazia era o devedor. Mas então qual é a 
diferença da escolha nas obrigações alternativas para a escolha nas obrigações de dar 
coisa incerta? 
Existe muita diferença! 
Enquanto nas obrigações de dar coisa incerta nós estamos escolhendo coisas, ou seja, era 
um gênero de coisas - lembra que era um rebanho, pode ser uma safra.) - e dentro desse 
gênero de coisas eu seleciono uma. 
Já nas obrigações alternativas nós não estamos escolhendo coisas, mas sim a prestação em 
si. 
 
 
Importante! 
Nas obrigações de dar coisa incerta a escolha recai sobre as coisas em si. Já, nas obrigações 
alternativas, a escolha recai sobre a própria prestação, o tipo de prestação se será 
cumprida. Quando for escolhida a obrigação passa a ter apenas uma única prestação. 
Observe que nas obrigações de dar coisa incerta existe um critério (nem melhor, nem 
pior), e nas obrigações alternativas não há nenhum critério, pois são prestações 
totalmente diferentes, e é possível escolher qualquer uma delas porque o interesse do 
credor recai sobre qualquer uma delas). 
4. Obrigações divisíveis ou indivisíveis = as obrigações divisíveis são aquelas que 
autorizam o fracionamento da prestação. Portanto, posso dividir a prestação da forma que 
for mais conveniente. 
Vamos então relembrar um conceito bem básico: o que gera a relação obrigacional? 
Qualquer relacionamento em que duas pessoas se unem em torno de um interesse é 
direito obrigacional. Por exemplo, a obrigação de prestar alimentos (pagar prestação 
alimentícia), o contrato, a obrigação tributária (pagar imposto, taxa etc). Assim é o 
interesse que move o surgimento da relação obrigacional. Se não há interesse, não há 
obrigação. 
Mas esse interresse, num primeiro momento, vai ser cumprido de forma fracionada ou de 
forma integral? 
De forma integral. Assim as obrigações, como regra, sempre serão indivisíveis. Atende-se 
ao interesse do credor automaticamente. 
Veja que é possível fracionar, mas o importante é saber que a regra é a indivisibilidade, 
salvo se as partes convencionaram, se lei autorizar e um monte de outras situações. 
Atenção! 
Todas as obrigações quando convertidas em perdas e danos passam a ser divisíveis 
(a lei diz que ela é indivisível). 
5. Obrigações solidárias = Existem dois tipos de solidariedade: ativa (que é de crédito) e 
passiva. A solidariedade ativa na prática é apenas uma curiosidade,pois ela não existe 
praticamente, enquanto a solidariedade passiva é a mais importante. Ela é tratada no CC 
nos arts. 275 a 285, que são artigos super importantes! (estudar 267 a 274 CC - ativa). 
 
Vejamos as principais características das obrigações solidárias, mais cobradas em 
exames: 
1. A solidariedade não se presume, resulta da lei ou de convenção entre as partes; 
2. A solidariedade não se transmite aos herdeiros, por tratar-se de uma condição 
personalíssima dos sujeitos, ou seja, somente aquela pessoa que se colocou naquela 
posição é devedor solidário, o herdeiro não é; 
3. Como regra, a solidariedade é mantida mesmo quando a obrigação se converte em 
perdas e danos. 
4. O CC permite tanto a remissão total ou parcial da solidariedade. 
Cessão de Crédito: 
Cessão de crédito é o negócio jurídico onde o credor de uma obrigação, chamado cedente, 
transfere a um terceiro, chamado cessionário, sua posição ativa na relação obrigacional, 
independentemente da autorização do devedor, que se chama cedido. 
Tal transferência pode ser onerosa ou gratuita, ou seja, o terceiro pode comprar o crédito 
ou simplesmente ganhá-lo (= doação) do cedente. 
Como já disse, a cessão é a venda do crédito, afinal o cedido continua devendo a mesma 
coisa, só muda o seu credor. O cessionário ( = novo credor) perante o cedido/devedor fica 
na mesma posição do cedente ( = credor velho). A cessão dispensa a anuência do devedor 
que não pode impedi-la, salvo se o devedor se antecipar e pagar logo sua dívida ao credor 
primitivo. Todavia, o cedido ( = devedor) deve ser notificado da cessão, não para autorizá-
la, mas para pagar ao cessionário ( = novo credor, 290). 
A cessão de crédito pode ocorrer por alienação onerosa ou gratuita. Quando for a título 
oneroso, o ato é acompanhado por um ganho certo em favor do cessionário (o terceiro). 
Sendo a título gratuito, não existe ganho, pois os sujeitos agem desinteressadamente, por 
caridade, amizade, dever familiar. A mais comum é a transmissão onerosa. 
Trata-se de negócio jurídico bilateral, gratuito ou oneroso, pelo qual o credor de uma 
obrigação (cedente) transfere, no todo ou em parte, a terceiro (cessionário), 
independentemente do consentimento do devedor (cedido), seus direitos na relação 
obrigacional, com todos os acessórios e garantias, salvo disposição em contrário, sem que 
se opere a extinção do vínculo obrigacional. É um contrato em que o cedenet transmite seu 
direito de crédito, no todo ou em parte, ao cessionário, que o adquire assumindo a sua 
titularidade. 
O cedido (devedor) não intervém no negócio jurídico,, pois sua anuência é dispensável. 
Basta que seja comunicada a cessão, para que se saiba quem é o legítimo titular do crédito 
para que possa efetuar adequadamente o pagamento no momento oportuno. O cedente ou 
o cessionário deverão comunicar o cedido. 
Modalidades de cessão de crédito 
Gratuita ou onerosa: poderá ou não haver uma contraprestação do cessionário 
Total ou parcial: Se total, o cedente transferirá todo o crédito. Se parcial, o cedente 
permanece como titutlar, ainda que de parte da relação obrigacional. 
Convencional, legal ou judicial: a convencional é a que decorre da livre e espontânea 
declaração de vontade manifestada entre cedente e cessionário. A legal resulta da lei, 
independentemente de qualquer declaração de vontade, determinando a mesma a 
substituição do credor (sub-rogações legais: art 346). O sub-rogado adquire os direitos do 
credor original. A judicial advém de decisão que supra a declaração de vontade do 
devedor. Exemplo: sentença que supra a declaração de vontade em determinada cessão de 
crédito em face de quem se encontrava obrigado a manifestá-la, mas recusou-se. 
Pro soluto ou pro solvendo: cessão pro soluto é aquela em que há quitação plena do 
débito do cedente para com o cessionário, operando-se a transferência do crédito com a 
exoneração do cedente. O cedente transfere seu crédito com a intenção de extinguir 
imediatamente uma obrigação preexistente. A cessão pro solvendo é a transferência de um 
direito de crédito, feita com o intuito de extinguir uma obrigação, o que não acontecerá de 
imediato, mas apenas na medida em que o crédito cedido for definitivamente solvido. 
 
Daqueles a Quem se Deve Pagar: 
Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob 
pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito. 
 
Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois 
que não era credor. 
Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o 
devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu. 
Art. 311. Considera-se autorizado a receber o pagamento o portador da quitação, salvo se 
as circunstâncias contrariarem a presunção daí resultante. 
Art. 312. Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o 
crédito, ou da impugnação a ele oposta por terceiros, o pagamento não valerá contra estes, 
que poderão constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe ressalvado o regresso 
contra o credor. 
 
MODALIDADES ALTERNATIVAS DE PAGAMENTO INDIRETO 
Quando estamos falando de pagamento devemos lembrar que toda relação obrigacional é 
transitória, ou seja, ela nasce para que a prestação seja cumprida e logo acaba. 
 
O pagamento então nada mais é que o cumprimento regular da prestação. Cumpriu 
regularmente a prestação, a obrigação se extingue e nada mais interessa. 
Daí vem a discussão: e se não der para pagar de forma regular ou de forma natural? 
Então nós vamos ter que "apelar" e vamos utilizar de outras formas, que são justamente as 
formas alternativas. Essas formas alternativas é que geram inúmeras perguntas e dúvidas. 
Existem diversas formas e cada uma delas é utilizada em uma situação específica. Você 
precisa lembrar do nome e onde ela vai ser aplicada. Para cada hipótese existe um artigo 
no CC que define a sua aplicação. Por isso, é importante ler todos os artigos, pois eles são 
esclarecedores. 
Ler todos os artigos!!! Importante!!! 
1. Consignação em pagamento (art. 335 CC) 
O art. 335 CC traz as situações da consignação, é uma das hipóteses mais cobradas em 
Direito Civil e também em Processo Civil. A consignação é utilizada quando o credor cria 
um obstáculo, o sujeito quer pagar mas não consegue, aí ele deve então consignar. Uma 
dificuldade para o pagamento da dívida, sempre que há um obstáculo para o devedor, por 
isso trata-se de um pagamento "forçado". 
2. Subrogação (art. 346 CC) 
Subrogar significa transferir. Vou passar o pagamento a uma outra pessoa e ela vai pagar 
no meu lugar. Um exemplo típico de subrogação é o fiador, ele subroga. É um sujeito que 
acaba assumindo esta posição do devedor, muito embora não seja devedor, e uma vez que 
ele efetua o pagamento, depois ele pode cobrar do outro. 
Veja que há a substituição do sujeito. Exemplos clássicos: fiador, avalista. É um sujeito que 
acaba assumindo a posição de devedor. 
3. Imputação ao pagamento (art. 352 CC) 
Imputação ao pagamento significa indicar o pagamento, escolher o que vai pagar. O que 
existe de importante dentro da ideia de imputação ao pagamento é que eu tenho dois 
sujeitos, um credor e um devedor e entre esses sujeitos existem diversas relações 
obrigacionais. Um exemplo comum, é o do correntista de banco com a instituição 
financeira. Esse cliente tem cartão de crédito, cheque especial, financiamento etc, cada um 
em um contrato, ou seja, cada um uma relação obrigacional. A lei então faculta ao devedor, 
estando tudo vencido, poder escolher o que ele quer pagar. A lei então abre um espaço ao 
devedor, dentrevárias dívidas a pagar, para que escolha o que ele quer pagar primeiro. 
Obviamente, se ele não pagar o remanescente ele sofrerá penalidades como sanções 
obrigacionais, juros, etc. 
4. Dação em pagamento (art. 356 CC) 
A dação em pagamento é dar uma outra coisa em substituição, ocorre quando o credor 
aceita um outro objeto como pagamento, ocasionando uma substituição do objeto da 
prestação. Aqui é necessária a anuência do credor. 
5. Novação de dívida (art. 360 CC) 
Lembre-se de "nova obrigação", ou seja, crio uma nova relação obrigacional, que nasce 
com um propósito específico de extinguir uma dívida que já existia, assim a dívida anterior 
desaparece porque surge uma nova. Um exemplo típico na prática é o refinanciamento, 
quando se faz um refinanciamento se esta novando a dívida. 
Importante! 
A novação exige o chamado animus novandi, que é uma vontade qualificada para novar 
a dívida (novar = criar). 
6. Compensação (art. 368) 
Na compensação existem créditos e débitos recíprocos. O sujeito é devedor de uma coisa e 
devedor de outra. As dívidas então podem ser compensadas. Trata-se de um tema muito 
importante no Direito Tributário, sendo a base do Direito Civil. 
Na compensação credor e devedor possuem créditos e débitos recíprocos. 
7. Confusão (art. 381 CC) 
Na confusão o mesmo sujeito é credor e devedor, ao mesmo tempo, de uma mesma dívida, 
de uma mesma relação obrigacional. Importante entender que uma dívida nunca nasce 
confusa, ela se torna confusa. Os problemas sempre vão versar sobre alguém que tem 
uma dívida, depois esse alguém tem algum problema, e o credor passou a ser devedor, ou 
vice-versa. 
O caso típico é o da incorporação societária, p. ex., uma sociedade é incorporada e existia 
uma dívida entre essas sociedades, nesse caso, existindo uma dívida entre essas 
sociedades, mas elas por se confundirem, se extinguem (desaparecem). 
Foi o caso que existia entre Santander e Banespa, e recentemente entre o Itaú e o 
Unibanco. Quando o Unibanco passou a pertencer ao mesmo grupo, as dívidas existentes 
entre essas instituições automaticamente se extinguiram, pois afinal você não pode cobrar 
de você mesmo! 
P. ex., no caso de uma incorporação, uma empresa assume dívidas da outra. 
8. Remissão de dívida (art. 385) 
A remissão significa o perdão obrigacional, ou seja, quando o credor perde o interesse, o 
credor perde o interesse no cumprimento da dívida, não quer mais que ela seja cumprida. 
Importante! 
A remissão é sempre um ato bilateral, ou seja, o devedor então precisa aceitar. Dessa 
forma, o credor poder querer perdoar, mas o devedor precisa aceitar. Se ele não aceitar, 
não é possível remitir a dívida. 
 
Cláusula Penal 
Também chamada de PENA CONVENCIONAL, a Cláusula penal é um pacto acessório, 
portanto inserta no contrato, através da qual se estipulam penas ou multas contra a parte 
que retardou ou deixou de cumprir a obrigação a que se comprometeu. 
É, assim, cláusula imposta para a segurança e garantia da execução ou cumprimento de 
uma obrigação principal, ajustada no contrato. É tida como meio coercitivo para que o 
devedor tenha interesse em cumprir a obrigação. 
A cláusula penal pode referir-se à inexecução completa ou incompleta ou simplesmente à 
mora e, geralmente, é recíproca, visando garantir ambas as partes. 
Em regra, prevalece o princípio da liberdade de contratar para as partes, ou seja, podem 
estipular valores e o objeto da pena, seja dinheiro, coisas, fatos ou abstenções. 
Mas essa liberdade sofre algumas restrições quando a penalidade for excessiva ou exceder 
o valor da obrigação principal ou quando o devedor tiver cumprido parcialmente a 
obrigação. 
Arras 
Garantia, em dinheiro ou bens móveis, dada por um dos contratantes com a finalidade de 
firmar a presunção de acordo final e tornar obrigatório o contrato. 
É, portanto, pacto acessório que depende da existência de um contrato principal e tem 
como função assegurar a execução da obrigação neste convencionada. 
Na execução do contrato, as arras devem ser restituídas ou computadas como parte da 
prestação devida. 
Porém, mediante cláusula expressa, pode-se estipular DIREITO DE ARREPENDIMENTO, 
perdendo o sinal dado quem deu arras e não executou o contrato e, se tal inexecução partir 
de quem a recebeu, poderá o outro pedir sua devolução em dobro.

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