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RESUMO de Direito internacional público B2

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RESUMO 
DE 
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
B2
Condição Jurídica do Estrangeiro
Conceito de Nacionalidade: É o vínculo jurídico político que une uma determinada pessoa a um Estado. São dois os critérios para se atribuir a nacionalidade: 
Nacionalidade Originária (1.º Grau): É aquela que o indivíduo vê ser atribuída à si ao nascer. Pode ser atribuído de duas formas: Jus Soli, critério territorial, e Jus Sanguinis, critério da filiação (art. 12 da CF/88).
Jus Soli: critério adotado pelo Brasil, ainda que mitigado, onde todos os que nascem em território brasileiro, mesmo que de pais estrangeiros, serão brasileiros natos (art. 12, I, “a” da CF, primeira parte). 
Exceção 1: se um dos pais “estrangeiros” da pessoa que nasceu no Brasil estava aqui a serviço de país estrangeiro, então a pessoa não será considerada brasileira nata (art. 12, I, “a” da CF, segunda parte). 
Exceção 2: o filho de pais brasileiros que nasce no estrangeiro também pode ser brasileiro nato, caso um dos pais esteja à serviço do Brasil, seja serviço diplomático, consular ou público (art. 12, I, “b” da CF).
Jus Sanguinis: por este critério, uma nacionalidade pode ser reconhecida a um indivíduo de acordo com sua ascendência, independentemente do local de nascimento. Ou seja, prevalece o critério de sangue. Hipóteses: art. 12, I, “b” e art. 12, I, “c” da CF.
Cargos Privativos de Brasileiro Nato (art. 12, § 3.º da CF):
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas;
VII - de Ministro de Estado da Defesa.
b) Nacionalidade Adquirida (2.º Grau): é aquela que exige ato de vontade de indivíduo. No Brasil ocorre por meio da naturalização (art. 12, II, “a” e “b” da CF).
OBS.: art. 12, § 2.º da CF - a lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos na Constituição. 
Perda da Nacionalidade Brasileira
 Hipóteses:
Naturalizado (art. 12, § 4.º, I): tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional (por ex., tráfico ilícito de entorpecentes), por meio de Ação de Cancelamento de Naturalização, proposta pelo MPF. 
Nato (art. 12, § 4.º, II, “a” e “b”): ao adquirir outra nacionalidade voluntariamente (naturalização) = a perda não é automática, mas por procedimento a ser instaurado no Ministério da Justiça. Exceções: brasileiro que teve reconhecida outra nacionalidade por Estado estrangeiro, originariamente, pelo jus sanguinis (“dupla nacionalidade”), onde permanecerá com ambas; ou nos casos de imposição de naturalização pelo Estado estrangeiro ao brasileiro residente, apenas como condição de permanência ou para exercício de direitos civis. 
Reaquisição da Nacionalidade Brasileira
O brasileiro nato que perdeu a nacionalidade brasileira pode readquiri-la, ao amparo da Lei n.º 818/49, que regula a aquisição, perda e reaquisição da nacionalidade, e a perda dos direitos políticos: faz-se um requerimento ao Ministério da Justiça por Decreto do Presidente da República. 
O naturalizado que perde sua nacionalidade brasileira, por sua vez, só a readquire por meio de Ação Rescisória, e nunca por uma nova naturalização.
Apátrida: é o indivíduo que não é titular de qualquer nacionalidade, ou seja, é uma pessoa que não é considerada nacional por qualquer Estado.
Esta condição ocorre, por exemplo, quando um Estado deixa de existir e não é substituído por outro, ou quando o Estado ocupante não reconhece determinado grupo de pessoas como seus nacionais. Podem ser apátridas, também, os indivíduos nascidos em Estados em que vigora o jus sanguinis e cujos pais são nacionais de países que só reconhecem o jus soli. Outras pessoas podem tornar-se apátridas ainda se submetidas à pena de banimento.
A partir de 1936, os judeus passaram a ser reconhecidos como apátridas em decorrência ao Nazismo. 
Formas de Exclusão do Estrangeiro do Território Nacional: todas as formas de exclusão do estrangeiro pressupõem a sua entrada efetiva no território nacional, pois não podem ser confundidas com o impedimento à sua entrada no País (art. 26 da Lei 6.815/80). No caso de impedimento à entrada, o estrangeiro não ultrapassa a fronteira, o porto ou o aeroporto. 
Formas de Exclusão do Estrangeiro do Território Nacional:
Deportação (art. 57 e ss. EE): retirada compulsória do estrangeiro do território nacional que ingressou ou permanece no país de forma irregular. A deportação sempre se refere à entrada ilegal no país ou à entrada que é legal mas, depois, perde a condição de legalidade. Não é crime, é procedimento administrativo. Nada lhe impede de retornar, desde que o faça de forma regular. É sempre individual e realizada pelo departamento da Polícia Federal.
Deportação (exemplo): quando é concedido algum tipo de visto ao estrangeiro e ele, irregularmente, descumpre os limites que lhe foram fixados para permanecer no País será cabível a deportação. Será deportado, por ex., o estrangeiro com visto de turista (que veda o exercício de atividade remunerada) que exerce, no país, qualquer tipo de atividade remunerada: sua entrada, apesar de regular, tornou-se “irregular” com o exercício da mesma.
Expulsão (art. 65 e ss. EE): retirada compulsória do estrangeiro que entrou legalmente, mas cometeu atos atentatórios à soberania nacional, à moral e aos bons costumes. É medida administrativa (não pode ser praticado por agentes federais), de caráter repressivo, mas depende de decreto do Presidente da República. O estrangeiro tem que ter sido condenado por sentença transitada em julgado, só podendo deixar o país depois de cumprir todos os anos da pena, ou ser beneficiado com o livramento condicional. Nessa esteira, é encaminhado um parecer conclusivo ao Ministro da Justiça, que decidirá sobre a expulsão. 
Expulsão (continuação): não existe deportação nem expulsão de nacionais. A CF/88 acabou com o “banimento” (expulsão de um nacional); também não existe mais o “desterro” (deslocar uma pessoa dentro do próprio território nacional, sem que esta possa sair desse local). 
Oportuno anotar que estrangeiro expulso não pode voltar ao país que o expulsou, pois comete o crime do art. 338 do Código Penal:
“Art. 338. Reingressar no território nacional o estrangeiro que dele foi expulso: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, sem prejuízo de nova expulsão após o cumprimento da pena”.
Extradição (art. 76 e ss.): é um ato de  cooperação internacional que consiste na entrega de uma pessoa, acusada ou condenada por um ou mais crimes, ao país que a reclama. Pode ser classificada a partir de dois pontos de vista distintos:
Extradição Ativa, quando o Governo Brasileiro requer a extradição de um foragido da Justiça brasileira a outro país (Decreto Lei n.º 394 de 28 de abril de 1938), e
**Extradição Passiva, quando um determinado país solicita a extradição de um indivíduo foragido que se encontra em território brasileiro. 
1ª. Administrativa: A extradição é requerida via Ministério das Relações Exteriores e Ministério da Justiça. Este, se verificar a admissibilidade do pedido, o encaminhará ao STF. 
2ª. Judiciária: O STF verifica se estão presentes os requisitos de admissibilidade da extradição, havendo a presença dos mesmos, ele autoriza a extradição (Art. 102, inciso I ,CF/88).
3ª. Administrativa: O STF notifica o Ministério da Justiça, que notificará o Presidente da República. Se não houver Tratado prevendo a extradição, ele pode não extraditar se assim achar conveniente. A decisão do STF, em tese, não obriga o Presidente da República. Se houver Tratado, ele deverá fazê-lo. Se o STF negar a extradição, é o Poder Executivo que comunica o país requerente. 
OBS.: o pedido de Extradição não se limita aos países com os quais o Brasil possui tratado. Ele poderá ser requerido por qualquer país e para qualquer país. Quando não houver tratado, o pedido será instruído com osdocumentos previstos no Estatuto do Estrangeiro.
OBS.: Brasileiro nato não pode ser extraditado. Já o naturalizado pode ser quando: 1./ praticar crime comum ANTES da naturalização, ou 2./ por prática comprovada de tráfico internacional de entorpecentes (v. Art. 5.º, inciso LI ). 
OBS.: Súmula 421 do STF: “não impede a extradição a circunstância de ser o extraditado casado com brasileira ou ter filho brasileiro”.
ATENÇÃO! 
Em 2016 o STF decidiu que brasileiro, ainda que “nato”, pode perder a nacionalidade brasileira e até ser extraditado desde que venha a optar, voluntariamente, por nacionalidade estrangeira. 
A decisão inédita foi tomada em 19/04/2016 pela 1.ª Turma do STF.
Para uma extradição, deve haver processo penal em andamento e dupla tipicidade: por ex., na Holanda não é considerado crime “a pessoa que adquire maconha para usar em lugares determinados”. Já no Brasil esta prática ainda é criminosa. Nesse sentido, se um estrangeiro comete este crime no Brasil, mas refugia-se na Holanda, o Estado Brasileiro não conseguirá requerer a extradição deste individuo, uma vez que na Holanda esta prática não é criminosa. 
Outro ponto importe refere-se às cláusulas limitadoras. As cláusulas limitadoras são pré-requisitos para que o Brasil extradite o estrangeiro ao Estado soberano que o requer. O intuito foi de assegurar o mínimo de direitos humanos e fundamentais ao cidadão que será extraditado. Elas estão previstas no Estatuto do Estrangeiro, no Art. 91.
Asilo Político (Art. 4.º, X CF/88): instituição jurídica segundo a qual uma pessoa perseguida por suas opiniões políticas, raça ou convicção religiosa no seu país de origem pode ser protegida por outra autoridade soberana. No Brasil, a concessão de Asilo Político é uma prerrogativa do Executivo (competência do Presidente da República), por meio do Ministério da Justiça. Em 2013, Edward Snowden, analista de sistemas que revelou detalhes dos programas de vigilância do governo dos EUA, através dos jornais The Guardian e The Washington Post, quis obter asilo político do governo brasileiro (que foi defendido pelo Senado Federal na época), e de mais 21 países. Em agosto de 2013, Edward Snowden entrou em território russo, após receber documentação do Serviço de Migração. Em 18 de janeiro de 2017, a Rússia estendeu o asilo à ele por mais 02 anos.
VISTO
Visto é documento concedido pelas embaixadas e consulados brasileiros no exterior que autoriza o ingresso e a estada de estrangeiros no Território Nacional (Brasil), desde que satisfeitas as condições previstas na legislação de imigração vigente.
O visto configura mera expectativa de direito, vez que o ingresso ou a estada do estrangeiro no Brasil pode ser vetada pelas autoridades competentes. A concessão de visto é ato de competência do Ministério das Relações Exteriores (Decreto n.º 86.715/81, art. 1.º, § 2.º).
Tipos de visto
Trânsito (Lei n.º 6.815/80, art. 4.º, inciso I): destina-se aos estrangeiros que passarão pelo Brasil quando em viagem e, cujo destino final seja outro país, podendo, assim, ausentar-se da área de trânsito do aeroporto. Permite um único ingresso no Território Nacional por vez, com estada de até 10 dias, improrrogáveis.
Turista (Lei n.º 6.815/80, art. 4.º, inciso II): destinado àqueles que venham ao Brasil em caráter de visita ou recreativo, sem finalidade imigratória. Autoriza a estada no Território Nacional por, no máximo, 90 dias, prorrogáveis uma única vez, por igual período, desde que solicitado ao Departamento de Policia Federal antes do vencimento do prazo de validade. A estada de um estrangeiro portador de visto de turista no Brasil não pode ultrapassar 180 (cento e oitenta) dias por ano.
Com validade de até 5 anos, dependendo da reciprocidade com o país de nacionalidade do portador, o visto de turista proporciona a possibilidade de múltiplas entradas no País. Aos portadores deste visto é vedado o exercício de atividade remunerada no Brasil.
Temporário (Lei n.º 6.815/80, art. 4.º, inciso III):
I - viagem cultural ou missão de estudos (Lei n.º 6.815/80, art. 13, inciso I). 
Destina-se a pesquisadores, cientistas e conferencistas de assuntos e temas específicos.
Possui validade de até 2 anos, podendo ser prorrogado por igual período, desde que persistam as condições que deram ensejo à concessão do visto.
II - viagem de negócios (Lei n.º 6.815/80, art. 13, inciso II). Para os profissionais que venham ao Brasil a negócios, sem a intenção de imigrar.
Sua validade pode ser de até 5 anos, dependendo da reciprocidade com o país de nacionalidade do portador, entretanto, permite estada por apenas até 90 dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período. 
A prorrogação do visto deverá ser solicitada junto ao Departamento de Polícia Federal, antes do seu vencimento.
III - estudante (Lei n.º 6.815/80, art. 13, inciso IV). 
Para estudantes de cursos regulares (todos os níveis). Aos portadores de visto de estudante é vedado o exercício de atividade remunerada, sob pena de multa, notificação ou ainda de deportação. O visto possui validade de até 1 ano, podendo ser prorrogado por igual período, sucessivas vezes, enquanto durar o curso. 
O pedido de prorrogação deve ser junto ao Departamento de Polícia Federal ou no Protocolo Geral do Ministério da Justiça, em até 30 (trinta) dias antes do término da estada. Importante lembrar que são permitidas a mudança de curso e/ou a transferência de instituição de ensino, devendo o titular do visto informar ao Ministério da Justiça, no momento do pedido de prorrogação, as alterações.
IV - trabalho (Lei n.º 6.815/80, art. 13, inciso V). 
Destinado àqueles que venham ao Brasil para exercer atividades laborais junto a empresas, com ou sem vínculo empregatício no Brasil. 
A empresa responsável pelo ingresso e estada do estrangeiro no Brasil deve solicitar previamente junto ao Ministério do Trabalho e Emprego, a autorização de trabalho correspondente, observadas as Resoluções do Conselho Nacional de Imigração – CNIg. O visto de trabalho é concedido por até 2 anos, podendo ser prorrogado por igual período e ser transformado em permanente. Em ambos os casos devem ser observadas as disposições da legislação em vigor.
Permanente (Lei n.º 6.815/80, art. 4.º, inciso IV e arts. 17 à 18-B): tem finalidade imigratória e é destinado àquele que pretenda fixar-se no Brasil de modo definitivo. É concedido pela representação consular brasileira competente no país de origem daquele que pretende radicar-se no Brasil, ao amparo da Lei n.º 6.815/80, bem como das Resoluções do Conselho Nacional de Imigração – CNIg.
Oficial (Lei nº 6.815/80, art. 4.º, inciso VI): aos funcionários de organismos internacionais, embaixadas e consulados que estejam em missão oficial no Brasil e não possuam status de diplomata, bem assim aos seus cônjuges e filhos menores de 18 (dezoito) anos. Autoriza estada de até 2 anos, ou pelo período de duração da missão. A concessão dos vistos oficiais é de competência do Ministério das Relações Exteriores.
Diplomático (Lei n.º 6.815/80, art. 4.º, inciso VII): destina-se aos diplomatas, funcionários de embaixadas com status diplomático, bem assim aos respectivos cônjuges e filhos menores de 18 anos. A concessão dos vistos diplomáticos é de competência do Ministério das Relações Exteriores.
Tratados Internacionais
Referência acerca dos Tratados: Convenção de Viena de 1969 – “Tratado dos Tratados” → Conceito: art. 2.º, §1.º, “a”.
1. É acordo internacional: deve ter animus contraendi e sanção em caso de descumprimento. 
2. É acordo formal, solene: para ser válido, deve ser feito por escrito, sendo vedada a forma oral. 
3. É lei no plano internacional, vinculando Estados ou Organizações Internacionais, que são pessoas de Direito Internacional Público.
4. Pode constar de um instrumento único, quer de mais instrumentos conexos.
5. Deve produzir efeitos jurídicos: o Tratado não deve ser considerado um documento meramente político, diplomático ou um “acordo de cavalheiros” – precisa produzir direitos e obrigações, de modo que ainadimplência gere responsabilidade internacional (ato ilícito internacional).
6. Os Tratados Internacionais não têm denominação específica, podendo ser denominados de Tratado, Convenção, Protocolo, Acordo. Exceção. Tratados celebrados pela Santa Sé com outros Estados denominam-se Concordata. Quando celebrados entre Organizações Internacionais são chamados de Carta.
Existem hoje 2 tipos de processos de incorporação dos Tratados ao Direito Interno: primeiro é o modelo tradicional, segundo o qual a introdução na ordem interna está subordinada ao cumprimento de um ato jurídico especial. O segundo é o da introdução automática ou da aplicabilidade imediata, pelo qual o tratado tem força vinculante internamente tão logo entre em vigor no universo das relações internacionais, sem necessidade de outras medidas que não as fases necessárias para sua validade. O Brasil adota o modelo tradicional.
No Brasil, a competência para incorporação de um Tratado Internacional é compartilhada entre o Legislativo e o Executivo, com atuação específica de cada Poder, nos termos expressos da CF/88, passando por quatro fases distintas, a saber: assinatura; aprovação interna ou referendo; ratificação ou adesão; promulgação interna.
As fases de assinatura e de ratificação ou adesão ocorrem no plano internacional. As fases de aprovação interna ou referendo e promulgação ocorrem no plano interno. Na doutrina, alguns ainda falam da fase de negociação. 
Para o Brasil, a celebração e assinatura é ato da competência privativa do Presidente da República (CF/88, art. 84, inciso VIII) – mas, em geral, quem assina tratado é o Ministro das Relações Exteriores, como preposto do Presidente da República; a aprovação interna ou referendo é da competência exclusiva do Congresso Nacional (CF/88, art. 49, inciso I), e a promulgação é também da competência privativa do Presidente da República (CF/88, art. 84, inciso IV).
A assinatura (art. 11) feita pelo Poder Executivo, geralmente, é um ato que autentica o texto do Tratado Internacional, mas não o torna imediatamente obrigatório para as partes; a vinculação só ocorre com a ratificação (art. 14), que a confirma (assinatura “com reserva”).
Há uma obrigação particular que decorre da assinatura do Tratado, mesmo que ainda não tenha ocorrido a ratificação e a entrada em vigor: a de não frustrar o objeto e finalidade de um tratado antes de sua entrada em vigor.
A aprovação interna ou referendo, no Brasil, se dá da seguinte forma: o Presidente da República ou o Ministro das Relações exteriores envia mensagem ao Congresso Nacional expondo os motivos da assinatura do Tratado Internacional, requerendo sua aprovação. Se o Congresso aprovar o Tratado (por maioria simples, se status de lei ordinária), expedirá um Decreto Legislativo, emitido pelo Presidente do Senado Federal. 
O envio ao Poder Legislativo não é automático – o Poder Executivo pode decidir-se por não o enviar: neste caso, o Tratado Internacional não entra em vigor para aquele Estado.
A ratificação ou adesão é considerada a fase mais importante do processo de conclusão dos tratados, pois confirma a assinatura e dá validade a ela. No Brasil é realizada pelo Poder Executivo com o ad referendum anterior do Congresso Nacional, conforme estabelece a CF/88. A ratificação, em si, é irretratável. 
OBS.: A ratificação ainda NÃO atribui ao Tratado status de vigência! É preciso, antes, a troca dos instrumentos de ratificação entre os Estados nos tratados bilaterais, e nos tratados multilaterais o depósito no Estado ou num órgão que tenha assumido a custódia para tal ato. Antes desses procedimentos não é possível exigir a vigência (validade) dos Tratados Internacionais.
A promulgação e publicação são os atos jurídicos, de natureza interna, pelos quais o governo de um Estado atesta a existência de um Tratado Internacional por ele aprovado e, além disto, ordena sua execução. No caso brasileiro, o Presidente da República dá ciência à todos de que o Tratado Internacional foi aceito, através do Decreto Presidencial. 
Publica-se no D.O.U. o texto do Tratado e o Decreto Presidencial. 
A Carta das Nações Unidas estabelece que todos os tratados devem ser depositados e registrados no Secretariado da ONU. Os países que não registrarem seus tratados não poderão, por exemplo, se valer dos foros de controvérsia da Corte Internacional de Justiça – foi uma forma da ONU compelir os Estados a depositarem seus Tratados Internacionais.
A reserva é consequência de pequenos desacordos sobre o texto do Tratado Internacional que não ameaçam o espírito deste; neste caso, às vezes, é mais vantajoso acatar o texto como está e fazer uma reserva a uma disposição que lhe desagrade do que rejeitar o tratado inteiro. Em geral, a reserva é cabível em tratados multilaterais, não bilaterais, já que a falta do consenso completo inviabilizaria o texto, neste caso. É lícito que o Tratado proíba, limite ou condicione o oferecimento de reservas ao seu texto.
A denúncia  é o ato unilateral pelo qual uma parte contratante manifesta a sua vontade de deixar de ser parte no tratado. A rigor, a denúncia pode não extinguir o Tratado, pois a saída de apenas uma parte não afeta um tratado que tenha, originalmente, mais de duas partes. Já a denúncia a um Tratado bilateral necessariamente o extingue. Por questões meramente costumeiras, o Brasil remeteu a competência de denunciar somente ao Presidente da República, sem a participação do Congresso Nacional. Não é lícito denunciar um Tratado que contenha “cláusula temporal” (que proíbe a denúncia por certo período de tempo). 
Ex.: Em fevereiro de 2012, a Presidente Dilma Russeff ameaçou denunciar unilateralmente Tratado Internacional celebrado com o México, cujo objeto era o livre comércio de produtos automotivos. Segundo alegações, o Tratado era “desvantajoso para o setor automobilístico”. Inicialmente, o Brasil propôs uma revisão do Tratado, que inicialmente foi negado pelo México. Consequentemente o Poder Executivo ameaçou denunciar o Tratado caso não houvesse acordo. Logo, o México concordou com as modificações almejadas pelo Brasil.

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