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Cirurgia - Biossegurança e Instrumental

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Cirurgia – Rafael Seabra – 29-08-2016
Aula 01 – Biossegurança e Instrumental
Biossegurança é um conjunto de ações voltado para prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes a atividade de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento, tecnologia e prestação de serviços, visando a saúde do homem, dos animais, a preservação do meio ambiente e a qualidade dos trabalhos. 
Devemos ter cuidado na manipulação de resíduos, como não descartar revelador e fixador na descarga, não jogar no lixo comum gazes sujas de sangue pois o gari pode se contaminar.
Isso tudo é biossegurança, que começou a ser discutida em 1960. Como poderíamos realizar o descarte desses resíduos? Foi iniciado um debate sobre a criação de um Centro de Controle e Prevenção de Infecções e surgiu o símbolo relacionado a resíduo biológico, hoje mundialmente conhecido.
Em 1975 houve uma reunião, onde foi discutida a engenharia genética e a busca de barreiras físicas e biológicas para estabelecer uma segurança para pesquisadores no ambiente externo. Por exemplo, até a década de 1980 não existia luva. E antes disso, não havia a lavagem das mãos que, hoje em dia, é o mecanismo mais eficaz contra infecção cruzada.
A partir daí, surgiu a simbologia.
Biossegurança seria um “conjunto de medidas técnicas, administrativas, educacionais, médicas e psicológicas empregadas para prevenir acidentes em ambientes biotecnológicos” ou “procedimentos que visam assegurar o avanço dos processos tecnológicos protegendo a saúde humana, animal e do meio ambiente”. Ela envolve não só a manipulação dos resíduos biológicos bem como agentes físicos, químicos, biológicos, psicossociais e éticos.
Conceitos
Desinfecção: processo pelo qual se consegue destruir alguns microrganismos (os patógenos), mas não todos (esporulados).
É feita em seres não vivos. Ex: piso, carteira, equipamento de RX, instrumentos, paredes, etc. Os desinfetantes têm poder de ação maior, é mais cáustico/destrutivo.
- Desinfetantes de Nível Alto: vírus, bactérias vegetativas (-), alguns esporos fúngicos ou bacterianos. 
- Desinfetantes de Nível Intermediário: bactérias patogênicas (M Tuberculosis), mas não todos os vírus.
- Desinfetantes de Nível Baixo: maioria das bactérias patogênicas.
Antissepsia: método através do qual se impede a proliferação de microrganismos em tecidos vivos com o uso de substancias químicas (antissépticos).
- Antissépticos Fortes – podem ser usados na pele. Ex: Clorexidina 2 a 4%.
- Antissépticos Fracos – podem ser usados na mucosa oral. Ex: Clorexidina 0,12%.
Assepsia: processo pelo qual se eliminam os microrganismos ou se impede sua entrada onde antes não os abrigava. É todo o conjunto de técnicas para isolar o meio de patógenos externos. Quebrar a cadeia de assepsia é trazer patógenos externos para o local onde antes eles não estavam.
Degermação: ato de redução ou remoção parcial dos microrganismos da pele ou outros tecidos por métodos quimiomecânicos. Só ocorre em tecido vivo. Nesse caso usa-se fricção associado ao método químico. Faz a degermação das mãos e do antebraço.
Desinfestação: faz-se quando se procura exterminar animais macroscópicos que possam se transformar em transmissores para o homem ou ambiente.
Fômite: é qualquer objeto inanimado, coisa ou utensilio, exceto alimento, capaz de servir de veiculo de microrganismos.
Ex: instrumental NÃO esterilizado, nebulizadores, aparelhos de ar condicionado, endoscópios, cateteres, roupas.
Infecções: entrada de microrganismos no organismo humano e sua multiplicação, causando uma resposta imunológica.
Número de bactérias X virulência / defesa do hospedeiro.
Infecção cruzada: termo usado para designar infecções adquiridas de outras pessoas, pacientes ou profissionais da saúde, em qualquer sentido, em hospitais, consultórios e centros congênitos. A lavagem das mãos diminui em 80% a infecção cruzada;
Infecção endógena: é aquela causada por microrganismos que já estavam presentes no organismo hospedeiro (autoinfecção). Causas: imunodeficiência, alteração seletiva;
Infecção exógena: é causada por microrganismo adventício que não estava presente anteriormente no organismo hospedeiro. Fontes: ambiente hospitalar, dispositivos e equipamentos, profissionais da saúde;
Infecção hospitalar: é dada quando o paciente adquire uma infecção devido a microrganismo presente em hospital ou nosocômio (qualquer lugar que tenha atendimento da área de saúde);
Infecção iatrogênica: aquela que não está presente, nem incubando, quando há admissão hospitalar (o paciente chega saudável e sai doente).
Esterilização: eliminação total de todas as formas de vida microrgânica.
Instrumentos críticos - são aqueles que têm acesso direto a quebra de barreira (sangue e secreções). Estes instrumentos são obrigatoriamente esterilizados;
Instrumentos semicríticos - são aqueles que entram em contato com barreiras íntegras (pele). Estes instrumentos são obrigatoriamente esterilizados;
Instrumentos não críticos - não entram em contato com o paciente. Ex.: espátula para cimento cirúrgico, placa de vidro. Estes instrumentos podem ser submetidos a desinfecção, não precisam de esterilização.
Existem dois métodos físicos que promovem a esterilização, são eles:
Autoclave – esteriliza a partir do calor úmido. Funciona colocando água e fechando a autoclave. Essa água vai ferver e esse vapor de água entra em contato com o instrumental e garante a esterilização através de desnaturação de proteínas. Dependendo da marca da autoclave as temperaturas de esterilização serão diferentes, isso acontece porque tem instrumentais que não suportam altas temperaturas. Atua também desnaturando e coagulando as proteínas das células microbianas, mas a água vai influenciar a destruição das membranas e enzimas, pois pode induzir a destruição das ligações de hidrogênio, o que vai tornar estes processos mais eficazes e diminuir o tempo de exposição.
134ºC – em 12min o material está estéril. Isso significa que em 12 minutos o material estará pronto? Não! Isso significa que quando colocar o material na autoclave ela vai levar um tempo até aquecer à 134°C e quando ela chegar a essa temperatura conta-se 12 minutos e após isso a autoclave levará um tempo para despressurizar, resfriar e chegar à temperatura ambiente. Só quando termina esse ciclo que o material está estéril. O tempo do ciclo de esterilização demora em torno de 1h.
121ºC – em 24min o material está estéril. Segue o mesmo processo de esterilização supracitado.
Estufa - esteriliza a partir de calor seco. Apesar de esterilizar, esse método é pouco prático e danifica o material com o tempo. Pode ser usada a 180°C, 170°C e 160°C. É pouco prática, pois quando coloca o material numa estufa tem que esperar chegar a 160°C e a partir daí contar o tempo de 2h (que no caso é o tempo necessário para o material estar estéril). Esse método de esterilização é muito demorado. Atua sobre os microrganismos provocando a oxidação dos constituintes celulares orgânicos e a desnaturação e coagulação das proteínas. Penetra nas substâncias de uma forma mais lenta que o calor úmido e por isso exige temperaturas mais elevadas e tempos mais longos, para que haja uma eficaz esterilização.
Além disso, existe um método para testar a esterilização. Esse método é realizado através de ampolas que quando saem da esterilização elas mudam de cor. Ex.: tem ampolas que possuem bacilos esterotermófilos e que quando o bacilo morre ela muda da cor verde para azul, isso garante que teve esterilização naquele lugar. Isso garante que a esterilização deu certo, pois esse bacilo vive em elevadas temperaturas, sendo assim, se ele morreu todos os outros microrganismos presentes no local morreram também.
É utilizada também a fita teste, entretanto ela não atesta que o material foi esterilizado e sim que chegou a uma determinada temperatura. Se abortar o ciclo de esterilização na metade e já tiver atingido certa temperatura, a fita vai mudar de cor, mas o material não vai estar estéril.
Existem outros meiosfísicos para a esterilização, são eles:
Radiação Ultravioleta
Óxidos de Etileno - são câmeras grandes de manipulação e ela é muito tóxica para o indivíduo. Funcionam alquilando e desnaturando proteínas. São muito utilizadas quando vão esterilizar uma grande quantidade de material, tais como luvas, instrumentos muito sensíveis que não podem ser levados à autoclave (cateter).
E também existem os meios químicos de esterilização. Nesse caso são substâncias químicas que o indivíduo coloca e deixa por um determinado tempo e é esse tempo que vai indicar se o material está esterilizado ou desinfectado. Ex.: se deixar o material no ácido periacético por 30 minutos tem-se a desinfecção e, se deixar por 10 horas tem-se a esterilização (mas vai danificar muito o instrumental).
Protocolo
Com a esterilização dos instrumentais, desinfecção das superfícies, degermação (antissepsia) das mãos e o uso de barreias (luvas, capotes, etc.) consegue-se manter a cadeia de assepsia, isolando o ambiente cirúrgico de patógenos externos não inerentes àquele procedimento.
Equipamentos, Instrumental e Materiais Cirúrgicos
Não começamos nenhuma exodontia sem todo o material necessário no campo operatório.
Afastadores de Minessota - serve para afastar tecidos moles;
Seringa Carpule - serve para anestesiar o paciente;
Cabo de bisturi número 3 e lamina de bisturi 15 - servem para fazer a incisão dos tecidos;
Descoladores de Free e de Molt - servem para descolar os tecidos para ver o osso ou qualquer estrutura que o dentista queira trabalhar;
Alavancas (ou elevadores) - todas as alavancas possuem um cabo, uma haste e uma ponta ativa (que é, basicamente, o que diferencia uma alavanca da outra). Alavanca reta, #1R, #1L e Apexo. 
Fórceps - sempre tem um cabo, uma articulação e uma ponta ativa. O que difere os fórceps é a angulação entre a articulação e a ponta ativa (pois quando essa angulação tende a 90° esses fórceps são mais utilizados para dentes inferiores. Já quando essa angulação tende a 180°, esses são mais utilizados para dentes superiores) e a ponta ativa também difere para atender dentes com anatomias diferentes, ou seja, o fórceps usado em incisivos é diferente do fórceps utilizado em molares.
Fórceps 150 – ICS, ILC, CS, PMS;
Fórceps 151 – ICI, ILI, CI, PMI;
Fórceps 18R – MS direito;
Fórceps 18L – MS esquerdo;
Fórceps 17 – MI direito e esquerdo (os dois possuem furca tanto na vestibular quanto na lingual);
Fórceps 69 – Resto radicular (é parecido com o fórceps 150, mas é menor);
Fórceps 16 – MI que tem a coroa parcialmente destruída (Chifre de Vaca).
Pinça Kelly ou Hemostática (curva e reta) – servem para controle de hemorragia;
Pinça hemostática – serve para controle do sangramento, remoção de tecido de granulação, apreensão de pequenos fragmentos, divulsão (é quando introduz um instrumento e afasta os tecidos com ele);
Lima para osso – é utilizado para conter pequenas espículas no alvéolo do dente retirado. 
Obs.: Osteotomia e Odontossecção – são feitas a partir da caneta de alta rotação. A broca utilizada para fazer osteotomia é a broca diamantada número 6. Já na odontossecção a broca utilizada é a 702 ou zekrya longa.
Cureta de Lucas – serve para fazer a remoção de tecidos moles, por exemplo, restos de folículo pericoronário ou lesão periapical (granulomas e cistos periapicais).
Pinça clínica – é utilizada para a remoção do ponto.
Pinça dente de rato – é utilizada para apreensão de tecidos durante a sutura.
Pinça Allis – é utilizada para apreensão de tecidos e manipulação de biópsia (tem ponta atraumática).
Porta agulha tipo Mayo – serve para sutura.
Agulhas de sutura.
Tesoura reta ou íris (cortar fio de sutura).
Tesoura Metzenbaum (usada para cortar tecidos e divulsionar).
Ponteira de aspiração.
Bloco de mordida – para manter o paciente de boca aberta.
Pinça Backhauss - utilizada para manter os instrumentos em posição, para fechar hermeticamente a abertura do campo fenestrado, apreender e estabilizar a caneta de alta rotação e ponteira de aspiração.
Seringa e agulha descartável – serve para irrigação.

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